A Intercambista escrita por LinaFurtado


Capítulo 8
Meu Deus (parte 3)


Notas iniciais do capítulo

Eu ADORO esse capítulo! :x HAHAH
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/99893/chapter/8

Capítulo 8 – Meu Deus (parte 3)

-Você... – Engoli seco e mordi o lábio. – O que está querendo dizer com isso?

Arregalou levemente os olhos, saindo de cima de mim e se sentando, fiz o mesmo, ainda olhando-o e querendo resposta.

-Não... – Abriu a boca para falar, mas a fechou em seguida, soltando um suspiro. – É isso que você está pensando. – disse soltando tudo sobre mim. Olhou para as mãos fechadas em punho. – Sei que provavelmente está me achando um completo imbecil, mas... É exatamente isso que você está pensando.

Não conseguia compreendê-lo. Como saberia o que estou pensando?

-E... O que, exatamente, estou pensando? – perguntei-lhe. Segurando a minha enorme ansiedade.

Olhou-me nos meus olhos, rasgando-me por dentro. Fiquei por um pequeno instante, sem ar.

-Que eu esteja gostando de você. – disse simplesmente.

Fiquei totalmente sem fala, tentando processar a informação. Edward Cullen estava dizendo que gosta de mim? Soltei o ar, virando-me para a lareira e olhando a lenha queimar. Não sabia o que falar, o que fazer. Eu deveria ir embora de volta para casa?, pois eu sei que se eu lhe contar que sinto o mesmo e nós nos relacionarmos, será a minha hora de voltar para casa e ainda nem está no meio no ano letivo.

-Por favor... – murmurou. – Será que dá para dizer alguma coisa? Aceito qualquer coisa, até mesmo um xingamento. – Estava envergonhado e encarava as mãos sobre o colo.

-Bem... Não sei o que dizer. – disse virando-me para ele, de novo. – Estou ainda um pouco confusa... – Esperou-me pacientemente. – Sabe que nós, intercâmbistas, não podemos ter relações com nenhuma pessoa aonde mora, não é mesmo?

Assentiu tristonho.

Não agüentava vê-lo assim, doía o peito, como se abrisse um buraco com uma faca afiada.

Aproximei-me dele e peguei suas mãos, a quem ele não parava de encarar.

-Edward? – Levantou o olhar, encontrando com o meu. Beijei-lhe de leve, encostando a minha testa na dele. – Não acho que eu precise dizer mais nada... – sussurrei. Quase que eu mesma não me escuto.

Soltou as minhas mãos, delicadamente, e levou-as ao encontro do meu rosto, fazendo-me olhá-lo. Ficamos assim por um momento, até ele me puxar para mais um beijo doce, sentia seu hálito maravilhoso me invadir, deixando-me embriagada. Passei as mãos em seus cabelos dourados, querendo que aprofundasse para mais um de seus beijos de tirar o fôlego. Ele compreendeu, soltando uma mão de meu rosto, levando-a a minha cintura.

-Espero que você não se arrependa amanhã... – disse sobre a minha boca.

Ri sem humor.

-Não. Não irei. – disse-lhe – Mas eu espero que você não... – Não esperei por sua resposta e beijei-lhe novamente.

-Nunca... – disse quando conseguiu nos separar um pouco.

Ficamos nisso por um bom tempo e agora eu me encontrava envolvida pelos braços de Edward. Estávamos deitados no sofá olhando o queimar dos últimos pedaços de lenha, em silêncio. Cheguei a pensar que estivesse dormindo, mas ele se ajeitou de baixo de mim. Virei-me de lado e descansei o meu rosto em seu peito despido, beijou o topo da minha cabeça.

- Por que não estamos falando nada? – disse descontraidamente.

-Um... Talvez porque estejamos envergonhados demais para isso. – Sorri enterrando meu rosto contra seu peito, sentindo tremer quando começou a rir levemente. – Como está o braço?

