Eles escrita por ItS


Capítulo 3
Assassinos


Notas iniciais do capítulo

Olha, este é um capítulo muito bom em minha opinião. O ritmo da ação já está começando. Eu adorei escrevê-lo e os reviews estão me motivando muito. Continuem assim, galera.
Quero agradecer ao review do Coveiro que eu achei muito bom. Adoro comentários assim.
Estão gostando do ritmo das postagens?
Ah, quem quiser recomendar, fique a vontade, ok? Me motivará mais ainda.
Peço aos autores que tem (terão) personagens mortos, que não abandonem a Fic, ok? Aceito novas fichas de vocês, tudo bem?
Cliquem em acompanhar, para, assim, serem notificados sempre que houver capítulos novos.
Ah, peço também que não comentem somente nos episódios em que seus personagens aparecerão; afinal, a história é interligada e todos os acontecimentos tem fundamental importância para o enredo dos personagens e de toda trama em si.
Falando nesse aspecto, os personagens ainda se juntarão. Mas no começo, precisamos de um alicerce veemente para uma continuação coesa e que faça o desenvolvimento da Fic perdurar por mais tempo.
Portanto não achem que as histórias são paralelas umas das outras, ok?
Leiam as notas finais.



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1

Dia: 21 de março de 2047, às 14:19. Casa de Daniela.

Daniela havia passado seu número de telefone para Bruno. O garoto pedira alegando conversar sobre “assuntos escolares”. Mas todos nós sabemos que não. Mas, convenhamos, a desculpa dele não foi lá tão boa. Até Daniela percebera. Não que ela fosse sonsa, mas somente que vivia tão absorta com suas próprias coisas, como seus desenhos e poemas, agora sendo feitos por ela, enquanto pensava sobre sua vida. Era um desenho de si própria, onde um metal a perfurava no coração. Era como se sentia naquele momento. Estava tudo perfeito para ela pensar, porém o tilintar do telefone a retirou dos devaneios.

Alô?

Dani, aqui é o Bruno. – apresentou – Te liguei pra... Sabe... Te convidar para irmos na nova lanchonete que fica perto do Banco Central e da Biblioteca Lagos. – era nítida a sua ansiedade; a voz esboçava tudo, e, do outro lado da linha, ele mantinha um esgar temeroso pela resposta da garota; o rosto ruborizado.

Bem, eu... – ela não queria aceitar. Ela sabia aonde isso ia parar. Eles iam ficar muito amigos, iam se beijar, depois começariam a ficar, depois namorar, e, por fim, após ela negar ir para cama com ele, sumir misteriosamente. Mas, por algum motivo, ela não queria refutar ao pedido – P-pode ser...

Às 6. – e ele desligou.

Ela voltou a desenhar, mas, agora, fazia um imenso coração em vez de terminar aquele autorretrato onde possuía uma faca espetada no corpo.

2

Dia: 21 de março de 2047, às 14:26. Casa de Luciana.

Luciana estava no computador, fuçando as redes sociais. Ela possuía uma (32 amigos; bem, se tias, tios, primos, vizinhos, pessoas do outro lado do mundo forem verdadeiros amigos. Mas, se pensarmos bem, ninguém tinha somente amigos verdadeiros em redes sociais), mas não costumava usar com muita frequência. Vez ou outra entrava para dar parabéns para seus primos ou mandar depoimentos ultra bregas para sua vizinha, Ana.

Mas agora ela estava com curiosidade. Queria saber o que estava acontecendo na sua escola. Começou a ver; descobriu que o professor de história, Henrique, estava sendo paparicado por várias garotas; que Joana tinha ficado com dois garotos na festa que tinha dado em sua casa, pois seus pais estavam na outra cidade fazendo compras. Além disso, viu que tinha notificações. Uma delas era um pedido de amizade de Daniel, um garoto super concorrido da sua sala.

Ela, com toda a felicidade do mundo que se pode ter quando o garoto, talvez o mais concorrido de toda a escola, pede sua amizade, aceitou. Estava com um imenso sorriso. Ela sabia que não tinha chances com todas aquelas garotas da sua sala. Elas eram ricas e patricinhas e tinham sempre os melhores celulares. Luciana, não. A garota de cabelos claros era sim bonita, mas não reconhecia sua própria beleza – nem seu busto avantajado –. Após isso, uma caixa de bate papo surgiu no canto inferior da tela. Era o garoto.

