A Intercambista escrita por LinaFurtado


Capítulo 16
Será melhor?


Notas iniciais do capítulo

GENTE, fiz um blog que tem de tudo! Para quem gosta, vale a pena conferir ;D
http://is2this.blogspot.com/
Me deixa um oi lá ;)
RETA FINAL DA FIC!

Pois é, people. Estamos caminhando para o final.

Observações: (LEIAM)

—Como o prometido, ai vai um capítulo que eu considero grande para os que eu escrevo e emoções vão rolar!

—Detalhei um dia inteirinho da Bella :O Passei dois dias fazendo. Foi cansativo, eim?

—Rá! Agora vocês não poderão reclamar dizendo que está pequeno, porque não está. Um capítulo normal meu tem 8 páginas no word, mas este tem 21! :O *Aplausos*

—Eu imagino que ainda irá ter mais quatro ou cinco capítulos. :) E devido a grandiosidade deste, eu já adiantei mais um, ou até mesmo dois, nele. Puts... Eu sou boazinha demais... Ai, ai, tudo pelas minhas leitoras ^^

—Outra coisinha: Quando essa acabar, eu adoraria saber se vocês gostariam de uma continuação, porque ai, se não, eu partiria para escrever a minha segunda fic, que provavelmente será sobre Alice e Jasper (amo os dois), entenderam? Então, por favor, deixem suas opiniões! E, já adiantando perguntas que irão me fazer: Não, não vou escrever duas estórias ao mesmo tempo, até porque, uma já dá trabalho, quanto mais duas ;)


Mais uma vez: Espero que gostem do capítulo!! ;DDDD



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Capítulo 16 – Será melhor?

- Bella! Você não pode me largar! – Seus olhos eram chorosos e isso não estava me ajudando quando resolvi me despedir primeiro dela.

-Alice, por favor, não seja dramática... – Tentei sorrir.

-Dramática? Vou te mostrar o que é dramática para você mudar de idéia! – Mostrou-me um dos punhos, mas eu sabia que ela estava brincando. – Não, por favor! Você é a minha melhor amiga e eu não quero me separar de você... – Começou a soluçar.

Coloquei minha mão em seu ombro a fim de tentar ajudá-la.

-Nós vamos nos ver assim que você voltar a Phoenix. – Isso era uma das pouquíssimas coisas que me alegravam. Ao menos eu morava na mesma cidade que ela e, então, poderia vê-la quando quisesse. Assim espero.

-Mas... E até lá? – Estávamos em seu quarto na casa de Roselie, que havia saído com a mãe. O quarto era basicamente... Rosa por inteiro, e cheio de toques "Alice" de ser. Ela deitou a cabeça em meu colo e segurou com força na minha blusa. – Bella... Por favor!

-Alice, não torne as coisas mais difíceis para mim... – Tombei a cabeça para trás. A última coisa que eu queira, agora, era chorar de novo. – Se pense em meu lugar. Você, o que faria se fosse com você e Jasper?

-Eu já teria contado para ele há muito tempo. – disse firme e com um bico revoltoso nos lábios.

-Mesmo correndo um risco enorme de ter que voltar para casa? – Ela abriu a boca para protestar, mas eu já sabia o que ela falaria, então, me apressei: - Largando-o para trás?

Ela pôs-se a sentar novamente e soltou um suspiro de derrota.

-Tem razão, mas ainda sim eu não deixaria você para trás... – Cruzou os braços.

-Alice, - Droga! As malditas lágrimas voltaram a rolar. – Eu estou sofrendo. Não quero mais isso, mesmo que isso implique em eu ficar longe dele. – Peguei suas mãos. – Eu te amo, amiga, mas, por favor, não me faça sofrer mais do que eu normalmente sofro.

-Tudo bem... – Ela pulou em cima de mim, me abraçando com força. Seu ato me fez desabar e cair em realidade. Não era apenas Edward que eu estava deixando para trás, eram todos os meus amigos, todos aqueles que estavam sempre ao meu lado; carinhosos e felizes, e Esme e Cralisle que me trataram como uma verdadeira filha.

Mas tudo que eu iria fazer seria para o bem, não seria? Ao menos, tentava me convencer disso.

-Lembrei-me de uma coisa que eu tinha que lhe entregar. – Catei a minha mochila e peguei um cinco pacotes. Entreguei a sua mão. – Isso, aqui, um é para você e os outros são para os nossos amigos e, gostaria que lhes entregasse, mas só amanhã.