-Bem melhor. – disse sorridente.

A luz da lareira se apagou, reclamamos, pois só estávamos esperando a luz apagar para irmos dormir. Tentei me sentar de má vontade, porém foi em vão, as duas mãos de Edward seguram os meus ombros fazendo-me voltar para o lugar. Prendeu-me.

Ri.

-Vamos dormir... – disse soltando um bocejo acidental. Ele riu e puxou-me um pouco mais para cima de seu peito, assim fiz. Voltou a me envolver. Não sei, mas senti que poderia ficar naquela posição para sempre.

-Acho que dormir assim é melhor. – Olhei-o, estava com a cabeça encostada no braço no sofá, de olhos fechados e com um sorriso leve nos lábios, sabendo que eu o olhava.

Desta vez, deitei-me de frente para ele, repousando meu queixo a base de seu pescoço. Estiquei a minha mão até o topo de sua cabeça, começando a mexer em seus cabelos. Ele estava quase dormindo. Meus olhos estavam pesando pelo o sono estar me invadindo.

Cinco minutos depois senti os braços de Edward cair pesadamente sobre o sofá, havia dormido. Parecia um anjo dormindo, não pude deixar de sorrir, era a visão mais linda que já havia visto. Seu rosto estava leve, transparecendo suavidade, conforto e felicidade.

Levantei-me sobre ele, delicadamente, e coloquei seus braços sobre sua barriga. Não se mexeu, dormia pesadamente.

-Devia estar cansado... – murmurei afastando-me e indo em direção ao único quarto que havia, que se encontrava ao final do corredor a esquerda. Era simples e parecia emanar tranqüilidade; havia uma cama de casal antiga de madeira, com duas mesas de cabeceira com um abajur de tecido, em cada uma, e um velho armário também de madeira. Fui até o mesmo e abri-o a procura de um cobertor, encontrei-o na prateleira de cima, era grosso e vermelho parecia ter sido feito a mão.

Fechei suas portas e voltei à sala, encontrando Edward na mesma posição que o deixei. Abri o cobertor e coloquei-o com cuidado para não acordá-lo. Mexeu-se um pouco, mas não chegando a acordar. Assisti-o dormir por alguns minutos até que resolvi voltar até o quarto. Estava com sono, mas não queria dormir como medo de que tudo que aconteceu sumisse em uma nuvem de fumaça. Parecia tola? Um pouco, talvez. Só não queria me arrepender depois.

Caminhei em direção a janela olhando para fora. No céu havia uma bela lua cheia que parecia sorrir para mim, retribui parecendo um pouco boba. Sempre gostei de olhar o céu, poderia passar horas, sem sentir, ao observar as estrelas, a lua e as nuvens brincando umas com as outras. Deitei-me na cama e do jeito que eu me encontrava, não me senti adormecer.

Senti um cheiro bom vindo da cozinha, o cheiro me despertou. Lembro-me de ontem ter deitado de qualquer jeito e dormido sem nem ao menos ter pegado um travesseiro, mas hoje eu estava deitada com a cabeça sobre um e coberta com um cobertor grosso e verde, do mesmo estilo de ontem. Olhei em volta e estava tudo ridiculamente normal como havia deixado ontem à noite. Sentei-me devagar, levando as mãos ao rosto e indo diretamente ao banheiro, sem passar em nenhum outro lugar.

Eu estava com o rosto inchado de tanto dormir, os cabelos desgrenhados e com um provável mau hálito matinal. Lavei o meu rosto com o sabonete da pia e abri a portinha do espelho, procurando algo com que eu pudesse escovar meus dentes, ou qualquer outra coisa do tipo. Encontrei um enxaguante bucal, servia. Fiz o bocejo três vezes e voltei a me olhar no pequeno espelho. Ajeitei-o um pouco meu cabelo, prendendo-o com uma liguinha que carregava em meu pulso e sai do pequeno banheiro, indo em direção ao cheiro. Minha barriga doía de tanta fome.

