Falling For You escrita por Gii, CarolBeluzzo


Capítulo 32
Living The New Life


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde leitores, como estão? Estou postando mais um capitulo e já encomendei outro para vocês! Fiquem tranquilos e logo mais estará aí!



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Capitulo 31 — Living The New Life

Helena não tinha certeza se queria acordar. Não com aquela dor de cabeça que ela sentia. Seus olhos ainda estavam pesados demais por ter dormido tão tarde e pelo simples fato de ter dormido até tão tarde, sua cabeça explodia. Mady não parecia estar sentindo os mesmos sintomas que ela, tendo em vista que levantou com apenas um pulo da cama e já havia descido as escadas correndo.

Helena podia ouvir o barulho dos pais de Mady no andar de baixo e sentiu que ela devia ter ao menos a decência de descer e cumprimenta-los. Ela os havia visto noite passada, mas muito rapidamente. Chegaram muito tarde e ela e Mady já haviam se deitado, mesmo que sem dormir. Eles apenas passaram no quarto para desejar boa noite e já sumiram para as suas camas.

Tentou se levantar devagar a principio, mas percebeu de que nada adiantaria. Aquilo em sua cabeça era uma punição. Claro, ela e Mady haviam sim dormido tarde, mas assim que as luzes se apagaram, o dia inteiro passou em frente aos olhos da anja.

Não havia como não pensar em tudo aquilo. Havia sido um longo, longo dia.

Fugido da casa de Leah, esbarrado com Rachel depois de ter um sonho com Embry e ainda, aquela briga com Brady. Era completamente confuso. Percebia que havia ainda sim a magoa pela traição, as tentativas de matar Raziel, mas com todas aquelas palavras rodando a sua cabeça… Ela não tinha certeza sobre o que pensar. Ela conseguia enxergar o ponto que Brady gritou em sua cara. Assim como o que Embry disse sobre perdão.

Afinal, ela já foi um anjo, ela sabia sobre o perdão e na verdade, sempre andou sobre essa regra… Mas ali estava ela, se tornando mais humana a cada dia. Estava se perdendo sobre o que era certo naquela situação.

A porta abriu-se novamente, revelando a sua desajeitada amiga, que parecia estar em uma manhã de natal com aquele sorriso enorme em seu rosto.

— Me diga que você gosta de macarrão com molho.

Helena se sentou na cama, se ajeitando.

— Eu gosto de macarrão com molho.

— Isso! — Ela comemorou, virando-se imediatamente para trás — Mãe! Ela gosta do macarrão! Pode fazer!

— Ok! Ficará pronto em meia hora! — gritou a mãe de volta e Helena não pode evitar rir da comunicação. — Se arrumem para o almoço! Não quero ninguém de pijamas.

— O que tem de mais, mulher? — Lena ouviu o pai de Mady responder também aos gritos — Não é como se estivessem sem roupas!

— Ah, bem que você queria que eu deixasse, não é?! Assim você poderia almoçar apenas de ceroulas sem me ouvir reclamar!

— Não são ceroulas, é um calção de pijama.

— Chame do que quiser, eu não vou admitir que você fique assim na frente da garota. — ela desconversou — Ande logo Mady! Trinta minutos e ainda precisa colocar a mesa!

Desta vez, quando Mady virou em direção à Lena, tinha o rosto um pouco vermelho, pela conversa que a amiga ouvira. Ela fechou a porta, atrás de si, olhando para o rosto de Helena, esperando alguma reação ruim. Talvez alguma gozação por parte dela, mas tudo que a anja fez foi prender o sorriso.

— Seus pais são adoráveis.

A garota curvou os ombros, tampando o rosto.

— Você está sendo gentil. Desculpe por aquilo. Eles não…

— Seus pais são ótimos — Helena sorriu — E engraçados.

Mady olhou para Helena, por alguns segundos, enquanto ponderava sobre seu comentário.

— Minha mãe falou serio sobre as ceroulas. — disse depois de algum tempo — Ele sempre faz isso.

Desta vez Helena não pode se segurar e acabou rindo. De algum modo, o modo como ela falava “ceroulas”, fez tudo ser impossível de segurar. Mady acabou rolando no chão junto com ela, tentando recuperar o folego depois de alguns segundos.

Helena e Mady se trocaram não muito depois daquilo, com uma pequena conversa ainda rolando. Mady havia dito que seus pais acordaram cedo por conta missa que havia todo domingo de manhã e que sua família sempre ia. Ela havia pedido para faltar daquela vez, para não deixar Lena sozinha em casa e aquilo deixo Helena perturbada.

A palavra “missa” fez algo dentro dela despertar. Ela sabia que os humanos tinham suas tradições religiosas, mas nunca realmente foi atrás de saber desde que caiu na terra.

