Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 28
Run to you


Notas iniciais do capítulo

Madge e Gale se casando, Finnick dando certas explicações, e Haymitch... colocando seu plano em ação! Muitas coisas neste capítulo rsrsrsrs
Sugiro que comecem ler o capítulo escutando a música do título "Run to you" do Lasse Lindh. http://www.youtube.com/watch?v=aw9aBIT3HGk
Essa é a voz que eu imagino sendo a mais próxima da voz do Finnick.



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Os dedos de Annie acariciam o piano, tocam em uma tecla delicadamente e depois em outra, iniciando uma espécie de dança sobre o piano. A voz de Finnick começa a sair em um tom baixo.

Com você tudo parece tão fácil
Com você meu coração encontrou o seu ritmo
Com você eu estou tão perto de encontrar meu lar.

Gale sorri, um sorriso que demonstra seu nervosismo. Ele está perfeito, em seu smoking negro. Ele passa a mão de maneira nervosa por seus cabelos negros perfeitamente penteados.

Com você eu não me importo se eu sou um pouco louco
Porque com você não há nada errado.

Madge, acompanhada de seu pai, caminha lentamente. Ela está encantadora em um vestido branco simples e ao mesmo tempo sofisticado, adornado com organza bordada. Ele não tem mangas, e possui um pequeno decote nas costas. O vestido possui uma pequena cauda, que não prejudica os movimentos de Madge. Nenhum véu na cabeça trás Madge, apenas uma grinalda de margaridas naturais, que combinam harmonicamente com seus cabelos dourados, presos em uma trança, que cai sobre as costas.

Eu estava quebrado, eu estava perdido
Então você surgiu como um anjo na chuva
O amor costumava deslizar através de mim
Como a água desliza pelas mãos
Mas com você, isso mudou.
Eu sei que sinto que estou mais perto de seu coração.

Finnick continua cantando. Ele olha para Annie, por um breve momento seus olhos se encontram. No entanto, o momento é fugaz.

Estou correndo correndo correndo para você
E eu vou te manter a salvo para sempre
Através das lágrimas, através do amor
E todas as noites que compartilhamos
Estou correndo correndo correndo para você
E eu vou te manter a salvo para sempre
Você não conhece o meu amor, não conhece
Dois corações podem bater como um só.

Pelo canto dos meus olhos, noto um breve olhar de Peeta em minha direção. Estou bem próxima dele. Nós não trocamos nenhuma palavra, durante todo o dia. Mesmo tendo nos esbarrados várias vezes. O smoking, feito sob medida, cai perfeitamente por seu belo corpo, evidenciando seus braços fortes, perfeitos. Seu cabelo está um tanto quanto desalinhado e cai sobre sua testa, de uma maneira bem sexy e provocante. Que droga! Por que eu tenho que ver estas coisas?

O amor costumava deslizar por mim
Como a água desliza
Pelas mãos, mas não mais
Não mais noites sozinho, não mais, não
Então, vamos, vamos, espere, espere.

O sol está quase se pondo. É uma bela escolha, se casar ao pôr do sol, ao ar livre. Como Madge e Gale preferiram, não há muitos convidados, vinte ao total, incluindo os pais deles, é uma cerimônia simples, quase discreta.

Estou correndo correndo correndo para você
E eu vou te manter a salvo para sempre
Através das lágrimas, através do amor
E todas as noites que compartilhamos.

Assim como diz a letra da canção, sei que Madge e Gale vão se manter a salvo, cuidando um do outro.

Madge chega ao altar. O senhor Undersee beija suavemente a testa da filha e entrega o braço dela para Gale, que sorri. Ela também sorri. Só falta sair coraçõezinhos dos olhos destes dois. Sério! Este casal é tão doce, que ainda vou ter diabetes devido a eles. Estes dois vão ter que me pagar uma indenização!

A cerimônia é breve. Estou ocupada demais observando a felicidade de Madge, para dar atenção a certa pessoa que está ao meu lado.

Madge e Gale trocam um beijo delicado e apaixonado. Qual é o problema destes dois? Eles combinaram em me dar diabetes?

Os dois começam a sair. Segundo a etiqueta, eu e Peeta devemos sair após eles. Percebo o braço de Peeta estendido para mim.

— Vamos — fala, fazendo sinal para que eu pegue em seu braço.

Como eu queria recusar este braço! Imagino até a cara dos convidados! A primeira madrinha a se recusar a sair junto com o padrinho! Isso seria um grande feito. Porém, resolvo deixar minhas fantasias de lado, esse não é o local para colocá-las em prática. Não quero ser conhecida como a madrinha que arruinou o casamento.