-Acredita que achei comida por aqui? Sempre achei que só tivesse bobagens do tipo... Biscoitos. – disse Edward sem se virar para me ver.

Tudo naquela pequena casa me deixava confortável, igualmente a cozinha; toda em madeira escura. Pareciam àquelas cozinhas bem antigas, com bancadas em detalhes verdes, uma geladeira "simpática", para não dizer velha, com todos os poucos eletrodomésticos, também "simpáticos".

Sentei-me nos bancos altos, que também haviam aqui, olhando-o fazer panquecas como um verdadeiro mestre cuca. Notei que estava de camisa, mas não era a mesma de ontem, era outra também branca, porém com um pequeno detalhe na lateral, azul.

-Isso é motivo para comemoração? – perguntei um pouco receosa por não quer tocar no assunto sobre ontem. Não queira que ele estragasse o meu momento e dissesse que foi tudo um truque para me fazer retribuir e dizer que eu perdia a aposta e que teria que dançar na frente de todos da escola! Comecei a entrar em pânico mentalmente.

-Bella? – Interrompeu os meus pensamentos. Olhei-o incrédula, estava sentado a minha frente, encarando-me com um olhar preocupado. – Está bem? Eu lhe perguntei se queria mel nas suas panquecas e você nem...

-Um? Estou. – disse rapidamente. Olhei para mesa e encontrei uma pilha, sem brincadeira, de panquecas sobre um enorme prato de vidro branco e um pote de mel. – Isso tudo não é para mim, não é? – perguntei apontando para o enorme monte.

Riu.

-Não. É para nós dois. – Levantou e foi até um armário, que havia sobre uma bancada e pegou dois pratos, depois foi até uma gaveta e pegou dois garfos, voltando à mesa, onde se sentou. Colocou um prato a minha frente, junto com um garfo e, furou com o seu garfo, algumas panquecas, levando-as ao prato. – Sirva-se.

Peguei três e joguei um pouco de mel por cima.

-Então... – começou. Engoli seco. – Como dormiu esta noite? – perguntou tentando catar o pedaço cortado.

-Bem... E você? – Evitei olhá-lo.

-Muito bem, principalmente, quando acordei hoje de manhã e lembrei-me de ontem a noite, depois da parte em que fui assaltado. – Tinha um belo sorriso torto nos lábios.

Mordi o lábio.

-Que... Bom. – Senti-me um a completa idiota naquele momento.

-Bella? – Olhei-o. Sua expressão estava completamente inexpressível. – Obrigado por ter me coberto ontem a noite, iria passar frio. – Sorriu.

-Digo o mesmo. – Sorri também, pegando um pedaço da panqueca e levando-a a boca. –Um... Já sabe o que vai falar a Jasper?

Levantou a sobrancelha.

-Não vou falar nada. – Ri sem humor. – O quê? – perguntou risonho.

-Vai ter que arranjar uma desculpa. – disse-lhe.

-Já pensei nisso e conclui que não vou lhe falar nada, e se ele me pressionar eu conto para a nossa mãe que o "filinho" mais novo dela já é um homenzinho e que agora que ele tem uma namorada, está na hora de ela falar sobre os cuidados em uma "relação"...

Engasguei e Edward me olhou rindo.

-O quê...? Você é louco. – comentei rindo.

-Louco, não. Só realista. – Terminou de comer e caminhou até a pia.

-Alice nunca faria isso... – Comi o último pedaço e o segui.

-Talvez não agora... – Sorriu.

-Acho que a conheço o suficiente para isso, além do quê seu irmão não me parece assim... – Corei, enquanto colocava o prato na pia diante dele.

Levantou o meu rosto com a mão direita, com um sorriso angelical nos lábios.

