A Intercambista escrita por LinaFurtado


Capítulo 17
Fogo que queima na memória (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

PASSANDO RAPIDINHO!

Tenho que admitir que a qualidade deste capítulo não é tão boa, devido a minha pressa de postar, pois as minhas maravilhosas leitoras estavam quase morrendo (Não me entendam mal, mas isso é até bom, porque vocês me mostram que gostam da minha fic ;)) Por isso peço desculpas, desde já, pelos meus erros de Português ou de qualquer incoerência que haja.



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Capítulo 17 – Fogo que queima na memória

-Posso entrar? – perguntei-lhe, mas eu já me encontrava dentro e já tinha fechado. Não me importava se ele dissesse não, ele iria me escutar. – Quero contar tudo a você e, eu sei que será bem provável, se não óbvio, que me odiará mais do que você nunca odiou antes.

Ele se ajeitou na cama, sentando-se na minha direção e olhando-me com olhos que tentavam parecer firmes. Aproximei-me e me sentei a sua frente, sem olhá-lo. Por que eu sentia tanto medo? O que eu tinha a perder eu já havia perdido, não é mesmo? Admito que sua reação era o que mais me angustiava. Por dentro, eu não queria ter essa conversa, mas agora de nada vale o que eu penso ou deixo de pensar, agora não estarei só prejudicando a mim mesma, mas ele também.

Fiquei de cabeça baixa por um instante para por a minha cabeça em ordem.

-O que queria me falar? – perguntou-me com uma voz quase sufocada.

Respirei fundo e segui com o meu pensamento.

-Edward, - Mordi o lábio e me obriguei a continuar. – Eu menti para você.

-Sobre qual mentira está se referindo? – O tom de sua voz me fez recuar um pouco. Deixando-me, novamente, sem fôlego. – Há tantas assim, Bella? – Estreitou minimamente os belos olhos verdes.

-Não. – disse-lhe firme, porém bem baixo. – Só há uma, ao qual eu não podia lhe contar, mas, antes, eu preciso dizer outra coisa. – Ele esperou sem tirar os olhos de mim, imagino que fosse para ver se dessa vez eu falava a verdade. – Lembra-se do que eu lhe disse no dia eu que terminamos?

-Lembro-me de tudo que me disse.

-Certo..., - Esfreguei o meu rosto em minhas mãos. – Tudo que eu lhe disse era a mais pura mentira, a única que eu já disse em toda a minha vida. Desculpe. – Engoli o bolo que começava a se formar em minha garganta, fazendo-me sufocar.

-O que disse?

-Eu menti! Foi a coisa mais idiota e imbecil que eu já disse em toda a minha vida! Eu te amo e nunca deixei de amá-lo! Só eu sei o quanto sofri depois daquilo! Perdão. – Minhas forças ao liberar tudo foram saindo aos poucos. Respirei fundo e continuei a explicação mais inútil, pois eu sabia que ele não iria correr para os meus braços depois que eu lhe explicasse tudo em detalhes. - Jacob me forçou a terminar com você, porque ele já havia descoberto tudo e era ele que estava me chantageando através do celular. – Ele me olhava sem total entendimento do que eu acabara de lhe declarar. – Naquele maldito dia, ele me chamou para falar que estava apaixonado por mim... – As lembranças vieram à tona e fazendo com que, exatamente como todas as outras vezes, lágrimas geladas rolassem pelo meu rosto quente e árduo de medo. – E-Eu lhe expliquei que eu estava muito bem e que não queria me envolver com outro que não fosse você, mas ele foi frio... – Parecia que eu estava contando a história a mim mesma. – Disse-me que se eu não fosse sua namorada... Ele iria contar a todos sobre a nossa relação e... Eu... Não podia deixar...

Ele ficou em silêncio, apenas assistindo o meu estado deprimente.

-Por que não me contou? – Eu o olhei. Estava olhando para outro lado com a testa franzida.

-Por que se eu contasse você faria alguma besteira. Não permitiria que eu mantesse um "relacionamento" falso com Jacob para que ele não abrisse a boca.

-Isso é óbvio. – disse friamente.

