Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 9
Lightwood




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NO DIA SEGUINTE, TODOS ELES foram decorar a casa para o Natal, como havia dito Harry. Alvo, Tiago, Rosa, Hannah, Mary e Michael ficaram para decorar o hall de entrada, enquanto os adultos, Lílian e Hugo decoravam a sala de visitas.

– Os Scamander têm certo problema da cabeça, não é? – perguntou Michael enquanto ajudava Tiago a pendurar fitas no teto.

– Michael, rude! – exclamou Rosa. O garoto apenas sorriu debochando dela.

– Basicamente – respondeu Alvo – Menos Lorcan. Ele, depois do pai, é o mais são da família Scamander.

– Mas o irmão gêmeo é o oposto – observou Tiago colocando uma estrela na porta – Lysander é muito excêntrico, como Luna.

– Percebe-se – disse Hannah – Ela sempre faz coisas como guisado de plóctons?

– Geralmente – falou Tiago – Uma vez ela fez chá de essência de látex de água doce, que supostamente afasta os narimbuns. Não temos muita certeza se ela sabe que não fazemos ideia do que são narimbuns.

– E nem vou começar a falar do bolo de vômito – lembrou Alvo.

– Narimbuns e plóctons lembram coisas que bebês dizem quando estão aprendendo a falar – comentou Mary Ann, fazendo todos rirem.

– Mas no fundo, ela é uma boa pessoa – falou Rosa – Apesar da maluquice, é muito amiga da família.

– Verdade – disse Tiago – O nome completo de Li é Lílian Luna Potter. A Sra. Scamander é a melhor amiga da nossa mãe.

Distraído, Alvo pôs uma guirlanda na parede. Rosa enfeitou o teto com fitas douradas e vermelhas. Hannah e Mary Ann arrumaram artisticamente cordões verdes na moldura dos quadros ("Se eu pudesse usar magia, mudaria o formato das molduras para árvores de natal!” comentou Mary). Tiago e Michael colaram estrelas prateadas e douradas no teto, de modo que parecesse ser um verdadeiro céu.

Ao fim, o hall de entrada estava alegremente decorado. Depois de admirar seu trabalho, os seis subiram para a sala de visitas, onde os Potter e os Weasley haviam acabado de ajustar uma grande árvore de Natal. O teto estava belíssimo, também estrelado. As paredes foram enfeitadas com luzinhas mágicas, principalmente na parte do castelo, fazendo com que parecesse que Hogwarts estava enfeitada de luzinhas coloridas piscantes.

– Já terminaram lá em baixo? – perguntou Hermione alegremente – Ótimo! Já íamos te chamar. Resolvemos deixar para decorar a árvore todos juntos. Vamos, peguem os enfeites que quiserem – ela fez um gesto com a varinha e algumas caixas de papelão apareceram repletas de enfeites de natal.

Lílian e Hugo, animados, se adiantaram para as caixas e pegaram belas estrelas e outros objetos para pendurar nos galhos da árvore.

Hermione e Harry conjuraram bolhas cristalinas e levou-as até a árvore, como faziam todo ano, desde que Alvo se entendia por gente. Gina foi ajudar Lílian e Hugo a colocarem os pingentes nos lugares mais altos, e Rony foi procurar alguma coisa fora da sala.

Tiago e Rosa já haviam pegado cordões e luzinhas para por ao redor da árvore, e Mary e Hannah procuravam ansiosamente alguma coisa interessante nas caixas. Michael ajudava Lílian e Hugo a colocar os pingentes. Alvo apressou-se em pegar alguma coisa das caixas para ajudar. Enquanto procurava, Hannah e Mary acharam uma lata de neve falsa em spray, e Hannah explicou:

– Lembro-me que minha avó paterna usava isso na árvore de Natal dela. Eu ia passar o natal na casa de meus avôs trouxas, e gostava de brincar com essa “neve”.

Ela mexeu um pouco a lata e apertou o botãozinho do spray. Imediatamente, uma coisa branca e espumosa, que se parecia um pouco com neve, saiu da lata e escorregou pelo chão. Hannah sorriu ao ver os amigos olharem curiosos para a lata. De todos, ela era a única que sabia várias coisas sobre os trouxas.

Alvo voltou a atenção para a caixa de enfeites e encontrou algumas fitas douradas que poderia pendurar nos galhos. Imediatamente foi para a árvore e arrumou as fitas nos galhos.