Aceito o braço de Peeta e entrelaço meu braço no seu.

Gostaria que Madge e Gale andassem mais rápido. Noto um olhar malicioso de Haymitch. O que aquele diretor maluco está pensando? Vejo em seu olhar um brilho estranho...

Assim que Madge e Gale começam a receber uma chuva de arroz (isso me lembra de que estou morrendo de fome, o que será que tem no buffet?), me preparo para soltar o braço de Peeta.

— Katniss! — o senhor Mellark me chama. Ele está acompanhado da senhora Mellark.

Sorrio para eles. Sabia que este encontro era inevitável. Mas ninguém disse que eu não poderia tentar escapar — e como eu tentei. Hoje de manhã, no restaurante, eu praticamente fugi deles. Apenas os cumprimentei e sai de suas presenças o mais rápido que pude. Ainda bem que ser madrinha de um casamento te mantém ocupada por muito tempo (e lhe dá a desculpa perfeita para não ver os pais do seu ex-namorado).

— Então, a noiva de Gale é sua amiga? — fala a senhora Mellark.

— Sim, uma de minhas melhores amigas — digo.

— Não tivemos tempo de conversarmos direto — observa o senhor Mellark.

— É... Ser madrinha de casamento é... difícil... — tento me justificar. Não posso falar que estava era fugindo deles. Imagina se eu falasse, “eu só não queria encontrar vocês, porque vocês são, por um mero acaso, os pais do meu ex-namorado babaca”? Não, ninguém iria querer ver esta cena.

— Ficamos felizes que mesmo após vocês dois terminarem, ainda continuam sendo amigos — fala o senhor Mellark.

Amigos? Eu, amiga de Peeta Mellark? O senhor Mellark é um bom piadista. Ele ganharia muito dinheiro com isso. Deveria investir na profissão, sério!

— É claro... — falo.

Neste momento, percebo que ainda tenho meu braço entrelaçado no de Peeta. Droga, às vezes, o corpo não consegue esquecer velhos hábitos. Imediatamente, retiro meu braço do seu.

— Isso é realmente algo muito louvável, mostra que vocês dois são muito maduros — continua o senhor Mellark.

— É bom ver que o fim do romance não atrapalhou a amizade de vocês — diz a senhora Mellark.

Olho para Peeta, que neste momento finge que não estão falando com ele. Sorrio. Este idiota nem para me ajudar!

— Peeta... você parece cansado — observa a senhora Mellark.

— Não é nada, mãe — sorri.

Olho para Peeta. A senhora Mellark tem razão, ele parece um tantinho cansado. Não que eu me preocupe com ele...

— Anda trabalhando tanto que não tem tempo nem para descansar? — indaga o pai de Peeta. — Eu sei que você não quer voltar aos tempos de menino repolho...

— Pai! — Peeta o interrompe, os pais de Peeta realmente adoram falar sobre o passado obscuro dele.

— Eu só ia dizer que você precisa de umas férias, filho.

— Concordo com seu pai — fala a senhora Mellark. — Não acha, Katniss? — a pergunta da mãe de Peeta me pega desprevenida.

— Eu? Se vocês dizem... — me apresso em responder.

— Viu, Peeta? Até a Katniss concorda que você precisa de umas férias! — fala o senhor Mellark, dando tapinhas nos ombros do filho. — Katniss, você poderia convencer este nosso teimoso filho a tirar umas férias?

O senhor Mellark está pedindo demais!

— Acredito que Haymitch tem outros planos para mim — sorri. — Se vocês conseguirem convencê-lo a me deixar em paz, eu prometo que vou tirar umas longas férias!

Olho para ele.

— Você recusou a proposta de Haymitch? — indago, o encarando.

— É claro, já disse que não vou fazer aquele filme! — responde me olhando.

Então, quer dizer que Peeta não quer trabalhar comigo, tanto quanto eu não quero trabalhar com ele. Ótimo, pelo menos concordamos em uma coisa.

— Acredito que você deveria seguir o conselho de seus pais e tirar umas longas férias — enfatizo as palavras “longas férias”.

— Siga, o conselho de Katniss — fala a senhora Mellark.

— Sim, filho siga o conselho dela! — reforça o senhor Mellark.

— Já disse se vocês conseguirem convencer Haymitch... — diz Peeta dando os ombros.

Os pais de Peeta são agradáveis, mas ficar na presença deles com Peeta por perto não é da confortável. Procuro por uma desculpa qualquer.

— Com licença, tenho que falar com um amigo — digo ao avistar Finnick, minha desculpa perfeita. — Nos falamos depois — falo para os pais de Peeta.

