A Face Oculta Da Lua escrita por Lady Salieri, Nami Otohime


Capítulo 2
Capítulo 2:O primeiro inimigo


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de dar as boas-vindas às minhas duas leitoras: Cayara Costa e CrossYukiSan. Espero que se divirtam com mais este capítulo, e me digam tudo o que passa pela cabeça de vocês, critiquem mesmo, eu aguento ^^.



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Na segunda-feira Lyene foi à escola. Tivera sonhos diferentes e agradáveis, ainda que naquele mesmo cenário, nos últimos dois dias e recuperara seu humor original. Caminhava tranquilamente quando avistou Serena, assim que passou pelo portão de entrada. Ela conversava com um casal, gesticulando de forma espalhafatosa e Lyene tinha certeza de que narrava o episódio de sábado. Balançou a cabeça numa negativa, logo em seguida abriu um sorriso sarcástico. Não podia entrar para a sala antes de cumprimentar a sua mais nova amiguinha.



Molly e Kelvin escutavam, indignados, Serena narrar os fatos ocorridos no fim de semana de maneira quase performática, e ambos não podiam conceber as atitudes abusivas da garota nova para com a amiga que tinha tantas qualidades... Bom, nem tantas, mas ainda assim merecia ser respeitada. Assim que os três perceberam Lyene vindo na direção deles, pigarrearam, sorriram e comentaram sobre a beleza do dia. Lyene passou olhando de forma cínica para Serena, acenou um tchauzinho e foi para a sala. Serena ficou vermelha e resmungou algo que Lyene não entendeu, mas boa coisa certamente não era...

– Tive a impressão de que ela sabia do que estávamos falando... – Disse Molly aterrorizada.

– Aaii, não suporto essa garota! - Disse Serena fechando os punhos.

– Mas essa menina foi muito má, Serena, e conseguiu fazer uma pessoa como você, tão boa de coração, odiá-la - Disse Kelvin investigativo.

– Só a simples presença dela me incomoda de um jeito que não dá pra explicar!

– Também pudera, não é, Serena, ela ficou dando em cima do seu namorado! Eu a odiaria da mesma forma. Eu já não gosto dela. - Disse Molly.

– Eu também não. - Disse Kelvin para agradar Molly.

O sinal de entrada tocou e todos foram para a sala.

Enquanto Serena entrava sentiu o olhar da professora respirando atrás dela. Voltou-se, receosa:

– O que eu fiz agora, professora? – Disse batendo os dedos indicadores um no outro.

– Mas é você mesmo, Serena! Achei que estava tendo uma visão, você chegar no horário certo...

Serena ficou com uma gota na cabeça:

– Eu quase nunca me atraso. – Disse sentando-se no seu lugar, de cabeça baixa.

– Com certeza, com certeza... – Disse virando-se para o quadro e recomeçando a copiar a lição.

Serena virou-se para Molly:

– É impressão minha ou todo mundo tirou o dia pra me chatear?

– Fica calma, Serena, você está estressada.

– Só pode ser isso mesmo. E é tudo culpa dela! – Disse debruçando-se na carteira.



Enquanto prestava atenção na aula, Lyene decidiu que naquela tarde não ia deixar que nada a impedisse de ir ao fliperama. Queria jogar um pouco, era uma coisa que ela amava fazer, principalmente os famosos jogos de corrida, mas também queria conversar com o Andrew. Assim, quando tocou o sinal da saída, ela saiu correndo da sala, quase atropelando uns colegas que lhe estorvava o caminho. Entretanto, no momento em que avistou o portão, viu também Darien acenando pra ela. Suspirou. Não podia ser... Era muita impertinência. Por isso mesmo não diminuiu a velocidade do seu passo. A idéia era basicamente ignorar sua figura. Se passasse rapidamente por ele, certamente perceberia que estava incomodando. Porém Darien a cercou cedo demais e ela não teve como desvencilhar-se dele. Mas antes que ele pudesse levantar o dedo para mencionar algo, ela foi se esquivando:

– Boa tarde, Darien. Não, não vi a Serena hoje. Ela deve estar matando aula com a multidão de colegas que tem, ou está na detenção, o que me parece algo cotidiano na vida dela. Boa espera pra você, eu preciso ir, até um dia.

Disse isso passando por ele, na tentativa de sair rapidamente dali, todavia Darien segurou seu o braço e, embora o tenha feito delicadamente, Lyene foi e voltou com o impacto. Deu-se com os olhos dele, fitando-a. Olhou-o surpresa, e percebeu que ele estava da mesma forma. Ficaram os dois se encarando, como se o tempo tivesse erguido os dois por sobre si mesmo, ressoando invisivelmente lembranças de muito tempo, entre o branco e o negro, até que ele disse:

– Calma, é com você que eu quero falar.

