Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 11
Raquel Delacroix




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UNS DIAS DEPOIS DO ANO-NOVO os Potter, os Weasley e seus convidados se encaminharam à estação de trem King’s Cross para pegar o Expresso de Hogwarts e voltar para a escola. Lílian e Hugo tiveram que implorar para os pais os levarem à estação junto com eles.

É claro que a possibilidade de Gina asfixiá-los antes de entrarem no trem era enorme.

– Tomem cuidado – advertiu ela, abraçando com força Tiago e Alvo – Não se metam com algo nem alguém suspeito, nós mandaremos corujas informando como estamos. Três vezes por semana, ok?

– Não se preocupem conosco, e tentem viver o mais normal o possível – aconselhou Hermione abraçando Rosa tão firmemente que parecia nunca mais querer soltá-la.

– Não se metam com sonserinos – disse Rony olhando torto para um garoto de vestes verdes e prateadas que passou por lá –; na nossa época eles sempre complicavam tudo, e duvido muito que hoje seja diferente.

Discutível” pensou Alvo consigo mesmo, olhando de soslaio para Escórpio Malfoy, que era abraçado pela mãe a alguns metros de distância deles. Ainda não entendia o sonserino. A voz de Harry tirou Alvo do transe:

– Lembrem-se que estamos orgulhosos de vocês – falou o pai – Vocês realmente herdaram nosso instinto de consertar o que está errado.

Michael, Tiago, Rosa, Alvo, Hannah e Mary Ann se entreolharam sorrindo. Bem haviam eles decidido algumas horas antes da aparição do Caliginem no Dia das Bruxas que iriam tentar derrotá-lo. E a palavra que os havia levado até aquela decisão era “instinto”.

– Escrevam pra gente – pediu Hugo – Queremos saber de tudo que está acontecendo lá.

Rosa e Alvo assentiram. Hugo e Lílian se empertigaram como se eles tivessem permissão para ver o que tem atrás da porta secreta de algum lugar especial.

Depois de todas as despedidas e aconselhamentos, abraços e apertos de mão, agradecimentos e convites para visitar uns aos outros nas férias, os seis estudantes embarcaram no trem, que foi se distanciando mais e mais... Até que com uma curva os Potter-Weasley desapareceram.

– Então, vamos procurar um compartimento? – sugeriu Mary.

Eles se viraram no corredor estreito para procurar algum lugar vazio, mas (sem surpresa) toparam com os gêmeos Zabini e Malfoy.

– Olhe quem temos aqui – disse Vincent com desprezo.

– Oh! – exclamou Michael olhando para os lados exageradamente – Quem será?

Patrícia torceu a cara para a piadinha.

– Duvido que achem um compartimento vazio – falou ela em sua voz esganiçada – Aquela sua prima ridícula, Roxanne, vomitou no único compartimento em que ninguém ficou.

– Roxy não é ridícula – retrucaram Michael e Tiago ao mesmo tempo.

– Que seja – disse Vincent com um gesto de pouco-caso.

– Que é isso aí? – perguntou Escórpio Malfoy apontando para o bolso de Tiago. Havia percebido o Mapa do Maroto, apesar de naquele momento o Mapa estava apagado.

– Um pergaminho – respondeu Hannah com deboche – É crime levar um pergaminho no bolso, por acaso?

Malfoy ergueu uma sobrancelha para ela.

– Não – disse ele lentamente – Só estranhei o fato de Potter andar com um pergaminho velho no bolso. Vem, vamos embora.

Ele se virou e os Zabini foram andando na frente. Então Malfoy virou a cabeça e disse com um sorrisinho:

– Especialmente quando é um pergaminho velho impregnado de magia.

E saiu andando sem maiores explicações. Os seis se entreolharam com as sobrancelhas erguidas.

– O que foi aquilo? – perguntou Tiago.

– Hum – murmurou Mary – Ultimamente você usado bastante essa frase pra se referir ao Malfoy.

– Vocês acham que Roxy realmente vomitou no único compartimento vazio? – perguntou Alvo para mudar de assunto.

– Se ela realmente fez isso, eu sei uns Feitiços de Limpeza – disse Rosa com um sorriso, tirando a varinha do bolso.

Depois de retirado o vômito de Roxy, que, soube-se depois, aconteceu porque a garota tinha apostado que comeria setenta e sete Diabretes de Pimenta de uma vez, os seis se acomodaram no único compartimento vazio.