-Fica linda corada... – disse indo ao encontro de minha boca. – Adoro, também quando morde o lábio... – Beijou-me de novo. – quando fica atrapalhada do jeito que eu falo contigo... – Ia me beijar de novo, quando eu o abracei enfiando o meu rosto ultra-vermelho em seu peito.

-Ok, chega... – disse-lhe.

Riu.

-Tenho medo de que eu tenha que voltar para casa. – comentei ainda abraçando-o.

-Você não vai. – disse sério, com as mãos na minha cabeça. – Não vamos sair contando para os sete céus.

-Vão acabar descobrindo, Edward.

-Não vão se nós continuarmos como estávamos antes.

-Uhum... E como estávamos antes?

-Brigando? – Rimos.

-Faz sentido. Talvez não brigando, mas sem se falar muito bem. Alem do quê, sua mãe acha que nós nos damos bem.

-Menos uma então.

-Quer ajuda com a louça? – Soltei-o e virei para a pia.

-Não. Pode se sentar que eu cuido disso. – Entrou na minha frente, pegando a esponja.

-Mas você já fez o café... – Peguei a esponja de sua mão, mas ele a pegou de volta e sorriu.

-Deixa comigo, pode tirar a mesa se quiser fazer algo.

Assim fiz e fiquei olhando-o por trás, quando me deu um estalo na cabeça. Levantei-me rápido do banco. Olhou-me surpreso pela rapidez.

-Tenho que voltar para a casa. – Meu celular tocou, estava marcado que era Alice. Franzi o cenho, não queria falar agora. Edward riu da minha cara. – Alô.

-ISABELLA MARIE SWAN! – Afastei o celular de meu ouvido, fazendo-o rir mais, tapando a boca comas duas mãos.

-Um... Bom dia para você também, Alice. – disse-lhe sem muita animação.

-Não me venha com bom dia! Bella! Quero que se explique! AGORA!

-Parece nervosa. – comentou Edward, mostrei-lhe uma cara de: Jura?

-Alice, agora não está bem? Depois... – Ótimo! Tudo que eu preciso era de uma amiga que queria saber tudo o que aconteceu comigo e o porquê de eu estar com Edward ontem à noite. Não podia lhe falar, isso era fato e, por mais que eu odeie mentir, sem saber fazer isso, teria. Não era uma escolha.

-Depois nada! Agora! Fala, fala, fala, fala...!

-Ok! – Ela estava começando a me irritar, podia até imaginar ela sorrindo agora. – Que tal você me ligar daqui a uns vinte minutos? Ok? Beijos. Tchau. – Desliguei em sua cara sabendo que isso não iria render boa coisa. – Ela vai me matar... – murmurei olhando para o celular.

Edward me envolveu com os seus braços por trás, colocando a boca em meu pescoço, arrepiando-me.

-Vou te levar até a rua lá de cima. – sussurrou em meu ouvido. – Depois você pega um táxi, não a minha casa não é muito longe.

-Certo... – Virei-me de frente, segurando seu rosto com as duas mãos e trazendo-o para um beijo. Apertou a minha cintura para que não sobrasse espaço entre nós dois. Obviamente, precisávamos de ar, então tive que nos separar. Encostei a minha testa na sua. – Vamos.

Ele pegou a minha mão, saindo da casa. Era tudo bem mais claro de manhã, imaginei que deveria continuar um pouco escuro, devido à quantidade de árvores com copas altas. Caminhamos em silêncio pela estrada de terra, por um momento e, fui observando tudo, até que me lembrei do que o velho taxista disse.

-O que aquele senhor quis dizer quando disse que aqui é muito perigoso? – perguntei-lhe olhando para frente. Senti-o ficar um pouco tenso. – É tão ruim assim?

-Depende... – Olhou-me e sorriu fraco. – É que houve histórias de assassinatos perto daqui.

-Um...

-Um...? Essa é a sua reação? – Parou olhando para mim sem entender.

-O quer que eu faça? Morra de medo e saia correndo? – Arquei um pouco a sobrancelha.

