Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 14
Old - Mais Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Thiago Sirius Lupin, que começou a ler a fic.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191848/chapter/14

– NÃO PRECISAM SE PREOCUPAR – disse Madame Pomfrey enrolando a cabeça de Tiago com um curativo – Ele já estará voando de novo daqui a dois dias.

– Beleza – falou Michael com um suspiro de alívio.

– Agora, crianças, vocês podem sair, por favor? – pediu Madame Pomfrey – A ala hospitalar tem estado muito movimentada nos últimos dias. A Srta Zabini está aqui há quatro dias, ainda não acordou.

Os cinco saíram da ala, e Alvo pode notar um pequeno sorriso nos lábios de Hannah quando eles passaram pela cama onde Patrícia Zabini dormia babando.

– Você a envenenou? – perguntou Rosa para Hannah enquanto eles seguiam sem rumo pelo castelo – Isso não é legal, nem mesmo com a Zabini.

– Tudo bem – disse Hannah – Eu não a envenenei. Mas derramei alguma coisa no suco de abóbora dela, sim.

Rosa olhou desconfiada para a amiga.

– Foi Felix Felicis em excesso, ok? – falou Hannah – Nada demais, ela só achou que poderia enfrentar o salgueiro lutador. Mas está bem, certo, Ross?

Rosa, infelizmente, não relaxou.

– Onde você achou a receita dessa poção?

– Eu não fiz a poção – respondeu Hannah – Se demora meses pra fazer a Felix, e nem eu tenho tanta experiência assim. O Slughorn me deu umas amostras para eu tentar reproduzir, mas eu não consegui. Ele me deixou ficar com as amostras e eu derramei uns dois ou três frascos na bebida da Zabini.

– Eu achei brilhante – disse Michael chutando uma pedra. Aquela altura eles já haviam chegado aos jardins – A Zabini merece cada veneno que já foi inventado.

– Não posso deixar de concordar – falou Mary com um pequeno sorriso.

– Nem eu – disse Alvo.

– Certo – resmungou Rosa – Então eu sou a única aqui que tem bom senso, é?

– Creio que sim – respondeu Michael, e nem Rosa pode deixar de rir.


– Sejam todos, ou boa parte de vocês bem-vindos ao jogo Grifinória e Corvinal! – gritou Violeta do pódio do narrador – Infelizmente para nós, grifinórios, o Apanhador do Século Tiago Potter não pode vir por estar internado na ala hospitalar. Felizmente, temos uma apanhadora reserva. E os times entram em campo! Da Corvinal, Nelson, Zane, Macmillan, Owl, Boot, Sparks e Flower. Da Grifinória, Wood, Weasley, Davies, White, Weasley de novo, Thomas e hoje, Sothern.

Alvo e Mary haviam se sentado em um dos pódios. Rosa não havia aparecido o dia inteiro. Hannah comera mal no café da manhã e parecia um tanto enjoada ali no campo. Alvo pediu para que fosse verdade que mal se percebia movimento quando se voava na Relâmpago. Caso contrário, talvez chovesse vomito naquele dia.

– As bolas foram soltas e a goles está com Wood! – irradiou Violeta – Ele passa para Weasley, que passa para Davies, que... Uau, desvia bem de um balaço... Passa para Weasley... GOL PARA GRIFINÓRIA! – grito de alegria da multidão vermelha e ouro.

A Grifinória fez mais oito gols e a Corvinal, cinco. A Grifinória estava ganhando com quarenta pontos de vantagem, o bastante para passarem para o próximo jogo, se Hannah capturasse o pomo. Mas ela não o achava. Rastreava o chão, o céu, e fora do campo. Passava os olhos pelas arquibancadas e observava o jogo sem tirar a atenção de seu objetivo. E foi quando Hannah olhou para Alvo e Mary que seus olhos escuros se arregalaram. Alvo se virou, esperando ver alguém tentando tacar fogo em suas vestes, mas ele avistou o pomo de ouro, voando perto de sua orelha.

Hannah sorriu para o amigo e avançou em sua direção.


– E a Grifinória vence de 240 a 50! – anunciou Violeta animada – Graças à nossa querida Hannah Sothern e sua Relâmpago!