-O que é isso? – Perguntou segurando os pacotes e examinando-os com suas pequenas mãos.

-São cartas. Quero que leia a sua só no dia em que eu não estiver mais aqui, certo? – Ela me olhou triste e neles havia uma ponta de quem implorava para ler na hora. – Não. Só quando eu for embora. Me prometa, Alice.

-Certo... – Deu de ombros. – Só amanhã.

-Isso. Os outros, você entregue a eles quando voltar do aeroporto.

-Entendido. – Colocou os pacotes em cima de sua mesinha de estudo e voltou a se sentar ao meu lado. – Tem uma coisinha que eu queria te falar. É muito importante.

Seu olhar me deixou um pouco tensa.

-Se for sobre Edward, eu prefiro não saber. – disse-lhe firme.

-Bem... É, mas...

-Alice. – Levantei-me. Era querer pedir demais para que tudo que o envolvesse não me atingisse? Sabia que não era culpa de Alice, a culpa era toda minha e sempre foi. Odeio-me cada vez mais ao passar dos dias.

-Bella, é importante. - Segurou o meu pulso e me puxou com toda a força, forçando-me a sentar de volta na cama. – Eu não lhe contei porque eu não sabia que voltaria para casa, mas agora eu acho que, enfim, posso e tenho que dizer.

Suspirei esperando.

-Edward voltou a falar conosco e nos explicou tudo o que aconteceu a vocês dois, com exceção da chantagem, mas de resto... - Fez uma careta tristonha para a cama, parecendo se lembrar da cena. – Ele parecia tão... Deprimido. Era como se qualquer um pudesse ver o quanto ele sofre por você, apenas através do olhar. – Voltou a me olhar com os mesmos olhos de cortar o coração. – Bella, ele te ama e não é pouco. – Sacudiu a cabeça. – É muito.

-Não. – murmurei, sacudindo a cabeça. – Não, ele não me ama. Ele já se recuperou de tudo, está melhor do que eu.

-Bella, – Ergueu o meu rosto. – Eu falo sério. Podia ver isso nos olhos dele... – Soltou um riso sem humor. – Ele é muito transparente.

-Certo. – disse-lhe firme e retirando suas mãos de meu rosto. – Você já disse o que tinha que me dizer, não é mesmo? Agora eu tenho que "terminar" tudo com Jacob.

-Bella... – Choramingou.

Dei-lhe um sorriso duro e um abraço.

-Amanhã você vai me levar ao aeroporto? – Ela assentiu. – Obrigada, Alice. Tchau.

-Tchau... - murmurou, enquanto eu fechava a porta de seu quarto e me dirigia até o andar de baixo e saia da casa.

Estávamos na época em que os termômetros caem muito drasticamente, por isso, mesmo com duas blusas, sendo uma delas de manga cumprida, e dois casacos, um fino e um mais grosso, eu ainda estava com muito frio. Abracei-me, enquanto atravessava a rua e pegava o meu celular no bolso de trás da minha calça.

-Oi, amor. – Sua voz melosa me irritava.

-Oi. – Fui rude, afinal, estava acabado. Eu colocaria um ponto final em tudo. - Preciso que você me encontre no centro daqui a dez minutos, acha que consegue? – Duvidei de suas capacidades mentais.

-Que isso, meu amor? Perdeu a noção do perigo? – Escutei-o rir, dando-me náuseas. – Claro, claro... Eu te encontro lá. Beijos.

Desliguei.

Não queria mais escutar sua voz, ela se passara de uma voz adorável para uma voz rude, a meu ver. A única que desejava ouvir, não me pertencia mais, e isso me provocava as minhas constantes dores. Eu começava, não a me acostumar, mas a suportar a dor que ecoava em meu peito, que latejava mais toda vez que eu o via.

Quando sai de casa, ele não estava e, não sei como me permiti pensar nisso, mas comecei a pensar onde ele poderia estar. Será que eu poderia ter uma última conversa com ele? Sem que brigássemos ou, sem total ressentimento? Ao menos, da parte dele? Essa idéia fazia o meu coração acelerar e saltar forte sobre o meu peito, capaz de explodir a qualquer momento, mas as minhas duvidas quanto a isso ainda me eram dolorosas. Não havia muita esperança. Falar o quê, afinal? Dizer que foi tudo uma mentira para apenas não voltar para casa? Para, apenas, ficar e vê-lo todos os dias? E depois? Qual seria sua reação? Admito que eu tinha uma sensação que não era a melhor. A melhor das hipóteses era ir embora sem falar nada. Seria melhor assim, eu acho.