– Alguém quer jogar? – perguntou Mary tirando um baralho de Snap Explosivo do bolso. Rosa, Hannah e Alvo assentiram e se aproximaram para jogar, enquanto Michael se manteve enfurnado em um canto, discutindo com Tiago sobre como seria possível trapacear em Snap Explosivo. Eles ficaram tão absortos no que estavam fazendo que mal perceberam que a noite havia caído até Bernardo Peterson meter a cabeça dentro do compartimento e avisá-los para colocarem o uniforme.

– Já estamos chegando, e não queremos que a Grifinória perca pontos logo na volta das férias de Natal – disse ele com um leve olhar de censura.

Tiago resmungou algo sobre como o pré-requisito para ser monitor era ser chato. Eles se revezaram para irem aos banheiros e trocarem os jeans e os vestidos pelas vestes pretas com detalhes dourados e vermelhos da Grifinória.

Desta vez eles foram os seis pelas carruagens puxadas por testrálios. Era um pouco assustador, porque Alvo sabia que haviam animais ali, só não os via. Mas conseguia sentir sua presença, o que o deixava angustiado. Tiago aproveitou para zombar do irmão, é claro.

Quando eles chegaram ao Salão Principal, os alunos estavam mostrando seus presentes de Natal e comendo como leões. Alvo, Tiago, Mary, Hannah, Michael e Rosa se dirigiram à mesa da Grifinória, onde Fred e Gabriel soltavam Mini-Fogos Espontâneos Weasley. Fred sempre tinha os melhores artigos da melhor loja de logros da Grã-Bretanha – porém, não era claro se o garoto ganhava os brinquedos do pai ou se os roubava da loja.

Apesar do clima de animação, hora ou outra os alunos olhavam para a grande cadeira-trono no centro da mesa dos professores e observavam como estava vazia. Ninguém dizia nada, mas a pergunta no ar era óbvia: “O que vai acontecer com a McGonagall?”.

Lá pelo meio da noite, o professor Flitwick se levantou e chamou a atenção dos alunos fazendo as velas sapatearem. Flitwick começou:

– Sejam muito bem-vindos todos vocês a Hogwarts novamente! – os alunos aplaudiram educadamente – Creio que quase todos vocês souberam do terrível...

– E injusto – acrescentou Longbottom com uma expressão fria.

– E injusto, é claro, acontecimento à nossa diretora Minerva McGonagall – continuou Flitwick acentuando o que Longbottom dissera.

– Que é que aconteceu com a professora McGonagall? – perguntou um nascido-trouxa da Corvinal.

Flitwick hesitou, mas Molly Weasley respondeu claramente:

– Ela foi injustamente presa numa câmara em Azkaban, cercada de Dementadores, e a este momento está sendo interrogada a respeito da suposição do ministro de ela ser a seguidora do Caliginem e traidora de Hogwarts.

Todos os alunos soltaram exclamações e arfaram, mesmo os que sabiam da prisão de McGonagall.

– A todo caso – continuou Flitwick, depois de fazer as velas flutuantes sapatearem novamente –, temos uma nova professora de Transfiguração, a Profª Raquel Delacroix.

Uma mulher idosa, enrugada, magra e alta, que parecia ligeiramente uma lagartixa, levantou-se bruscamente na mesa dos professores e fez um rápido aceno de cabeça para os alunos. Não sorriu ou ao menos pareceu animada de estar ali. Um primeiranista da Lufa-Lufa pareceu meio assustado.

– Bem, acho que já está na hora de vocês irem dormir – anunciou Flitwick em sua voz aguda – Tudo vai dar certo, não se preocupem.

Os alunos se levantaram e seguiram para as salas comunais.

– Temos aula de Transfiguração amanhã. Último horário – informou Mary checando o horário deles – Bem, vamos ver se a Delacroix é boa professora.

Michael se apressou em ver o seu horário.

– Só vamos ter aula com ela daqui a dois dias – disse ele – Ainda bem. Ela me pareceu suspeita, essa Delacroix. Nem vou começar a falar da cara de largatixa.

A primeira impressão (ou ao menos o que esperavam) que os alunos tiveram da professora Raquel Delacroix era que era uma velhinha bondosa e compreensível, apenas com uma aparência assustadora. Talvez você tenha adivinhado que eles não poderiam estar mais errados.