– Tome! – gritou Hannah para Alvo, e jogou-lhe alguma coisa pequena e dourada. O pomo de ouro.

– Por que eu? – gritou Alvo por cima dos berros de “Grifinória é campeã!” de Michael, Gabriel, Fred e Roxy.

Hannah sorriu radiante.

– Por que não você? – perguntou ela em resposta, e abraçou Mary entre gritos de alegria.

Alvo também sorriu e guardou o pomo no bolso. Perguntou-se se por acaso Madame Hooch sentiria falta dele mas, por alguma razão, não ligou. Estava diferente. Não era mais o mesmo. Mas também não deixara de ser Alvo Severo Potter.

Estava pensando nisso quando, subitamente, uma confusão vermelha apareceu diante de seus olhos e Alvo percebeu que era apenas Rosa e seus cabelos.

– Nós ganhamos? – perguntou ela. Levava um maço de jornais na mão, e Alvo teve a desconfiança de que ela estivera esse tempo todo na biblioteca – Bem, depois vocês me contam, temos que conversar, rápido! – ela agarrou o pulso de Alvo e Michael, e fez sinal para Mary e Hannah a seguirem. Ela os foi levando para longe da comemoração da Grifinória até a ala hospitalar.

Madame Pomfrey estava em sua sala, e Tiago estava acordado, apesar de a cabeça enfaixada. Patrícia já havia saído, Alvo sabia disso, a tinha visto olhando furiosa para Hannah no campo de quadribol.

– Ei pessoal – cumprimentou Tiago, e então baixou os olhos para os jornais de Rosa – O que foi? Descobriu alguma coisa?

– Mais do que alguma coisa – disse Rosa misteriosa, e apontou para a porta da sala de Madame Pomfrey – Abaffiato! Pronto, agora podemos conversar.

– Ross, que você descobriu? – perguntou Michael olhando assustado para a amiga.

Rosa baixou a voz e disse:

– Mary, Hannah, vocês sabem alguma coisa a respeito da família Kurt?

– Os Kurt? – disse Mary – É claro que sabemos. Eles são meus vizinhos. São os pais e os quatro filhos, Hector, Taylor, Samuel e Caroline. São bruxos, quase todos.

– Quase? – perguntou Rosa – Como assim?

– Bem, Hector, ele é um bruxo abortado – informou Hannah – É muito amigo do meu pai. Quando eu completei quatro, ele virou meu padrinho.

– Espera, espera, espera – disse Alvo – Rosa, que é que os Kurt tem de importante?

Rosa suspirou e abriu um dos jornais.

– Eu não tinha prestado atenção nisto antes – disse ela apontando para a primeira página – A família bruxa atacada pelo Caliginem eram os Kurt. Coincidentemente, Hector Kurt, trinta e dois, o mais velho, não estava na casa no momento.

– Espera – murmurou Hannah – Mary, esta é a casa dos Kurt. Veja!

Mary inclinou-se para ver a foto e pareceu sufocar um grito.

– É verdade! – sussurrou ela – Veja, a minha casa, aqui no fundo! Como foi que não percebemos?

– Estive muito preocupada com a marca para prestar atenção na casa – disse Hannah e falou tão baixinho que Alvo quase não pode escutar – Que é que isso significa?

Rosa olhou vacilante para Hannah.

– Não sei se estou certa – disse ela – Mas acho que o seu padrinho é o Caliginem.

Ninguém disse nada. Hannah olhava para o chão. Tiago e Michael liam a reportagem. Alvo olhava pela janela, cansado e confuso. Mary olhava pesarosa a melhor amiga. Rosa remexia nos outros jornais.

– Hannah – disse Mary – Hector Kurt, o Caliginem. Acha possível?