Lyene olhou para seu braço, que ele ainda segurava, com as sobrancelhas erguidas. Tentou bolar alguma coisa para escapar dali, e a única coisa que lhe veio em mente foi o encontro com a namoradinha dele. Ah, Que seja!

– Olha, nada contra você, está bem? Mas sua namorada não é definitivamente uma pessoa sensata e não quero ser interceptada na rua, de novo, por causa de crise de ciúmes, me dá licença?

Darien começou a rir. Lyene achou engraçado o quão desajeitado ele era fazendo isso e acabou por sorrir, mas disfarçadamente para não ser notada.

Ele respirou fundo e pediu desculpas:

– Há muito tempo que eu não ria assim... Andrew tinha razão sobre você.

– Ah, tá, - levantou as mãos - oba - disse entediada - , então tchau.

E saiu.

Darien por um momento ficou ali, parado, sem ação. Pensava que já tinha já tinha visto todas as combinações em personalidades conhecendo as amigas de Serena. Mas Lyene era absolutamente imprevisível em todas as suas ações.

Foi atrás dela:

– Só quero uma explicação...

– Peça pra sua namorada! – Lyene dizia sem olhar pra trás.

– Não é sobre isso!... Ei, se você não parar pra conversar comigo eu vou continuar te seguindo.

– Isso não é um problema meu.

Darien ficou com uma gota na cabeça. Parou:

– Olha, eu me responsabilizo por qualquer coisa que acontecer, mas só quero saber de onde eu te conheço, você me responde e eu prometo que não te atormento mais.

Lyene parou. De repente ela viu em sua mente uma praia numa noite, a Terra, o palácio, ela e ele. Virou-se para ele e ficou olhando-o um tempo, entre a lembrança e a realidade. As informações eram muito mais rápidas que a sua capacidade em apreendê-las, e isso a irritava muito. Sendo assim, não tinha outra opção, se queria (e o queria, era indubitável) poder desvendar tudo isto. Virou-se para ele:

– É, é melhor mesmo a gente conversar. Vamos até minha casa, está perto.

Ele correu para alcançá-la. Alguma coisa havia mudado:

– Sua família não vai achar ruim por você me levar? – Perguntou para testá-la.

– Se durante o primeiro minuto ninguém atirar em você, significa que eles foram com a sua cara. – Respondeu ela, falsamente.

– Andrew me disse que você mora aqui sozinha.

Ela ergueu as sobrancelhas:

– Se você sabia disso, por que perguntou da minha família?

– Queria ver o que você respondia.

– Hum, não se preocupe, estou preparada contra ladrões e pervertidos.

– E você se sustenta aqui como? Trabalha?

– Ainda não, mas estou procurando. Andrew ficou de me ajudar nisso. Inclusive, se souber de algo me avise. Mas meu pai nem pode ficar sabendo, ele quer que eu só estude.

– E pretende se formar em que?

Lyene olhou-o com o canto dos olhos:

– No que isso vai te ajudar saber de onde me conhece?

Darien sorriu. Já estava começando a se acostumar com suas investidas imprevisíveis. Sentia que a conhecia tão bem quanto a própria namorada e isso, sim, o deixou surpreso.

Lyene olhou pra ele e cerrou as vistas. De onde será que o conhecia? Tudo nele era bastante familiar, desde seu jeito de se vestir até as suas colocações. A suspeita de que o conhecia era muito grande, entretanto bastava que tentasse se lembrar e sentia leves vertigens pelo esforço.

Chegaram à casa. Lyene destrancou o portão e Darien não pôde deixar de observar a quantidade absurda de vasos de plantas espalhados por toda uma pequena varanda e pendurados no teto... Um beija-flor passou voando e ele sorriu:

– Definitivamente isso não é Tóquio.

Lyene sorriu diante do comentário:

– Espere até ver o quintal. Vai achar que estamos em uma espécie de selva amazônica super-compactada.

Darien observou que ela mudara completamente o semblante, estava calma e sorridente. Lembrou-se de Serena. Percebeu que de alguma forma muito estranha ela lhe lembrava a namorada, embora as duas não se parecessem em absolutamente nada, talvez a cor dos olhos, ainda que o azul do olhos de Lyene fosse sombrio como um lago no inverno.

