A Face Oculta Da Lua escrita por Lady Salieri, Nami Otohime


Capítulo 6
Capítulo 5: A tarde dos esclarecimentos I


Notas iniciais do capítulo

Assustou-se com o som da campainha:
- Droga! Ainda vou tirar essa porcaria da minha casa.
Abriu a porta, calçou os chinelos e foi abrir o portão. Teve uma pequena surpresa já que esperava Takeo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/173600/chapter/6


            Lyene olhava a televisão, mas totalmente fora do que estava acontecendo no filme. Não que não fosse interessante, era a última cena de Butch Cassidy e Sundance Kid*, em que Butch e Sundance discutiam, entre lágrimas e planos futuros, sobre como matar os cinco mil soldados que os cercavam. Irritava-lhe a inquietação provocada por aquele espaço em branco na sua cabeça, onde deveriam estar as lembranças... Lembranças de algo que não se viveu... Era estranho para ela pensar assim. Contudo queria se lembrar, tinha que se lembrar, afinal, era humilhante não saber quem era.

            Assustou-se com o som da campainha:

            - Droga! Ainda vou tirar essa porcaria da minha casa.

            Abriu a porta, calçou os chinelos e foi abrir o portão. Teve uma pequena surpresa já que esperava Takeo:

            - Darien? Vem, entra!

             Ele estava de cabeça baixa e parecia meio curvado. Ela estranhou.

            - Você pode me receber? – Ele perguntou, constrangido.

             - Claro! E por que não? – sacudiu a cabeça - Pela minha cara, certamente! Desculpa, foi só uma surpresa ver você aqui, mas uma surpresa agradável, fique tranquilo.

            Ele sorriu, apagado:

             - Obrigado.

             - Entra!

             - Não acho que tenha necessidade...

             - Você tem algum compromisso?

             - Com a Serena?

             Ela fez uma careta:

             - E eu sei lá! O compromisso é seu!

             Ele balançou a cabeça negativamente:

             - Não, não tenho nada pra fazer por agora.

            - Então entra! Sonhei com você de ontem pra hoje e quero te contar. Quem sabe você possa me dizer alguma coisa sobre isso.

             - Tudo bem, então.

             Entraram.

             - Sente-se aí na poltrona, eu vou pegar alguma coisa pra gente comer.

            - Não se preocupe comigo, Lyene, não quero nada - ele ainda mostrava aquele constrangimento inicial.

            - Deixa de ser sem graça, Darien! Não gosto de comer com gente me olhando.

            Ele não pôde deixar de sorrir:

            - Está certo.

             Ficou olhando-a abrir um armário no canto da sala perto da copa. Quando ela levantou o braço, este começou a doer e ela se retesou de dor. Foi até ela, num salto, abrindo o armário:

            - Deixa isso pra lá, é melhor que não se esforce.

             - Não se preocupe, Darien, sério. Tinha que me esquecido desse ferimento... E também não é uma coisinha dessas que vai me derrubar.

            - Você nunca entrega os pontos?

            - Não.

            - Acho que me sinto mais culpado ainda em ver você fazendo isso...

            Ela olhou fundo nos olhos dele:

             - Culpado?

             Ele abaixou a cabeça de novo e virou-a para o lado falando sem olhar pra ela:

             - Claro, ora. Quem devia ter se machucado era eu. E, se quer saber a verdade, me sentiria muito melhor se o tivesse sido.

             Lyene levantou as sobrancelhas sorrindo:

             - Que bonitinho! Amiguinho mais cavalheiro que eu tenho... Mas não seja machista, hein? Aceite ser salvo uma vez na vida, afinal, se você tivesse sido atingido aconteceria uma espécie de desastre urbano.

            - Como?

            - Pensa: se aquele raio tivesse te acertado, você neste momento estaria na cama de um hospital em estado grave. Eu ficaria lá no hospital o tempo todo e sabe que seria um lugar muito pequeno para eu e Serena ocuparmos, então, seria um desastre MESMO.

            Darien sorriu, um pouco mais animado.

            - Viu, na verdade esse salvamento foi pra você me salvar dela.

             - Você não existe mesmo.

             - Pode pegar os copos pra mim neste armário que você abriu?

            Ele tirou dois copos de vidro com uma pintura azul. Lyene abriu a geladeira, na copa, e tirou uma jarra de suco e do congelador tirou dois pedaços de pizza e colocou-os no micro-ondas:

             - Sou a rainha dessas coisas pra micro-ondas. Daqui a pouco está pronto.Vamos conversar enquanto isso.

             Voltaram para a saleta.

             - Disse que havia sonhado comigo. Fiquei curioso.