Vou para onde Finnick está. Ele está com um olhar perdido. Nem nota a minha aproximação.

— Foi uma bela música! Nunca havia a ouvido antes — falo.

Finnick me olha, notando minha presença, finalmente.

— Eu compus há alguns meses, se chama “Run to you”. O que achou dela?

— Adorei! — respondo. — Foi uma ótima escolha para o casamento de Madge e Gale!

— Eu gosto desta música... — nós dois estamos caminhando pelo local da festa, que fica há apenas alguns passos do local da cerimônia de casamento.

— Você queria correr para Annie, não? — pergunto.

Um sorriso tênue surge no rosto de Finnick.

— Queria... mas... eu não sei... se ela, algum dia, vai me aceitar de volta. Eu passei praticamente um ano tentando reconquistá-la... Eu nunca quis magoar Annie... Agi como um idiota, pensei que a estava protegendo...

Olho para Finnick, decido falar.

— Você sempre soube que a coisa que Annie mais detesta é que alguém a tente controlar. Ela é alguém que ama a liberdade acima de qualquer coisa. Sabe também das feridas de Annie do passado, não? — questiono, olhando em seus belos olhos verdes.

— É... eu sei sobre... os pais de Annie e como isso a afetou — ele desvia seus olhos dos meus.

— Então, por que fez aquilo? Por que contratou um guarda-costas, sem que Annie soubesse, Finnick?

— Porque acreditei que isso era o melhor para ela. Os fãs de Annie são um pouco assustadores... À vezes, eles perseguiam Annie. Isso estava se tornando frequente. Uma vez, um fã nos seguiu até a casa de Annie... E eles são bem obstinados. Aquilo poderia sair do controle. Fãs são ótimos. Mas às vezes podemos fazer coisas que não os agradam e quando isso acontece, eles podem se tornar nossos piores pesadelos. Havia discutido com Annie a possibilidade de ela contratar um guarda-costas, diversas vezes, mas ela nunca quis ouvir meus pedidos...

— E você resolveu que isso era o melhor para ela e pronto, contratou um guarda-costas e pôs ele na cola de Annie sem que ela ao menos soubesse — falo, meu tom não é de uma pergunta.

— Você falando assim... me sinto ainda pior. Me faz parecer um criminoso.

— E não é? Apenas Annie pode decidir se quer ou não um guarda-costas. Você quis impor suas vontades a ela — olho novamente no fundo de seus olhos verdes. — Sinceramente, eu não sei se Annie um dia vai conseguir te perdoar e muito menos voltar para você... As feridas que Annie tem são muito profundas — falo de maneira triste.

— Eu sei... sou um imbecil. Falei com Annie sobre isso diversas vezes, o quanto fui tolo ao fazer isso com ela. Tentei me explicar, mas... Annie nunca aceitou minhas justificativas... E agora sei que o que fiz, no final, não tem justificativa nenhuma. Apenas fui idiota... A culpa é totalmente minha. Eu conhecia as feridas de Annie... Magoei ainda mais ela, reabri suas feridas...

Duas pessoas que se amam, mas que não conseguem ficar juntas. Somos levados a acreditar que o amor supera tudo, move montanhas, torna as pessoas melhores. No entanto, nem sempre o amor consegue vencer tudo.

— Talvez, Annie um dia consiga curar estas feridas... — falo.

— É o que eu mais desejo! — Finnick sorri. — Quero que Annie seja feliz, seja comigo ou com quem for...

— Acho que alguém aprendeu uma lição ou duas — sorrio, bagunçando os cabelos de Finnick. — Mas o que você fez com Annie não foi certo! Tente não pisar na bola da próxima vez e não machucar o coração de ninguém. Porque quando você abre uma ferida em alguém, ela pode ficar ali para sempre...

Finnick me olha tristemente. Lanço um sorriso melancólico para ele.

Noto que estamos perto do buffet. Meu estômago, imediatamente, reclama por comida. Adoro comida de casamento. Pego um prato e começo a me servir. Finnick me deixa para falar com algumas pessoas. Madge e Gale estão ocupados falando com os convidados. Annie conversa com Haymitch e Effie. Acredito que ninguém vai sentir a falta da madrinha por alguns minutinhos. Pego meu prato e vou me sentar em um local afastado.

Estou mega feliz com minha comida, quando Annie aparece.

— Katniss, onde você estava? Te procurei por todos os lugares!

— Comendo! — aponto para o prato de comida.

— Cuidado para não sujar seu vestido — aponta para uma pequena gota de molho que caiu sobre meu vestido.

