Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 29
Flowers in the attic


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado Love Evelark que fez uma recomendação maravilhosa para a fic, me deixando muito animada para escrever este capítulo! Muito obrigada, sua linda!!!



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Neste momento, estou tendo quase um ataque de nervos. Haymitch passou dos limites desta vez!

— Haymitch, isso é sequestro! — grito.

— Não, não é, vocês dois entraram aí por conta própria! Agora tratem de assinarem aquele contrato! — ordena.

— E se não assinarmos? — Peeta provoca.

— Temos muito tempo — fala, prolongando as silabas da palavra “muito”, com uma voz bem animada. — Aí dentro estão suas coisas... Trouxe suas bagagens para o chalé. A cozinha está cheia de mantimentos... Vamos ver quem desiste primeiro! — solta uma gargalhada.

Meu Deus, Haymitch ficou louco de vez! Sempre soube que ele era doido, mas, desta vez, Haymitch superou o “padrão de doidice Haymitch”.

— Haymitch! — eu e Peeta gritamos.

Porém, não obtemos nenhuma resposta.

— Abre isso, agora, Haymitch! Se você não abrir, você vai ver o que vou fazer com você! Está escutando? — ameaça Peeta.

Tudo que Peeta recebe como resposta é silêncio. Haymitch se foi.

Que situação mais surreal é esta? Estou trancada em um chalé, junto com Peeta, porque nosso diretor (que deve ter tido seu cérebro derretido por tanta bebida) resolveu nos trancar.

— Você está com seu celular? — pergunto.

Peeta coloca a mão no bolso e retira seu celular.

— Sem sinal! — fala me mostrando o celular, desanimado. — E o seu celular?

— Deixei no meu quarto...

Não há telefone no chalé. Nossa única saída é a porta. Peeta dá alguns chutes na porta. No entanto, não consegue nada. A porta é muito forte. Olho para as janelas, todas são protegidas por grades.

— Será que tem algum material forte o suficiente aqui para cortar estas grades? — questiona Peeta.

Eu e Peeta procurarmos por todo o chalé alguma coisa, mas fracassamos.

Nos sentamos no sofá da sala exaustos.

— Alguém vai dar por nossa falta, não? — falo.

— Conhecendo Haymitch... Ele deve ter planejado tudo — fecha os olhos, enquanto se livra da gravata borboleta e do casaco do smoking.

Peeta joga de qualquer maneira a gravata e o casaco.

— O que faremos? Ele não vai nos manter prisioneiros para sempre... ou vai? — minha voz tem certa dúvida, nunca se sabe o que se passa na cabeça daquele louco.

— Eu não duvido nada — diz com os olhos fechados, passando a mão pelos fios dourados do cabelo, completamente desalinhados, sua cabeça está apoiada no encosto do sofá.

Olho para a face de Peeta, sua expressão não está nada boa. Sua palidez aumentou bastante.

— Peeta... você está bem?

— Estou — responde, mas o tom da sua voz diz o contrário de suas palavras.

Coloco a mão em sua testa. Ele está ardendo de febre. Será que tem algum remédio por perto? Haymitch disse que nossas bagagens estavam no chalé. Se não estou equivocada, trouxe algumas aspirinas comigo.

— Você precisa ir dormir — afirmo. — Está com febre. Vou pegar algumas aspirinas para você. Amanhã, pensaremos em algo.

Ele apenas faz sinal afirmativo com a cabeça.

— Consegue ir até a cama?

Peeta tenta se levantar. Acho que não, constato ao vê-lo cair sobre o sofá. Ajudo-o a se levantar. Passo minha mão por sua cintura e ele apoia seu braço direito em meu ombro. Levo-o até o quarto. Ele praticamente cai em cima da cama e me leva junto com ele. Caio em cima de Peeta.

Essa situação é estranha! Vamos, Katniss, não é hora de pensar nisso agora. Peeta está doente, e querendo ou não ele te salvou em Paris. Você deve isso a ele!

Tento sair de cima dele. Porém, suas mãos me retêm, elas seguram em minha cintura fortemente, me forçando a ficar na mesma posição. Ele abre os olhos e me fita.

— Não vá — pede sussurrando.

— Eu não vou, só vou pegar um remédio para você.

Tento me levantar, mas ele ainda continua me retendo.

— Peeta? — ele fecha os olhos.

Com a febre com que está, não duvido nada que esteja delirando.

