A Intercambista escrita por LinaFurtado


Capítulo 7
Edward's POV




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Edward POV.

-Vou. Tchau! – Ela gritou quando saiu fechando a porta logo atrás.

Milhões de perguntas se formaram na minha mente, não sabia por que eu gostaria de saber o que elas iriam fazer, mas do simples nada, resolvi que iria descobrir isso do meu jeito; seguindo-as.

Subi correndo até o meu quarto e troquei de roupa. Peguei na gaveta do meu armário, onde ficavam os meus documentos e a chave do carro, pegando-os todos. Desci e entrei no meu Volvo prateado, dando a partida logo em seguida.

Escutei gente reclamando enquanto eu corria feito um louco na rua. "Desse jeito você vai matar alguém!", "Seu filho da ****!" entre outros. Estava pouco ligando para o que eles estavam falando até que avistei o carro em que Bella entrou; o conversível vermelho, diminuindo a velocidade para uma absurdamente lerda, para mim.

Alice estacionou em uma vaga, logo a frente de uma típica livraria londrina. Elas saíram, entrando na mesma. Estacionei em uma vaga um pouco mais a frente, e fiquei esperando saírem. Foi muito rápido, quando saíram, e começaram a maratona de compras ao caminhar rua acima, entrando em várias lojas. Já estava cansado de tanto esperar dentro de somente uma loja, Bella parecia também não gostar, estava lendo um livro, enquanto Alice fazia a festa comprando tudo que via pela frente. Tive que sair do carro, para acompanhá-las com o olhar, obviamente sem que percebessem.

Depois de dez milhões de lojas, mais alguns milhões de sacolas e mais alguns trilhões de horas, elas finalmente pararam a fim de tomar um café, no caso de Bella, que era quem me interessa, um capuchino. Ficaram conversando por um tempo, quando vi Bella sorrir para a amiga e começar a fazer cócegas, porém logo parou quando percebeu os outros olhando com repulsa.

Alice disse alguma coisa em que ela não notou, mas Bella estava nervosa, olhando para todos os cantos menos para ela. Fiquei curioso em saber o que ela havia falado. Muitas pessoas passavam por mim e me olhavam sem entender, pois eu estava encostado em uma parede do outro lado da rua olhando para um café. Até mesmo uma mulher de aparentes 20 anos achou que eu estava interessado nela.

-Oi. – disse ela a mim.

Olhei-a meio confuso, mas fui como sempre um cavalheiro, retribuindo seu "Oi" com um sorriso.

-Desculpe, mas notei que você não parava de me olhar... – Olhar-te? Eu estava de óculos escuros, e eram bem escuros, como ela concluiu que eu a estava olhando?

-Desculpe. – Apresei-me em interrompê-la. – Não estava te olhando.

-Como não? Está aqui há muito tempo só me observando, minha amiga achou o mesmo. – Apontou para uma ruiva falsificada, que sorriu para mim, acenando.

-Então acharam errado. Além do quê, minha senhora, - Intensifiquei. –, sou muito mais novo que você.

A mulher franziu o cenho e voltou para amiga, batendo os pés. Não fui rude, só apenas realista. Quando voltei minha atenção a Bella, consegui escutar o celular de Alice tocar e ela conversar com o meu irmão animadamente, já até podia adivinhar o que era. Apressei-me em sair dali, sabendo que elas já deviam ir embora e peguei um atalho para voltar ao meu carro, entrando um uma rua escura que continha apenas a luz fraca de um poste, afinal já estava escurecendo.

Quando entrei na rua, fui cercado por no mínimo cinco homens, marrentos e encapuzados.

-Ei! Vejam que nós temos aqui... – comentou um. Ignorei-os e continuei andando sem preocupação.

-Um filinho de papai... – disse outro me empurrando. Estava respirando fundo para não partir para cima desses caras, afinal eram cinco contra um. – Está todo arrumado... Esperando a namorada? Ela passa por aqui? – perguntou olhando para o início da rua. Imediatamente pensei em Bella, e se elas passassem por aqui? Só iriam piorar as coisas. Quando dei por mim, já havia dado um soco na cara do marginal, que revidou logo em seguida, porém eu desviei dando-lhe um chute no rosto.