             - Pode ser uma daquelas lembranças isoladas. Lembro-me que estávamos neste tal Milênio. É estranho, me provoca certa melancolia... Estava eu e você somente, sentados à margem de um rio... Não me lembro como você estava ou eu... Sei que você de vez em quando jogava umas pedrinhas no rio e me dizia umas coisas que eu não consegui ouvir. Em alguns momentos você ria, e em um deles eu percebi lágrimas nos seus olhos. De repente você me abraçou e eu fiquei surpresa. Então me disse exatamente essas palavras: "Posso apostar que tudo teria sido diferente se nos tivéssemos conhecido em outras circunstâncias". Aí eu acordei, tarde, diga-se de passagem... Isso diz alguma coisa pra você?...

            Darien escutava as palavras dela atentamente. Podia sentir a força do momento narrado, podia delinear os sentimentos vividos, porém não podia racionalizá-los.  Contudo, se tratava de alguma coisa muito séria. E o que significavam aquelas palavras?

            - Sinto que já vivi isso mesmo... E igualmente me provoca a melancolia de que você falou. Mas no momento é algo como um arremedo de lembrança, Lyene. De toda forma sinto que você foi uma pessoa importante pra mim, mesmo apesar de acontecer coisas que não entendo, que não sei. Está claro pra você?

            - Sim, acredite... Você me disse que passou por situação semelhante... As outras meninas também?

            - Não sei, mas acho que não, elas nunca falaram nada a respeito, nem Serena. Mas nunca vi nenhuma delas confusa como eu fiquei ou como você está agora.

            - É estranho...

            - Mas eu também, até certo ponto, volto a ficar confuso. Não é possível que não tenhamos nos lembrado de tudo e esquecido você.

            - Também não sei falar a respeito disso... Takeo disse que eu me auto-ataquei, mas não entendi...

            - É... Se você tiver um poder de apagar o passado das pessoas, faria sentido...

            - Pode ser que eu tenha, mas deve ter havido algo muito grave para que eu fugisse tão descaradamente, coisa que não posso acreditar que tenha feito.

            - Espero que possamos nos lembrar, ainda mais por causa da sua intuição de que algo pode estar acontecendo, além dos ataques dessa Kitty.

            - Mas, se não se lembram de mim, pode ser que não fui ninguém significativo.

            - Eu não afirmaria isso tão prontamente. Kitty e Takeo te chamaram de comandante.

            Lyene sorriu orgulhosa:

            - Eu gosto deste título...

            - Não pode ser alguém insignificante.

            - Não, não pode... – assentiu.

            - Bom, eu já vou embora. Queria mesmo te agradecer por ter salvado a minha vida e me certificar de que você está bem.

            - E a pizza?

            - Seria uma desfeita se eu recusasse?

            - Não, tampouco quero te obrigar a comer!

            Ela levou-o até o portão:

            - Qualquer dia vem almoçar aqui. E eu prometo que eu faço comida de verdade.

            - Ah, venho sim. Você me liga e combinamos o dia certo.

            Apalpou o blazer:

            - Não tenho caneta aqui comigo e muito menos papel. Mas se a gente não se vir, pegue o telefone com o Andrew.

            - Tudo bem.

            - Até mais.

            - Até.

             Lyene voltou para dentro. Pegou seu copo e o de Darien e colocou na pia. "Que tipo de relação eu e o Darien tivemos?... Parece ser um sentimento bom e ruim ao mesmo tempo... Não sei... Mas é um tipo interessante, ele..." Deitou-se na poltrona e repassou em mente o sonho da noite anterior.

             Takeo não aparecera.

            No dia seguinte, no mesmo horário de sempre (logo após as aulas), foi ao fliperama jogar e conversar com o Andrew, se desse sorte. Encontrou Takeo no caminho, e este rodeou-a de olhos bem abertos:

             - Minha comandante de saia e blusa de marinheiro! Isso merecia um pôster!

             Lyene mandou a pasta nas costas dele.

            - Cala a boca. Não me lembra disso! Eu já odeio esse uniforme suficientemente pra você ficar me amolando.

            - Ouch! Doeu isso, viu.

            - Ai, que dó de você - disse com as vistas cerradas.

             Ele parou, enquanto ela avançava, e depois de dois segundos a alcançou:

             - Oi, comandante! "Oi, Takeo" (disse imitando voz de mulher) Como você amanheceu? "Amanheci bem, até fui pra escola!" Nossa, que bom, e esse uniforme ficou ótimo em você. "Ai, obrigada, você também está lindo... Aliás, você é lindo..."

             Lyene não conseguiu segurar o riso:

            - Palhaço.

             - Mas, falando sério, como está minha paciente?

            - Ótima, doutor, "até fui pra escola" - disse imitando ele imitando-a.

            Ele riu.

            - Vai para o fliperama?

             - Sim, senhor, você também?

             - Vou! Oba! Vamos juntooossss!

            Pegou na mão de Lyene e saiu saltitando rua afora arrastando-a. Ela estava com uma gota na cabeça.