-Bem, talvez não sair correndo, mas uma reação normal seria você ficar com medo. – Parecia surpreso.

Ri, voltando a andar e o puxando.

-Acho que não me conhece muito bem...

-Por que diz isso? – Ainda estava confuso, me olhando.

-Porque você está falando com a pessoa que encontrou, digamos assim, com a morte várias vezes e é um pouco difícil de me impressionar com isso. – Fiz pouco caso.

-Uau... E como foram esses encontros com a morte?

-Casuais. – brinquei. Ele franziu o cenho. – Bem, quase me afoguei quando tinha dez anos em uma piscina de saltos ornamentais – Arregalou os olhos. – Sorte que a minha professora sentiu a minha falta. – Ri. Ele não achou graça. -, também teve a vez em que quase fui arrastada pela ressaca do mar em Fênix...

-Lembre-me de nunca deixá-la entrar na água sozinha. – Comentou sério, mas ambos começamos a rir.

-E também teve a vez em que fui atravessar a rua e quase fui atropelada. – Falei olhando para o céu, lembrando-me que foi na época em que a minha mãe estava com problemas financeiros por causa da morte de meu pai. – Acho... Que só.

-Só? – perguntou divertindo-se. – Você é um imã para perigo. Quando estiver voltando, me liga para eu ir te buscar aqui.

Notei que havíamos chegado a estrada pavimentada, onde carros passavam.

-Só tem um problema, ligo para que celular?, Se você foi roubado.

Sorriu.

-Tem razão, mas você pode deixar o seu comigo. Você me liga quando estiver vindo, de casa.

-Ok. – Olhei procurando um táxi. Senti-o puxando meu rosto para mais um dos seu maravilhosos beijos de tirar o fôlego.

-Vai lá... – murmurou nos meus lábios, sorrindo, vendo ficar embriagada.

Mordi o lábio e notei que havia um táxi parado do nosso lado.

-Mas... Como? – Ele sorria olhando para o carro. – Ah! Ta... – Rolei os olhos, fazendo-o rir. Devia tê-lo visto antes de me beijar e acenando enquanto isso. Abriu a porta para eu entrar, assim fiz. – Tchau.

-Tchau. Até daqui a pouco. – Sorriu. Não pude deixar de retribuir, gostei de escutar o "até daqui a pouco" dele.

Partimos em direção a sua casa.

Era realmente perto, nem senti, quando vi já estava na frente da casa. Paguei e respondi o "boa tarde" do senhor. Sai e entrei na casa com a chave que Esme havia me dado.

-Bella? – perguntou Esme aparecendo logo em seguida, com uma roupa de casa, nada roupa de casa, estava muito bem vestida. Sorri constrangida. Abriu um sorriso e me abraçou. – Como foi na casa de sua amiga? Aproveitaram bastante?

-Claro. – Sorri, torcendo para que saísse verdadeiro.

Soltou-me e foi andando para a sala.

-Ontem achei que ia ter um treco, quando nem você e nem Edward vieram para casa. – comentou sentando-se no sofá.

-Desculpe, Esme. Não queria lhe preocupar. – Abaixei a cabeça, sendo verdade.

-Oh! Está tudo bem, querida. – Sorriu. – O que me preocupa é Edward... – Estava um pouco triste e com uma ruguinha de preocupação na testa.

-Edward? O que tem ele? Esme, ele está na outra casa de vocês...

-Eu sei, querida, mas ontem quando liguei para o seu celular, atendeu uma voz estranha... – Encolheu-se. – Vou dar uma passada lá... Agora!

-Não! – Olhou-me sem entender. – Quero dizer... Talvez ele queira ficar sozinho. – Tentei argumentar.

-Estou preocupada. Vou lá do mesmo jeito. – disse se levantando. – Quer ir comigo conhecer a outra casa? – Sorriu simpática.

-Um... Desculpe, mas tenho que ligar para Alice.

