The Blue Blood escrita por Mrs Granger


Capítulo 11
#11




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Andaram pelo corredor longo e bem iluminado antes de chegarem à praça central. Estavam no andar de baixo, no subsolo, mas o lugar era tão bem iluminado quanto a superfície.

– Isso tudo é feito de gelo? – Lara comentou, impressionada, enquanto observava o chão, o teto e as predes reluzentes.

– É quase como gelo – Janna respondeu enquanto passou o indicador numa das paredes – Mas o material é bem mais resistente, não é frio e não derrete fácil. Bem, de gelo mesmo só a aparência. É uma pedra super-resistente, mas também é bem maleável. Faz sentido para você?

–Um pouco. – Lara admitiu. – É forte, mas não é dura. Isso que está dizendo?

– Isso, basicamente. A pedra também é usada para fazer armas.

– Armas?

– Sim. Millions está em guerra, Lara. – a expressão de Janna ficou cansada de novo e toda a empolgação evaporou de seus olhos. – Por isso estamos ajudando-os. Pollions é um inimigo difícil de derrotar, além de ser um planeta horrível, cheio de monstros, gigantes, dragões e daquelas criaturas que você viu em sua casa. Aquilo vem de Pollions também.

Agora as coisas começavam a fazer um pouco mais de sentido. Pollions estava perseguindo os Iniciados por que estes estavam do outro lado da guerra. Por isso os guardiões e todo o treino para os sete Iniciados: para que pudessem ajudar Millions na guerra contra Pollions. Eles tinham uma tarefa a cumprir.

– Só mais uma coisa, Janna.

– Pode perguntar.

– Não é bem uma pergunta, é um pedido.

– Claro – Janna olhou de relance para Lara. As duas se aproximavam de uma grande fonte azul que ficava no centro da praça.

– Eu quero ligar para o Alex. Tem como? Algum dispositivo de comunicação funciona aqui em baixo?

Janna suspirou.

– Funciona, é possível sim. Mas para que quer ligar para ele, Lara? Ele tem um filho com outra menina, você mesma disse. – Janna parecia indignada. – Deixe-o para lá.

“Fácil, se eu não estivesse apaixonada por ele.”

– Eu não acredito – Janna arregalou os olhos – você gosta mesmo dele, não é? – Um sorriso enorme se espalhou pelo rosto dela e Janna cutucou o braço de Lara. – Não acredito!

– Para com isso! – Lara afastou a mão de Janna com um tapa, e depois riu também.

– Ai, o Lucas tem que saber disso! - Janna comentou toda animada – Ele vai zoar taaaanto...

– Ei! – Lara a empurrou – Eu sei de umas coisas bem comprometedoras sobre você. Sugiro que guarde segredo.

– Ah, é? - Janna parou de andar a ficou frente a frente com Lara – Que coisas comprometedoras sabe a meu respeito?

E toda a tensão dos momentos anteriores havia se quebrado.

– Ah, muitas, muitas coisas. Aquela noite na pizzaria – Lara fez um sinal de aspas com as mãos – foi bem embaraçosa, não?

– Lara... – Janna virou-se de costas para ela – você é uma menina má. Continue assim e eu não te mostro a sala de banhos. E, confie em mim, você não vai querer perder isso.

Dizer que a sala de banhos era incrível seria uma modéstia. O lugar era sensacional.

Assim que as garotas cruzaram a praça principal – que por sinal estava cheia de gente esguia e elegante – Janna conduziu Lara por uma porta transparente. Do outro lado, um corredor cheio de vapor se estendia por uns quatro metros. O ar estava carregado de um aroma cítrico e suave, que penetrou nas narinas de Lara e instantaneamente a fez relaxar. Apesar de o ar estar pesado devido as essências e vapores coloridos, não era difícil respirar.

Caminharam por alguns metros no corredor quente e aconchegante, quando finalmente Lara ouviu o barulho de água corrente. O corredor terminou abruptamente num degrau de madeira, pedra e grama.

Quando Lara levantou os olhos, perdeu o fôlego.