Eles passaram alguns minutos ali, brincando com os enfeites e conversando. Em pouco tempo, Rony voltou com uma grande estrela que mudava de cor e a colocou no alto da árvore, por ser o mais alto de todos ali. Ao fim, uma grande, bonita e lotada árvore de natal enfeitava a sala de visitas.

– Ufa – suspirou tia Hermione – Ficou linda, não? Deu trabalho, mas valeu a pena.

– E nem demorou tanto – falou Gina sentando-se no sofá com o marido – Graças a ajuda extra que recebemos hoje – ela acenou com a cabeça para Michael, Hannah e Mary.

– Não foi nada – disse Mary modestamente.

– Querem um lanche, crianças? – perguntou tia Hermione.

– Não, tudo bem – disse Tiago – Pai, podemos sair um pouco?

– Não vão muito longe – foi a única coisa que Harry Potter disse. Já imaginava o que eles queriam fazer.

Tiago, Michael, Alvo, Mary, Hannah e Rosa saíram correndo da casa, antes que Lílian e Hugo dissessem “Podemos ir também?”.

***

– Com licença, o senhor sabe se por aqui há algum edifício grande e azul escuro? – perguntou Hannah a um trouxa que passava por ali.

Já fazia quase duas horas que estavam na rua e muito longe de casa. Ainda não haviam achado o edifício em que os Sothern moraram. A neve já era muita e eles se arrependeram de não terem levado casacos mais quentes.

– Há um seguindo por aquela rua, menina – disse o trouxa apontando para uma rua atrás dele.

– Obrigada – agradeceu Hannah educadamente, mas o trouxa já tinha ido embora apressado. Hannah torceu o nariz e seguiu com os outros pela rua, resmungando sobre a frieza dos trouxas dali.

– Hannah, você realmente não lembra o nome do edifício? – perguntou Michael meio impaciente.

– Eu tinha entre dois e seis anos, Mike – respondeu Hannah – Ninguém se lembra desse tipo de coisa com essa idade.

– Ah! – exclamou Rosa apontando para um prédio azul e alto – Eu acho que é esse

– É esse mesmo – Hannah não pôde conter um sorriso – Vamos.

Os seis se adiantaram para o prédio, mas havia um problema: como entrar lá. Eles se entreolharam por alguns segundos, e então Michael se adiantou:

– Tenho uma ideia – disse, indo até a guarita onde ficava o porteiro, dando seu melhor sorriso. Michael conseguia ser muito persuasivo quando queria. – Olá, nós viemos visitar uma pessoa do apartamento...

– 4C – completou Hannah.

– Ninguém mora lá – respondeu o porteiro, desconfiado.

– Desculpe, queríamos dizer o apartamento 4G – a reação de Rosa foi rápida – Eu disse a vocês que aquilo era um G!

O porteiro levantou uma sobrancelha.

– Vieram visitar a Sra. Lightwood? – disse ele. Hannah franziu as sobrancelhas, como se tentasse lembrar-se de algo – Têm certeza?

– Claro – Mary piscou algumas vezes, transmitindo total confiança na voz. Então Hannah pareceu ter levado um pequeno choque.

– Bem, e quem mais? – ela disse com uma tristeza na voz – Quer dizer, não a vejo há tanto tempo... E queria dar meus pêsames.

Os outros a encararam, mas ela apenas lançou um olhar de “explico depois”.

O porteiro pareceu tocado, apesar de ter erguido a sobrancelha novamente. Por fim, disse:

– Certo, vou interfonar. Mas duvido que ele queira recebê-los.

As crianças ficaram aliviadas. Honestamente, estava parecendo até fácil demais convencer o porteiro. Ele apertou alguns botões em um telefone à sua frente. Depois de três bipes, alguém atendeu.

– Que foi? – a voz era de uma senhora, e soava irritada – Minha revista semanal chegou?

– Não, senhora. Tem uma garota aqui te procurando. Ela se chama... – ele olhou para Hannah, que deu-lhe o nome rapidamente – Hannah Sothern.

A voz do outro lado da linha ficou calada por alguns segundos. E então...

– Não! Não quero ver essa garota nunca mais! Tire ela desse edifício! – e desligou abruptamente.

Hannah piscou, surpresa. Ok, não estavam esperando por aquilo.

O porteiro suspirou. Eles estavam congelados na frente da guarita. O que fariam agora? Mas então ouviram um barulhinho e viram que o portão da frente havia sido destrancado.