Caminhei até o ponto de ônibus, pegando-o e indo para o centro encontrar Jacob. Era agora que eu enfim lhe diria tudo que está engasgado em minha garganta. Não vou poupar nada.

Olhei para o lado de fora da enorme janela e vi a rua em que dava para a outra casa dos Cullen, no dia em que encontrei Edward machucado e que ele se... Declarou. A dor latejou mais um pouco, me forçando a me contorcer um pouco. Quando cheguei ao meu destino, por sorte, não teria que esperá-lo, ele já se encontrava sentado à mesa mais próxima da rua, em um pequeno café de estilo rústico.

Sentei-me a sua frente. Ele tentou me dar um beijo mais eu desviei o rosto.

-O que foi, Bella? – disse sério.

Apoiei a cabeça em minhas mãos, encarando-o com os olhos estreitos.

-Vou direto ao ponto, Jacob Black. – disse como se seu nome fosse um xingamento. – Chaga. Acabou. Pode me ameaçar do que quiser e, se quiser contar a meio mundo, ou mais do que isso – Puxei o ar e dei de ombros. – Faça o que quiser. Não ligo.

Ele me olhou sem entender, me seguindo, logo em seguida, no estreitar dos olhos.

-Está terminando comigo? – Ergueu a sobrancelha. Assenti sem ver a necessidade de mais. – Não pode! – Franziu o cenho.

Não me contive, tive que rir.

-Não, você ao entendeu. Não estou perguntando, eu afirmei. Vou embora amanhã para Phoenix. – Sorri com desdém.

-Mas..., Bella, eu te amo!

-Oh! Por favor, me poupe disso! Nunca me amou e agora, quando tudo na minha vida ia às mil maravilhas, você aparece e estraga tudo! – A raiva consumia cada parte do meu corpo, quero urgentemente bater em alguma coisa. O que me surpreendeu, porque não sou muito nervosa. – Jacob, eu realmente pensei que fosse o meu melhor amigo. Não esperava isso de você.

-Não queria mais ser só o melhor amigo. E eu vi que você já estava muito envolvida com aquele cara. – Segurou as minhas mãos. - O único jeito que achei foi te chantagear.

-Um relacionamento sem amor de ambos não é um relacionamento. – disse devagar, querendo que ele compreendesse. Retirei as minhas mãos das dele. Soltei o ar. – Era só isso.

Levantei-me e comecei a caminhar para fora do café, quando o escutei gritar:

-Vou contar a todos!

Eu apenas o olhei, não era um olhar de raiva, apenas um olhar de pena. Segui meu caminho indo pegar mais um ônibus para casa.

Acabou. Parece que tirei um enorme peso das costas. Era uma enorme pena que não esse sentimento não substituísse o sentimento de perda. Eu iria fazer alguma coisa quanto a isso, logo.

Ocorreu-me uma idéia de parar e seguir até aquela casa que Esme e Carlisle têm escondida no meio do nada. Não me importava mais com a maldita dor. Desci do ônibus desejando que eu não encontrasse ninguém no meio de tudo esse mato, não queria que houvesse loucos ou estupradores. Caminhei, abraçando-me por causa do frio.

As copas das árvores eram altas, o que seria algo positivo se não houvesse tantas o suficiente para cobrir a minha visão mais ampla. Depois de uns bons dez minutos andando, comecei a entrar em desespero. Com a sorte que eu tinha, era muito provável que estivesse perdida.

-Merda! – murmurei ao olhar o meu celular. Estava fora de área.

Continuei a minha caminha, tomando muito cuidado para não cair com os pedaços de galhos quebrados ao chão. Quando avistei a simples casinha de madeira no meio do nada. Agradeci internamente por ter achado e por não estar perdida.

Fiquei parada por um instante olhando a pequena casa. As lembranças me eram tão agradáveis, eram uma das melhores que já tive. Tenho duvidas se um dia conseguirei esquecê-lo e seguir com a minha vida, assim como ele fez com a dele. Não conseguia me imaginar sem que ele não estivesse comigo. Um sentimento agonizante se apoderou do meu corpo e me fez ir logo em direção à porta.