Peeta está deitado no meio da cama. Resolvo colocar meus joelhos perto de seu quadril para ter mais força e conseguir sair de seus braços. Tenho êxito com este gesto, consigo me libertar de seus braços.

Quando estou preste a me levantar, Peeta abre os olhos e se ergue bruscamente, se sentando na cama, o que me obriga a me sentar em seu colo. Ele passa seus braços por minha cintura.

— Não vá! — seus olhos me encaram.

— Peeta, eu preciso pegar um remédio para você — falo. — Você já está delirando!

Seus olhos febris percorrem meus lábios. Uma de suas mãos liberta minha cintura e vai parar em meus lábios, os acariciando lentamente. Seu rosto aproxima-se do meu. Sinto sua respiração morna em meu rosto, ele esconde sua cabeça em meu pescoço e roça seus lábios quentes por minha pele.

Droga, droga... acho que aquelas taças de champanha, que Annie me ofereceu, estão fazendo seu efeito! Sinto meu corpo começando a arder onde Peeta me toca, minha cintura, meus lábios, meu pescoço, tudo arde. Um calor começa a me consumir. Meu corpo conhece muito bem este calor, que me devora completamente, que não se apaga tão facilmente.

Os lábios de Peeta depositam um beijo em meu pescoço. Fico toda arrepiada. Ele retira seus lábios de meu pescoço e me olha. Seus olhos me prendem mais do que suas mãos.

Sua mão, que estava em meus lábios, vai parar em minha coxa, ele sobe a saia do meu vestido e acaricia, com sua mão quente, minha coxa. Sua mão sobe lentamente por minha coxa. Seus lábios vão parar em meus ombros e beijam minha clavícula, com os dentes ele afasta a alça do meu vestido e a deixa cair sobre meu braço.

Eu não deveria ter tomado àquelas taças de champanha! Mesmo que seja pouco álcool, aquilo ainda tinha álcool! E eu não me dou bem com o álcool. Eu sempre perco a minha razão, quando bebo.

Peeta beija meu ombro nu. Sinto sua mão que estava em minha cintura subindo lentamente até os meus seios. Quando chega na altura dos meus seios, sua mão faz uma leve caricia em meu seio direito e sobe mais um pouco, chegando até o meu decote. Com o dedo indicador, ele abaixa o tecido do meu vestido, deixando boa parte de meus seios nus. Enquanto isso, seus lábios descem vagarosamente, em uma trilha de beijo, em direção aos meus seios.

Estou ficando louca! Todos estes toques, estas carícias que meu corpo tanto conheceu e tanto ansiou.... Sei que não estou em meu juízo perfeito. Maldito álcool!

Solto um gemido, ao sentir seus lábios em meus seios nus. Ele aperta minha coxa. Jogo minha cabeça para trás, completamente perdida em meio à sensação das caricias de Peeta.

Quem sou eu? Onde estou? Praticamente, não tenho respostas para estas questões.

Seus lábios gulosos começam a subir novamente, beijam meu colo, minha clavícula, meu pescoço, meu queijo e, finalmente, meus lábios.

Como é beijar Peeta novamente após mais de seis meses? Não me pergunte! Meu juízo já foi embora há muito tempo. Sou, agora, uma garota sem razão alguma.

Ele me vira sobre a cama, sem retirar seus lábios dos meus. A mão em minha coxa sobe cada vez mais. Levo minha mão até seus cabelos. Seus lábios diminuem a pressão sobre os meus, até soltá-los. Olho para ele. Sua palidez aumentou muito. Minha mão desliza até sua face, que está muito quente.

Quente como se estivesse queimando. Nesse instante tem um lampejo de razão.

Acorda, Katniss! Peeta está com febre, delirando. E você está bêbada (não no nível girl on fire, é verdade, mas ainda assim está bêbada).

Afasto Peeta com ambas as mãos. Ele cai ao meu lado. Minha respiração é ofegante. Levanto a alça do meu vestido.

Respiro profundamente, chamando minha razão perdida.

Olho para Peeta, seus olhos estão fechados. Sua febre está muito alta. Levanto da cama e vou atrás de minhas bagagens, as acho em um armário. Encontro às aspirinas.

Com algum esforço, consigo fazer Peeta tomar o remédio.

Olho para ele. O que vou fazer com você, Peeta?

A camisa de Peeta está toda molhada de suor, noto ao tocá-la. Vou até o armário, onde estão nossas bagagens e pego uma camiseta para ele.

Ainda bem que Peeta está dormindo agora. Só de imaginar que... não, não pense nisso, Katniss!