            - Eeeee! Chegamos!

            Lyene continuava com a gota na cabeça:

            - Você é sempre feliz assim?

            Ele fez cara de gatinho:

            - Invariavelmente, princesa.

            - Princesa é a... Você sabe.

            - É, eu acho que eu sei. Aquelas palavras que você adora falar...

            Entraram. Andrew veio recebê-los:

            - Takeo, camarada! Lyene! Que bom que vocês se acharam por aí! Quando eu descobri que vocês se conheciam fiquei muito feliz!

             - Nossa - disse Lyene - somos conhecidos de longa data - disse um tanto irônica.

             - Takeo me disse. Achei ótimo!

            - Eu vou até morar com ela.

            - Sério? Tudo foi tão rápido assim?

            Os dois ficaram com uma gota na cabeça.

             - Não diga bobagens, Andrew. É que tem um quarto sobrando lá em casa, e as despesas caem pra mim. Além do mais, ele é de total confiança e eu faço karatê - deu uns murros no ar.

            Andrew riu:

            - Fica esperto, viu, Takeo?

            - Já estou esperto, Andrew, já estou esperto...

            Eles entraram e sentaram nos banquinhos do balcão.

            - Andrew, traz pra mim um cheeseburguer e uma coca-cola, pequena – pediu Lyene.

             - Anotado. E você, Takeo?

            - Traz um milk-shake de chocolate.

             - Daqui a pouco eu volto.

            E saiu.

             Takeo se virou pra Lyene:

            - Desculpa não ter aparecido ontem.

             - Sem problemas... Mas se tivesse ido ontem, tinha topado com o Darien lá em casa.

             - Ele sozinho?

            - É. Disse que estava se sentindo culpado por eu tê-lo salvo.

            - Ooolha... Cavalheiro ele... Mas também, um príncipe...

            - Príncipe?

            - É. Na vida passada dele, ele era o príncipe da Terra.

            - Uau... Mas combina mesmo com ele...  – Disse sacudindo a cabeça logo em seguida.- Nossa, mas que bobagem, você me diz uma coisa absurda como esta e em lugar de rir da sua cara, simplesmente aceito o fato, como se você estivesse falando de uma coisa corriqueira.

            - Mas você sabe que isso é assim, Lyene, não adianta.

            - É exatamente isso que me intriga, você falar um disparate destes e eu saber que é certo.

            - E é certo... Mas continua falando do encontro com o Endymion.

            - E aí a gente ficou conversando, eu contei a ele um sonho que tive.

             - Lembrança?

            - Penso que sim. Eu e ele, numa noite, conversando... Parece que era uma conversa séria...

            - Não era bem noite era um final de tarde... A tarde dos esclarecimentos, como você me disse... Foi pouco antes da grande guerra.

            - Você também estava lá?

            - Não, mas você me contou... Foi um dia bem estranho, na verdade. O dia da grande guerra.

            - Nossa...

             - Foi um dia estranho pra gente, mas, não vou te contar, depois você se lembra, sem dores de cabeça, certo?

             - Eu agüento o tranco, mas estou achando que você não quer me contar por outro motivo.

            Ele fez uma cara sugestiva, porém não disse nenhuma palavra. Nesse momento, Darien e as garotas, todas com o uniforme da escola, exceto Rei e Lita, que tinham uniformes diferentes, chegaram. Lyene deitou a cabeça no balcão:

             - Ai, que saco! Não posso nem lanchar em paz!

            - De duas uma: ou se sentarão na outra ponta, ou virão correndo pra cá.

            Ela cerrou as vistas:

            - Jura? Eu tenho outras duas opções originais: ou elas me vêem ou não me vêem.

            Takeo colocou língua pra ela:

            - Chataaa.

             Lyene começou a rir

            Mal Serena entrou para o fliperama viu que Lyene já estava lá. Bateu o pé no chão de raiva e todos ficaram sem entender. "Aiii, que ódiooo dessa garota!!! Darien não pode vê-la,não vou deixar", pensou já pegando a mão do Darien e arrastando-o para um lugar onde não pudesse ver o balcão:

            - Vamos ficar nessa mesa aqui!

             - Tudo bem... - disse ele sem entender.

            - Não! - Disse Lita - Vamos nos sentar com a Lyene e o amigo dela lá no balcão!

            Darien olhou para onde Lita apontara e viu-a acenando. Sorriu. Sabia porque ela o fazia...

            Takeo olhou pra ela acenando:

            - Ficou doida?

             - Está perguntando isso pra mim?

            Ele contraiu o cenho numa interrogação:

            - É mesmo...

            E começou a acenar também.

            Lita, supondo que Takeo acenava pra ela,não hesitou em juntar-se aos dois. 