Oooi. – escreveu.

Oi.

Ta fazendo o q?– perguntou.

Nada e vc?

Nada tb... Ué, já q estamos sem fazer nada, que tal se fizermos isso juntos? Talvez na sorveteria em frente a escola.– Nossa, que sutil.

Ela riu por dentro. Estava muito feliz por alguém tê-la convidado para um ‘encontro’, ou que quer que fosse isso. Mas ela não podia aceitar. Podia pagar um mico e ele poderia contar para toda escola. Se isso acontecesse, sua aparência invisível iria sumir. Luciana não queria isso. Não mesmo.

Não vai dar... Eu tenho que pegar uns livros hoje lá na biblioteca. – Isso não era uma desculpa; ela ia mesmo fazer isso.

Tudo bem. Te vejo lá! ;D

E Luciana corou. Estava mais do que feliz. Daniel era mesmo muito fofo, como várias garotas da sua sala diziam; mas, agora, o Daniel ia sair com ela.

“Toma, suas vacas.”

3

Dia: 20 de março de 2047, às 15:59. Florestinha perto da casa de Maria.

Maria sempre fora uma garota que vivia sozinha. Seus pais não a permitiam que fosse a escola, e, por isso, ela tinha que estudar em sua casa, junto com uma professora super legal. Mas o que ela mesmo queria era poder conhecer novas pessoas, brincar com outras crianças, com animaizinhos de estimações. Ir ao parque com a mãe de seus amigos. Coisas que qualquer criança comum fazia. Mas o erro estava aí. Ela não era uma criança comum. E isso doía em seu pequenino coração. A única coisa que ela podia fazer que ia além dos limites das coisas comuns que fazia era brincar na “florestinhas” que ficava em frente a sua casa.

E ela estava lá, fitando as flores, os pássaros e ouvindo o barulho do mar.

Estava com um rosa em suas mãos, acariciando-a como se fosse algum animalzinho que precisasse de cuidados médicos. Mas não era; era somente uma rosa que lembrava muito seu desenho favorito: “Rosinha e seus Amigos.” Era um típico desenho que contava a vida de Rosinha, uma criança que tinha vários amigos e que vivia se divertindo e se metendo em confusões. Ela queria ter pessoas para fazer isso.

Mas um dia eu ainda vou conhecer o mar. – disse, sozinha, olhando para a pequena flor em sua mão.

Sim, mesmo a garota morando numa cidade litorânea, ela nunca tivera oportunidade de vê-lo de perto. Apenas ouvia e sentia o cheiro que vinha pela brisa soprada lá das águas salgadas. Ela também sonhava em poder nadar e sentir as ondas desmanchando-se sobre ela. Ela queria ver peixinhos e alimentá-los com comidas de gente, escondendo-se dos salva vidas que não permitiam isso. Ela queria ver golfinhos, baleias e até tubarões, mesmo sabendo que eram inúmeros os casos envolvendo estes.

Marina vinha andando por ali. Ela tinha acabado de sair da escola e precisava de um lugar tranquilo para pensar e ouvir música. Geralmente, ela ficava por perto de sua casa conversando com Lurdes, dona de casa sua vizinha; mas hoje ela queria ficar num ambiente mais natural, e aquela florestinha parecia ser bem próspero. Ela andou até lá. Já sentia o alento refrescante proveniente daquele verde.

Mas nem tudo ali era verde. Parecia ter um pontinho azul. O tal pontinho azul era uma garotinha. Ela estava toda combinada. Olhos, vestido e fita no cabelo da cor do céu. Seu cabelo era estranho como o seu. Parecia não ser natural. O de Marina era roxo, devido a uma doença, mas ela sempre dizia que era uma tinta super cara importada da França. Agora os da garotinha eram brancos, com uma aparência voltada para gelo nas pontas. Ela se aproximou. A garota levantou num sobressalto; não estava acostumada a ver gente por ali.

Olá. – cumprimentou a pequena.

Olá. Como você se chama? – perguntou.

Me chamo Maria. E você? – perguntou, erguendo a mão direita para um aperto.

Engraçado. Nossos nomes se parecem. Chamo Marina.