Ela me passa um guardanapo para que eu limpe a gota de molho. Estou vestindo um legitimo Sinsajo. Esta é uma das vantagens de ser uma garota sinsajo, eles sempre me dão muitas roupas.

Meu vestido vai até um pouco acima do meu joelho, seu tecido é leve, agradeço por isso, já que não aperta meu corpo. A saia do vestido tem uma estampa floral, que combina perfeitamente com o fundo verde do vestido. Meus cabelos caem soltos pelos meus ombros, apenas prendi algumas mechas atrás da minha cabeça. Escolhi um sapato de salto baixo (não quero ficar com dor nos pés!) que combina perfeitamente com o vestido. Na verdade, foi Annie que me ajudou a escolher o figurino. Sou grata por isso, sou uma negação quando se trata de moda.

— Ainda vou descobrir para onde vai tanta comida!

— E eu para onde vai tanta bebida! — digo, sinalizando sua taça de champanha.

Annie ri.

— Nem queira saber! Mas você deveria me agradecer! Haymitch estava te procurando. Disse que te vi em um lugar bem longe daqui.

— Aquele diretor! Estou fazendo o possível para fugir dele! Aquele homem não desiste!

— E você não desiste de recusar sua oferta. No fundo vocês dois são mais parecidos do que imaginam, são dois teimosos! Você deveria aceitar o papel! Se fosse eu, aceitaria.

— Haymitch andou te chantageando, Annie, para vir aqui me convencer?

Annie ri.

— Tome! — diz, me oferecendo uma taça de champanha, que acabou de pegar do garçom que passou por nós.

— Eu não deveria beber! — recuso a champanha com as mãos.

— É só uma taça de champanha, não vai te fazer mal algum! Você não vai ficar bêbada por causa disso — fala Annie de forma divertida.

Pego a champanha das mãos de Annie. Tomo um pouco. Annie tem razão, não vou ficar bêbada por causa de uma taça de champanha, não é? Acabo tomando mais duas taças de champanha, que Annie me oferece.

— Olha só, é hora da dança dos noivos! — diz Annie animada, apontando para a minipista no meio do gramado. — Vamos lá!

Saímos da mesa.

Madge e Gale vão abrir a pista de dança com a tradicional valsa. Depois, eles dançaram com seus pais, Madge com seu pai, Gale com sua mãe, em seguida é a vez de Madge dançar com o pai de Gale, e este com a mãe de Madge. E por último, eu dançarei com Gale, e Peeta com Madge.

— Falei para eles inovarem — diz Annie. — Mas eles não quiseram acatar minha sugestão de dançarem “Gangnam style” no lugar da valsa — resmunga Annie.

— Acredito que dançar “Gangnam style” não seja o estilo dos noivos.

— Mas ficaria bem mais interessante! — afirma Annie.

Madge e Gale começam a dançar e fazem como foi combinado. Minha vez chega rápido. Gale me estende a mão. Começamos a valsar.

— Cuidei bem da minha amiga, hein! — falo.

— É claro que cuidarei!

— Promete?

— Juro por minha vida! Satisfeita?

— Isso basta... por enquanto.

Gale ri.

— Você até parece mais ameaçadora que o senhor Undersee!

— Sou mesmo!

Gale me rodopia.

— Eu juro que cuidarei de Madge! Afinal, se não cuidar, serei morto!

— Com toda certeza, e sua morte será com requintes de crueldade — imito um tom ameaçador.

— Sim, senhor, digo senhora!

— Estou de olho em você, Gale!

Gale balança a cabeça e me rodopia mais uma vez. Porém, desta vez, eu não volto para os braços de Gale, eu vou parar nos braços de... Peeta Mellark. Sério, Gale? Peeta? Estou pensando seriamente se te entregar minha amiga, foi uma boa ideia.

Peeta passa o braço por minha cintura e pega em minha mão.

— Não me olhe assim, são as regras — fala, indicando com a cabeça os outros pares.

Ele está certo, quem dançou anteriormente com Madge e Gale formaram par entre si, o senhor Undersee e a senhora Mellark; o senhor Mellark e a senhora Undersee. Neste momento, Gale está tirando Annie para dançar e Madge está convidando Finnick. Estes dois resolveram juntar todo mundo nesta valsa?

— Dance direito! — diz me puxando mais para si.

Lanço meu olhar reprovador para ele.

— Estou um pouco tonto, não quero que nós acabemos caindo, porque eu não te segurei direito.

Olho para seu rosto. Ele está pálido, com um aspecto bem cansado.

— Seus pais tinham razão, você deveria tirar umas férias.