Dispostas num enorme círculo por toda a sala – que devia ter o tamanho de meio campo de futebol – havia diversas cavernas pequenas, do tamanho de boxes de banheiro, envoltas por águas de cachoeiras. A água caía produzindo um som suave e constante, e brilhava em diferentes cores pálidas: azul claro, amarelo, laranja suave, vermelho, verde... Perto de cada cachoeira havia pedras coloridas, também em tons claros, cercadas por diamantes. As árvores, plantas, e inúmeras flores que se espalhavam pelo local eram todas de cristais límpidos, polidos e brilhantes. Uma fresta de raio solar entrava pelo centro do teto abobadado e coberto de heras.

– Uau! – Lara exclamou.

Algumas borboletas voavam pela sala. Fadas estavam se banhando em suas cavernas, escondidas pela água colorida que fazia o papel de cortina. Outras mulheres de cabelos extremamente longos, feições suaves e orelhas pontudas se arrumavam perto de um grande cristal transparente que fazia a função de espelho.

– Isso é sensacional – Lara virou-se para a amiga –Posso?

– Claro – Janna sorriu – Vou pedir a uma fada que deixe as toalhas e roupas limpas na sua cachoeira. Coloque essa flor numa das pedras – Janna estendeu a ela uma florzinha discreta de cristal amarelo-claro. – Assim vão saber que você precisa de roupas.

Lara agradeceu, pegou a florzinha e se dirigiu à cachoeira mais próxima. O chão era coberto de grama pálida, pedaços de folhas e flores que, por mais que se parecessem com cristais, não eram duros e não machucavam os pés. Lara demorou só um segundo para tirar o sapato e sentir o chão macio e fresco sob a sola dos pés cansados.

“Isso é muito bom.”

Ela entrou na caverna de roupa e tudo, e imediatamente a água colorida começou a cair bem na sua frente, formando uma cortina. A caverna úmida ficou quente, repleta de vapor e de um cheiro cítrico de laranja. Na parede de pedra mais ao fundo havia uma centena de desenhos indicando várias flores, aromas, xampus e sabonetes para acompanhar o banho. Água quente começou a cair do teto, inicialmente bem devagarzinho num fio tímido, e depois se avolumou. Lara rapidamente tirou as roupas e pendurou-as uma saliência de pedra coberta por um musgo prateado.

Fechou os olhos e aproveitou cada segundo daquele banho relaxante e delicioso. Esfregou os pés, mãos, braços, unhas, lavou os cabelos. Toda a tensão abandonou seus músculos. De olhos fechados, ela ensaboou os ombros com uma espuma laranja e sentiu o perfume que começava a se fixar em sua pele.

“Muito, muito bom”. Ela sorriu. “Isso aqui é um paraíso.”

Durante o banho, uma ou duas boletas brilhantes entraram em sua caverna, mas Lara nem reparou. Ela estava suficientemente cansada e tranquila para deitar ali mesmo e tirar um cochilo. Forçou-se a ficar acordada e terminar de se lavar. Depois de uns minutos, a silhueta de uma fada azul pairou sobre a entrada de sua caverna e deixou na pedra algumas toalhas e um monte de roupas. A fada recolheu a florzinha de cristal e se retirou batendo as asas suavemente, o vestido comprido esvoaçando aos seus pés.

Quando estava pronta, suficiente limpa, perfumada e relaxada, Lara puxou a toalha e as roupas para dentro da caverna, se secou e se vestiu. A fada tinha levado para ela um vestido lilás de cintura justa que terminava no meio das suas coxas. Lara teria se sentido mais a vontade num bom e velho jeans e numa camiseta simples, mas resolveu não discutir. Colocou o vestido, e até que lhe caiu super bem.

– Olha só o que um belo banho não faz com as pessoas – Janna comentou alegremente quando ela e Lara se encontraram na praça principal. – Você parece ótima.

As duas se sentaram na fonte e ficaram observando a água límpida e cristalina que caía da boca de sereia esculpida em gelo.

– Aqui há sereias também? - Lara perguntou.