– Vem, vamos entrar! Você que não está acostumado com ar puro, pode acabar se asfixiando! – Brincou, fazendo-o sorrir sem que ele mesmo percebesse.

Entraram. Ele mais uma vez olhou em volta e viu que a casa era muito pequena, bem menor que seu apartamento. A sala estava praticamente sem móveis, só com uma TV, um som enorme, antigo, um monte de almofadas espalhadas no chão e uma poltrona que ficava de frente pra TV. Entre a TV e a poltrona havia uma pequena mesa com um vasinho de planta de enfeite. A copa era minúscula - ele viu da sala - e por isso mesmo uma pequena chabudai ficava em um canto da sala. E incontáveis vasos de plantas espalhados por todo lugar. Tudo muito limpo e perfeitamente organizado. Darien nunca vira um lugar tão bem arrumado a não ser a própria casa. Não pôde deixar de comentar:

– Nossa, sua casa é bastante organizada.

Lyene olhou-o, estranhando o fato de ele haver reparado em uma coisa assim:

– Ah, obrigada, geralmente as pessoas olham e perguntam se eu tenho algum tipo de compulsão... Andrew principalmente. Ele é que deve ter algum tipo de distúrbio mental pra viver naquela desordem.

– Você tem toda razão, Lyene. Já fiz de tudo pra ajudá-lo a manter a própria casa organizada, mas não tem como mesmo. – Disse sorrindo.

Lyene percebeu que estavam de pé até aquele momento. Sentou-se em uma das almofadas e mostrou-lhe a poltrona:

– Nossa, desculpa. Sente-se, por favor.

Ela estava realmente irreconhecível.

– Obrigado - disse ele.

– Agora vamos ao assunto. Eu não tenho o dia inteiro. - Disse inocentemente.

Darien levantou-se:

– Eu posso voltar depois.

– Não! Agora que você já está aí pode ficar! Depois você me acompanha. Vou para o karatê. Mas é mais tarde.

– Está certo.

– Então, pode falar!

Darien respirou:

– Na verdade não quero muita coisa. Resolvi vir aqui, saber um pouco sobre você pra ver se me lembrava de onde te conheço, porque sua figura me é muito familiar... Sinto que nos relacionamos de alguma maneira, há muito tempo, e esse muito tempo me intriga. Pensei que pudesse me responder sobre isso.

Lyene suspirou. Também queria que ele lhe respondesse alguma coisa sobre isso...

– É, eu sei como é. Entretanto não posso te responder nada porque eu mesma não sei. Só sei que ver você foi como dar um nó na minha cabeça, me deixou muito confusa, mas tenho que admitir que a maior surpresa foi ver a sua namorada, ela é praticamente a mesma pessoa que vejo num sonho que sonhava quase todos os dias, que só mudou depois que vi vocês, mas mesmo diferentes, acontecem no mesmo lugar.

Darien não ficou tão surpreso. Reviu tudo o que ele vivera tempos atrás e havia suspeitado de que Lyene devia ter pertencido ao Milênio. Naquele momento teve certeza, com a evidência de que ela via alguém parecida com Serena nos seus sonhos. Poderia ser a própria Serena como princesa, ou mesmo Serenity.

– Então você vê a Serena em seus sonhos. - disse pra confirmar.

– Não a Serena exatamente, mas alguém muito parecida com ela, só que mais bonita, sem querer ofender, se bem que isso não me importa.

Era realmente Serenity, entretanto, ao percorrer toda a memória que ele tinha sobre aquela época, não havia um lugar sequer em que poderia encaixá-la, a não ser que ela pertencesse ao Negaverso. Ficou confuso. Não queria acreditar nisto, mas não queria acreditar por que simpatizava com ela? De qualquer forma eram conclusões precipitadas. O óbvio, no momento, era que havia alguma coisa a mais de que ninguém se lembrava.

Lyene sacudiu a mão em frente aos seus olhos:

– Ei, que foi? Desligou de repente. Está neste mundo?

Ele sorriu:

– Estou aqui. Só estava pensando em tudo o que você me disse.

– E faz algum sentido?

– Acredite, faz muito sentido.

Darien levantou-se:

– Bom, foi uma conversa muito boa, mas eu preciso mesmo ir, não quero tomar mais o seu tempo. Se você aceitar a minha amizade, depois a gente combina de tomar um café juntos e conversar mais sobre isso. Há realmente muita coisa que eu quero saber.

Ela ficou encarando-o um tempo:

– E você já está flertando comigo? - Disse ela um tanto cínica.