-Não podia permitir que ele fizesse algo que me prejudicasse, nos prejudicasse. – Sequei as minhas lágrimas e me aproximei dele, que mantinha o rosto virado para o outro lado. Sua expressão me assustava, nunca tinha visto essa face de Edward, nem ao menos quando terminamos. Isso não foi o suficiente para que me segurasse longe dele. Peguei seu rosto e o virei para mim, forçando-o a olhar nos meus olhos, porém ele, mesmo com o rosto virado para mim, seus olhos teimavam em olhar para qualquer outro lugar. - Olhe para mim. – disse com uma voz estranha. Ele fez uma careta de dor e depois, bem devagar, olhou-me. – Eu te amo, nunca amei ninguém como eu te amo. E não me importo com a sua reação, isso nunca vai mudar o que sinto por você, nunca. Agora, por favor, não se esqueça que passamos momentos lindos e que são outras coisas que eu vou guardar no fundo do meu coração, junto com você, se não me quiser. Juro que vou tentar entender, mas... – Larguei seu rosto, deixando minhas mãos caírem flácidas em meu colo, encarei-as.

Não agüentava mais tanto sofrimento. Apenas queria que tudo acabasse; essa dor que parece que vai rasgar cada parte de meu peito em milhões de pedaços.

Arfei, procurando mais ar. Meu peito, esse sim, estava destruído por completo. Senti-o pegar as minhas mãos, enquanto eu escutava o meu soluço de choro.

-C-Como pôde acreditar nesta mentira? Sabe que eu nunca menti bem... – Eu estava derrotada, deixei meu tronco cair em seu peito, fazendo com que meu rosto batesse com força contra o mesmo. Fechei meus olhos, sentindo seu cheiro e tentando me controlar.

Ele nada disse, ficou imóvel.

-Edward...? – Desencostei dele, para poder olhá-lo.

Edward's POV

Em quem eu acreditaria?

Minha cabeça estava rodando com o tanto de informações. Bella havia mentido para mim em mais uma coisa; que tudo que ela houvera me dito, fora igualmente uma mentira... Mais uma.

Quando ela me disse que me amava, tive que me conter para não agarrá-la no mesmo momento, pois, agora, eu não a conhecia mais. Parecia ser outra garota, totalmente, diferente de antes. Mas mesmo eu sempre pensando assim, colocando a minha cabeça no lugar e percebendo nas burradas e idiotices que ela fez e que tornou tudo entre nós, em um perfeito caos, eu ainda a mantinha em todos os meus pensamentos e sonhos. Sim, ela se encontrava escrita no meu futuro, podia quase sentir isso.

Na cozinha, quando nos beijamos, pude perceber que ela também me queria. Tanto queria, que retribuiu o beijo de uma forma quase animal; de quem tem sede de desejo, de amor. Eu a amava e isso não é algo que eu possa esconder, era muito aparente.

Não sabia o que falar.

-Edward...? – Ela se afastou do meu peito e me encarou com os olhos de chocolate derretidos, cheios de lágrimas. – Por favor, - Segurou a minha blusa com força. Estava desesperada. – Diga alguma coisa... – Voltou a chorar.

-Por que temia que Jacob contasse a verdade? Você não queria voltar por causa de sua mãe. – conclui, respondendo a minha própria pergunta.

-Também, mas a maior razão era porque eu não queria ficar longe de você. – Olhou de volta para as mãos, só que agora estavam juntas das minhas. – Mesmo que isso afetasse no nosso relacionamento. Queria não ter de feito isso... Perdão. – Levou a minha mão esquerda ao rosto, longe das lágrimas. Eu estiquei o meu dedo até alcançar e secá-la.

- Por que resolveu me contar agora?

Ela engoliu seco. Ao que me parecia, ainda tinha mais coisa que eu não sabia.

-Porque eu não agüentava mais sofrer por você, enquanto eu o assistia beijar Tanya... – Sacudiu a cabeça fazendo uma careta de nojo. – E de sofrer nas mãos de Jacob, não que ele me fizesse algo ruim, mas eu não podia me deixar sofrer daquela forma. Todas as noites eu sofria em silêncio...

-Bella, - Interrompi. – Vá direto ao ponto. – Não estava gostando de sua enrolação, só me deixava mais angustiado e tenso.

-Por isso... E-Eu cancelei o meu intercâmbio e volto para Phoenix amanhã de madrugada. – Soltou tudo de uma vez.