Coloquei a minha mão na maçaneta, já esperando que estivesse trancada, mas não, estava aberta. Rodeia e entrei, sentindo o calor que emanava no ar me atingir, deixando-me confortável. Estava tudo igual aquele dia. Não pude deixar de começar a soluçar devido às estúpidas lágrimas que teimavam a cair todas as vezes que ele invadia a minha mente. E isso ocorria o tempo todo.

Caminhei mais para dentro da casa, após ter fechado a porta, bem lentamente. Não queria escutar barulho algum, queria apenas permanecer no silêncio e aproveitá-lo sozinha.

A lareira da sala estava acesa. Se, estava acesa é por que... Eu tinha companhia.

Olhei para os lados e encontrei uma figura, que eu já conhecia, deitada no sofá, com um dos braços sobre os olhos. Meu Deus! O que fazer? Ah! Não tinha tempo para pensar, tinha que sair dali. Mas, nem ao menos o meu corpo conseguiu se mexer, quanto mais meus olhos, que queriam ficar ali. Observando sua respiração calma e controlada.

Mesmo com o braço nos olhos, pude reparar, nas partes de seu rosto que não estavam cobertas. Era sempre fora lindo, não precisava de mais nada para conquistar os corações de milhões de garotas, mas ele tinha mais do que apensa um rosto bonito. Era educado, agradável de conviver, calmo, era muito maturo para a idade, bom cozinheiro, excelente musico, inteligente... Perfeito e, esse sempre fora o amor da minha vida.

Meus pés pareciam cravados ao chão, por isso quando o vi tirar o braço do rosto, fechei meus olhos, esperando que ele não me visse. Sei que o pensamento foi ridículo, mas ele podia estar apenas trocando de posição por estar dormindo.

-Be-Bella? – Escutei sua voz aveludada dizer meu nome. Um choque correu por todo o meu corpo, fazendo-me arfar.

Ao abrir meus olhos, cometi o enorme erro de encontrar os dele. Tão doces e gentis, o Edward que eu conhecia e amava, sempre amei.

-Desculpe. – Caminhei rapidamente para sair e voltar para casa, mas senti uma mão me segurar pelo braço. Olhei-o sem entender.

-Vai cair um temporal lá fora, melhor ficar aqui. – disse me soltando e voltando a se sentar no sofá.

Se fosse cair mesmo um temporal, eu não teria escolha, teria que ter aquela conversa que eu não queria ter. Respirei fundo e andei até o centro da sala, colocando a minha mochila na mesa de centro e me sentando no sofá ao seu lado, já que era de dois lugares.

-Soube que voltou a falar com os outros. – Puxei conversa. Não queria permanecer em um silêncio constrangedor, por mais que eu odiasse quando eu queria ficar quieta e as pessoas tentam falar comigo, mesmo eu ignorando. (N/A: Uhul! Característica, também, da autora da fic: EU! :P)

-É. – disse simplesmente, ao se recostar no encosto do sofá.

Droga! Eu me xingava internamente por não conseguir manter uma conversa sem que ela não fosse somente monossilábica. Eu me mantinha em conflito interno e estar ali, a centímetros do amor da minha vida, com os nossos braços quase se roçando, não me mantinha totalmente lúcida. Mesmo sem nos encostar, eu sentia o calor que seu corpo emanava e a corrente que nos ligava.

-Posso te perguntar o que faz aqui? – perguntou sem demonstrar rudez na voz.

Abaixei a cabeça. O que eu lhe falaria? Às vezes, o silêncio é melhor do que as simples palavras. E, assim me mantive. Nada disse.

Ele virou a cabeça em minha direção.

-Esperava me encontrar aqui? – murmurou em um tom quase imperceptível.

-Não. – Apressei-me em dizer. – Eu fui ao café encontra com Ja... – Fechei a boca.

-Jacob? O seu namorado? – Riu sem humor.

-Eu fui para terminar com ele. – Soltei depressa. Ele voltou a me encarar com olhos curiosos.

-Por quê? – Ergueu uma das sobrancelhas. Eu não devia me permitir de pensar que vi um pouco de esperança em seus olhos, isso só me faria ficar pior mais tarde.

Encarei minhas mãos sobre o meu colo. Não podia lhe contar a verdade, isso o faria me odiar mais ainda.

