Cara, Sirius Black esta nu em pecos do outro lado dos arbustos! Entenderam o drama? Ele esta como veio ao mundo! P-E-L-A-D-O! Será que ele vai achar ruim se eu olhar?

Mas, enfim, eu simplesmente não parava de rir, para esconder minha louca vontade de dar uma espiadinha. (N/a: Qualé! Virou BBB agora?)

― Isso! Continue rindo, você ainda vai precisar da minha ajuda! ― só pela voz já dava para ver (ou ouvir) que ele estava emburrado e isso só fez com que minha risada aumentasse. ― Dá pra ajudar ou ta difícil?

― Sabe, tá difícil. ― falei com a melhor voz de quem ta pensando no assunto. ― Acho que você vai ter que sair daí assim mesmo.

― Hahaha! Tô morrendo de rir.

Okay, Lena, pensa.

Como você vai fazer oara tirá-lo de lá sem cair em tentação, ou seja, com ele vestido? Humm... Eu posso ir em casa buscar uma roupa descente para ele. Isso! Eu sou de mais!

― Eu vou lá em casa buscar uma rou...

―NÃO! ― ele me interrompeu antes que eu terminasse a frase. ― Você não vai me deixar aqui sozinho!

― Com medo de que alguém venha abusar do seu corpinho, Black? ― perguntei com um sorriso maroto nos lábios. ― Ou é medo do lobo mal?

― Eu não estou com medo! Só que se alguém aparecer você pode mandá-la embora.

― Sei... ― eu sabia que ele estava para me mandar uma resposta bem feia, então eu o interrompi. ― Deixe-me pensar!

Eu fiquei olhando em volta procurando por uma luz, mas isso não adiantou muito já que na minha cabeça só vinha a imagem de Sirius Black com uma folinha tapando as partes... Hm... Importantes.

Foi quando meus olhos pousaram na camisa que eu estava usando, uma camisa do meu pai, ou seja, ela batia quase no meu joelho, o que significa que nele ficaria boa, alias a blusa é de uma banda trouxa chamada Guns’n’Roses. (http://www.rockbcn.es/WebRoot/StoreES2/Shops/62037393/4BCE/1D66/0715/3E92/1E1F/C0A8/2981/556C/GunsRos5.JPG). E foi aí que eu agradeci à Merlin por ter pego um sutiã, não muito decente, mas mesmo assim um sutiã. (http://www.webluxo.com.br/menu/fashion/sutia-preto-diamantes_p.jpg)

Tirei minha blusa e estendi para ele que, depois de um tempo de hesitação, pegou.

― Mas essa não é a blusa que você tá usando? ― sua voz denunciava sua confusão.

― Sim.

― Okay. ― mesmo ele estando fora do meu campo de visão eu sabia que ele estava dando de ombros.

Então ficamos assim: Sirius Black apenas com uma blusa do Guns’n’Roses; E eu com jeans e sutiã. Acho que é justo.

Quando ele saiu de trás dos arbustos ele me dou uma boa olhada, ou seja, me secou, o que me fez corar até a alma.

― Humm... Acho que foi um bom contra tempo eu ter esquecido as roupas...

― Black!! ― eu não estava realmente brava, mas não deixaria que ele pense que pode me comprar com elogios a minha aparência. Ele fez um cara de inocente que não combinou nem um pouco com ele, mas ficou extremamente fofo. ― Vamos logo. ― falei soltando um suspiro. ― Temos que nos trocar pro enterro.

― Er... Então... Sobre isso... ― ele falava sem jeito.

― Eu não quero falar sobre isso. ­― eu admito que eu fui meio ríspida, mas logo completei: ― Mas obrigada e desculpa.

― Por...

― Por... Tudo! ― falei meio exasperada. ― Você tem feito muito mais do que eu poderia esperar, do que eu poderia pedir e eu te trato como um lixo...

― Hey, hey, hey! Pode parando! ― ele me interrompeu. ― Eu não tenho feito mais do que minha obrigação. ― ele se aproximou e colocou a mão esquerda na minha bochecha e acariciou com o polegar.

Momento confissão on:

Eu sempre quis que um menino me acariciasse desse jeito. Bem desse jeitinho. Eu sei que deve ser uma surpresa já que eu não faço o gênero de menina romântica ou que espera pelo cara certo. Para começar eu nem sei se acredito no amor.

Okay. Agora acho que eu confundi de vez. Por que eu choro por um homem se eu não acredito no amor, certo? A resposta é fácil: Eu não sei! É só que com tudo que acontece com meu pai eu não tenho muitos motivos para acreditar que o amor realmente existe, certo?

Anyway, eu sempre quis estar nessa situação. Bom, não exatamente nesta, já que eu não planejava estar sem blusa, nem que ele estivesse sem calça... ou roupas intimas.

Momento confissão off.

Olhei no fundo de seus olhos e disse:

― Não é a sua obrigação, Six. ― falei com uma voz doce que eu nem sabia possuir. ― Do Jim? Talvez. Ou até da Lily. Mas não sua.

― E por que não? ― pelas calçolas de Morgana, se ele continuar com essa voz rouca eu vou atacá-lo sem dó nem piedade.

― Porque você não é nada meu, Love. ― aquelas palavras me doeram, e acho que ele também não gostou de ouvi-las, pois ele tirou a mão do meu rosto como se tivesse levado um choque, mas eu desabafei no “Love”.  ― O Jim é meu irmão, a Liz é minha melhor amiga, mas e você?

― Eu achei que fossemos amigos... ― a confusão estava estampada no rosto dele.