            - Oi, Lita, tudo bem? Sente-se aqui do meu lado - disse lhe mostrando o banco.

            Ela flutuou até lá. Lyene ergueu as sobrancelhas e olhou para Takeo:

             - Ainda tem mais três, viu?

            Ele começou a rir:

            - Obrigado por me lembrar.

            Os outros chegaram e acomodaram-se nos outros bancos disponíveis, Serena fazendo questão de sentar-se ao lado de Lyene.

            - Como está, Lyene? - Perguntou Darien.

            - 100% hoje, não se preocupe.

            Amy interrompeu a conversa:

            - Alguma notícia sobre aquela inimiga?

            - Descobri que ela é amiguinha do Takeo aqui... – Disse Lyene  sarcásticas.

            - Quem? Kitty? Era amiguinha NOSSA, chefe...

            - EU NÃO DISSE QUE ELA ERA UMA INIMIGA?! - Serena se levantou e apontou Lyene que somente virou os olhos numa careta...

            - Nem louca que eu iria andar com um tipo daquele... Se bem que eu não acreditaria se me dissessem que ando com vocês...

            - Lyene, por favor... - Darien pediu para parar com o comentário.

            - Bom - disse Takeo - Kitty também pertenceu ao Milênio. É uma mercenária. Lyene já recorreu aos seus serviços anteriormente, por isso estou dizendo que era amiguinha nossa. Mas desta vez tudo está muito estranho... Não me disse para quem trabalhava e está atrás do cristal da passagem...

            - Cristal da passagem?

            - É - disse Takeo mostrando seu cordão.

            Nesse momento Andrew chegou com os lanches:

            - Aqui está... E, oi, gente, vão querer alguma coisa?

            - Por enquanto, não, Andrew - disse Darien.

            - Bom, vou ficar por aqui, qualquer coisa me avisem.

            E ficou no balcão mesmo, lavando e secando uns copos e pratos.

            A conversa mudou de tema e Lyene e Takeo se limitaram a lanchar enquanto a turma conversava sobre coisas banais, com exceção de Lita que não sabia se fitava Takeo ou Andrew, como uma criança indecisa entre dois brinquedos desejados.

            Lyene e Takeo terminaram seus lanches e Darien os convidou a ir ao templo Hikawa, de modo que pudessem conversar mais tranquilamente. Takeo pagou a conta de ambos, o pessoal se despediu de Andrew e saiu.

             Chegaram ao templo e Luna e Artemis os esperavam. Lyene assustou-se:

             - Os gatos! São os mesmos dos meus sonhos!

            Takeo pegou os dois gatos no colo e acariciou-lhes o pelo:

            - Luna! Artemis! Nossa! Vocês permaneceram mesmo como gatos! Que engraçado!

            Os dois emitiram miados.

            Takeo riu:

            - Não precisam ficar miando perto de mim, conheço vocês.

            Lyene franziu o cenho.

             - São do milênio - disse Darien.

            Artemis chegou o focinho bem perto de Takeo. A lua crescente tatuada no gato acendeu-se, refletindo-se em um crescente na testa de Takeo.

             - Então vocês são mesmo do milênio... Estava mesmo achando você muito familiar... - disse Artemis.

            Lyene pulou em cima de Lita:

             - O gato!!! Ele falou!!!

             Luna olhou em sua direção:

            - Não tinha dito que eram do milênio?

            - A outra também!!!! Meu Deus!!!

             Takeo começou a rir:

            - É que ela não se lembra, mas não se preocupe que ela acostuma...

             - É muito familiar sua fisionomia também... Como se chamam? - Continuou a gata.

            - Eu sou o Takeo e ela é a Lyene...

             - Não, não me lembro, mas sinto como se alguma coisa estivesse bloqueando minha memória - Luna voltou a dizer.

            - Não se preocupem, - Takeo disse olhando para Lyene -  tenho certeza de que vão se lembrar, fiquem tranquilos - colocou os gatos de volta no chão.

             Lyene ainda estava grudada em Lita.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Butch Cassidy e Sundance Kid (faroeste, 1969): Sinopse
Um dos filmes de faoreste de maior sucesso da história do cinema. Um clássico premiado com o Oscar que mistura aventura, romance e comédia ao contar a história verídica dos fora-da-lei mais simpáticos do velho oeste. Ninguém é mais rápido que Butch Cassidy (Paul Newman) para bolar esquemas para ficar rico, e seu parceiro Sundance (Robert Redford) é imbatível com seu revólver. Quando estes dois atrapalhados ladrões de bancos e de trens se cansam de fugir da justiça partem para a Bolívia com a namorada de Sundance (Katharine Ross). Nenhum dos dois sabe espanhol o suficiente para dizer "Isto é um assalto", mas isso é só detalhe sem importância para os dois "vilões" mais simpáticos que já cavalgaram pelo oeste.