Seus companheiros acabaram me segurando por trás e dando espaço para que me dessem socos e chutes na barriga. Aquele que eu tive o enorme prazer em dar-lhe um chute, ofereceu-me um no meu rosto com toda a sua força. Senti tudo a minha volta ficar embaçado e rodar. Fiquei apenas sentindo as dores que estavam tomando conta do meu corpo.

-Bela jaqueta. – comentou um. Tirando a minha jaqueta. Tentei revidar, mas não tinha visto que o maldito carregava uma faca, acertando-me no braço e pegando re raspão em meu rosto. – Filho da ***! – começou a me revistar. Pegou a minha carteira, a chave do carro e o celular.

Largaram-me encima de um monte de lixo em um beco da rua escura e saíram correndo. Estava totalmente sem forças e tremendo de frio, somente imaginando se alguém me acharia aqui, já que ninguém passava, quando escutei passos. Tentei gritar, mas eu estava com frio, fazendo com que só conseguisse gemer de dor.

Os passos ficaram mais lentos vindo na direção aonde me encontrava. Era a silhueta de uma mulher. Quando me viu apressou-se, agachando ao meu lado.

-Oh meu Deus! – Reconhecia essa voz, era a voz dos meus sonhos de todas as noites, nestes últimos dias. Estava nervoso, e se os marginais voltassem e atacassem Bella também? Parecia querer me tocar, mas temia que me machucasse. – Tenho que chamar uma ambulância. Sabe o número de emergência? – Estava entrando em desespero. Ao que me pareceu, ela não havia me reconhecido.

Segurei seu braço, deixando-a tensa.

-Be... Bella. –Murmurei.

-Como...? – Ficou em duvida e a vi arregalar os olhos. -Mas... Edward? Meu Deus! O que aconteceu com você? – Enfim percebeu.

Meus dentes não permitiam que eu conseguisse falar para ela sair dali. Senti sua mão passar levemente em meu rosto, uma sensação de reconforto incrível. Fechei os olhos.

-Be... Lla... – Forcei-me a falar. Inferno! Isso estava impossível!

-Calma, vou te tirar daqui. – Levantou-se e a assisti atirar o casaco, ficando somente com uma blusa azul-marinho de gola alta, que ficava linda nela. Ajudou-me a sentar e colocou o casaco nas minhas costas, para apenas me aquecer um pouco.

-Não...! – Tentei reprimi-la, mas ela me calou.

-Quieto! Vou te levar para casa. – Passou o meu braço direito sobre o seu ombro e com e segurou-me pela cintura, apenas para me dar apoio, afinal eu sou bem mais pesado.

-Não me leve para casa. – Consegui dizer mesmo ainda com muito frio.

Ela ficou confusa.

-Prefere que eu te leve para um hospital? – perguntou-me com dúvida.

-Não. – Ela ia protestar quando eu a calei colocando o meu indicador em sua boca... – Poderia... me levar para a nossa outra casa? Não quero que a minha mãe me veja assim. – E era verdade, era fato que a minha mãe iria entrar em pânico. Sabia que não poderia me esconder por muito tempo, mas tempo o suficiente para que pelo menos eu melhorasse um pouco e para que pensasse em uma desculpa.

-Como assim? Seu pai é médico, pode te ajudar e você não quer ir para casa por causa da sua mãe? Edward, está sendo absurdo! – Franziu o cenho.

Revirei os olhos.

-Bella, - Olhei-a em seus belos olhos castanhos. – Por favor... – Por mais que eu soubesse que os meus encantos com ela não funcionassem, não custava tentar.

-Está bem. Depois vai me contar direito isso. – murmurou. Fiquei surpreso por ter sido fácil.

Ajudou-me a sair dali. Saímos da rua, avistando um táxi de um senhor gordinho que ajudou Bella a me colocar para dentro. Disse-lhe o endereço e ele pareceu estranhar. No lugar aonde tínhamos outra casa era no meio de uma mata fechada, não havia gente lá.

-O que crianças como vocês vão fazer para essas bandas? – Ela parecia quer saber o mesmo.

-Tenho uma casa lá. – respondi, porém senti doer, levei a minha mão até a minha costela.

-Por que não tenta ficar quieto? – Sussurrou, fazendo-me gostar de vê-la preocupada. Ri fraco.

-Lá tem casa?- perguntou o senhor nos olhando pelo retrovisor.