– Olhem – disse o porteiro – A Sra. Lightwood é meio perturbada... Acho que vocês entendem o porquê. Tentem falar com ela mesmo assim; ela me preocupa.

Os seis assentiram vigorosamente e foram correndo em direção ao elevador. Nem mortos que iriam falar com a senhora. Além de não ser o objetivo deles, não estavam com específica vontade de serem mortos por uma velha louca.

***

O apartamento 4C estava trancado.

– Tenho outra ideia – disse Michael, levando à fechadura da porta várias ferramentas estranhas que tinha no bolso. Depois de alguns minutos de tensão, a fechadura fez um clique satisfatório. Michael disse com um sorriso: – Truques de trouxas. Ainda bem que a Gemialidades Weasley mantêm essa seção.

Eles empurraram a porta, que rangeu. Aparentemente, ninguém morou lá depois dos Sothern.

O apartamento estava muito empoeirado e parecia pequeno mesmo sem móveis. Um corredor depois da sala conduzia aos quartos, e uma porta ao lado da porta da frente levava à cozinha. Eles tossiram ao adentrarem o local, que estava em silêncio profundo. Não era bom sinal.

Tiago seguiu discretamente para o corredor, com a varinha em mãos, e foi conferir os quartos. Mary foi com Hannah para a cozinha, e Rosa e Michael foram olhar a varanda. Alvo ficou na sala a observar cada detalhe. As paredes eram brancas e o chão também, mas ambos estavam empoeirados e estranhamente cinzentos. Tiago gritou dos quartos:

– Nada aqui!

Rosa e Michael gritaram logo depois voltando para a sala:

– Nem lá fora.

– Não preciso falar nada, preciso? – disse Alvo – Hannah, Mary, acharam alguma coisa?

Demorou um pouco até Hannah responder, saindo da cozinha com Mary:

– Só isso – ela estendeu um bilhete aos outros – Estava preso atrás da porta.

Alvo pegou o bilhete e viu a marca do Caliginem, a nuvem escura, na parte de baixo. Então, leu em voz alta:

– “Leiam o bilhete anterior novamente, crianças. Leiam novamente, e lembrem-se de tudo o que aconteceu a vocês até agora. Até o fim do ano.”

– Quê? – disse Tiago, confuso – Não faz sentido.

– Realmente – concordou Rosa, pensativa – “Leiam novamente”? “Lembrem-se de tudo o que aconteceu a vocês até agora”? O que isso significa?

– Argh – Michael se apoiou na parede, as mãos nos bolsos em sinal de derrota – Honestamente, acho que ele está apenas tentando nos enrolar. Isso já está ficando ridículo.

Hannah socou a parede, as lágrimas caindo.

– Tão, tão ridículo – ela murmurou. Mary pôs as mãos no ombro da amiga.

– Tudo vai dar certo – disse Alvo com a voz baixa – Se não era aqui, tem que ser em outro lugar.

– “Lembrem-se de tudo” – repetiu Rosa, enrolando os cabelos ruivos nos dedos – Isso me faz pensar...

– Hogwarts – completou Mary – Tudo que nos aconteceu até agora foi em Hogwarts. Está em algum lugar na escola.

– Debaixo dos nossos narizes o tempo todo – bufou Tiago – Tem razão, Mike. Isso tudo é só enrolação.

– Ele está tentando desviar nossa atenção – concluiu Alvo – Mas porque ele deixa esses bilhetes? Porque ele quer tanto que Hannah o encontre?

– Não só eu – lembrou Hannah – Agora ele se refere a todos nós. Mas respondendo a sua pergunta... – ela suspirou longamente – Ele me conhece. Sei que sim. E acho que eu devo ter feito algo horrível a ele. Não sei.

– Quem é Lightwood? – Mary lembrou-se de repente – Quer dizer, acho que já ouvi esse nome antes.

– Deve ter ouvido mesmo – Hannah deu um sorriso triste – A Sra. Lightwood sempre foi minha vizinha. Fazia biscoitos para mim e Cody nos domingos. Ela tinha uma filha adotiva, Alice. Era um pouco mais velha que eu, e nós costumávamos brincar juntos. Ela era bruxa também, nascida-trouxa. Conseguia fazer flores murchas reviverem – Hannah parecia nostálgica.

– Ela... – Rosa começou, mas não pôde terminar a frase. “Ela morreu?”.