E a garotinha riu. Por um tempo elas ficaram conversando. Marina percebia a tristeza em sua voz. Ela descobrira que a Mariazinha vivia sozinha, que nunca tinha conhecido o mar e nem saído para muito longe de sua casa. Ela só vivia lá, sentada, sozinha. Marina não gostava de ver pessoas tristes e tentou desconversar, falando do quão lindo era a flor na mão da garotinha.

É verdade. Rosas são lindas. – comentou, doce e sonhadora.

Mas por que seus pais não te deixam sair? – perguntou Marina, inocente.

É um segredo... – ela hesitou – Mas se você não falar pra ninguém, eu te conto. – Marina assentiu. Maria, de alguma forma, sabia que podia contar com aquela jovem que acabara de conhecer – É por que eu sou um deles. – disse, baixinho.

Marina já suspeitava disso, pois ela era uma e tinha uma semelhança entre elas: seus cabelos não eram de cores naturais.

Mas o que você consegue fazer? – perguntou. Maria olhou para suas mãos e depois se virou para um par de luvas azuis que estavam jogadas em cima de uma pedra.

Eu não sei bem... Talvez eu possa deixar as coisas mais geladas... Mas não é gelo... Meus pais dizem que é cristal.

Marina sorriu. Era muito fofa a garotinha contando sobre sua vida, sem, ao menos, conhecer tampouco o mundo que a rodeava.

Eu também sou um deles. – ela se aproximou do ouvido da garotinha e murmurou, como a própria havia feito.

E o que você pode fazer? – indagou, curiosa.

Eu posso parar o tempo. – a garotinha trouxe um esgar risonho.

Tipo deixar tudo parado mesmo? Até os passarinhos e as folhas que ficam balançando?

É, desse jeito.

E a rosa que estava nas orelhas da garotinha voou com a ação do vento. Ela tomou uma altura que a garotinha não alcançava e uma velocidade que ambas não alcançavam. Maria gritou um “Minha flor.”, antes de vê-la parada no ar, imóvel. Assim como a rosa, as folhas, os pássaros e o vento pararam. As formiga que caminhavam com pedaços de olha em seus ferrões cessaram. Tudo estava em pause.

Marina se esticou e pegou a rosa, entregando para a pequena amiga nova.

É... Desse jeito... – disse Maria, recebendo o que tinha deixado voar.

4

Dia: 21 de março de 2047, às 17:21. Casa de Joana.

A festa que Joana havia dado em sua casa rendera boas ordens para a empregada, que prometeu ficar de bico calado. Joana estava feliz por ter ficado com dois rapazes do ensino médio, que normalmente – sempre – eram melhores do que os do ensino fundamental. Não estava com medo de pegar sapinho; já tinha ficado com bem mais do que isso e nunca tinha acontecido isso com ela. Talvez porque seu organismo anormal fosse mais resistente do que as pessoas comuns. Lembrar de que era um deles a fez ficar triste.

Maldito eles...

A empregada dissera que tinha de sair mais cedo. E Joana permitiu, ignorando o fato de que ainda tinha algumas coisas para fazer. Ela estava deitada no sofá, mexendo no seu Galaxy. Conversava com uma de suas amigas, contando os babados que ela tinha perdido. Estava tão entretida contando vantagem que não percebeu um barulho vindo da porta. Mas não era barulho de arrombamento ou de “abertura”; era um barulho de areia caindo, como numa ampulheta de jogo como “Enigma”.

O barulho fora causado por Alberto, que vinha fazer seu serviço que, segundo seu “chefe”, estava em casa sozinho. Mas ele não contava que o homem estava em outra cidade fazendo compras e que quem estava lá era sua filha, Joana. Ele começou a se esgueirar pela cozinha, que era grande e branca, com uma mesa grande no centro e armários flanqueando as paredes. Ainda tinha um fogão de seis bocas e prateleiras com microondas, forno e um liquidificador que parecia ter sido acabado de usar.

Ele continuou a andar. Sua discrição era imensa, e ninguém, em sã consciência, diria que um homem encorpado como aquele poderia ter tamanha habilidade furtiva. Mas ele precisava disso; precisava para entrar escondido, matar a vítima que precisava ser morta e, por fim, voltar para a rua sem ser notado. Isso sempre era fácil. Mas parecia que dessa vez não.