Quando, no dia seguinte, os alunos do primeiro ano da Grifinória se enfileiraram do lado de fora da sala de Transfiguração, a professora Delacroix abriu a porta e mandou-os entrar com um gesto.

Os alunos se sentaram e tiraram as varinhas, animados. McGonagall tinha avisado que neste trimestre eles trabalhariam com transfiguração de animais e as crianças estavam ansiosas por isso. A professora, porém, bateu na mão de um aluno da frente que empunhava a varinha.

– Guardem as varinhas – disse ela numa voz rouca e baixa – Vou passar um texto hoje.

– Sobre o quê? – perguntou Trina.

A professora a olhou com um misto de surpresa e discreta superioridade. Então com um estalo, transformou-se – ironicamente – numa lagartixa, o que fez Alvo e Jason Finnegan reprimirem risadas. Delacroix, com outro estalo, transformou-se novamente em humana e disse:

– Animagos – sua voz não tinha emoção e com um ágil aceno de varinha, ela estampou o quadro com um texto enorme escrito numa letra pequena e apertada.

– Mas professora – chamou Mary Ann meio indecisa –, de acordo com o que a professora McGonagall me disse, devíamos aprender sobre animagos só daqui a dois anos. Devíamos aprender agora a transformar animais pequenos, como ratos, borboletas e sapos...

– Qual o seu nome? – interrompeu-a Delacroix secamente.

– Mary Ann Duprée – disse Mary, e ainda indecisa acrescentou: – Senhora.

– Certo – continuou Delacroix mexendo em alguns arquivos que estavam sobre a mesa dela, até que achou o que queria – De acordo com a professora Minerva McGonagall, você é a melhor aluna que ela já teve em questões de Transfiguração. Sabe nível de quarto ano e iria começar a estudar animagia com ela quando chegasse ao segundo ano – Alvo olhou para a amiga. Não sabia disso. Mary Ann corou de leve – Mas, para mim, Srta. Duprée, você não passa de uma aluna que não pode me dizer o que ensinar ou não na minha classe.

Mary Ann corou bruscamente e seus cabelos, que geralmente esvoaçavam de leve embora não houvesse vento, pararam de esvoaçar, como se murchassem.

– Copiem, sem conversas, sem bilhetes... As duas mocinhas podem parar de cochichar aí ou terei de interromper minha aula? – disse Delacroix de repente para Jill e Trina, que estavam conversando aos sussurros no fundo da sala.

– Estamos conversando sobre a matéria... – a voz de Jill, animada no início, vou diminuindo de volume à medida que a nova professora caminhava em direção à mesa das duas.

Delacroix fez uma aceno com a varinha e os pergaminhos, tinta e pena de Jill e Trina saíram voando de suas mochilas.

– Não sei como McGonagall conduzia as aulas, – começou a velha rispidamente – mas ela não está aqui, e eu não tolerarei conversa nas minhas. Estamos entendidos?

As duas meninas imediatamente voltaram-se para frente e começaram a escrever. Seguindo o seu exemplo, o resto da classe começou a copiar o texto do quadro, não querendo discutir com a senhora assustadora.

Delacroix sentou-se à sua mesa e ficou a observar a sala por trás dos óculos de meia-lua. Em dado momento, Daniel Torres se inclinou para Paulo Priolli à sua frente para perguntar se ele havia entendido uma parte do texto, e a professora bateu no quadro negro pedindo silêncio e tirou dez pontos da Grifinória. Ninguém mais fez outra coisa senão copiar pelo resto da aula.

Algum tempo depois, os primeiranistas da Grifinória saíam da sala de aula de Transfiguração com as mãos doloridas e reclamando:

– Lagartixa velha...

– Não consegui copiar o texto dela por causa da letra, é muito pequena...!

– Você viu o jeito que ela falou comigo...?

– Dá pra acreditar, uma redação de no mínimo, no mínimo, setenta centímetros de pergaminho!?

– Vou reclamar, ah se vou...

– Como é que deixaram essa lagartixa ensinar pra gente...?

– Ela acha que pode falar assim da McGonagall?

Todos saíram resmungando e ouviram-se até algumas palavras mais pesadas para se referir à professora. Alvo, Mary, Rosa e Hannah seguiram diretamente para a sala comunal, onde haviam combinado de se encontrar com Michael e Tiago para contar sobre a aula.