– É. Não sei muito a respeito. Quando eu tinha dez anos minha mãe comentou ao café da manhã que ela tinha morrido. Na verdade, que ela tinha... Se suicidado.

Os outros arregalaram os olhos, piscando surpresos.

– Não é exatamente um bom assunto para o café-da-manhã – Michael comentou em seus acessos de humor inadequados.

– Eu não entendo... – Hannah pôs a mão na cabeça como se aquilo fosse ajuda-la a pensar melhor – Porque a Sra. Lightwood reagiu daquela maneira? Ela sempre gostou muito de mim.

– Bem, faz muito tempo, Hannah – Alvo disse cautelosamente – As pessoas mudam.

A garota torceu a boca, pensando.

– Pode ser – foi tudo o que disse.

– Devíamos ir – sugeriu Rosa, para evitar mais um daqueles silêncios desconfortáveis. Parecia querer falar algo mais, mas parou. Desapontados, os seis saíram do apartamento sem vida...

...Apenas para trombar com uma velha desarrumada numa camisola ao fecharem a porta.

Tiago, que estava na frente, levou um susto e gritou. Tinham sido pegos. Michael começou a xingar e Rosa começou a repreendê-lo. E no meio daquele caos, a velha começou a ficar vermelha como um tomate, pois havia avistado Hannah.

A senhora tinha pesadas olheiras embaixo dos olhos, era curvada e tinha os cabelos grisalhos presos em um coque bagunçado. Não parecia o tipo de vovó que fazia chá com biscoitos, mas Hannah gritou:

– Sra. Lightwood... – a voz dela foi morrendo.

– O que está fazendo aqui? – a velha levantou a bengala que levava e fez menção de bater nas crianças com ela – Eu disse para aquele porteiro inútil... Ah, ele vai se ver comigo! E vocês! – ela bateu no ombro de Tiago com a bengala.

– Ei, ei, ei! – Tiago agarrou a bengala e a tirou da Sra. Lightwood – Senhora, me perdoe, mas acho que educação é o mínimo que se espera de alguém da sua idade!

Alvo deu um tapa em sua própria testa.

– Não está ajudando.

– É culpa sua! – a Sra. Lightwood apontou um dedo esquelético para Hannah – É tudo culpa sua! Minha pequena Alice...

– Eu...? – Hannah sussurrou.

– Sra. Lightwood, você deve ter entendido algo errado – respondeu Mary Ann firmemente.

– Ah, não, não, não! – a cada segundo a senhora ficava mais vermelha – Lembro-me bem! Fazem dois anos, creio eu... Um homem aparece na minha casa, aponta uma dessas suas varinhas mágicas e... Minha garota nunca mais pode trazer as flores de volta...

– Espera – Alvo franziu as sobrancelhas – O quê?

Os seis se olharam com urgência. Não seria possível...? Seria? O Caliginem havia estado ali? Dois anos antes de sua “estreia”?

– Sra. Lightwood – a voz de Hannah estava ansiosa por respostas. Mas a velha de repente parou e franziu a testa.

– O que estou dizendo? – resmungou ela, e tornou a gritar: - Saiam! Saiam da minha casa!

Ela recolheu a bengala de Tiago com uma força impressionante e ficou sacudindo-a com uma expressão de ódio no rosto. Alvo percebeu que não era boa ideia insistir.

– Vamos – disse ele. Hannah o encarou – Vamos! Não conseguiremos muito mais aqui...

Eles se dirigiram ao elevador com uma irada Sra. Lightwood gritando atrás deles.

***

– Por Merlin, onde vocês estiveram?! – tia Hermione estava furiosa – Já passa das seis, e não podíamos ver vocês pela janela! Aliás, não podíamos te ver pelos dois quarteirões ao redor! Vou mandar corujas para os pais de vocês! – ao dizer isso, Hannah retrucou furiosa:

– Pois mande quantas corujas quiser, quem vai ler será o Caliginem! – E girou nos calcanhares para subir as escadas.

Tia Hermione corou bruscamente, mas continuou brava:

– Rosa, você está de castigo por hoje! Não saia do quarto de Lílian! – Rosa subiu as escadas sem reclamar, enquanto tia Hermione continuava: - Gina, sei que não posso dar castigos em Alvo e Tiago, mas...