Claro, todas as noites, ela tinha o seu pequeno momento, seja antes de dormir ou depois, onde ela apenas parava e pensava sobre a sua casa e sobre os anjos. E sobre Deus. Mas não chegava a ser realmente uma oração como os humanos faziam. Nem perto de uma missa.

Será que ela, um próprio ex anjo, estava descumprindo com seu dever de louvar à Deus? Nunca aquilo passara por sua cabeça antes, e aquilo a deixou ainda mais perturbada. Onde ela estava com a cabeça para não pensar na sua principal meta de vida quando no céu?

O almoço com os pais de Mady se seguiu tranquilo e engraçado, com ambos os pais dela se provocando e criando situações, tornando-se impossível Lena não rir o tempo inteiro.

Quando os pais anunciaram que visitariam a avó de Mady, Helena teve que insistir para que a amiga fosse. Inventou que precisava ir a qualquer lugar e que voltaria no final da tarde, e só assim Mady se convenceu que poderia ir (mais ou menos, já que ela fizera Helena prometer ligar se precisasse).

Sem um lugar certo para ir, vendo as grandes nuvens se espalhando pelo céu de La Push, Helena caminhou. A primeiro momento, pelos escassos bairros perto da orla da praia, depois, apenas sentou em um daqueles bancos de madeira molhada e mofada e ficou a observar o mar. Em nenhum momento parou de pensar. Reviu cenas e puxou lembranças esquecidas. Lembrou-se de sua longa vida como anjo e finalmente se perguntou se ela havia considerado voltar para ela.

Desde que ela caiu do céu, tudo que havia feito fora seguir em frente. Estava decidido para ela, que uma vez caída, não havia como voltar, então ela não pensou sobre. Os Cullen ao seu redor a ajudaram a se esquecer e todas aquelas novidades, e a vontade de ser uma deles, de estar com Seth e ser algo que ele queria, fizeram ela se desviar de tais pensamentos.

Mas agora ela estava sozinha. Literalmente sozinha. Raziel estava atrás dela e não era exatamente para lhe parabenizar pela sua nova vida. Será que era por aquele motivo? Por ela simplesmente ter esquecido toda a gloria e todo aquele sentimento de se tinha por Deus? Ela esqueceu suas raízes, concentrada demais em querer ser uma deles e perdendo sua parte anjo?

Forçando sua memoria agora, ela percebia que havia mesmo esquecido de algumas coisas. Quando anjo, ela fazia muito mais, ela sabia muito mais. Ela tinha poderes surpreendentes, muito além da imaginação dos humanos. Não era a toa que ela cuidava dos destinos, ficava de olho nos acontecimentos para relatar aos seus superiores.

Quando foi que ela esqueceu de como era ser um anjo? Foi durante a queda? Ou muito antes, quando estava afundada demais em sua culpa pela morte dos que ela havia se apegado? Em algum momento ela havia desviado de seu caminho como anjo, do seu dever.

E Raziel… Ele estava certo. Estava certo de ter a denunciado e a jogado do céu, e apesar da nova constatação, ainda havia algo em sua cabeça: O que ele fazia ali?

Percebeu que os Cullen estavam certos sobre ir atrás dele, isso ela teria que admitir à si mesma. Assim como os lobos, eles sentiam a ameaça que Raziel parecia estar tentando ser. Mas por quê? Por ela não estar morta? Certo, todos os anjos caídos morriam. Ela compreendia que ela fora um exceção muito rara, mas por que isso era importante para ele? Por que ir atrás de sua irmã caída, que já não tinha nada? Sem glória. Sem Deus. Sem as benções que tinha. E agora, sem família. Sem uma casa ou alguém para lhe apoiar.

Repreendeu-se imediatamente.

Ela tinha Mady. A desajeitada e doce Mady, junto com seus pais malucos. E eles estavam sendo ótimos com ela, como ela não poderia desejar mais. Ela só tinha a agradecer ainda, depois, quando insistiram para que ela ficasse o quanto quisesse.

Helena não soube o que Mady contou a eles, mas percebeu que quando voltaram no domingo, eles pareciam mais compreensivos. Até mesmo preocupados, assim como Mady estava quando ela descobriu sobre a briga com os Cullen.

Nenhum deles comentou o assunto, nem indiretamente. Ela via de onde Mady havia puxado o seu jeito compreensivo.

Quando a segunda-feira chegou, Helena quase foi derrubada da cama por uma Mady agitada e atrasada. Ela perderia a primeira aula, mas chegaria em tempo suficiente para pegar a segunda. Só depois de totalmente trocada foi que percebeu que Helena não havia se movimentado nem um centímetro para se trocar.

