Quando deu por si, Sasuke percebeu que dedicava uma parte de seus dias apenas para apreciar ninguém menos que Hyuuga Hinata. E aquilo já estava começando a irritá-lo.

Hinata adorava rotinas. Gostava de saber exatamente como seria seu dia, o que aconteceria e como poderia lidar com as adversidades. Ela só não imaginava, porém, que passaria a incluir Uchiha Sasuke, seu mais novo vizinho e cliente, em sua própria rotina.

Sasuke achava engraçado o fato de um contexto tão trágico como um enterro conseguir unir duas pessoas completamente diferentes. A verdade era que ele pouco se importava com aquilo. Da mesma maneira que Hinata esteve ali por ele, ele também estaria lá por ela quando precisasse.

Assim que a conheceu, Itachi soube que Hinata seria a única capaz de acabar com toda aquela penumbra que ele guardava dentro de si. Dentro dos olhos perolados, enxergou tudo aquilo que ele próprio não possuía: ele viu luz.

Eileen Hawkins não via problema algum em assassinar mais uma dentre tantas pessoas. Durante tantos anos, ela nunca havia tido problema algum em executar seu papel com perfeita maestria – tanta que ninguém nunca havia chegado perto de incriminá-la.

Jamais havia imaginado que seu novo e prestigiado cliente – que havia alegado estar com sua empresa à beira da ruína – apareceria com uma solicitação tão complicada. Mas aquilo não importava; ela gostava de desafios. O problema, porém, surgiu somente quando visitou o laboratório de seu próximo alvo, se deparando com um equipamento que acabou por mandá-la para uma época regida por duras regras e normas de condutas: a Era Vitoriana.

Para Eileen, foi isso que acabou sendo sua maior ruína.

Hinata gostava do silêncio. Não tinha nada do que reclamar quando ficava ao lado do Sabaku mais novo, tão silencioso e quieto quanto ela própria. Porém, naquele instante, tudo o que ela mais quis foi que ele abrisse a boca e a pedisse para ficar com ele.

Promessas eram estúpidas, assim você pensava. Não faziam sentido algum, assim você dizia.

Ainda assim, selou um voto com um rapaz que conhecia a poucas semanas. Por que você havia se apegado tão rápido a ele? Era apenas porque ele conseguiu te fazer sair do casulo no qual você se escondeu por tanto tempo?

Mas, por acaso, você já conseguiu manter alguma promessa, Alexander?

Sir Silla Harrison era o cavaleiro perfeito: um exímio espadachim, forte e inteligente. Só havia um defeito que ele nunca admitiria: era demasiadamente leal, e era isso que o deixava cego. Jurou a si mesmo que, ainda mais que os outros soldados, faria o que fosse preciso para que a princesa Freya Lewis estivesse segura na ausência de seus pais, o rei e a rainha.

Entretanto, foi sua lealdade que abriu não apenas a porta para a fama como o melhor cavaleiro, mas também a porta para a insanidade.

E no ímpeto para sonhar, eis que ele somente afundou, imersa e insanamente, naqueles delírios que, talvez, pudessem ser chamados de sonhos algum dia.

Permita com que sua alma descanse entre meus braços, entregue-se de corpo e alma a mim. Deleite-se nesta formidável luxúria que surge entre nós nesta noite, enquanto aprecia a imagem de seu belo Anjo Caído.

A brandura exposta em seus olhos incolores o atraia da pior maneira possível. Diferente dos contos de fadas, ele não desejava que ela o amasse, apenas queria sentir o prazer de ter aquele sangue escorrendo por entre seus lábios. O sangue de uma doce boneca.

E foi naquele momento frustrante que eu percebi tudo. Definitivamente, eu teria que viajar sozinho na próxima vez, ou cometeria homicídio em pleno avião.