Ele ficou vermelho:

– Não, não me leve a mal. É sobre tudo o que você disse, só isso. É tudo muito interessante e são dados novos. É como amigos que sairemos.

– Ah, não sei se quero você como amigo - olhou para o lado - você pergunta demais. Se estivesse interessado em mim eu até compreenderia, mas do contrário, não.

Darien ficou com uma gota na cabeça:

– Então, de qualquer forma, obrigado pela recepção, é melhor eu me retirar logo. - Disse ainda vermelho.

Lyene começou a rir:

– É brincadeira, bobinho. Se eu te chamei pra vir na minha casa é porque já te considero meu amigo. Além do mais estou precisando de alguém pra me mostrar a cidade. A gente pode combinar no dia do café. Mas, sem querer ofender, em um dia que você tirar pra você mesmo. Penso que deve haver um dia assim, na sua vida.

Darien sorriu:

– Pode ficar tranquila...

Nesse momento ouviu-se um estrondo de coisas caindo lá fora.

– Ah, não! Minhas plantas!

Lyene se levantou de uma vez e foi até lá fora. Darien foi logo atrás. Uma mulher de cabelos negros e longos, cheio de pequenas tranças, olhava as plantas. Lyene foi até onde uns vasos foram quebrados, acariciou uma planta e olhou para a mulher furiosa:

– Você vai virar adubo pra minhas plantas, sua desgraçada...

A mulher, por sua vez, suspirou:

– Você mais preocupada com as suas plantas que com as pessoas. Eu me machuquei, droga...

Darien mexeu o indicador de um lado para o outro apontando para as duas:

– Vocês se conhecem?

A mulher estranhou:

– Você não se lembra de mim, Lyene? – Disse a figura.

Lyene voltou-se a si, sacudiu a cabeça, e fechou o semblante:

– Você por acaso tem espelho em casa? Olhe-se lá e vê se eu perderia tempo com alguém como você, e não precisa me responder...

– Humm, entendo... Então deixa eu me apresentar: meu nome é Kitty...

Lyene a interrompeu:

– Kitty? Como: Hello, Kitty? - e começou a rir.

Os dois ficaram com uma gota na cabeça.

– Ok, ok, muito ruim a piada. Calei-me.

Kitty continuou:

– Estou em missão importante e seu colar seria fundamental para essa missão. Vim pegá-lo.

Lyene olhou-a com as sobrancelhas erguidas:

– Ah, é? Só isso? Não, não acredito que você veio quebrar as minhas plantas só por causa de uma bobeira dessas...

Tirou o colar até a metade da cabeça e o colocou de novo. Começou a rir:

– Você quase acreditou, não? Vi até seu sorriso de triunfo. Posso falar de coração? Essa foi a pior bobagem que já escutei. Um menino de seis anos elaboraria uma coisa muito melhor que essa... Missão importante... Pff... Diz que me conhece e tem a capacidade de falar uma coisa dessas. Só por cima do meu cadáver que você pega esse colar.

Darien não pôde deixar de sorrir, mas achou melhor ficar quieto por enquanto.

Kitty levitou e Lyene não se surpreendeu com isso. Reparou bem e percebeu que, de fato, não lhe era muito estranha. Aquele macacão colado no corpo, aquelas botas e luvas grandes, o jeito com que falava, tudo remetia Lyene a situações vividas com muita intensidade, embora a sensação fosse de algo extremamente irritante.

Darien também observava Kitty intensamente. Era-lhe familiar de uma maneira bizarra que o incomodava.

– Está com medo, comandante?

– Estou só te esperando - disse Lyene.

Darien só observava.

Kitty avançou para cima de Lyene que segurou o próprio colar e caiu no chão. Passou uma rasteira em Kitty que acabou caindo também. Lyene se levantou num salto e tentou chutar Kitty que rolou para o lado e se levantou também no mesmo salto.

Darien olhava perplexo. Lyene era realmente maluca, muito mais do que ele poderia prever. Era melhor pedir ajuda antes que ela pudesse sair muito machucada. Discretamente saiu dali para contatar as meninas.



Acabaram-se os seus dias de glória, maligna! O poder do amor sempre vai prevalecer. Sou uma guerreira...

Lyene e Kitty pararam de lutar. Lyene ergueu as sobrancelhas, Kitty fechou o cenho:

– Aquelas guerreirazinhas...

Aproveitando a distração de Kitty, Lyene deu-lhe um chute no estômago e virou-lhe um chute no rosto. Kitty caiu.

– Ninguém combinou que tinha que ser uma luta justa - disse Lyene de sobrancelhas erguidas.