Senti a raiva me consumir por completo. Minha vontade era de gritar e bater em alguma coisa. Como pôde soltar tudo isso sobre mim? Fez-me sofrer por tanto tempo para depois me contar que estava mentindo e que amanhã voltará para Phoenix!

Não podia perdoá-la pela mentira, por mais que isso me machucasse. Eu estava indo contra a mim mesmo. Minhas "partes" estavam brigando de novo, mas dessa vez eu não ia ouvir nenhuma. Ia escutar a mim mesmo e, infelizmente, esse não quer perdoá-la.

Soltei minha mão da sua, fazendo-a me olhar com olhos chorosos e um pouco incrédulos pelo o meu ato.

Ela esperou.

-Você mentiu demais para mim, Bella, e isso não é muito bom para um relacionamento. – Era a minha vez de não querer mais nada, mas agora era verdade. Assisti- a morder o lábio inferior com tanta força que achei que fosse cortá-lo. – Talvez, seja melhor assim. – disse convicto. – Digo, você voltar a Phoenix, vai ser como se nunca nos tivéssemos nos conhecido. Um rompimento sem dor.

Bella's POV

Tive que engolir a dor que se alastrou por toda a extensão de meu peito e respirar fundo várias vezes. Não iria culpá-lo, afinal, quem errou em tudo fui eu.

Nada podia fazer, a não ser... Suportar.

Sequei a minhas lágrimas e, sem o olhar, lhe disse:

-Não vou contrariá-lo. – Levantei-me de sua cama e fui me arrastando à porta. Nem ao menos o meu corpo suportava, como eu, meu psicológico, poderia? Era sofrimento demais para uma pessoa só, algo que eu nunca desejaria isso a alguém na vida. Parei diante da porta. – Boa... Noite e, desculpe ter te atrapalhado. – Abri a porta e sai, fechando-a logo em seguida.

Ele tinha total razão. Teria que seguir em frente sem ele e apenas aceitar aquilo que me foi feito. Não tinha mais escolhas. Voltaria a Phoenix, voltaria a minha antiga escola e a minha rotina natural de antes do intercâmbio, exatamente como se nada tivesse acontecido.

Não vou me permitir pensar em tudo de ruim que aconteceu aqui, e para o meu próprio bem, vou esquecer que um dia vim para Londres, que conheci minha nova família; Esme, Carlisle, Jasper,... Edward e, sem contar aqueles que eu considero como familiares; Rosalie, Emmett e a minha melhor amiga, Alice. Seria melhor assim, pois, enfim, poderia seguir a minha vida sem a presença de Edward Cullen.

Realmente esperava e desejava por isso...

Joguei-me na cama, deixando meus músculos se derreterem sobre o fino cobertor que se encontrava sobre a mesma. Agora, o que eu mais queria era poder dormir e esperar que a madrugada de amanhã chegue o mais rápido possível.

Tateei a cama em busca da ponta do cobertor e me enrolei, fechando os meus olhos e caindo em um sonho nada tranqüilizante.

No outro dia...

-Bella, querida. – Senti uma mão me tocando bem levemente, quase impossível de se sentir. – Bella?

Abri meus olhos bem lentamente, pois os mesmos queriam desejar nunca mais verem a claridade ou até mesmo a escuridão da noite. Não tinham mais força alguma para qualquer movimento ou ação.

Encontrei os olhos curiosos de Esme sobre mim. Coloquei-me sentada e esfreguei o rosto com uma enorme força.

-Desculpe te acordar, querida. – Ela parecia estar preocupada com alguma coisa, mas de início não consegui detectar. – Mas você está dormindo há muito tempo. Fiquei preocupada. Está se sentindo bem? – Sentou-se ao meu lado e pegou a minha mão.

Estou há muito tempo dormindo? Que horas eram? A única coisa de que me lembro foi que após eu dormir ontem à noite, acordei um pouco depois e fiquei rolando pela cama até o sono me atingir novamente, porém isso demorou mais do que eu desejava.

-E-Estou bem, só estava cansada. – murmurei quase não ouvindo a minha voz rouca de sono. Esme tombou a cabeça de lado e ficou me observando para ver se eu realmente falava a verdade. Eu realmente queria mudar de assunto por isso iniciei outro. – Que horas são?

-13h e alguns minutos.