– Acho – disse Hannah depois de muita hesitação – Ele tinha planos, Mary. Planos que dizia ser brilhantes. Que iriam revolucionar tudo que nós conhecíamos como magia. Era isso, Mary – os olhos de Hannah brilhavam, mas ela ainda não chorava – Ele trabalhou durante todo esse tempo na varinha. Lembra-se do que Samuel dizia? “Às vezes ouvimos explosões do quarto dele. Entrei lá uma vez por pedido de mamãe, e vi algo escrito nas paredes. Algo como ‘Varinha do Poder’” – concluiu ela olhando alarmada para os outros – Agora ele quer vingança. De mim, de minha família, da família dele, de todos os puros-sangues do mundo. Se nós soubéssemos... Se nós ao menos...

– Vocês não sabiam – disse Alvo – Não pode se culpar por isso. O único culpado aqui é ele – Alvo não sabia de onde vinham as palavras. Sabia apenas que eram verdadeiras.

Os seis ficaram se encarando, em silêncio. Até que Rosa disse:

– E tem mais – ela mexeu dentro de sua bolsa e tirou de lá um papelzinho – Achei isso no meio do corredor da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas – ela estendeu o papel aos outros. Lá estava escrito:

Ao Senhor das Nuvens Tempestuosas,

O início de seu reinado está perto.

RSD

– Quem pode ser RSD? – perguntou Tiago levantando-se da cama – Sugestões?

– Rebecca Samantha Davies – disse Michael prontamente – Os dois primeiros nomes de Sam trocados, mas ainda assim...

– Reuel Staples, Defesa – sugeriu Hannah – Apesar de não termos uma única prova a respeito dele.

– Mas pode ser também – falou Mary cautelosa – Raquel Samantha Delacroix.

– Pode? – perguntou Alvo debilmente.

– Pensem bem – disse Mary – Já foi provado que podemos chamar as pessoas pelo nome do meio, se estas não se importam – ela olhou para Hannah – Também já foi provado que o Caliginem, ou melhor, Hector Kurt sabe disso. Também sabemos que o traidor é chamado de Samantha pelo Tal. Sabemos que a Delacroix tem o mesmo físico de Samantha e que nunca vimos o rosto do traidor. Sabemos que não pode ser Samantha, mas que também não pode ser alguém fora de Hogwarts.

– Mas o bilhete na bolsa da Samantha... – disse Michael.

– Eram para despistar, é claro – disse Alvo – A Delacroix colocou o bilhete na bolsa de sua irmã. E vejam bem, alguma vez nós já consideramos a Delacroix como a traidora?

– O plano deles estava dando certo – disse Hannah – Ao menos até agora.

– Sim, mas, a Delagartixa só veio para cá depois das férias de Natal – argumentou Tiago – Isso vale?

– Acho que sim – disse Rosa – Afinal, ela está em Hogwarts, de toda forma.... - sua voz foi morrendo - A lagartixa! - exclamou subitamente.

– Quê? - indagaram todos.

– A maldita lagartixa! - disse Rosa novamente - Delacroix é animaga, se transforma em lagartixa, esqueceram? Vocês lembram que, logo antes do Caliginem aparecer pela primeira vez, uma lagartixa passou bem em frente da gente...

– E quando ele invadiu o dormitório das meninas, eu me lembro bem, tinha uma lagartixa na parede - falou Hannah.

– E a própria parede parecia meio torta, lembram, meninas? - disse Mary - Como se alguém tivesse quebrado e se escondido lá.

O cérebro deles trabalhava freneticamente, tentando encaixar as peças.

– Então, é basicamente isso: - disse Tiago - Hector Kurt tem esconderijos por toda a escola, onde pode simplesmente aparecer e e se esconder, mesmo sendo abortado.

– Bem, não dessa forma... - disse Alvo - Delacroix é bruxa, afinal. Ela deve fazer aparatações acompanhadas com ele, ou algo do tipo.

– Ou túneis - disse Hannah - Me lembro! Uma vez fui no quadro de Hector e vi um papel na mesa dele. Parecia um mapa, com longos corredores, mas ele o escondeu antes que eu perguntasse o que era.

– Túneis - murmurou Rosa - Brilhante... E devem dar direto no esconderijo dele... A floresta!

– Vamos conferir - disse Michael - Um dos túneis está no corredor de Defesa. Espero que Madame Pomfrey não dê por falta de Tiago.


– Sua cabeça está enfaixada – disse um primeiranista da Corvinal para Tiago – Você sabe disso, não sabe? E porque está de pijamsa?