— Não é nada disso, só não deveria ter misturado bebida com remédio. Pensei que um copo de champanha não faria nada, mas vejo que estava enganado.

— Você está doente? — droga, sinto em meu tom certa preocupação. Não queria ter soado preocupada.

— Acho que a chuva de ontem causou seu estrago — responde.

Sinto sua mão em minha cintura me apertar.

— Devemos parar de dançar — sugiro.

— Não, eu estou bem, só um pouco tonto. A dança já vai terminar. Apenas vamos suportar um pouco mais...

Ele me trás ainda mais para perto de si. Quase não há espaço entre nós. É impressão minha ou a palidez de Peeta aumentou? Talvez, seja só o reflexo da lua. Há muito tempo já anoiteceu, a pista de dança fica em um lugar pouco iluminado, apenas a luz da lua a ilumina.

A valsa aumenta o ritmo. Peeta e eu dançamos no ritmo cada vez mais rápido da música. Fico um pouco preocupada, quando sinto a mão de Peeta apertando cada vez mais forte a minha cintura.

Olho em seus belos olhos azuis. Ele devolve o meu olhar. Ficamos assim por um instante, olhando um nos olhos do outro. Enquanto, nossos corpos movem-se quase automaticamente no ritmo da valsa. Minha mão segura firmemente seus ombros. E minha outra mão se segura fortemente em sua mão. Meu corpo e seus velhos hábitos!

Devo ter perdido a noção do tempo. Já que a valsa para subitamente. Retiro minha mão de seus ombros e largo sua mão. Contudo, ainda não consigo retirar meus olhos dos seus.

— Katniss! — a voz de Haymitch quebra o encanto, e, finalmente, consigo retirar meus olhos dos seus.

Finalmente, Haymitch fez alguma coisa útil. Ouvi-lo falando sobre o filme até que não me parece uma má ideia agora. Me afasto de Peeta, vou até onde Haymitch está.

— Sim?

— Effie estava te procurando!

— Effie... onde ela está?

— Acho que em nosso chalé... Ela disse algo sobre... como era mesmo? Um presente? Que presente é este?

Havia quase me esquecido. Effie montou um vídeo especial com fotos de Madge e Gale. Ela pediu minha ajuda para isso. O vídeo ficou maravilhoso.

— Você vai ver! — sorrio.

Effie deve estar precisando de alguma coisa.

— Vou vê-la! — falo me afastando de Haymitch.

Ajudar Effie, não é o único motivo que me leva a procurar por Effie... Só quero me afastar da presença de Peeta.

O chalé de Haymitch fica em um lugar afastado dos outros chalés. Demoram uns quinze minutos para eu chegar até ele.

— Effie! — chamo-a a porta.

Porém, ela não me ouve. Effie deve estar dentro do quarto. A porta do chalé está aberta. Entro no chalé.

— Effie! — chamo mais uma vez, não obtenho nenhuma resposta novamente.

Entro no quarto. Porém, não encontro Effie.

Será que Haymitch se enganou?

Escuto o som de passos se aproximando.

— Effie, estou aqui! — falo.

— Katniss? — esta voz, com certeza, não é da Effie.

— Peeta? — falo sem me virar. — O que está fazendo aqui?

— Encontrei-me com Effie. Ela disse que havia esquecido um pen drive. Pediu para eu vir buscar.

Ahã? Então, por que Haymitch disse que ela precisava da minha ajuda? Não é preciso pensar muito. Quando minha mente começa a clarear, ouvimos a voz de Haymitch.

— Nunca pensei que seria tão fácil enganar vocês dois! — solta uma risadinha.

Eu e Peeta nos olhamos e seguimos o som da voz.

A voz de Haymitch vem de fora do chalé. A porta está fechada. Lanço um olhar preocupado para Peeta.

— Está trancada — anuncia tentando abrir a porta.

— Haymitch, o que você fez? — grito.

— Nada, apenas estou dando uma mãozinha para que meu filme saia do papel. Vocês dois só vão sair daí, depois de assinarem aquele contrato, que está em cima da mesa da cozinha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Maluco este tio Hay, não? Não falei que ele tinha um plano louco! Olha só as ideias de nosso amado diretor. Passou dos limites desta vez rsrsrsrs. Será que a ideia dele irá funcionar?
Estou cheia de ideias para o capítulo narrado pelo Peeta. Não esqueçam de nosso trato, hein! Se a fic chegar aos 1500 reviews, eu escrevo um capítulo com o Peeta dando as explicações que tanto nós queremos, saberemos exatamente o que foi que aconteceu...