-Tudo isso? - Fiquei um pouco assustada, usualmente não durmo tanto.

Esme assentiu e sorriu.

-Meus pais estão para chegar e eles, não sei se você se lembra, estão querendo te conhecer. A mais nova da família Cullen. – Sorriu.

Abaixei o olhar. Era tão difícil ver a expressão de felicidade de Esme quando eu, por dentro, me desmoronava em dor e angustia. Não fazia e nunca farei parte da família Cullen. Isso era apenas um sonho com o qual, agora mais do que nunca, eu tinha certeza de que nunca iria se realizar, pois mesmo que eu lutasse para isso, Edward não iria me perdoar em vida.

-Esme,... Eu não faço parte da sua família mais. Vou embora hoje. – disse-lhe tentando controlar as lágrimas que estavam lutando para sair de meus olhos.

O sorriso de Esme apenas diminuiu e ela apertou mais firme a minha mão.

-A partir do momento em que você pisou nesta casa, você fez parte desta família. E, desculpe, mais nunca sairá, mesmo que queira. – Seu sorriso era tão materno e doce, impossível não deixar com que as lágrimas rolassem. Ela me puxou, abraçando-me, e colocou a mão no topo da minha cabeça, fazendo carinho. Afoguei-me em lágrimas.

Não eram apenas saudades de Edward que eu sentiria, eram de todos e isso realmente não ajudava em tentar me manter firme até a minha volta.

-Vamos todos sentir muito sua falta.

-E-Esme... Obrigada... por tudo. – Abracei-a mais forte.

Ela se afastou um pouco para me olhar nos olhos, juntamente com seu belo sorriso doce e ajeitou o meu cabelo enquanto falava.

-Querida, digo isso de coração. Principalmente eu sentirei sua falta, afinal, não é muito bom ser a única mulher em uma casa com predominância de homens.

Sorri um pouco.

Ela se levantou e foi até a porta.

-Por que não se troca e vai tomar o seu café? Estaremos lá embaixo. – Sorriu.

Assenti e a vi sair pela porta, e fechá-la.

Eu tinha que me manter firme, ao menos esta tarde. Pelo bem de Esme, Carlisle, Jasper e os avós dele. Não pelo bem de Edward, porque eu sabia que ele não queria nem ao menos, me ver pintada de ouro.

Troquei-me colocando a roupa usual; calça jeans azul, uma blusa branca de gola alta e o meu All Star. Pretendia me encontrar com Alice antes de ela vir me buscar, para fazer sua felicidade por um tempo. Penteei meu cabelo, colocando o meu arco preto nele e, escovei os dentes.

Ao passar pelo corredor, deixei meus olhos seguirem a porta do quarto de Edward. Estava fechada. Soltei um suspiro pesado e segui para o andar de baixo, onde eu escutava conversas.

Todos estavam na cozinha, com exceção de Edward e um cheiro ótimo de bolo emanava pelo ar.

-Bom dia, Bella. – disse-me Carlisle com um sorriso que estava encostado a bancada, entregando os ingredientes a Esme, imagino.

-Bom dia. – Retribui-lhe.

Esme sorriu para mim e voltou a fazer o que estava fazendo, que me parecia serem biscoitos. Encontrei Jasper sentado a mesa, brincando com a caixinha de palitos de dentes, juntei-me a ele.

-Um... Que cheiro ótimo. – Comentei ao me sentar.

Esme riu.

-Obrigada, mas Edward é melhor nisso do que eu.

-Está com um cheiro maravilhoso. – afirmei-lhe.

-Dormiu, eim? – disse Jasper sem tirar os olhos da caixinha.

-Um... Estava cansada.

Esme mexia de um lado para o outro da cozinha, enquanto eu comia e Jasper e Carlisle a assistia. Ela estava fazendo bolo e alguns biscoitos que quando foram ao forno cheiram muito bem. Não vi Edward em momento algum desde que desci, era bem provável que ele tivesse saído.

Quando terminei de tomar café, levantei-me para lavar a minha louça, apesar de Carlisle dizer que não era preciso, fiz assim mesmo. Logo escutei uma vozzinha fina, vinda da sala, juntamente com o som do abrir da porta.

-Chegamos! – disse a voz.

-Ah! – Esme largou o pano de prato sobre o balcão e se dirigiu a voz. – Vamos! – Chamou-nos.