― Amigos conversam civilizadamente, amigos brincam, amigos discutem, mas não conseguem ficar muito tempo sem se falar, amigos não se chamam pelo sobrenome...

― Só quem chama alguém aqui pelo sobrenome é você. ― ele esta com raiva ou é impressão? ― Nós conversamos civilizadamente muitas vezes. Eu vivo brincando com você. E quando agente discutiu eu fui te pedir desculpa e quem ficou fazendo doce foi você.

― Então nós somos amigos? ― Por favor, fala que não! Fava que quer ser mais que um amigo!

― Claro que somos! E como seu amigo eu devo dizer que você tem que chegar logo em casa ou você pode ser atacada.

― What?

― Você é gostosa e pessoas gostosas não podem ficar na “floresta” só de sutiã e calça. ― e aquele maldito sorriso maroto aparece pra dar um oi e matar a tia Lena do coração.

― Idiota! ― falei tentando parecer brava, mas falhando miseravelmente.

Fomos para casa em meio de piadas e, por incrível que pareça, ele me fez rir. Mas assim que eu cheguei em casa meu riso morreu (trocadilho infame esse, hein?). Estavam todos na sala com cara de enterro (Merda! Eu tenho que parar de fazer esse trocadilhos!).

― Okay. Agora que as duas donzelas chegaram ― falou minha mãe fazendo com que o Sirius fizesse uma cara de indignado. ―, eu quero vocês prontos em uma hora.

 Todos concordamos e fomos nos trocar. E eu bati meu recorde! Tomei banho, me maquiei, sequei o cabelo, escolhi e vesti uma roupa em 45 minutos! (http://www.polyvore.com/helena_potter/set?id=36950493)

Quando eu desci já estava todo mundo lá em baixo, só faltava a Lily e a minha mãe. Elas desceram juntas e parece que as duas pensam o mesmo que eu: não é só porque você esta de luto que você perdeu seu senso de moda.

Dorea (mãe): http://www.polyvore.com/cgi/set?id=38227106&.locale=pt-br

Lily: http://www.polyvore.com/helena_potter/set?id=38223205&.locale=pt-br

Quando nós chegamos ao lugar onde seria o velório, uma sala no próprio cemitério, o corpo dele já estava lá. O caixão estava aberto e o vovô parecia apenas dormir, se ele estivesse menos pálido eu juraria que ele estava apenas fingindo. Conforme o pessoal foi chegando eu e o resto do povinho fomos para o fundo do salão e eu agradeci à Merlin por não ter passado maquiagem forte, apenas base, corretivo e lápis (tudo à prova d’água), porque eu chorava o Pacifico abraçada ao James que chorava o Atlântico.

Olhei para perto do caixão e vi a mamãe segurando a mão do vovô e chorando o Oceano Indico junto com o papai que estava segurando sua outra mãe e chorava o Mar Vermelho (é impressão ou nossa família esta alagando o mundo?).

Quando todos chegaram, falaram com a mamãe, com o papai (sentiram a ironia?), com o Jim e comigo, além de dar seu adeus ao vovô os homens do cemitério vieram para carregar o corpo até a cova e todos nós fomos atrás.

- Bem, quem quiser dizer algumas palavras pode vir aqui as dizer. – disse um carinha todo de preto.

Vi minha mãe, meu irmão, o pai do Jay, minha avó... Todos subirem lá e falar palavras lindas. Agora era minha vez. Eu subi e fiquei encarando aquele povo pensando no que falar.

- Oi. Eu sinceramente não sei o que falar. Mas vou tentar. – respirei fundo e comecei o meu discurso: - Esse homem que morreu, não era um homem comum, não pra mim. Ele era meu pai. O pai que sempre precisei. O pai que eu amei e que sempre amarei. Ele me ajudava quando mais ninguém conseguia. Botava um sorriso no meu rosto quando tudo o que eu queria era chorar. Ele era especial, para mim, ele era especial. Ele era aquele que transformava meu dia. Aquele que eu faria qualquer coisa. Aquele que eu fiz qualquer coisa.

Eu estava, literalmente, desabafando ali. As lagrimas caiam pelo meu rosto. Se minha mãe estava chorando o Indico e o “papai” o Mar Vermelho, Jim o Atlântico e  se antes eu estava o Pacifico, agora eu to chorando o mundo inteiro.

- Ele foi o melhor pai do mundo, tenho certeza, como foi para mim. Ele nunca me tratou mal, nunca me bateu, nunca me criticou por ser diferente, apenas me fez feliz. Me fez feliz como ninguém. Sempre que o visitava, que o abraçava, que o beijava, me sentia em casa. Me sentia bem. Ele sempre foi um homem alegre, pelo menos pelo que me lembro, e contagiava a todos com sua alegria. Eu o amo, não o amava, eu o amo, pois meu amor por ele será eterno. Ele era meu porto seguro, aquele que eu poderia contar sempre.

Eu agora via todos chorando. Eu junto. Eu falava apenas a mais pura verdade.

- Ele foi o meu pai, o pai que nunca tive. O pai que nunca me criticou, o pai que sempre me quis bem, fosse o que fosse. Ele foi a pessoa que eu mais amei e que mais amarei nessa vida. Ninguém o substituirá. Ele foi único. E sempre será.

Conclui meu discurso. Eu desabafei nele tudo o que eu sentia. Tudo o que eu sempre precisei dizer. Ele era meu pai e não aquele que me batia. Ele quem me criou. Ele quem me ensinou tudo o que sei hoje. Ele e apenas ele.