— Lena? Nós estamos atrasadas…

— Erm... Eu não vou, Mady. Não posso voltar para a escola. Não hoje.

— O que? Por quê?

O rosto de Mady imediatamente se transformou, mostrando toda a tristeza e confusão que ela sentia. Helena quase desistiu e foi junto quando os olhos dela pareceram, por um momento, desesperados.

— Eu… Eu não estou pronta Mady, desculpa. Eu realmente não estou pronta para ver Renesmee ou enfrentar qualquer uma d’As Garotas. Eu preciso tirar alguns dias da escola.

— Mas você vai perder matéria…

Helena corou, olhando para suas mãos. Ela não queria perder as coisas incríveis que aprendia na escola, mas não podia simplesmente ir. Não, ela não conseguia ir e lembrar-se de Seth a esperando...

— Talvez você pudesse me ajudar com isso? Me mostrar o que aprendeu depois da aula?

Demorou mais alguns minutos, mas Mady no final, parecia animada com a ideia de estudar junto com Helena no final do dia. Estar atrasada também a influenciou na decisão rápida de deixar Helena faltar.

— Ok, mas você promete que vai voltar? Não agora, mas vai voltar um dia?

Helena sorriu verdadeiramente, mas suas palavras tinham toda a incerteza que sentia.

— Vou tentar. Algum dia, com certeza.

Ficar sozinha o dia todo dentro da casa deu a Helena mais algum tempo para pensar em mais algumas decisões em sua vida. Raziel. Ela tinha que lidar com ele antes que os Cullen ou os Lobos o fizessem. Achar um jeito de falar com ele e descobrir o que queria.

Ela não tinha informações ou qualquer indicio de que ele estivera aparecendo por ali desde que o viu na floresta. Ficou meditando em maneiras de acha-lo e atrai-lo, mas no final, todas pareciam que eram apenas suposições ocas. Sem real chance de funcionarem.

Tomou banho uma vez e limpou o quarto e alguns moveis da casa no modo automático. Jantou com Mady, riu de suas atrapalhadas na cozinha, de como, mesmo desajeitada, fazia uma excelente comida. Por fim, sentaram na sala e Mady explicou toda a lição que havia sido passada no dia.

Helena não pode se sentir menos do que encantada. Quando na escola, Mady falava pouco e gaguejava a maioria das vezes, mas claramente ela estava à vontade ali. Explicou de maneira simples, mas sem esquecer-se de detalhes que apenas uma boa atenção durante a explicação poderia oferecer. Enquanto ela e Helena finalizavam um redação, que Mady fez questão de fazer junto com ela, foi que percebeu aquilo.

Mady poderia ser uma excelente professora. O potencial era claro para ela, enquanto fazia pausas no meio do seu próprio texto para lembrar Helena sobre detalhes da matéria. Tudo o que ela precisava era perder o seu medo e agir exatamente como agia naquele momento, com ela.

Quando sugeriu tal coisa, antes de dormir, Mady pareceu encabulada. Disse que já havia pensado na possibilidade, mas não acreditava que podia lidar com tamanha pressão. Após uma longa conversa entre sussurros, enquanto os pais de Mady já dormiam, ela pareceu mais esperançosa sobre aquela possibilidade.

Helena falou com ela, sobre como um potencial daquele modo não podia ser desperdiçado, repetindo e incentivando, até que a própria Mady tinha um novo brilho nos olhos. Não admitia ainda, mas Lena percebeu que havia conseguido mudar algo nela.

Quando finalmente caiu no sono, sonhou com Mady e o futuro brilhante que descrevera. Ela, na frente de uma classe inteira, ainda com seu estilo desajeitado, mas amada por todos. Uma vida simples e normal, que Helena nunca poderia ter.

Havia um ponto ali. Helena nunca poderia ter uma vida normal. Nunca poderia se tornar completamente humana como Mady era. Mesmo sonegando seu lado anjo por todo aquele tempo, ela percebeu que ele nunca a abandonaria. O místico ainda permanecia. E ela de uma maneira ou outra teria que lidar com aquilo.

Quando acordou pela manhã, novamente com os barulhos de Mady se arrumando e dos seus pais tomando café, Helena percebeu. Ela não podia fugir daquela parte da sua vida. Ela não iria deixar de ser imortal.

E para enfrentar isso, ela tinha que lidar com o seu maior problema. Tinha que enfrentar Raziel e tinha que encontra-lo. Precisa de informações sobre ele e precisava correr atrás do tempo perdido. Ela mudaria as coisas do jeito dela.

Era terça-feira. O céu surpreendentemente estava claro e Helena saiu da casa de sua amiga atrás da resposta para seus problemas, sem ideia do que vinha a seguir, mas se sentindo desta vez, preparada.


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