Desabotoo lentamente sua camisa, deixando o peitoral, esculpido por algum escultor muito hábil, a mostra. Medidas perfeitas, preciso admitir, nem de mais nem de menos.

Katniss, se concentra aqui, garota!

Retiro sua camisa e o visto com a camiseta que peguei, o mais rápido que posso (olhar para um peitoral assim, deveria ser crime! Quem sabe os pensamentos que ele pode despertar?).

Coloco minha mão sobre sua testa. Ela está quente demais. Maldito Haymitch, no que ele estava pensando, quando resolveu nos trancar neste chalé?

Pego uma toalha, a molho e a coloco sobre a testa de Peeta. Começo a sentir frio. É melhor eu tirar este vestido!

Pego em minha mala uma calça moletom e um blusa bem confortável, as visto. Bem melhor assim!

Molho outra vez a toalha, que está na cabeça de Peeta. Repito a operação várias vezes.

Essa situação está me deixando aflita. O que eu faço? Só eu e Peeta estamos aqui. Chamo Haymitch de todas as palavras que conheço (não menciono aqui essas palavras, porque se mencionasse vocês pensariam que sou uma garota muito ruim). Se algo acontecer com Peeta, a culpa é totalmente de Haymitch.

Peeta abre os olhos. Parece bem confuso.

— Katniss? — seus olhos estão semicerrados.

— Você está bem? Sua febre não quer baixar...

— Água — pede.

Pego um copo de água e dou para ele. Peeta a bebe com certa dificuldade. Depois de beber a água, ele fecha os olhos novamente.

Sua mão pega meu pulso.

— Katniss — murmura, sua voz é muito fraca.

— Sim?

— Katnisss — murmura novamente, com uma voz ainda mais fraca.

— Peeta, o que foi?

Ele me puxa para ele, me fazendo deitar ao seu lado. Peeta afunda sua cabeça em meu pescoço.

— Katniss — sussurra.

Passo minha mão por seu cabelo molhado de suor.

— Aguente, Peeta!

Ele adormece, sem retirar sua cabeça de meu pescoço. Cansada de tudo o que aconteceu nesse dia, também adormeço. Esse dia foi muito nonsense. Acredito que até os sonhos sem pé nem cabeça tem mais sentido do que os acontecimentos deste dia.

Acordo. O cheiro da colônia de Peeta invade minhas narinas. Estou em seus braços. Demora alguns segundos para me situar.

Ele ainda dorme. Coloco minha mão em sua testa, sua febre baixou. Me levanto com cuidado para não acordá-lo. O que farei? Esta pergunta ressoa na minha cabeça.

Vou até a cozinha do chalé. Como Haymitch falou, encontro a geladeira e os armários cheios de mantimentos. Pelo menos aquele cara fez uma coisa sensata! Era só o que faltava nos deixar sem comida! Pego pão, presunto, tomate, alface e uma pasta de algo que parece pepino, faço alguns pequenos sanduiches. Também faço um chá bem quente de canela com mel e limão. Isso vai ser bom para o resfriado de Peeta.

Coloco tudo em uma bandeja e volto para o quarto. Peeta começa a se mover na cama. Coloco a bandeja em cima da cama do criado mudo.

— Peeta! — chamo, toco em sua testa. — Sua febre baixou...

Ele abre vagarosamente os olhos.

— Você está melhor?

— Estou — sua voz é ainda fraca, porém, bem melhor do que ontem.

— Coma! — pego a bandeja e a coloco em cima da cama. — Você precisa comer.

Ele faz uma careta e senta na cama. Silenciosamente, Peeta começa a comer, ou melhor, colocar o sanduiche na boca, se forçar a mastigar e depois engolir.

— Não está tão ruim assim! Fiz o melhor que pude! — digo, indicando os sanduiches. — Se preferir, têm frutas, queijos... na geladeira. Haymitch fez um verdadeiro estoque de comida! Estou começando a acreditar que ele armazenou comida aqui para mais de um ano! — tento dar a minha voz um tom divertido.

— Temos que encontrar uma maneira de sair daqui... — diz Peeta, tomando um gole de chá.

Olho para ele. Será que ele se lembra de ontem à noite? Só de pensar nisso... Meus olhos automaticamente se desviam dele.

— Ontem... — preciso saber, mesmo que tenha medo da resposta. — Você estava com muita febre, suou a noite toda...

— Você cuidou de mim? — ele me olha. Sinto um certo alívio, ele parece não se recordar de ontem.