-Alice? – Levantou a sobrancelha. EU E A MINHA BOCA GRANDE! – Não acabou de voltar da casa dela.

-É! – Sorri. – Mas ela pediu para que eu lhe ligasse quando eu chegasse... para ver se eu cheguei bem. E também tenho que falar com a minha mãe, deve estar histérica por não ter falado com ela ontem à noite. – Pareceu engolir essa. Subiu para ir se trocar, apesar de não precisar. Suspirei.

Fui até a cozinha tomar um copo d'água para poder me acalmar. Edward está ferrado, vai ter achar uma desculpa bem rápido. Decidi ligar para o meu celular, quando virei-me bati contra um Jasper sorridente.

-Como foi na casa de Alice, Bella? – Estava segurando o riso.

-Foi ótima! – Fingi falsa animação. - Comentamos muito sobre você. Ela disse que você é bem curioso e que ela se irrita quando faz isso. – disse sarcasticamente. Sorri de volta.

Ele riu e se afastou.

Fui até a sala e encontrei Esme pegando a chave de seu carro, já estava com uma roupa que para ela, era a apropriada para sair.

-Esme...?

-Sim? – Olhou-me guardando a chave no bolso da bolsa beje.

-Posso usar o seu telefone?

-Claro, querida! – Sorriu. – Bem, vou indo. Tchau.

-Tchau... – disse-lhe assistindo-a sair pela porta da frente.

-Então, o que vocês fizeram ontem à noite? – Escutei Jasper se jogar no sofá, atrás de mim.

-Cuidei de seus ferimentos, conversamos e fomos dormir. – disse simplesmente, sentando-me do seu lado.

Olhou-me incrédula, até que eu percebi que ele não sabia da parte do assalto.

-Feri... O quê? – Estava preocupado. – Ele está bem?

-Está... Ele foi assaltado ontem à noite e eu o encontrei caído no meio de uma rua escura. – Mordi o lábio ao me lembrar da cena.

-Uau... E eu estava crente que era outra coisa... – Falou pensativo, olhando para a TV.

Revirei os olhos e levantei-me e peguei o telefone, discando o meu número. No primeiro toque, ele atendeu.

-Edward?

-Oi. Já está vindo?

-Não... Esse é o problema. – Sai da sala para que Jasper não escutasse nada. – Quando cheguei aqui, sua mãe disse que ia ai hoje e bem... Ela já foi.

-O quê? Está brincando?

-Eu iria brincar com isso, por algum acaso? – Irritei-me.

-Não... – Fez uma pausa. – Ta, vou ver o que falo para ela.

-Ok. Tchau.

-Tchau, beijo.

-Uhum... – Escutei-o rir ao desligar.

Subi e fui tomar banho, escovar os dentes e os meus cabelos que estavam em um estado deprimente. Fui ao meu quarto e resolvi dar uma olhada nos meus emails, vendo que a minha mãe me procurara ontem a noite, respondi-a rapidamente e escutei Jasper me chamar no andar de baixo.

-Bella! Visita! – Visita? Quem seria quase na hora do almoço?

Desci e encontrei Jasper com as mãos na cintura de Alice, que estava nas pontas dos pés, se beijando. Dei meia volta esperando que eles não tivessem me escutado, quando pisei no primeiro degrau...

-Pode parar ai! – disse Alice, soltando-se de Jasper.

Virei e sorri para ela, como uma criança sendo pega, onde não devia.

-Oi, Alice. – Dei o meu melhor sorriso.

Fez uma careta.

-Ainda estou com raiva de você por ter desligado na minha cara. – Fez bico. – Mas eu não vim aqui para isso... – Soltei um suspiro. – Vamos conversar no seu quarto. – Virou-se para Jasper e lhe mandou um beijo, que foi retribuído.

Revirei os olhos e subi sendo seguida por uma anãzinha. Chegando ao meu quarto, sentei-me na cama e Alice ao meu lado.