Carlisle e Jasper foram atrás dela, eu estava indo, só faltava terminar de enxugar, mas conseguia ouvir o que eles falam na sala.

-Oh, minha filha! Eu e seu pai sentimos tanta a sua falta.

-Bobagem, mamãe. Encontrei com vocês outro dia.

Sequei as minhas mãos e fui à sala para cumprimentá-los.

Não era a toa que Esme é tão bonita, seus pais eram igualmente. Sua mãe era baixinha com os cabelos prateados, sim, eram prateados naturais, lindos, curtos, deixando a nuca de fora, e com um sorriso encantador, mostrando as ruguinhas de expressão nos cantos dos olhos, também verdes. Seu pai era bem mais alto que a esposa, usava óculos de leitura, tinha cabelos brancos, normais, e seus olhos eram castanhos escuros.

Observei Jasper ser quase esmagado pala avó.

-Seu neto desnaturado! – disse a ele. – Não visita os avós.

-Desculpe, vó.

-Está bem, querido? Parece cansado, olhe esse cabelo! Está todo desarrumado! – Ela tentou ajeitar seu cabelo, mas ele desviou com um sorriso.

Todos riram.

-Depois, mamãe, não sabem por que eles não vão visitá-los – Esme claramente se referia a ação de sua mãe. Ela me olhou e me puxou para mais perto. – Essa é a mais nova integrante da nossa família, Bella.

Os pais de Esme sorriram para mim. Sua mãe me cumprimentou com um abraço e seu pai com um leve aperto de mão educado.

-Nossa, você é linda. – disse a mãe de Esme, Elizabeth.

-E... Obrigada. – Corei abaixando a cabeça.

Ela riu.

-Onde está Edward? – Perguntou o pai, Joseph.

-Ele está no quarto, vou chamá-lo. – disse Carlisle.

Todos se sentaram na sala e começaram a conversar. Os pais de Esme eram muito engraçados, faziam brincadeiras o tempo todo. Comecei a me sentir melhor. Carlisle desceu avisando-nos de que Edward já desceria. E assim foi feito, ele desceu belamente como sempre. Estava de calça jeans e uma camisa preta, um belo contraste com sua pele branca. Uma coisa me chamou atenção em seu rosto enquanto ele cumprimentava os avós, os arroxeados de baixo dos olhos. Parecia não ter dormido nada a noite.

-Edward... – Começou a avó.

-Eu sei, vó. Desculpe, vou visitá-los com mais freqüência. – Ela abriu a boca e, como se soubesse o que ela falaria ele foi mais rápido. – Eu prometo. – Sorriu, mas não era um sorriso feliz, talvez tristonho.

Ela deu-lhe um sorriso gentil e o forçou a se sentar ao seu lado, ele assim o fez.

-Sabe, - começou ela. – É... É Bella, não é mesmo?

-Sim. – confirmei-lhe.

-Você tem a mesma idade de meu Edward? – Assenti, perguntando-me onde ela queria chegar. Edward olhava para todos os cantos da sala menos para frente, eu. – Esme me disse que você vai embora hoje de madrugada, não é mesmo?

Nesta hora, não tinha mais ninguém na sala, com exceção de nós três. Carlisle levou o pai de Esme para o andar de cima, dizendo-lhe que ele lhe queria mostrar algo, Jasper fugiu para encontrar Alice no shopping e Esme estava a cuidar dos biscoitos na cozinha.

Edward me olhou com um olhar estranho, talvez de nojo ou horror. Abracei-me de leve.

-Vou.

-Por quê? – Ergueu uma sobrancelha.

Mordi o lábio. O que eu iria falar? Ah, eu me apaixonei pelo seu neto, mas como as regras do intercâmbio são claras, não posso ficar com e ele e, aconteceu um monte de coisas também...

-Problemas pessoais. – Foi o melhor que eu podia fazer.

Ela fez uma carinha tristonha e voltou a encarar.

-É uma pena, seria ótimo ter uma neta ao invés de apenas netos.

-Não bastamos?

Ela sorriu abertamente ao neto maravilhoso, em minha opinião, o mais bonito.

-Lógico que sim, mas mais uma não seria nada mal. – Virou seu rosto para mim. – Estava gostando daqui? Digo, antes de você ter os seus problemas pessoais.

