Porque recomendar a sua última chance de mudar?

É uma história curta, bem redondinha, mas ainda assim feita com carinho e cuidado. Os personagens são bons e identificáveis, além de descrições fluidas, porém poderosas. A protagonista é ótima, leva uma vida normal e rotineira como qualquer pessoa, e como qualquer pessoa tem arrependimentos em como levou a vida. E não se engane, eis aqui uma das muitas qualidades dessa história, além disso toda a ambientação é bem convincente, junto dos diálogos que junto das descrições dão corpo e alma aos personagens. Uma coisa é garantida, um titulo de uma história nunca fez tanto sentido quanto esse!

Quando peguei para ler Estrelas Perdidas, me perguntei: O que faço aqui? Esse não é meu gênero. Então acompanhando o primeiro capitulo fui completamente cativado por essa história de tantas faces e com personagens únicos e maravilhosos. É um turbilhão de vários momentos e sentimentos, mas isso não quer dizer confusão, tudo é feito com primor pelas duas autoras. Há vários traços potentes na história; a amizade, a diversão, a tristeza, o cotidiano, o novo, o velho tudo funciona de forma harmônica! Além disso enquanto uma das personagens é um poço de fofura, o outro é um poço de boas rizadas. Vale acompanhar e se deixar levar por essa história até o fim.

Sangue Perdido levanta muitas questões atuais, tendo como pano de fundo uma realidade brasileira, que por várias vezes imprime uma imagem por vezes real dela.
O preconceito, o ódio, por vezes a xenofobia, mas e se um povo cansasse de ser oprimido? E se eles tivessem poder para se revoltar? Como agiriam? Seria diferente dos opressores?

Com base nos e se, Aracnídeo explora isso muito bem. Os corrompidos são pessoas que graças a alguns eventos, desenvolveram poderes. Isso acaba culminando numa revolução. Existe uma resposta para ódio, dor, segregação? É disso que a história vai tratar, com divertidos personagens, por vezes complexos, com um ritmo fluído e questões que jovens sentem todos os dias, e que até mesmo adultos poderão refletir.

Andressa Neves é aquela One shote que te entrete bastante com um clima de perseguição, narrativa e fluidade da escrita bons, mas em um sentido mais amplo, te faz pensar sobre o que ocorre com muitas crianças, jovens e adolescentes.

Aqueles que não tem pai, mãe ou parente algum, aqueles que vivem suas vidas na incerteza do amanhã, sem uma casa para chamar de sua, ou condição de estudar por conta disso, o que ocorre com essas pessoas? Sabe essa é aquela história que indiretamente te tira da zona de conforto, e te faz pensar, e se fosse eu? "O que eu tenho feito como pessoa pra mudar isso? Estendo a mão? Combato o ódio?"

Mas além das grandes questões, ela explora uma jovem adolescente, que poderia ser qualquer pessoa, uma amiga, uma irmã, ou conhecida, essa aproximação com a personagem é justamente o que faz dela humana, que a partir disso te leva as grandes perguntas, e é claro, não deixa de ser uma boa One.

Oclusiva é aquela história feita com muito cuidado e carinho, afinal é complicado trabalhar num universo amplo com muitos elementos já existentes, e a autora conseguiu romper essa barreira com primor, ainda mais trazendo isso para um contexto brasileiro, o que também é raro, quando a maioria dos heróis que vemos por aí, quase sempre são de fora.
Criando assim uma narrativa fluida, sem enrosco, focando no psicológico dos personagens, nada de personagens superficiais aqui, cada um deles é complexo, mesmo o mais aparente coadjuvante tem algo a dizer. Mas essa história não trata de heróis ou vilões propriamente, ela trata de pessoas, e pessoas podem ser complicadas. Antes de qualquer coisa eles são humanos, sujeitos a erros e acertos, se tornando facilmente relacionáveis, você torce por eles, odeia por eles, ri, aprende e se emociona com eles. Acho que em essência é o que toda a boa história deve proporcionar.

Ah Raiju, fazia tempo que eu não lia algo tão na contra-mão. Como posso dizer geralmente a maioria dos heróis tem uma saúde plena e não tem medo de morrer por um objetivo X. Mas com o Arthur temos nuances diferentes.
Ele perdeu o pai e a mãe cedo, foi adotado e viveu boa parte da sua vida se ferrando, o que até seria algo normal, se não fosse o complicado psicológico de nosso protagonista e por ele ir tão na contra-mão de tantos e tantos heróis,
Cada personagem tem seu papel significativo na história, nada está ao acaso, a fluidez da história é excelente, uma hora você começa no capitulo I e quando percebe fica no X.
Raiju é uma história de super-herói, onde o nosso herói, não poderia ser mais humano.

Você começa rindo e termina gargalhando até sua barriga doer. Essa história é provavelmente a mais incomum que já li na vida, os personagens são uma boa quebra de padrão, principalmente o Marcos que é um caso de ame e odeie mesmo.
O Mathus e os Gêmeos são igualmente hilários, você torce por eles e simpatiza com cada um, pela sua humanidade, seus pecados e virtudes. E o que dizer dessas maravilhosas referências a cultura pop? Par é uma One-shot de respeito, que cumpre muito bem seu propósito.