POV Lily

Depois do discurso da Lena o enterro foi concluído e nós voltamos para casa. Detalhe: A Lena não desgrudava do Sirius e eu estava abraçada com o Potter.

No dia seguinte a Lena e o Potter estavam bem animados, o que todos estranhamos, mas a Lena disse que o Hector (vovô Potter) não iria gostar de vê-los tristes. Sabe de uma coisa? Eu invejo eles. De um jeito com, claro. É só que eu queria ter toda essa força de vontade que eles tem.

Nesse momento estamos todos, menos os pais da Lena, na sala de jogos nos divertindo, mas eu não conseguia prestar atenção no que eles diziam, só conseguia pensar no presente de natal que eu vou dar ao Potter. Ahh, eu acho que esqueci de mencionar que amanhã é natal e a Lena esta quase pirando por isso, já tentou arrancar de todo mundo o que ela ia ganhar, claro que ninguém falou o que deixou ela muito brava, mas fazer o que se a graça é essa?

- Ei, Lírio! – eu até gosto desse apelido, mas nunca irei admiti-lo. Pra ninguém. Nem pra Lena. – Que tal irmos a um parque que tem aqui perto? – e nem preciso, realmente, dizer quem foi o infeliz que disse, certo? Ótimo!

- Não sei não, Potter. Não quero deixar a Lena sozinha...

- Vamos Lírio... Alem do mais, ela tem o Sirius... Já eu, eu estou carente... Vamos... – a carinha dele tá tão fofa, mas isso vai para a lista de coisas que não irei contar a ninguém nem sob tortura!

- Só uma volta, ok? E nada de comentar isso com ninguém! Ou senão, seu amiguinho de baixo vai sofrer... E eu sei ser tão má quanto a Lena. Então, um conselho: não duvide de mim. – ameacei. Eu não era muito capaz de fazer isso, mas se eu estiver com raiva, sai de perto!

- Ebaaa! – não é que o desgraçado começou a pular que nem criança?! As vezes duvido da sanidade mental desse garoto.

Eu e Potter saímos abraçados pela porta. Duvido que a Lena tenha visto, ela estava com o Black ali, e eles pareciam estar conversando bem animadamente. Com certeza, hoje é dia de surpresas.

Caminhamos bem pouco, até um parquezinho que tinha ali. Era lindo. Cheio de canteiros com flores, tinha balanço, tinha crianças ali... Tinha até uma que era ruiva que nem eu! E um pequenininho moreno bem magricela que usava óculos... Parecia o Potter.

Ja... Potter, me deixou sozinha no meio do parque e foi não sei onde. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei?! Ele deve estar dando em cima de alguma garota que tenha por aqui. Talvez seja isso... Ele me chamou aqui para esfregar na minha cara que tinha desistido de mim...

Bufei, sentindo lagrimas invadirem meus olhos. Como eu pude se quer pensar, que ele algum dia me amava realmente? Ele mentia... Sempre mentiu. Eu não deveria ter acreditado nessa mentira! Apenas me iludi...

Sabe, eu sou apaixonada por ele. Realmente pensei que ele estava falando a verdade quando dizia que me amava. Mas eram apenas mentiras... Mentiras que agora cobram seu preço. Seu preço, é minha dor. Ninguem mandou acreditar no falso amor do Potter. Eu acreditei... Acreditei numa mentira. Numa ilusão.

A essa altura, as lagrimas quentes escorriam por meu rosto. Quem mandou pensar nessas coisas no meio da praça?! Me virei para ir embora, quando de repente, o estrupício aparece na minha frente, todo sorridente e com um... Lírio? Cuma?! Ele tinha dado a minha flor preferida para outra e vem aqui na cara de pau me mostrar? Ah, ele vai se ver comigo, ah se vai!

Eu fui pra cima dele, literalmente. Me joguei em cima dele e o estapeei. Alguém que visse a cena, a acharia bastante engraçada, quer dizer, uma ruiva esquentada, em cima de um moreno de cabelo desarrumado, de óculos e um lírio branco na mão, o estapeando, é suuuuuper normal de se ver.

- Ai, Lily!... Lil, pare!... Pare com isso, Lily! Isso dói! Pare!... – ele gritava tentando se defender dos meus tapas. Há! Isso não é possível, querido. Ninguem se defende dos meus tapas.

- Isso – tapa – é – tapa – por você – tapa – me largar – tapa – nessa merda – tapa – de parque! – tapa. Ai, acho que esse ficaria marca... Coitado.

- Lily! Por Merlin, pare! – nossa, estava realmente doendo. Chegava até lacrimejar... Eu nao vou ficar com dó. Não vou! Eu não vou... Eu não... Ah, foda-se! Eu estou com dó!

Parei de bater nele, e – finalmente – reparei que tinha muuuita gente em volta de nós... Coitado de nós! Definitivamente.

            Levantei-me de cima dele, e marchei para casa do Potter. Aquela com certeza não foi uma boa decisão. Escutei os gritos do Potter atrás de mim, mas não liguei. Quem ele pensa que é pra fazer isso comigo?!

            Acho que to deixando pegadas na calçada tamanha força com que piso, mas quem liga?! Eu é que não!

No dia seguinte...

― LILY! ACORDA! ― a voz melodiosa da Lena me acordou naquela manhã de natal. ― É NATAL!!

― Ok. Já acordei. Agora, para de gritar, ou você vai acordar a América inteira, do outro lado do oceano!

Depois que a Lena saiu do meu quarto, eu coloquei uma roupa bem quentinha, poupando os esforços de me arrumar bem ― já que essa noite vai ter um baile e eu tenho que guardar inspiração para não fazer feio e ter que pedir ajuda a minha melhor amiga que ficaria se achando para o resto da vida ― e desci, com a cara amarrada por ser acordada às sete da manhã, para tomar café-da-manhã e pelo visto a Lena acordou todo mundo, pois estavam todos parecendo mortos-vivos, menos é claro a Lena que faltava quicar na cadeira.

― Bom dia. ― falei desanimada e todos me responderam do mesmo jeito, menos, é claro, a Lena que gritou:

― BOM DIA, RAIO DE SOL!!

Preferi não comentar e me sentei ao lado do Potter. E foi aí que eu me lembrei do meu presente para ele e que eu ia dar essa noite. Depois daquela cena no park... Bom, eu quase desisti, mas eu vou contar um segredo vocês:

Ontem à noite, fui ao quarto do Potter pra ver se ele tava dormindo, vi que ele tava meio que chorando. Claro que pensei que ele estivesse acordado e quase sai dali pra nãos se vista, mas ele sussurrou meu nome. Na hora, é claro que eu fiquei estática, afinal, achei que ele tivesse me visto, mas não. Em seguida ele sussurrou: "Lily... Não vai, meu Lirio. Não fique com o Diggory, você sabe que eu que te amo, meu anjo... Liz..." Ai ele se virou para o lado e continuou a chorar.

Como eu fiquei comovida com aquilo. Eu sou mais o tipo de pessoa que escuta a voz da razão, mas sei lá. Aquela cena mexeu comigo... E eu decidi! O meu presente de natal para ele, vai realmente existir!