-Sim. – respondi.

Não conseguia tirar meus olhos de seu rosto com feições preocupadas, olhava para a janela, observando tudo.

-Logo à frente. – disse logo após tirar os olhos dela, apontando para o senhor seguir.

Avistei a casa, que eu costumo me refugiar quando quero "fugir" um pouco. Continuava a mesma de sempre. Bella a observou por um instante e me apoiou em seu ombro, saindo do táxi.

-Obrigada, senhor. – Agradeceu-lhe e pagou. Tenho de pagá-la depois.

Viramos-nos em direção a pequena casa.

-Crianças? – Nós o olhamos. – Se eu fosse vocês, trancaria muito bem essa porta, pois aqui não é muito seguro.

Já sabia disso. Houve histórias de pessoas que perto daqui foram brutalmente assassinadas, mas não ia contar isso a Bella, provavelmente, iria ficar com medo. Agradecemos e entramos. Colocou-me no sofá e me ajeitei para uma posição mais confortável.

-Que casa é essa? – perguntou olhando cada detalhe.

-Eram dos meus avós, venho aqui quando quero sumir um pouco.

-E seus pais sabem disso?

-Sim, por isso quando você contar que estou aqui... Não vão estranhar, sempre faço isso. – comentei ajeitando-me um pouco.

-Um... – Sentou-se do meu lado. Começou a tremer um pouco, passou rapidamente as mãos nos braços, abraçando-se.

-Vamos acender a lareira. – Levantei-me e ela me segurou, olhando-me como se eu fosse um louco o qualquer coisa do tipo. – O quê?

-O quê? Você é muito cabeça-dura – Fez eu me sentar novamente. – Deixa que eu acenda. – Eu era cabeça dura? Foi até a lareira. – Onde tem um fósforo? Tive vontade de rir, mas segurei.

-Tem um acendedor ali em cima. – Apontei para cima da estante.

Pegou e acendeu a lareira, mexendo um pouco para conseguir pegar mais fogo. Logo após votou a se sentar ao meu lado.

-Parece preocupada. – Constatei ao ver que ela não parava de me olhar.

Suspirou e olhou para baixo.

-Não é para menos, você está todo machucado. – disse em um fio de voz.

Era tão perfeito vê-la preocupada comigo, dava-me vontade beijá-la por isso. Ri fraco.

-Onde têm kit primeiros socorros? – perguntou-me, se levantando.

-Acho que no banheiro. É a primeira porta a esquerda.

Ela saiu, deixando-me sozinho na sala. Por um momento fechei meus olhos e encostei a cabeça no sofá, perdendo-me em pensamentos. Nunca tinha trazido nenhuma garota aqui, esse lugar é especial para mim, ela era primeira e a última, assim espero. Também nunca havia me sentido igual antes, lógico que já tive outras "namoras", mas nada como o que eu sinto por ela. Por que logo com a com quem eu não posso ficar?, pois está morando na minha casa! Se eu pudesse eu a mandaria embora para isso... Mentira. Não mandaria.

Escutei-a limpar a garganta, fazendo-me abrir os olhos. Acho que vi a visão mais perfeita da minha vida, lá estava ela parada a menos de um metro de distância, iluminada apenas com a luz da lareira. Estou começando a delirar...

-Vou acender a luz para poder cuidar de você. – disse-me e foi ao encontro do interruptor, ligando-o e voltando para perto de mim. Posicionou-se a minha frente. Não conseguia tirar os olhos de seu rosto. – Levante a cabeça. – ordenou.

Assim fiz. Levantou meu queixo, fazendo-me arrepiar com seu toque quente e se aproximou. Eu não sabia o que eu estava passando na minha mente no momento, mas não é algo que pudesse explicar.

Passou uma gaze molhada sobre o corte do meu rosto, tirando o excesso de sangue que corria sobre o mesmo.

-Vou passar um pouco de água oxigenada neste corte. – disse virando-se para mexer no kit e pegar o frasco com o conteúdo.

Odeio água oxigenada!

Gemi e ela riu sem graça alguma.

-Tem medo disso? – Apontou para o frasco apesar de eu nem tirado os olhos dela.

-Medo não, mas arde muito. – Franzi o cenho e ela sorriu lindamente.