Q-quem é você? – disse, deixando o Galaxy (que ele pensou em roubar) cair no chão.

Se você ficar de boca calada, você pode não sofrer... – ele continuou a andar, lembrando das ordens do seu chefe: “Ele, a esta hora, deve estar no seu quarto, trepando com a esposa. O quarto fica lá no segundo andar; a segunda porta a direita.”

O que você quer? – perguntou, já chorando. A aparência do homem trazia medo para Joana.

Nada que seja da sua conta... – e subiu as escadas. Alberto não queria matá-la, mas, se tivesse de fazer, faria. Aquela garota parecia ser daquelas burras que não se lembrariam de nada durante um depoimento. Ele subiu as escadas.

Alô...? Polícia...? – era a garota no seu telefone. Ela já começara a atrapalhar. Teria de morrer. Polícia era algo muito radical. Não precisava disso tudo; bastava ela ceder, fingir que Alberto não estava ali, ele matar Antônio e sair feliz da vida atrás de sua gorda recompensa. Mas parece que nada seria como ele pensava – Não, eu não sei a porra do meu endereço. Mas fica de perto do centro...

Alberto avançou. Num susto, Joana largou seu telefone que se quebrou ao cair no chão. Ela gritou de raiva e medo e saiu correndo, chorando. Ela ousou subir as escadas, aspirando por seu quarto, onde havia o outro telefone mais perto. A casa era divida em duas partes; e na outra parte era onde estava o fixo. Porém, o homem era rápido, não parecia ter tamanha velocidade naquele corpo. “Maldito!”, pensou e continuou a correr. Seu quarto ficava na primeira porta e ela se esgueirou pra lá. Mas foi quando se lembrou que havia deixado seu iPhone na outra parte da casa. Ela se xingou por ser tão distraída e se escondeu no banheiro.

Alberto não tinha seguido de cara a garota; ele fora no quarto onde estava seu objetivo. Mas, para seu azar, o homem não estava lá. Ficou com raiva e pensou em ir embora e xingar o cara que mandara ele ir ali numa hora onde a vítima não se encontrava; mas se lembrou da garota. Ela podia chamar a polícia e a coisa ficaria preta para o lado dele. Então ele teria de matá-la. Para fazer seu serviço, engatilhou a arma. Não queria mostrar para a garota que ele era um deles.

No banheiro, Joana começou a ouvir os passos em sua direção. Ela tentava abafar o choro. Estava sozinha e não podia fazer nada. Foi quando viu uma lixa. É, agora ela tinha um plano. Colocando-o em prática, atentou-se aos sibilos produzidos pela bota do homem. Ele sabia que ela estava ali dentro. E foi chegando. Ele tentou abrir a porta. Não conseguiu; estava trancada. Arrombar seria difícil, mas não quando o metal que segura a porta está com a oxidação acelerada, deixando-o num estado caquético. Assim, ele, usando os ombros, quebrantou a porta.

Quando a porta se rompeu, um poderoso soco atingiu sua bochecha, jogando-o para o lado esquerdo, onde ficava a porta. Sua visão embaçou e ele observou o esvoaçar dos pombos na janela que tinha vista para a rua. Como aquela garota tinha tanta força? Conseguira derrubá-lo com um mero soco. Tudo bem que ele estava desprevenido, mas, mesmo assim, necessitava de uma força extraordinária para um feito daquele. Mas não seria por isso que ele perderia. Ele se levantou, pegou sua arma, mirou a cabeça da garota que estava paralisada (talvez devido ao susto ou ao medo. Talvez por causa de ambos) e puxou o gatilho.A bala percorreu todo o caminho e atingiu a testa da garota. Uma poça de sangue se formou sob ela.

O plano de Joana não dera certo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam, gente?
Aceito sugestões, críticas (construtivas) e recomendações! ;D
Estou muito empolgado com a Fic, e isso fora bem difícil de acontecer comigo. Por isso quero agradecer aos maravilhosos reviews de todos.
Ah, Fanatica, não abandone a Fic, somente por causa disso, ok? Prometo qe no próximo episódio rolará reviravoltas ótimas!
Ps.: Não vou usar aquela tática de: "Se você não comentar, seu personagem morre", pois eu acho que mortes afetam muito o contexto, por isso eu prefiro elaborá-las com mais precisão. Mas comentários sempre ajudam!