– Não, não há. As serias são mesmo um mito, uma fantasia. Aqui só temos sete seres mágicos legítimos.

– Seres mágicos legítimos? – Lara torceu o nariz – Isso parece bem estranho.

– São seres que sempre existiram em Millions, desde o início dos tempos.

_ Quais são os sete seres? – Lara lembrou-se de Janna abrindo a porta para a Sede no armazém. Ela dissera algo sobre “Sete Seres mágicos do oitavo mundo...” Por aí. – Acho que você os mencionou quando abriu a porta com aquela faca, não?

– Sim – Janna sorriu. Ela também estava vestindo roupas limpas e tinha o cabelo ruivo preso numa trança cravejada de pedras verdes que combinavam com seus olhos. – São os magos, as fadas, os elfos, os gnomos, os gigantes, os centauros e... bem, os Iniciados.

– Iniciados são considerados um tipo especial de ser mágico?

– Bem, como não nos encaixamos em nenhuma outra categoria e temos funções especiais na sociedade, somos considerados uma classe a parte.

– Mesmo sendo só sete pessoas?

– Sete é um bom número – A garota sorriu. – agora preciso ir. Sabe achar seu quarto?

– Claro. – Lara achava que se lembraria bem do caminho assim que explorasse um pouquinho os corredores.

– Só tente não arrumar confusão.

– Vá logo, Janna. Lucas deve estar se consumindo de saudades. – Lara dirigiu a ela um sorriso travesso. – Eu me viro. Juro que não vou destruir nada. – Ela piscou.

– Tudo bem – Janna se levantou e alisou a saia do vestido branco. – Ah, mais uma coisa. Seus pais já devem estar bons, pode passar na sala da cura se quiser vê-los. Caso tenha esquecido o caminho... Bom, pergunte a alguém. Tem gente de sobra aqui. – e de fato a praça estava cheia de gente comendo, bebendo e conversando. - Se cuida.

– Espere um pouco – Lara se levantou num salto – Não está esquecendo nada?

Por um minuto, Lara quase deixara passar.

– Você prometeu que me deixaria ligar para ele. – Lara disse.

– Ah, sério? – Jana revirou os olhos. – Pensei que tinha esquecido isso. – Ela soltou o ar com força. – Ok, vá em frente. Mas nem pense em consolá-lo, ouviu? Ele fez o filho porque quis, ele que arque com as consequências.

“Ele não queria que terminasse assim.” As palavras quase saíram da boca dela, mas Lara conteve-se e se contentou em ter um telefone para falar com Alex. Janna parecia bem disposta a atacá-lo e a última coisa da qual precisava era uma discussão.

– Muito bem – Janna estendeu para ela um pequeno dispositivo touch screen, pequeno demais para um celular, grande demais para um relógio. O dispositivo tinha o tamanho da palma de Lara.

– E como uso isso?

– É só dizer o nome da pessoa com quem quer conversar.

– Só isso?

– Sim.

E Janna saiu meio contrariada enquanto Lara segurava o pequeno aparelho nas mãos.

“Tão perto, tão perto de falar com ele, de ouvir a voz dele...”

***

Janna andou pelos corredores amplos e movimentados, seus sapatos ecoando contra o piso de pedra. Finalmente ela teria um tempo a sós para conversar com Lucas.

– Oi, posso entrar? – Ela colocou a cabeça para dentro do quarto onde Lucas estava. Sentado numa mesinha de vidro, ele analisava um monte de papéis e coçava a cabeça, um tanto nervoso.

– Não faz o menor sentido – Ele resmungou – Não há a menor chance de que um dos Iniciados seja do sangue azul. Kith está tramando alguma, mais uma vez. Como eu queria ter as visões da Lara nessas horas. – O garoto fez uma pausa e se lembrou da amiga. – Falando nisso, onde ela está?

– Deixei-a na fonte um pouco. Ela foi ligar para um tal de Alex. – Janna riu com a expressão de espanto no rosto de Lucas – Isso mesmo, é esse Alex em quem você está pensando.

