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Marymee
ID: 109028
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  • 25/10/2011


  •     E eu disse ao meu gato que ri

    De risada e inocência tão belo

    Que de alma em esmero não o vi partir

    Ora, que é firme o teu elo

    Oh, meu bem! Não se aparta daqui,

    Pois meu coração sangra partido, e de chagas ferido, não sei quanto a ti.

    Oh, meu gato que ri

    São todos tão loucos do lado de cá

    Que mal repararam que meu baluarte é o voo a alçar,

    Mas gatos não riem, lembrei-me calado

    Que pus-me a voar como Ícaro alado

    E tão, pois, como Ícaro, elevei-me e caí.

    O que seria de mim se não Dédalo-pai que me empurrou?

    Eu sou Frankenstein

    De dentro do monstro, o médico sou.

    Feche as cortinas, minha doce assombração

    E arranque da boca a língua de quem me faz menção.

    Oh, Chester, pois sou como ti, do mundo uma ilusão

    E não sei se penso ou se existo, e o que ouço em meu peito mortiço...

    Não sei se é coração.