-Pode começar me contando o que houve? – disse botando sua bolsa de lado.

-Contar o quê? – Não era para me fazer de desentendida, pois sabia que com ela isso não ia funcionar, era mais para saber de que parte ela queria que eu contasse.

-Como foi que você foi para com o Edward na outra casa deles?

Jasper fofoqueiro! Xinguei-o na minha cabeça.

-Edward foi assaltado e eu o achei em uma rua escura com ferimentos, preferiu ir para a outra casa para não preocupar sua mãe, eu o acompanhei porque ia ajudá-lo com os ferimentos. Só isso. Fim. Satisfeita? – Olhei-a vendo se queria mais, torcendo que não.

Ela recuou um pouco e ficou de boca aberta.

-Um... Não. Isto já está bom... – Olhou para as mãos. – Desculpe, Bella. Só achei que estivesse me escondendo algo.

Sorri. Alice havia se tornado a minha melhor amiga, fico muito feliz por se preocupar comigo.

-Está tudo bem, Alice. – Sorri.

Ela abriu um enorme sorriso e me abraçou. Ficamos conversando um pouco, quando ela de repente deu um pulo, que me fez também dar outro.

-Oh! Não lhe contei! – Sorria um pouco envergonhada. Levantei a sobrancelha. – Estou namorando... – Cantarolou.

Vi Jasper passar pela por neste momento. Imaginei que tivesse parado para escutar.

-Sério? Aquele garoto da sua aula de Química? – brinquei.

Apareceu o Jasper irado parado na porta, como eu imaginei. Sorri malvadamente e Alice não entendeu.

-Do que está falando? – perguntou ela.

Ri alto.

-Estou brincando... – disse entre risos. Assisti Jasper me fazer uma careta e, dar meia volta. Tudo isso sem Alice perceber que ele estava ali.

-Certo... Mas me conta – começou. –, que vocês fizeram a noite toda? Claro, além de cuidar dele. – Deu de ombros.

-Conversamos e fomos dormir. – disse rápido. – Eu dormi no quarto e ele no sofá. – completei.

-Só isso? – Parecia decepcionada.

-Alice, por que parece decepcionada? – Perguntei por curiosidade.

-Porque eu gostaria que ficassem juntos – comentou pensando consigo mesma. - Acho que vocês dois são perfeitos um para o outro. – Ia me meter, mas ela levantou o dedo para me interromper. – Eu sei que vocês não podem ter nada, mas seria ótimo. Edward é muito legal, bonito e se veste bem. – Sorriu. Revirei os olhos. – E... – Quando achei que já havia acabado o momento "elogios", ela continua. – Não sei, mas tenho a ligeira impressão de que tanto da parte dele, quanto da sua, que vocês se gostam. – Riu.

-Hã? – Ri sem humor. – Sabe que eu não gosto dele. – Lembrei-a de que havia falado que eu gostava do... Mike. Argh! Ele é legal, mas... Não, obrigada.

-É, eu sei. – Sorriu.

Passamos uma tarde muito boa; alugamos um filme, Alice dedicou sua tarde para me fazer companhia ao invés de Jasper, comemos pipoca e conversamos muito. Acho que nunca falei tanto em toda a minha vida.

Esme não tinha aparecido em casa ainda, e já estava de noite. Fiquei pensando em como foi o encontro com o seu filho todo machucado. Encolhi-me um pouco por pensar que talvez, se eu o não tivesse visto, ele agora poderia estar pior...

Afastei esses pensamentos pessimistas e voltei a falar com Alice, que não parava de tagarelar. Isso era bom, apesar de me pegar não prestando atenção, mas era muuiito bom ter uma amiga como ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para quem gosta de Alice, o próximo capítulo será basicamente com ela e muuuiiito engraçado. Aconselho que não percam. ;)

Beijão a todas, Lina Furtado. ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Intercambista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.