Pensei por um instante, mas a resposta saiu como um jato.

-Claro. – disse com tanta convicção que Edward me olhou com os olhos um pouco mais abertos. – Toda a família Cullen, sem exceção, é maravilhosa. E eu também tive a sorte de fazer grandes amigos. – Quando pronunciei as minhas últimas palavras, saíram sufocadas e sofridas.

Elizabeth notou.

-Pode voltar depois que resolver seus problemas.

-Temo que não... – murmurei olhando para o chão.

-O que disse? – perguntou ela.

-Nada. – Dei-lhe um sorriso.

O silêncio após os nossos pequenos minutos de conversa tornaram-se séculos, para mim. O que falar agora? Ou, o que fazer? Edward beijou a mão da avó e se levantou, a mesma ficou olhando-o sem entender.

-Aonde vai, querido?

-Tenho muita coisa para fazer, vou ao meu quarto. Além do quê, está muito bem acompanhada com a sua nova netinha.

-Edward? – Ele saiu mais rápido. – Edward!

Ambas o olhamos sair, incrédulas por sua reação.

O mais estranho de tudo era que eu sentia que Elizabeth queria me falar algo, ou me perguntar algo, mas ela nada falava. Porém quando Edward saiu, ela se virou rapidamente para mim, imagino que formulando uma pergunta, enquanto amassava as próprias mãos.

-Bella, querida, não me interprete mal, mas... – Esperei olhando-a com cuidado. O que ela iria me falar? – Você e o meu Edward têm ou tiveram alguma coisa? Algo do tipo: namoro?

Corei fortemente.

-N-Não. Lógico que não, é contra as regras. – Gaguejar não ajuda muito quando está se querendo mentir, não é à toa que ela não acreditou.

-Vocês brigaram?

Droga. Era tão estampado assim em meu rosto? No de Edward? Como eu poderia contar uma história de meses para uma senhora que acabei de conhecer, apesar de ela ser avó de Edward.

-Sim, algo do tipo. – Olhei para minhas mãos ao dizer.

Queria sair correndo dali, mas seria muita falta de educação da minha parte. Felizmente meu celular tocou.

-Com licença. – disse-lhe ao me lavantar.

Ela se ajeitou e acenou com a cabeça.

-Toda.

Caminhei para fora da casa para poder atender. Não tinha percebido que estava tão frio até pisar no lado de fora, abracei-me enquanto atendia.

-Alô.

-Bella? Amor!

Franzi o cenho ao me sentar nos degraus da escada da frente.

-O que quer, Jacob? Não tenho nada para falar com você.

-Amor, por favor, me perdoe! Eu achei que estava brincando quando tinha dito que voltaria a Phoenix.

-Não me chame de amor, nunca mais na sua vida. Nem em sonhos. – Respirei fundo, me abraçando de novo por causa do frio. – E não. Não estava brincando.

-Bella, pelo amor de Deus! Eu amo você! Tudo que eu fiz foi por amor e por um desejo louco de possuí-la. – Escutava, do outro lado da linha, como se ele estivesse caminhando. – Droga! Eu sabia que você estava apaixonada por esse... Edward, mas, por favor, volta para mim.

-Nunca. Tchau, Jacob.

-Não espere! Ao menos, me deixe falar uma coisa antes.

Bufei e joguei a minha cabeça para trás.

-Não contei a ninguém sobre o seu caso com o garoto, então, se quiser continuar aqui você pode. Não vou mais perturbá-la.

Arregalei meus olhos.

-Por-Por quê? – O que tinha acontecido com o Jacob que tinha me ameaçado de todos os jeitos e maneiras para eu largar de Edward?

-Porque eu te amo, apesar de não acreditar nisso e, pelo seu bem. Eu me importo com você.

Lágrimas encheram meus olhos.

-Jacob..., por quê fez tudo aquilo, então? Você era o meu melhor amigo, por quem eu sempre havia sido apaixonada, mas quando fez o que fez, o encanto acabou e... À troco de quê fizeste isso? – Comecei a chorar. As pessoas que passavam a frente da casa me olhavam sem entender.

-Desculpe, Bella. – Parecia falar sério. – Vou embora e você pode continuar aqui.