– Vá cuidar da sua vida! – disse Tiago, e baixando a voz – Al, será que você não pode dar um pulinho lá no seu dormitório e me trazer a capa da invisibilidade?

– Não – respondeu Alvo cansado – Continue mandando-os cuidar da vida deles.

Tiago jogou a cabeça para trás e continuou a andar. Alvo percebeu que eles eram o grupo mais esquisito que já havia surgido na Terra: duas pessoas vestindo roupas de quadribol, um menino de pijama e cabeça enfaixada, uma veela, uma garota agitada levando montes de jornais, e um garoto deslocado e extremamente parecido com aquele que havia derrotado Lord Voldemort mais de três vezes.

– Aqui – anunciou Rosa, que estava na frente de todos. Michael trombou atrás dela e Rosa caiu com um baque surdo na parede – Mike!

– Não, Rosa, fique grata – disse Alvo – Veja só – ele apontou para a parede que Rosa havia caído. Três ou quatro pedras haviam sido empurradas para trás.

– O esconderijo – disse Hannah, e foi até a parede. Empurrou as pedras com força, mas nada aconteceu. Ela observou as pedras por um segundo e então disse: - Aqui – e empurrou novamente.

Dessa vez as pedras se moveram, até formar uma passagem grande o bastante para um adulto vestindo um manto preto esvoaçante se esgueirar.

Michael entrou e demorou a sair, segurando uma coisa estranha cheia de botões, um enorme manto preto e – e foi isso que mais impressionou os outros – Reuel Staples.

– Você? – perguntou Tiago – Você é mesmo o traidor?

– É claro que não! – exclamou Staples – Eu sou o completo contrário do traidor. Ou melhor, traidora.

– É a Delacroix, não é? – disse Mary – Ela deixou isso para o Tal pegar – e deu-lhe o bilhete.

Staples leu o bilhete e segurou-o contra a luz. Bateu a varinha e murmurou algum encantamento, mas nada aconteceu. Murmurou um palavrão e dirigiu-se às crianças.

– Sim, é a Raquel – ele suspirou – Venho tentado chegar ao centro da floresta, onde mora o Caliginem há meses, mas graças aqueles malditos centauros não tenho conseguido. Mas há coisas que nem eu descobri ainda. Não sei qual o verdadeiro nome do Caliginem, e também não sei que diabos é isso – ele apontou para a coisa estranha com botões nas mãos de Michael.

– Se me permite, senhor – disse Hannah – Isto é uma máquina de fumaça trouxa. Meu pai tinha uma dessas, e eu e meu irmão gostávamos de brincar com ela.

– E o verdadeiro nome do Caliginem – disse Rosa – é Hector Kurt.

– Hector Kurt? – repetiu Staples, e enfurnou em um longo pensamento, os olhos claros estreitos. Por fim, disse: – Faz sentido. Ouvi que Kurt é abortado, e, bem. Sei de histórias de que ele sempre fora muito invejoso em relação à sua irmã Taylor, por ser uma bruxa. Como descobriram isso?

As crianças contaram cada detalhe de suas descobertas, dando graças a Deus por ninguém estar passando naquele corredor. O professor analisou cada argumento e leu cada reportagem que Rosa havia achado. Ao fim, ele sorriu para as crianças e disse:

– Vocês são crianças brilhantes, sabem? – os seis sorriram tímidos – Descobrem coisas que nem mesmo Alvo Dumbledore poderia descobrir. Agora, se me dão licença, eu vou contar tudo que vocês me disseram para a diretora. Acho – ele piscou para as crianças – que a Grifinória irá ganhar uma bela quantia de pontos hoje.

O professor saiu, com os bilhetes e os jornais, pronto para mostrar tudo à McGonagall.

– No fim – disse Mary – Ele era o herói. Não é mesmo Alvo? – ela olhou incisivamente para Alvo, que sorriu sem graça.

– Era um palpite – disse ele, e todos, sorrindo, voltaram para a ala hospitalar, onde deviam uma bela explicação para Madame Pomfrey.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As coisas ficaram mais explícitas, agora, né?
Review!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.