— Considere isso como um pagamento. Você me salvou de ser atropelada em Paris e eu cuidei de seu resfriado. Estamos quites — digo, pegando a bandeja. — Quer mais alguma coisa?

— Não...

— Tome seu remédio — indico a aspira e um copo de água que estão em cima do criado mudo.

Saio do quarto.

Que droga! Por que eu tinha que deixar o álcool me dominar ontem? Eu quase... Uma vez, Peeta e eu tivemos uma relação... inusitada, para não falar outra coisa. Naquela época, eu não gostava de Peeta, mas mesmo assim nos dormíamos juntos...

Droga, Katniss! Para de pensar nestes fatos do passado! (Isso inclui a noite de ontem). Você fez burrada, não fez? Não dá para voltar atrás, seria como chorar sobre o leite derramado. Lamentar agora não vai desfazer o que você fez ontem, não há como voltar no tempo. E você precisa resolver o problema que tem diante de si, agora. Como sair deste lugar.

A manhã passa comigo tentando descobrir uma forma de sair daqui (acredite mil planos mirabolantes passam por minha mente) e com Peeta dormindo. Já são quase três horas da tarde, quando ele aparece na sala.

Seus cabelos estão bagunçados, e ele coça um dos olhos de maneira preguiçosa. Peeta senta no sofá. Estou sentada no chão, com as pernas cruzadas. Ficamos com certa distância um do outro.

— Foi você que trocou minha camisa? — pergunta, porém não olha para mim.

— Foi — respondo. — Não se preocupe, eu já vi tudo isso antes... Muitas vezes — tento dar ao meu tom certa indiferença. Confessar que você teve uma pequena recaída (totalmente culpa do álcool) por seu ex-namorado canalha, não é uma coisa muito boa.

Ele apenas dá os ombros.

— Você estava com muita febre e tinha molhado toda a camisa. Haymitch também trouxe nossas roupas para cá...

— É muita generosidade de Haymitch — fala ironicamente.

— Sim, muita generosidade... — digo no mesmo tom.

— Tem alguma ideia de como podemos sair daqui? — olha para mim, pela primeira vez desde que entrou na sala.

Balanço a cabeça negativamente.

— Haymitch é louco o suficiente para nos deixar trancados aqui até ter aqueles papeis assinados — aponto para os contratos que estão em cima da mesinha de centro da sala, os encontrei em cima da mesa da cozinha, como Haymitch havia falado.

— Não vou participar daquele filme! — fala irritado.

— Por que não? — indago, essa pergunta saiu sem querer.

Peeta me analisa.

— É um ótimo filme... o roteiro é muito bom. Muitos atores dariam sua alma para estarem nesse filme... — falo.

— Então, por que você não quer participar? — Peeta devolve a minha pergunta.

— Porque você vai estar nele — sou direta.

Olho para Peeta, mas sua expressão parece imperturbável. Uma das coisas que mais odeio em Peeta, é esta sua capacidade de esconder suas emoções, muito bem escondidas.

— E você, por que não quer participar do filme? — provoco. — Eu já respondi.

— Porque você vai estar nele — sua voz é calma, seus olhos estão em cima da mesinha de centro.

— Ora esta, concordamos em alguma coisa, finalmente! Não suportamos a presença um do outro — solto um risadinha cínica.

Peeta volta seus olhos para mim.

— Você disse que havia me esquecido em Paris. Se é assim, por que minha presença te incomoda? Isso significa que você não me esqueceu, Katniss? — embora seja uma pergunta, há um ligeiro tom de afirmação.

Desvio meu olhar de Peeta. Droga, maldito, por que tinha que ser tão bom com as palavras?

— E por que minha presença te incomoda, Peeta? — rebato a sua pergunta. Volto a olhar para ele. — Com medo de manchar sua reputação ao atuar ao lado de um obstáculo como eu? — meu tom é cínico, repleto de acidez.

Por um breve segundo, sinto que joguei sal em uma ferida, que estou sendo um carrasco terrível. Porque é exatamente isso que vejo nos olhos de Peeta. Ele me olha como se eu tivesse acabado de atirar uma flecha envenenada nele, bem no coração. Fico confusa.

Os olhos de Peeta se desviam de mim.

— Você tem razão — sua voz é fria, tem um que de rispidez. É como se toda aquela dor que eu vi segundos atrás, não passassem de mera ilusão. Porém, ao mesmo tempo é como se toda a sua frieza e rispidez fossem uma espécie de autodefesa.

Peeta levanta-se do sofá e vai para a cozinha.