Pingou umas gotas em meu corte, fazendo-me, involuntariamente me contorcer. Tirou com uma gaze limpa e fez um curativo. E por último cuidou do meu braço. Vê-la cuidando de mim... Balancei a cabeça para me libertar de pensamentos relevantes.

-Acho que irá precisar levar alguns pontos, mas por enquanto o curativo vai ajudar a curar e a não infeccionar. - Neste inchado vamos ter que botar uma compressa de gelo. – Falou como uma verdadeira médica. Guardou tudo e voltou-se a mim. – Tem mais algum lugar doendo, além do rosto e do braço...? Tire a camisa. – ordenou, sem nem ao menos para me dar chance de responder.

Hã?

-Como é? – perguntei como um imbecil.

-Vamos logo, Edward. Como irei cuidar do machucado por cima dela? – Esperava-me eu me mexer.

Puxou seu casaco dos meus ombros e, eu tentei tirar a minha camisa, mas novamente senti a dor de quando me sentei no táxi. Ela me ajudou novamente, pareceu ficar um pouco diferente quando me olhou, corou.

Suspirou, fazendo-me não entender. Será que ela não gostou do que viu?

-O que houve? – perguntei tentando descontrair. – Está tão feio assim? – Sorri.

-Não... Eu só... Esqueça. – Lutou com as palavras, desistindo logo depois. Passou a mão levemente no local onde estava doendo, do lado do meu corpo. – Deita. – Fiz. Agachou-se na frente do sofá. Passou uma pomada nos dedos, levando-os ao local dolorido, massageando.

-Está melhorando? – Fechei meus olhos e assenti. . – O que aconteceu com você? Quem lhe fez isso?

Respirei fundo, ajeitando-me para poder olhá-la. Não queria lhe contar tudo em detalhes, assim como, provavelmente, faria.

-Fui assaltado. – disse simplesmente.

-Um? E o que mais? – Dei de ombros. – Quantos eram?

-Cinco, eu acho, foi o que deu para contar. – disse-lha a verdade, não conseguia mentir.

-Cinco? E o que lhe fez achar que podia acabar com eles sem se machucar? - Levantou a sobrancelha.

Sorri por ter acertado sua reação novamente. Fechei meus olhos.

-Não pensei em nada na hora, só percebi que tinha ido para cima quando levei um soco. – menti um pouco. Ri sem humor.

A vi fechar os olhos com força. Levantei seu rosto, olhando-a sério. Não queria que se preocupasse à toa comigo.

-Bella, eu não morri. – disse-lhe.

-Eu sei... – Mordeu o lábio. Isso acabava comigo. – Mas podia ter lhe custado muito mais do que apenas machucados, podia ter lhe custado à vida. – Engoliu seco.

-Ta... – Soltei seu rosto, sentei-me e a puxei para se sentar ao meu lado. – Obrigado por ter cuidado de mim. – disse-lhe sinceramente.

Sorriu e deu de ombros.

-Fiz o que qualquer um faria.

Qualquer um? Duvido muito, mas eu deveria ter imaginado que seu orgulho não permitisse que dissesse algo diferente.

Ri.

-Não larga seu orgulho, não é mesmo? – perguntei, fazendo-a rolar os olhos.

-Talvez.

Ficamos em silêncio, somente escutando o barulho de lenha queimando.

-Posso me deitar no seu colo? – Soltei muito sem quer. Percebi quando ela havia me olhado sem entender.

-Um?

-Posso? – perguntei de novo. Já tinha feito mesmo.

-Um... Pode. – Sentou-se direito e eu deitei minha cabeça em seu colo. Começou a mexer no meu cabelo. Fechei meus olhos, quase dormindo. Mas logo os abri, nos encarando por uns instantes. Linda, e angelical.

-Por que não termina de me contar a sua história? – perguntei. Mordeu o lábio, olhando para outro lado. – Bella... – Levei minha mão ao seu rosto. – Pode me contar, prometo que não conto a ninguém.

-Não é isso...

-Então o que é?

-Tudo bem eu lhe contarei. – Respirou fundo. – Onde paramos?

-Quando eu lhe fiz a pergunta, por que resolveu fazer intercâmbio se gosta tanto da sua mãe, deixando-a para trás.

Olhou-me confusa.

-O que foi? – perguntei.