– Senha? – pediu a Mulher Gorda.

– Couro de Dragão – disse Hannah.

A Mulher Gorda fez uma careta.

– Não, a senha mudou ontem à noite – disse ela.

– Quê? – exclamou Rosa – Estivemos fora, como é que íamos saber...? Vamos logo, temos que procurar Margareth ou Bernardo...

Mas quando eles se viraram para procurar os monitores, trombaram com dois garotos que andavam por ali distraidamente. Eram Michael e Tiago.

– Ah, alô – cumprimentou Tiago – Sabem qual é a nova senha, não encontramos os monitores em lugar nenhum.

– Acho que eles vão para aqueles corredor escuro nas masmorras se agarrar nessa hora do dia – continuou Michael. Os outros olharam torto para ele, mas deram uma risadinhas.

– Não sabemos – respondeu Alvo, e baixando a voz acrescentou – Vamos para a Sala de Hogwarts, então. A gente precisa contar pra vocês sobre a aula.

***

– Não brinca – exclamou Tiago, sentando-se na escadaria da sala de Hogwarts – Que vaca!

– Espera, ela pediu setenta centímetros de pergaminho sobre os animagos? – perguntou Michael.

– Que vaca! – disse o ruivo novamente.

– Nem eu posso te repreender dessa vez – resmungou Rosa – Ela é mesmo horrível.

– Nem se fosse chata e boa professora – disse Mary – Ela é uma professora horrorosa. Parece o Staples, só que pior.

– Não dá pra entender nada desse texto – comentou Alvo abrindo o pergaminho com o texto copiado – Vamos acabar tendo que pegar a matéria sozinhos depois.

Hannah estava quieta no canto da Sala. Mary olhou para ela.

– Aravis, para com essa cara – havia um quê de repreensão na voz da garota – O que foi?

– Por que não nos contou que ia começar a estudar animagia?

Mary hesitou um pouco.

– McGonagall me disse para não contar a ninguém – respondeu Mary – E, a todo caso, não era muito importante, eu só começaria no próximo ano letivo. Pode acreditar, Aravis, eu contaria se eu pudesse. Mas não pude.

– Eu não sei... – murmurou Hannah – Sinto que nós não sabemos nada uns dos outros realmente.

– Nos conhecemos há quatro meses – respondeu Alvo levantando uma sobrancelha – Ainda dá tempo de nos conhecermos melhor.

– É, não seja boba – continuou Michael.

– Não está ajudando – Rosa lançou um olhar feio ao garoto, fazendo os outros rirem.

– Mas Hannah tem um ponto – comentou Alvo – Segredos não fazem bem. Especialmente quando estamos determinados e nos meter em confusões com bruxos das trevas – ele completou ironicamente.

– Entendido – disse Tiago batendo continência, brincando – Sem segredos.

Eles se entreolharam e sorriram.

– Vamos indo – disse Mary Ann, levantando-se – Acho que já vão servir o jantar.

Ao saírem da Sala de Hogwarts trombaram espetacularmente com Escórpio Malfoy, dessa vez sem os Zabini.

– Idiotas – exclamou Malfoy.

– Ótimo espelho que sempre está a sua frente – comentou Tiago.

– Cale a boca – falou Malfoy com um suspiro cansado – Não estou com saco pra isso, hoje.

– Não éramos nós que estávamos sem olhar para onde ia – a resposta de Hannah foi dura.

– De onde que vocês vieram, de qualquer maneira? – perguntou Malfoy estreitando os olhos – Não tem nada aqui.

– Podíamos perguntar o mesmo – disse Alvo, postando-se à frente do grupo.

Malfoy encarou o Potter. Parecia muito irritado.

– Só saiam do meu caminho – murmurou ele com raiva na voz.

– Ah, você que saia do nosso – Rosa torceu o nariz, mostrando que estava irritada.

Malfoy olhou para ela e deu um sorriso cínico.

– Irritada, Weasley? – disse ele com deboche – Tome cuidado... Sabe, não vai querer ficar de castigo, ainda mais você, que é a sabe-tudo da série...

– Travalígua! – disse Tiago com descaso. O sonserino parou de falar, pois sua língua estava grudada no céu da boca.