O que acabou de acontecer aqui? Peeta, Peeta, Peeta, por que você faz isso comigo?

Por que sinto que feri Peeta? Não deveria ser eu a vítima aqui?

Levanto minhas pernas e abraço meus joelhos. Estou me sentindo péssima.

Da cozinha vem alguns sons de panelas e depois o suave aroma de tomate, cebola e alho chega até as minhas narinas. Fecho meus olhos. Estou cansada.

Ao abrir meus olhos novamente, me deparo com Peeta.

— Fiz macarronada... Quer um pouco? — seu tom até soa amigável.

Meu estômago responde por mim. Não me culpem pelo fato de meu estômago pensar por mim. Se há uma coisa que não recuso, é comida.

Me levanto e sigo Peeta até a cozinha. Ele deposita um prato de macarronada em minha frente. Nós dois começamos a comer em silêncio.

Peeta é realmente um ótimo cozinheiro. Até havia me esquecido de como é bom provar sua comida. Embora a macarronada esteja deliciosa, não consigo aproveitá-la totalmente, devido a este estranho silêncio.

— Flowers in the attic — Peeta diz.

— O quê?

— É um nome de um filme que assisti alguns dias atrás. Acredito que somos as flowers in the attic de Haymitch — um sorriso brincalhão paira em seu rosto.

Olho para ele, esperando uma explicação.

— No filme, quatro crianças são trancadas por sua mãe em um quarto, com apenas um sótão para brincar.

— E por que a mãe deles fez isso?

— Porque ela tinha se casado contra a vontade de seus pais. O marido havia falecido e ela voltou para a casa dos pais, que são muito ricos. Porém, o pai nunca aceitaria seus filhos. Ele estava quase morrendo, a mulher queria herdar sua fortuna e tranca os filhos no quarto, escondendo de todos a existência das crianças.

— Que horror!

— Mas essa não é a pior parte...

— Não?

— Com o tempo, a mulher começa a abandonar as crianças, se importando com elas cada vez menos.

— E o que acontece com as crianças?

— Elas ficam lá, abandonadas a sua própria sorte e...

— E?

Peeta me olha sorrindo. Percebo que ele me envolveu totalmente com a história. Droga! Tento diminuir meu entusiasmo.

— Um dos filhos morre... — faz suspense. — Envenenado. E adivinha quem o envenenou?

— A mãe? — falo incrédula.

— Exatamente.

— Este filme está mais para filme de terror! E as crianças, elas conseguem escapar?

Peeta me olha.

— Conseguem ou não conseguem? — minha curiosidade só aumenta.

— Sim... mas, elas pagam um alto preço por isso — Peeta se levanta e leva seu prato até a pia. — Quer mais?

— Não.

Termino meu prato de macarronada.

— Espero que Haymitch seja menos cruel que esta mãe... — falo depois de algum tempo.

— Também espero.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que Haymitch vai aparecer algum dia? E Peeta doentinho? E o que foi esta recaída da Katniss? rsrsrrs
Comecei outra fic de Jogos Vorazes, se chama "Você me tem". Esta fic é bem diferente das outras fics que escrevi por aqui. Estou testando um novo estilo de escrita. E adoraria saber qual é o opinião de vocês sobre esta nova fic. Isso é muito importante para mim! Vou simplesmente amar se vocês darem uma passadinha por lá!
Se vocês querem ver uma Kat mais saidinha, um Peeta totalmente Don Juan, mas ainda assim impossível de se resistir, deem uma passada lá em "Você me tem". Link:
http://fanfiction.com.br/historia/545250/Voce_me_tem/
Sinopse:
Uma aposta, se ele ganhar, ele a terá por um mês, se ele perder, ela ficará com seu belo porsche. Katniss está decidida a se vingar de seu ex-namorado Gale, o fazendo pagar por suas palavras desprezíveis, "meninas como você... não são para namorar, preciso de uma garota como Delly Cartwright, inocente, pura..." Ela deseja provar que ele estava totalmente errado, não existem garotas certinhas. Katniss quer humilhar Gale. Para isso, ela irá contar com Peeta Mellark. Extremamente belo, irresistível, sexy, sedutor leva qualquer garota a loucura. Peeta pode ter qualquer garota menos Katniss Everdeen, isso sempre o frustrou. Agora ele tem a chance de ter Katniss, para isso precisa apenas conquistar Delly. No entanto, no meio desta aposta, algo mais forte começa a surgir entre Katniss e Peeta.