-Ainda se lembra?

-Claro. – disse simplesmente. Lembro-me de tudo que falei com você. Acrescentei em pensamento.

-Certo... Bem, minha mãe se casou de novo depois de tantos anos sozinha e seu marido, Phil, é jogador de baseball e viaja muito. Sentia-me péssima por ela não viajar com ele para poder ficar comigo em casa. E como eu não tenho mais pai e nem outros parentes vivos, resolvi fazer para deixá-la voar com as próprias asas. – Sorriu.

-Você parece uma mãe falando da filha. – Sorri olhando-a.

Retribuiu.

-Que horas são? – perguntou. Apontei para o relógio que havia sobre a lareira. – 22h25min? Tenho que voltar para casa! Esme deve ter um treco se eu ou você não aparecermos! – Começou a querer se levantar.

-Ei! Calma. – Segurei seu pulso. – Liga para ela e avisa que não vai para casa, pois irá dormir com a Alice e eu falo que estou aqui só para passar o final de semana. – Pronto, simples.

-Você tem resposta para tudo, não é? – perguntou. Assenti. – Pois fique sabendo que só tem um pequeno probleminha, Alice saiu com o Jasper, quando ele voltar, vai falar que estava com ela e que eu não estava com eles.

Ai, ai, pobrezinha, não sabe mesmo mentir. Suspirei, revirando os olhos.

-Me empresta o seu celular um momento? – Estendi-lhe a mão.

Ela mexeu no bolso e me entregou. Estava estampado em seu rosto que não tinha a menor idéia do que eu iria fazer.

-O que vai fazer? – Disquei o número de Jasper e fiz um sinal para que esperasse um momento.

-Alô. – disse meu irmãozinho com uma voz mal-humorada. Ignorei e segui.

-Jasper? É o Edward. Já está voltando para casa?

-Sim.

-Certo. Seguinte, preciso de um favor seu, quero que fale para mamãe que Bella estava com você e que ela foi dormir na casa da Alice.

-Por quê...?

-Longa história. Depois eu te conto, agora eu só preciso que diga isso e diga também que eu estou na nossa outra casa para passar o final de semana.

-Ta... E cadê a Bella?

-Está aqui comigo.

Escutei-o rir.

-Não vá se aproveitar dela. – disse risonho.

-Ah! Cale a boca! Certo! Só fale isso, tudo bem?

-Ta... – disse sem vontade, ainda risonho.

-Obrigado.

-Eu falei sério!

-Aham... Tchau. – Desliguei na sua cara e entreguei de volta o celular para a dona. – Resolvido. – Sorri.

Assisti-a franzir o cenho e começar a discar outro número.

-Para... – Queria saber para quem ela estava ligando, mas fui interrompido.

-Esme? – Escutei minha mãe quase gritar no telefone. - Estou bem, só liguei para visar que vou dormir na casa de Roseli com a Alice, tudo bem? – Voltou o silêncio. -Desculpe. – Mordeu o lábio. Não me contive e toquei-os. Olhou-me sem entender, mas ignorei. -Esme? – Tirou o meu dedo de sua boca. -Acho que sei onde Edward está. -Ele disse que ia passar o final de semana na outra casa de vocês... Acho que foi isso. – Se fez de desentendida. -Tudo bem. Boa noite. Tchau.

Desligou e me olhou, provavelmente querendo respostas pelo meu ato. Tratei logo de pensar em algo coerente.

-Sabe, enquanto você falava com a minha mãe, estava pensando na nossa aposta. – Sentei-me de frente para ela.

-E...? – Parecia nervosa. Gostei disso. Ri internamente, pois sabia que ela me queria assim como eu.

-E que eu estava pensando se você resistiria se eu a beijasse.

Limpou a garganta, dando-me o trunfo! Era lógico, para ela, que sim, retribuiria. Sorri.

Aproximei-me tocando seu rosto como se fosse a jóia mais rara do mundo. Ela era a minha jóia rara. Puxei seu rosto para mais perto do meu pela nuca. Olhei, novamente, involuntariamente, para sua boca, ela fez o mesmo. Puxei o ar perto da sua para sentir seu aroma entrando em mim, roçando meus lábios levemente contra os dela. Fechou os olhos. Acho que ela tinha a mesma tática que eu quando estou tentando me concentrar.