– Eu adoro esse feitiço – comentou Michael com um sorriso malicioso.

Malfoy estava de sobrancelhas franzidas para os outros. Se já estava bravo antes, agora estava furioso. Depois de alguns segundos encarando os grifinórios, Malfoy disse:

– O que acham que estão fazendo?

– Droga – Tiago bateu a varinha na palma da mão, como se estivesse funcionando mal – O efeito passou.

– Expelliarmus! – exclamou Malfoy, tirando a varinha de Tiago da mão.

– Petrificus Totalus! – Rosa fez o feitiço, mas Malfoy desviou do raio de luz branca.

O duelo teria continuado não fosse pelo som de passos ouvido do final do corredor. Filch vinha correndo na direção deles, uma expressão de ódio e deleite no rosto.

Tiago soltou um palavrão.

– Você... Vocês... – dizia Filch mancando para onde eles estavam – Feitiços! Nos corredores! Entre as aulas! Eu digo a eles: “pestes, é isso que eles são”, mas eles não me escutam! Vocês irão direto para o diretor! Ah, se vão...

Os alunos não viram escolha a não ser seguir o funcionário mais odiado da escola para a sala do Flitwick. Malfoy ainda parecia muito irritado, mas obviamente parecia achar melhor ir do que discutir. Eles seguiram andar abaixo para a sala do vice-diretor.

A sala do professor Flitwick era aconchegante e com as cores da Corvinal. Uma escrivaninha ficava num canto, onde Flitwick, empoleirado numa pilha de livros, organizava papéis e executava feitiços.

– Ah, meu Deus, que confusão... Ah, olá, Filch, em que posso ajudá-lo? – perguntou Flitwick simpaticamente quando avistou Filch.

Filch arrastou as crianças até a mesa do diretor substituto e rosnou:

– Essas pestes estavam fazendo feitiços no corredor do terceiro andar. Duelando, ouso dizer!

– Tut, tut, tut – repreendeu-os Flitwick – Estou desapontado, crianças... Realmente não quero fazer isso, mas tenho que lhes dar umas detenções.

– Detenções? – repetiu Rosa indignada.

– Quieta, Ross – murmurou Tiago para ela – Com sorte, não vai ser algo tão ruim.

– Lembra quando tivemos que limpar os encanamentos do banheiro da Murta-Que-Geme – murmurou Michael estremecendo.

Filch olhou-os com nojo.

– Eu vi Malfoy, o Potter mais velho e a Weasley executando feitiços! – rosnou Filch secamente – Quanto aos outros... – ele fitou-os – Eles não impediram, por isso... Posso pendurá-los no alto da Torre de Astronomia?

– Não – respondeu Flitwick em sua vozinha fina, mas firme – Vocês me deixaram realmente chateado. Sim, os sete devem receber detenção.

Hannah levantou as sobrancelhas.

– Não fizemos nada!

– Exatamente – respondeu o pequeno vice-diretor, com tom repreendedor – Vejamos, quero todos vocês na Sala de Troféus, às seis horas na quarta-feira.

– Mas, professor, nós temos treino de quadribol, sabe... – começou Michael.

– Sala de troféus, seis horas, quarta-feira – repetiu Flitwick firmemente – Estou desapontado. Muito. Podem ir; e direto para as suas salas comunais, por favor!

Ele fez um gesto dispensando-os. Os alunos saíram para evitar o olhar assustador de Filch; Malfoy estava com a cabeça baixa e os punhos cerrados, e quando eles estavam já nas Grandes Escadas, o sonserino disse:

– Vocês começaram. Não finjam que não.

– Talvez tenhamos começado os feitiços – disse Alvo cerrando os olhos – Mas você sabe muito bem quem realmente começou a briga.

Malfoy levantou a cabeça e começou a subir lentamente as escadas.

– Tudo bem, então. Mas vocês não me conhecem. Se conhecessem saberiam que eu não sou normalmente assim.

Os seis grifinórios se entreolharam confusos.

– Se Patrícia ou Vincent aparecerem perguntando onde estou – continuou Malfoy, ainda subindo – podem dizer que vocês me jogaram no lago ou algo assim.

Ele foi embora antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa.

Foi já à noite, na cama e quase adormecendo, que Alvo lembrou que a sala comunal da Sonserina era nas masmorras. Mas Escórpio Malfoy tinha subido as escadas.


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