Aprendendo a Viver. escrita por Ana_gms_000, camila_guime


Capítulo 5
Capítulo 5




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 Era incrível a sensação que sentia : Um calor reconfortante no peito. Gabrielle ainda se encontrava deitada na cama, de olhos fechados. Sentia a cama vazia, mas o cheiro de Gustavo estava impregnado no travesseiro ao lado, isso a deixava mais calma.

 Virou pro lado e abriu os olhos tendo uma boa visualização do quarto. Estava tudo em perfeita ordem a não ser pela falta de uma bolsa, a que continha os pertences de Gustavo.
  Desconfiada se ergueu da cama e olhou para os lados.Nenhum sinal de Gustavo.

 Em um momento seu coração começou a bater freneticamente, machucando suas costelas. Correu até o banheiro e viu que ali não tinha ninguém. Seus olhos ardiam, já podia quase sentir as lágrimas rolando pelo seu rosto.

 Mas algo dentro dela não podia, não queria acreditar no que estava se passando. Ele deveria ter saído, mas iria voltar, tinha certeza disso ou pelo menos queria ter tanta quanto achava que tinha.

Pegou uma muda de roupas e entrou no banheiro, iria tomar um banho, se arrumar e encontraria Gustavo ali, sentado na cama com seu típico sorriso largo trazendo boas noticias.

Assim que entrou no boxe e ligou o chuveiro foi relaxante sentir a água morna escorrendo pelo seu corpo. O tempo estava frio, e por um instante isso só não serviu como um refúgio para o frio como também trouxe uma sensação de paz e os temores de antes já não a assolavam tanto. Porem, não podia deixar de pensar que talvez ela realmente estivesse sozinha ali, sem ninguém. E que talvez Gus não tenha saído rapidinho e sim fugido, deixando-a ali, totalmente sozinha.

Então novamente as lágrimas começaram a rolar por seu rosto e os soluços vieram. Há quanto tempo ela não havia chorado desse jeito?
Talvez ela simplesmente não tenha encontrado ninguém que merecesse tanto do seu sofrimento.

Acabou o banho e vestiu sua roupa indo em direção ao quarto. Tudo parecia tão terrivelmente escuro, frio. Isso seria medo?

Pegou sua escova na bolsa e se pôs a desembaraçar os cabelos, olhando para a porta, esperando a hora em que ele entraria por ali e a daria um beijo.

Quando foi que ela havia ficado tão dependente dele?

Abaixou os olhos pro chão, com vergonha de si mesma. Como ela pode ser tão besta?

As lágrimas rolaram novamente. Ela levantou-se da cama e abriu a janela olhando paro o lado de fora e avistou a enorme cidade. Era linda, mas ao mesmo tempo escondia tantos segredos...

Entrou novamente e ainda com esperanças sentou-se no chão, em frente à televisão e a ligou. Passou de canal a canal quando viu uma reportagem que chamou sua atenção, uma pessoa conhecida dava uma entrevista a um jornalista e a parecia bastante familiar, vestia roupas simples, o que não era do seu normal e isso que a fez parecer tão diferente. Era sua madrasta.

Usava roupas largas e folgadas e seu cabelo estava preço em um coque largo, com pequenos fios soltos de uma maneira desleixada. Não havia sequer uma maquiagem em seu rosto, estava totalmente desprovida de jóias e as purpurinas que costuma passar.

Então por um momento se perguntou o que deveria ter acontecido para ela estar tão mal vestida de frente para as câmeras. Não era típico dela. Então para escutar o que falavam.

- Já tem dois dias que ela está desaparecida e nos já procuramos em vários lugares. Estou completamente preocupada com ela, por mais que tenha certos problemas devido às drogas ela é uma boa menina. - Dizia com um semblante triste.

- A quanto tempo a menina usa drogas?

- Se eu não me engano desde o dia em que seus pais morreram. Começou com dramas, choros e uma alteração total de sua personalidade e quando vimos estava lá, totalmente destruída. Suas feições em ruínas... Seu quarto fedia...

Gabrielle estava estática na frente da televisão. Não sabia como reagir, o que fazer, mas continuou sentada, surpresa e abalada ao ver a continuação da noticia.

A mulher agora se referia a outra pessoa.

- Em uma de suas entrevistas anteriores você citou um garoto, que seria namorado de Gabrielle. O que você tem a dizer sobre ele? Acha que ele poderia te-la influenciado nesse mundo das drogas?

- Ele sempre aparentou ser um garoto bom, sempre foi bem educado... Mas nem tudo é o que parece ser e pode apostar que ele com toda certeza a influenciou a seguir esse caminho. Tentei afastá-los, diversas e diversas vezes, mas sempre em vão e agora, dessa última vez, simplesmente desapareceram.

As lágrimas de desgosto molhavam a blusa de Gabrielle que agora mais do que todas as outras vezes chorava, alto. Seus soluços eram tão grandes que a faziam dar pulos sentada ao chão. Mas ainda assim, tinha mais e ela queria ouvir.

- Segundo informações o nome dele era Gustavo, o garoto que morreu durante a madrugada da noite passada enquanto andava na contra-mão. O que você tem a dizer...
— Morreu?- Sussurrou pra si mesma.
Levantou-se o mais rápido possível procurando em sua mochila o seu celular, quando se deu conta que tinha uma grande quntia em dinheiro e um anel. O familiar anel de Gustavo.

Então ele realmente havia deixado-a. Tudo bem, ela poderia aguentar... Mas precisava ao menos saber se ele estava bem, se ele estava vivo.
Por um instante deixou o anel de lado e pegou seu celular discando freneticamente o numero dele.

Chamava... Chamava... Chamava...

Ninguém atendia. Uma dor assolou o seu peito e então ela se tacou na cama e notou o anel que ela havia jogado em cima da mesma. Pegou-o e o colou no dedão da mão, pressionou os olhos e as lágrimas rolaram pelo seu rosto. Continuou tentando ligar para se comunicar com ele, ligou infinitas vezes mais nada. Simplesmente nada.

Abraçou-se ao travesseiro e inspirou o cheiro dele e chorou lembrando-se da noite passada, lembrando de todos os momentos que haviam passado juntos, de todas as promessas.

Ela não conseguia sentir raiva, era até compreensiva. Mas porque ele deveria morrer, por quê?

As pessoas simplesmente vêm e vão, e temos que aceitar isso, faz parte da vida. - Dizia uma voz no fundo da sua cabeça. Ela mordeu o lábio inferior e escondeu parte do rosto no travesseiro, como fazia quando ainda era criança.

O segredo agora era seguir em frente. Ela não tinha desejo de vingança em seu coração, só de superação. Queria apenas mostrar a todas as pessoas que a difamam o quanto ela pode ser. E ela seria até mais do que isso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado !



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