Ri baixo por ela estar lindamente corada.

Toquei seus lábios lentamente, dando-a a opção de poder se afastar e para aumentar o meu momento de puro prazer em enfim tocar aquela boca. Como ela não se afastou, aprofundei o beijo, ainda tentando ser gentil, mas não consegui me controlar muito. Queria que ela retribuísse, era péssimo para mim beijá-la sem que isso não acontecesse. Minhas mãos estavam uma atrás de sua nuca e outra presa em seu cabelo, fazendo ela não selar nossos lábios de maneira alguma. Nossas respirações estavam desregulares.

Sabia que isso seria difícil para ela como estava sendo difícil a mim para soltá-la.

-Será... – disse me afastando um pouco entre o beijo. – que... – Voltei a beijá-la com urgência. – Poderia retribuir...?

-Não... – Comecei a sentir que ela estava quase desistindo, mas por um lado, não queria que ela perdesse, pois se não haveria uma desculpa para eu lhe falar quando a beijar. – Se não... Eu perco.

Por mais que eu não quisesse parar, assim fiz para poder olhá-la e formar uma desculpa rápida sem que ela perdesse, mesmo retribuindo.

-Descobri que odeio beijar uma pessoa quando ela não retribui. – disse rapidamente e ofegante. – Pode ao menos retribuir esse? Prometo que não farei disso um motivo para perder.

-Hã? – Olhou-me com seus olhos castanhos levemente arregalados.

-Só retribua. Esse. – Soou desesperado, mas eu não estava ligando. Só queria voltar a beijá-la.

Forcei-me um pouco por cima dela a fim de que ela se deitasse no sofá para eu pudesse beijá-la e deixá-la sem nenhuma saída. Seu corpo contra o meu pareciam ter sido feitos juntos, que por algum motivo foram separados, mas agora se reencontraram... (N/A: UAU! Isso foi o meu lado romântico se manifestando ;D) Minha cabeça rodava.

Percebi que ela estava tentando de tudo para não perder, mas eu havia lhe garantido que não. Tornou-se um enorme alívio quando ela segurou o meu rosto levemente. De repente senti uma sensação maravilhosa passando por todo o meu corpo, era uma energia... Sei lá, algo que nunca havia sentido antes, algo extremamente ótimo. Tudo ao meu redor desapareceu e no momento éramos somente eu e Bella; o meu céu particular.

Seu coração, igualmente ao meu, estavam rápidos, parecendo pular do peito de tanta alegria. Oh Céus...! EU TE AMO! Meu peito gritava de emoção.

Ela me puxou para mais perto, se é que isso era possível. Sorri entre os beijos. Soltei seu rosto e apoiei uma das minhas mãos no sofá para que eu não caísse muito pesadamente sobre ela, ignorando a dor enorme que senti repuxar no meu braço e, a outra voltou para trás de sua nuca

-Edward... – murmurou contra os meus lábios. Sai de sua boca e fui para seu pescoço, permitindo-lhe respirar e falar. Suas mãos se entrelaçaram em meus cabelos. – Se você tiver me enganando... – Calei-a beijando-a novamente.

-Não estou. – disse sobre seus lábios, olhando-a por um pequeno instante e voltei a beijar seu pescoço, beijei seu queixo e fui descendo até a base do mesmo.

-Por quê...? Por que sempre beija... O meu pescoço? – perguntou ofegante.

Ri.

-Porque você tem um cheiro viciante, fazendo com que eu sempre venha aqui... – disse-lhe a verdade logo. Beijei mais para trás. – Aqui o cheiro é ainda melhor. – Sorri.

Só fui perceber o que tinha feito quando ela levantou meu rosto com as duas mãos, forçando-me a olhá-la.

-Você... – Engoliu seco e mordeu o lábio. Suas pistas de nervosismo vindo à tona. Merda. Será que ela não gosta de mim como eu gosto dela? Tinha medo de ser rejeitado. Nunca acontecera isso comigo antes, o que está se tornando rotina esses últimos dias. – O que está querendo dizer com isso?


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Notas finais do capítulo

Bem, obrigrada à AnaPaulasS2 que me avisou que eu postei o mesmo capítulo passado... ¬¬ HAHAH Obrigada, flor! ;D
Beijinhos à todas!
Lina Furtado



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