– O pegador? – Ele franziu a testa. – Isso não é nada bom. Ele é falso, Janna. Não confio nele. Por que deixou a Lara ligar para ele?

– Ela insistiu bastante.

Ele revirou os olhos.

– Só espero que ela não conte nada do que aconteceu e nem tente explicar onde ela está...

– Fica frio – Janna foi até o encosto da cadeira e pôs as mãos no ombro dele. Massageou-os bem devagarzinho. – Você está muito preocupado.

Lucas fechou os olhos e respondeu:

– É claro que estou preocupado. Esse plano da Kith... Se der certo, sabe que estamos mortos, não é?

– Não vai dar certo – Janna abaixou-se um pouco e sussurrou no ouvido dele. – agora será que podemos esquecer isso, só um pouquinho?

– Claro – e balançou a cabeça, um pouco sem jeito. Há dois anos, quando começara a estudar com Janna, tinha se apaixonado por ela e nunca fora correspondido. Agora que os dois estavam finalmente namorando, era tão bom que não parecia real. Lucas se perguntava se Janna sentia a mesma coisa ou se achava estranho namorar o cara que fora seu melhor amigo.

– Janna... – ele se virou e encarou-a. Ela estava linda, sem dúvida, com os cabelos cor de fogo trançados e aqueles lindos olhos verdes... Lucas se esqueceu do que ia dizer. Abaixou os olhos e murmurou - Eu acho... Tenho um pressentimento ruim.

– Sobre? – Ela agora estava mais perto, os lábios quase se encostando nos dele.

– Isso não vai acabar bem.

– Ao que, exatamente, você está se referindo? – a voz dela era baixa e doce, quase o deixava hipnotizado.

– Eu... – o que ele estava dizendo mesmo? – Deixa pra lá.

Então ele se inclinou e a beijou. Foi um beijo suave, doce no início, mas depois foi ficando mais intenso.

– Escuta – Janna disse quando se separam e suas testas se encostaram – Nós vamos fazer o possível para achar os outros Iniciados. Vai dar tudo certo.

Embora Janna não tivesse certeza nenhuma de que tudo ia acabar bem e suas palavras soassem falsas e vazias, ela precisava se agarrar a essa centelha de esperança.

– Eu queria tanto que você estivesse certa – Lucas tirou uma mecha de cabelo da frente do rosto dela. – Queria mesmo.

Eles fecharam os olhos e se beijaram de novo. Nenhum dos dois soube dizer por quanto tempo haviam ficado ali. Lucas se levantou e abarcou-a pela cintura.

“Você é tão linda, Janna. Eu vou fazer de tudo, tudo mesmo, para te proteger.” Talvez ele devesse ter dito isso em voz alta, mas preferia manter essa sua promessa em segredo. Murmurar isso para si mesmo o faria se lembrar de como amava Janna e do quando se importava com ela.

Um murmúrio vindo do lado de fora atraiu a atenção deles.

– O que está acontecendo? – Janna correu até a porta, ainda segurando a mão de Lucas.

Do lado de fora, um verdadeiro caos se espalhava. Pessoas corriam para todos os lados, gritando ordens, chamando diversos nomes, desviando das garçonetes com bebidas coloridas e se atropelando pelo corredor.

Janna segurou o braço de um elfo que passava apressado pela porta de seu quarto.

– O que está acontecendo? – Ela gritou para ser ouvida acima do barulho.

Soltando –se do aperto de Janna, o elfo disse as palavras que fizeram o coração dela disparar:

– Nova Iniciada!

“Ah. Meu. Deus.”

Janna olhou para Lucas rapidamente e os dois desataram a correr.

Eles disparam pelo corredor desviando-se bruscamente das pessoas e seguindo o fluxo da multidão. Dezenas de pessoas se amontoavam e se acotovelavam na escada, tentando subir.