Sailor moon, com os olhos arregalados, piscou duas vezes e continuou:

– Sou Sailor Moon.

– Eu sou Sailor Mercury.

– E eu sou Sailor Mars.

– Sailor Júpiter.

– Sailor Vênus.

E todas disseram juntas:

– E nós puniremos você em nome da lua!

Lyene ficou petrificada de surpresa diante da cena. De alguma forma totalmente surreal aquilo fazia parte de seu cotidiano, era parte de sua vida. Flashes e mais flashes de diversas imagens parecidas vinham isoladamente na sua cabeça. Na tentativa de se forçar a entender e organizar tudo aquilo, sua cabeça começou a doer terrivelmente, e ela soltou um grito ajoelhando-se no chão.

Uma daquelas garotas veio ajudá-la e ela a reconheceu:

– Lita? – mas não a reconhecera somente daquele momento.

Lita se assustou:

– O que? Está havendo um engano, eu...

– Ai, não, por favor, você é a segunda pessoa que quer me fazer de idiota hoje. Devo estar com a aparência péssima... Se for pra dar esse tipo de desculpa é melhor ficar calada... Volta pra lá, já melhorei.

Lita ficou encarando-a por um momento, sem saber se de preocupação com ela ou consigo mesma, até que voltou para junto das meninas...

Lyene observou bem e também notou que a que se denominava Sailor Moon era nada menos que a namoradinha escandalosa do Darien. Lembrou-se dele, olhou para os dois lados procurando-o. Sumira.

Kitty agora flutuava no ar e defendeu com facilidade a tiara lunar de Serena com um escudo de energia. A utilização dos poderes das Sailors estava limitada pelo tamanho do lugar.

De repente uma flor vermelha feriu a mão de Kitty e caiu no chão. No prédio do outro lado da rua, em seu topo, havia um homem. Lyene não viu o que ele fez, mas em dois segundos já estava na varanda da sua casa.

– Não se quebra o coração de uma pessoa como se quebra um vaso de planta. Portanto, você não merece perdão. Sailor moon, sua vez!

Lyene contraiu o cenho tentando ver sentido no que ele falara. Reconheceu Darien, mas naquela circunstância, lhe pareceu um perfeito idiota. Poderia ser a cartola lhe apertando o cérebro...

Sailor moon lançou sua tiara lunar de novo e aquela mulher desapareceu.

Foram ver como Lyene estava.

– O que é isso? - Disse apontando pra todas com um ar de deboche.

– Somos guerreiras, ora - disse Rei no mesmo tom.

Lyene começou a rir:

– Estão parecendo mais um bando de líderes de torcida, lutando de salto, não... Olha o tamanho dessas roupas! Parece mais um show de exibicionismo! Cuidado, sair com essas roupas pela cidade pode ser perigoso, algum pervertido pode sequestrar vocês.

Rei teve ímpetos de avançar em Lyene. Mina e Lita a segurou.

– Não consigo entender, ninguém nunca nos reconheceu! – Disse Ami

– Fora Serena e Lita, não posso reconhecer vocês, porque não as conheço...

Falou entrando pra dentro de casa, rindo.

Todos eles reverteram a transformação e foram embora, as meninas furiosas, e cada qual com sua suspeita...



Lyene ligou o som e deitou-se nas almofadas. Tocava as 4 estações, "Inverno", 4o movimento. Sentia-se da mesma forma que a ventania de instrumentos do som.

Fechou os olhos na tentativa de colocar tudo em ordem:


(FLASHBACK)


O cenário era o mesmo de seu sonho, um palácio de cristal perdido em um deserto de areias obscuras. Lyene se viu abraçando uma garota de cabelos vermelhos na altura do ombro, escutou-se dizendo que não mediria esforços para proteger o “Milênio”. Viu também tropas de batalha se preparando para uma guerra. E aquelas garotas estavam a postos em frente ao palácio, como se alguém muito importante estivesse lá. E estava, Lyene sabia que sim.


(FIM DO FLASHBACK)


Tudo lhe parecia muito improvável, muito inverossímil, mas Lyene não tinha dúvidas de que era real.

E os movimentos da música, como a ventania que desordenava seus pensamentos, repetiram-se várias vezes...


(FIM DO CAPITULO II)








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Notas finais do capítulo

chabudai - Tradicional mesa de jantar (de pernas curtas)japonesa
As quatro estações: Inverno (Vivaldi) - Toca-se esta música no episódio 44, quando o Negaverso invade o milênio de prata