– Pois eles também estão de castigo! – era raro ver Gina Potter brava, então Alvo não pode deixar de ficar assustado – Podem sair de seus quartos, mas não comerão doces esta noite, nem brincarão com essas coisas da Gemialidades Weasley! Me dá isso aqui, Tiago! Ótimo. Alvo, você também, dê-me os brinquedos e os doces! – Alvo, de má vontade, deu as balas e a caixa de cremes de canário para a mãe – Agora, vão para os seus quartos!

Alvo, Tiago, Michael e Mary Ann seguiram para o quarto de Lílian, o único onde poderiam ficar todos juntos, e entreouviram Harry dizer:

– Ora, meninas, não acha que exageraram? Nada deu errado.

– Claro, Harry, mas são os filhos dos outros aqui... – ouviu-se a voz de Hermione – O caso é se eles tivessem se machucado.

Hannah e Rosa os esperavam no quarto de Lílian. Eles entraram sem bater. O quarto era completamente azul, cheio de pôsteres das Harpias de Holyhead e da banda As Esquisitonas.

– Eles estão bravos – comentou Michael debilmente.

– Não acho – argumentou Alvo – Eles nem perguntaram onde estivemos, nem o que fomos fazer fora de casa.

– Papai até nos incentivou a fazer nossa própria investigação – resmungou Tiago – Não sei por que ficaram bravos.

– É porque nós não somos da família – respondeu Mary, referindo a ela, Hannah e Michael – Eles têm que ser responsáveis conosco. Se acontecer alguma coisa, nossos pais vão por a culpa nos seus pais. Pelo menos, os meus certamente iriam.

– Além disso, tio Harry pode ter aceitado, mas mamãe nunca faria o mesmo – lembrou Rosa – E ela deve ter percebido nossas intenções. Alvo e Tiago não brigaram nem um pouco desde que chegaram. Pra quem convive com vocês, isso é estranho...

Hannah mantinha-se quieta num canto, enrolando e desenrolando o bilhete do Caliginem que tinha em mãos.

– Alice se matou por causa do Caliginem – disse Hannah de repente. Todos se viraram para ela – Ela preferia morrer a nunca mais ser capaz de fazer magia.

Houve um silêncio mórbido.

– Por que o Caliginem foi até ela? – mesmo a voz baixa de Alvo parecia alta.

– Teste – Mary respondeu rápido – Se... Se ele inventou a varinha, precisava testá-la, mas não em alguém que chamasse atenção.

– A Alice ia para uma escola de magia americana – informou Hannah.

– Hum – murmurou Rosa – Os americanos são muito orgulhosos para deixar uma notícia como essas vazar...

– Mas eu me pergunto – começou Tiago sombriamente – porque a Sra. Lightwood ficava dizendo que era tudo culpa da Hannah...

Era óbvio, mas ninguém queria dizer em voz alta. O Tal havia mencionado algo sobre Hannah ao tirar os poderes de Alice; por que ele fazia aquilo? Vingança? Se sim, o que ele era da garota, afinal?

– E agora? – Mary mudou de assunto – Não era o antigo apartamento de Hannah, então onde pode ser em Hogwarts?

– Não sei – falou Tiago – Mas tenho desconfiado da Sala de Hogwarts.

– A Sala de Hogwarts? – repetiu Rosa – Por quê?

– Se o Tal vigia Hannah tanto assim, provavelmente sabe da Sala. Além disso, a última sala, que muda para cada pessoa... Ele pode esconder alguém lá muito bem.

– Seguindo essa lógica, também tem a Sala Precisa – comentou Michael.

– Eu diria a Floresta Proibida – opinou Alvo – Ele veio de lá, provavelmente mais de uma vez. E o Staples estava tentando chegar no centro da Floresta, então a “base” do Caliginem deve ser por lá.

– Pode ser... – disse Rosa – Mas se ele veio de lá no Dia das Bruxas, e nos outros dias? Lembram que, da primeira vez, veio um monte de neblina de repente e ele apareceu? E ainda não compreendo como ele entrou no nosso dormitório naquela noite.

Alvo refletiu. Um contra-feitiço era possível, mas o traidor deveria de saber uma magia avançada. Alunos como Victoire, pomposos, orgulhosos e inteligentes eram muito possíveis traidores. Porém, os grifinórios eram fieis demais para sequer considerar traição. Mas seus pensamentos foram interrompidos por um grito de sua mãe lá de baixo:

– Hora do jantar!

– Já estamos indo! – respondeu Tiago.

Os seis desceram relutantes para jantar, chateados por terem sido interrompidos no meio de um de seus muitos debates.


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