– A iniciada deve estar lá em cima! – gritou Janna. Ela desviou-se de uma fada, quase tropeçou num gnomo marrom e verde (que gritou: Ei, olhe por onde anda!), trombou com algumas garçonetes e quase escorregou numa poça de bebida azul. Segurando-se a Lucas pelo pulso, os dois abriram caminho com os cotovelos, gritando “Deem passagem, somos Iniciados!” Algumas criaturas abriram caminho, mal humoradas, outras trocavam olhares apreensivos e diversas os encaravam com pura curiosidade nos olhos. Eles sabiam que o encontro de uma nova Iniciada era um bom presságio, afinal se encontravam mais perto de reunir a Legião.

– Saiam, por favor – Janna conseguiu chegar à escada e começou a subir – Com licença, somos Iniciados, precisamos passar!

Um pensamento súbito atacou sua mente em meio à confusão: Lara. “Onde será que ela está?”

Ofegantes, os dois chegaram ao andar superior. Um aglomerado ainda maior de pessoas se encontrava perto da porta, a alguns metros da fonte.

– Com licença! – Ficava cada vez mais difícil atravessar o mar de gente. – Precisamos passar, somos Iniciados, precisamos ver...

Então sua voz morreu. Um círculo de fadas estava de olhos no chão, algumas estavam agachadas cuidando de um ferido, enquanto outras mexiam em remédios, potes d’água e toalhas brancas manchadas de sangue.

– Vai ficar tudo bem... – Janna escutou uma fada falando suavemente com pessoa caída no chão. – Fique calma...

Um grito. Um grito ensurdecedor e agonizante cruzou as paredes do salão.

Janna sentiu o estômago embrulhando, mas mesmo assim respirou fundo e forçou-se a avançar. Lucas estava petrificado, logo atrás dela, os olhos vidrados no corpo jogado no chão.

– Meu amor, pode ficar aqui – Ela cochichou. Sabia que Lucas tinha sérios problemas com gente ferida e morrendo de dor “Também, quem é que não tem?” Mas ele também não podia ver sangue. Não era uma frescura, Lucas simplesmente se sentia mal e desmaiava. “Lara... Se ela estivesse aqui, poderia ajudar o Iniciado ferido...” Janna se aproximou mais um pouco, afundando no círculo de pessoas que cochichavam agoniadas.

– Acha que a garota vai ficar bem? – Murmurou uma maga de cabelos roxos que segurava um cajado de ouro nas mãos.

– Talvez, mas os ferimentos são bem sérios. – Respondeu uma fada que carregava um gnomo em seu ombro. O gnomo se esticava e fazia de tudo para ver o que estava acontecendo além do mar de cabeças.

Janna finalmente abriu caminho e chegou ao corpo. Era uma garota, mas o rosto estava tão ferido que chega a ser irreconhecível. Ela tinha uma faca presa ao estômago e um monte de sangue saía da ferida, banhando sua camiseta de rubro. A perna estava retorcida num ângulo esquisito, e Janna podia jurar que havia uma saliência muito estranha no tornozelo da garota. “Uma fratura exposta” Ela compreendeu. Um arrepio fez sua espinha gelar e todo seu corpo crepitou de tensão. “Maldição.” A garota estava coberta de cortes, arranhões, sangue e hematomas. Janna desviou os olhos. A nova Iniciada virou o pescoço debilmente e falou, movendo os lábios inchados e ensanguentados:

– Lara. Onde ela está? – A menina tossiu sangue. – Por favor, tenho que falar com ela.

As fadas pareciam preocupadas demais com os ferimentos para darem atenção ao que a menina dizia. Janna tomou coragem para se aproximar, pediu licença a uma fada e ajoelhou-se ao lado da ferida.

– Você... – Janna engoliu em seco. Os olhos da menina estavam cheios de dor. Então ela perguntou a primeira coisa que lhe veio à cabeça, por mais inútil que a pergunta fosse – Como é o seu nome? – Janna gaguejou. Uma das fadas se virou para ela, carrancuda.

_Isso é hora de perguntar o nome da menina? - A fada revirou os olhos e tocou o tornozelo da garota, que soltou um grito, engasgou e tossiu mais sangue.

_Clara... – A menina sussurrou – Meu nome é Clara.


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