-Não adianta mais, Jacob. – Sequei as minhas lágrimas. Merda! Tudo tinha vindo à tona de volta. – Vou voltar para nunca mais vê-los novamente. Não tem mais volta. Obrigada... – disse sarcasticamente, com uma voz absolutamente chorosa.

-Bella...

Desliguei. Não agüentava mais ouvir sua voz, melhor dizendo, a de ninguém. Pela primeira vez, desejei voltar o mais rápido possível para casa. Queria ficar sozinha e eu teria a vantagem de Renné não estar lá com Phil.

Voltei para a sala, encontrando todos, com exceção de Edward e Jasper, sentados e conversando distraidamente.

-Bella! – Esme exclamou. – Estávamos lhe esperando para lancharmos.

Puxou-me e chamou a todos em um encontro na cozinha. Todos nos sentamos à mesa, enquanto Esme terminava de colocar as comidas nos pratos.

-Esses meus netos são mesmo muito desnaturados, só você os salva, querida. – Elizabeth segurou a minha mão.

Todos riram quando eu sorri de leve e corando.

Passamos uma tarde extremamente agradável, devo acrescentar que conhecer os avós de Edward e Jasper, foi ótimo, tão carinhosos e receptivos como toda a família Cullen...

Alice e Jasper apareceram um pouco antes da saída de seus avós. Esme aproveitou para apresentar Alice, oficialmente, como namorada de Jasper. Ele ficou tão corado, que foi engraçado ver alguém, sem ser eu, do mesmo modo.

Edward desceu apenas para se despedir e logo voltou ao seu quarto. Algo agonizante bateu em meu peito, mas eu o ignorei, ao mesmo tentei.

Elizabeth deu um abraço forte nos netos e em mim, dizendo-me que havia sido ótimo me conhecer. Pude dizer o mesmo sobre os dois. Seria ótimo ter avós de novo.

Logo a partida deles, foi a minha vez e a de Alice para conversarmos. Ela deu um beijo rápido em Jasper, nas pontas dos pés, e saímos.

Fomos ao parque, onde nos sentamos em um banco branco, quando notei um silêncio que não me estava fazendo bem, por isso olhei o rosto de Alice, a fim de começar uma conversa, ao notar que estava umedecido por lágrimas que corriam sobre ele.

-Alice? O que houve?

Ela fungou e secou rapidamente as lágrimas.

-N-Não quero que vá embora! – Saltou sobre mim, abraçando-me forte.

Fiz carinho em seus cabelos espetados.

-Alice, poderemos manter contato...

-Bella! – Se afastou. – Não será a mesma coisa de tê-la aqui! Você é a minha melhor amiga! Vou sentir tanto a sua falta!

Sorri.

-Também, mas você irá me visitar, não é mesmo? – Balançou a cabeça de leve, como se estivesse se lamentando. – Não?

-Não é isso... é claro que vou, só não queria ter de fazer isso, pois você poderia continuar aqui...

-Você sabe os meus motivos. – Abaixei a cabeça, ao me lembrar.

-É, eu sei sim. – Posso lhe perguntar uma coisa? – Assenti. – O que vai fazer ao chegar lá?

Forcei um sorriso.

-Voltar a minha vida normal de antes do intercâmbio. – Ao menos tentar, mas ela n~]ao precisava saber deste detalhe.

Alice fez uma careta.

-Bella, eu ainda acho que deveria ficar. Sabe, ainda não é tarde. Pode ligar para...

-Certo! – Levantei-me em um salto. – Alice, não se esqueça de entregar as cartas, por favor. – Estendi-lhe a mão. Ela a pegou, levantou-se e me deu outro abraço.

-Vamos antes que eu chore de novo. Porque, você sabe, que é óbvio que vou chorar no aeroporto.

Sorri de leve.

Voltamos à casa e eu deixei Alice e Jasper namorarem um pouco,enquanto subia para arrumar a minha mala. Eram as minhas últimas horas na casa dos Cullen. Como seria quando eu chegasse na minha casa? Esperava que todos os meus pesadelos acabassem. Era o que eu mais desejava no momento.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, perdoem-me por meus erros na estória e por não ter postado mais cedo!

Amo vocês e não se esqueçam das minhas REVIEWS! :D

Tentarei postar em breve (SEM DATA) ;)

Beijos, Lina furtado. ;*