-Ele estava... – Pensei urgentemente em algo e, pela primeira vez, funcionou. - me monopolizando e, eu não o amo. – Essa última parte eu só notei que havia falado alto, depois que já havia saído.

-Não o ama? – Elevou a voz, mas ainda se mostrando delicado.

Merda! Merda! Merda!

-Não foi isso que eu quis dizer, quis dizer que o amor que eu sentia por ele... Acabou. – Fiquei incrédula de como eu consegui falar isso soar tão real. Ele voltou o olhar ao teto. – Edward, eu queria te falar uma coisa.

Edward's POV

Não acho que ter vindo aqui tenha sido uma boa idéia. Quem poderia imaginar que Bella viria aqui? Minha cabeça rodava com o tanto de informação que eu tinha em mente.

Eu havia vindo para cá, a fim de pensar, mas como sempre, somente ela aparecia em todos os meus pensamentos. Quando ela me disse que veio aqui após terminar com Jacob, meu coração disparou, achei que fosse falar que me amava, mas não, algo me surpreendeu. Logo que ela disse, eu lhe perguntei o porquê de tudo isso e ela após me contar, murmurou que não o amava.

A raiva subiu por cada parte que encontrou pelo o meu corpo. Como assim não o amava? Largou-me pelo o quê? Ela acabou respondendo, em parte, as minhas perguntas internas. Não sei se ela havia percebido, mas era a primeira vez que parávamos para conversar depois do acontecimento...

– Edward, eu queria te falar uma coisa. – Sua pronuncia de meu nome – Nunca achei que o inglês americano fosse melhor que o inglês britânico (N/A: FATO.) -, me deixou feliz, o modo de falar meu nome. Eu poderia apostar com qualquer um que nunca gostei tanto de ouvir meu nome, mas ele só se tornava especial saindo da boca de Bella.

Dei de ombros para parecer não ligar muito, porém me mordia de tanta curiosidade.

-Diga. – disse-lhe simplesmente.

Assisti-a abaixar o olhar e voltar a olhar as mãos, de novo. Isso era tão frustrante! Quis pegá-las e colocá-las no meu rosto, somente para ela me olhar com seus doces olhos castanhos. Mais uma vez tive que me conter, apertando a almofada com toda a minha força.

Bella's POV

Não entendi por que ele segurava com tanta força a almofada. Tinha receio que ele fosse embora a qualquer momento, apenas para me evitar. Tentei de novo, forçando a minha voz a sair natural.

-Queria te pedir desculpas por tudo que lhe causei. – Ele esperou. – Não quis e nunca quis te magoar, me perdoe. Sei que o que fiz foi imperdoável, mas...

-Bella – interrompeu-me. -, não precisa me pedir desculpas. Agora já passou. Não importa mais. – Um tapa em meu rosto ou algum ataque físico doeria menos do que a dor que estalava forte em meu peito. Não consegui evitar me contorcer. Isso o pareceu notar. - Está se sentindo bem? – Não tinha forças para falar. Minha respiração faltava e agora eu a puxava com toda força que ainda me restava. – Bella? Bella! Está branca! Está bem? – Colocou as mãos sobre os meus ombros balançando-me gentilmente, mas forte o suficiente para os meus dentes baterem um contra os outros.

Minha visão se tornava cada vez mais embaçada e via tudo em dois. O que estava me acontecendo...? Eu estava... Bem, eu acho.

-Bella, pelo amor de Deus, fale comigo! – Puxou-me para o seu colo, deitando-me. Pegou um papel sobre a mesinha e começou a me abanar. – Fale comigo, anda!

-E-Eu... Estou bem... – Arfei, porém minha visão não melhorara e meu corpo estava ficando cada vez mais fraco e mole, deixando-se derreter em seus braços, nem que fosse ao menos um momento, um último momento.

Meus olhos foram se fechando espontaneamente. Edward me balançou com mais força.

-Mantenha-se falando comigo! – O vi virar a cabeça para todos os lados como se estivesse à procura de alguma coisa. Seus olhos eram os exatos que eu me recordava, lindos e pareciam estar em pânico. – O que eu faço...? – Voltou a me olhar. Eu o via através de uma pequena fresta. – Bella, eu... – Não ouvi mais nada, apenas senti ser levantada e me deixei entregar a escuridão que me invadia.

Edward's POV

Céus! O que estava acontecendo? De repente Bella ficou pálida e se contorceu como se sentisse uma dor enorme. Não pensei duas vezes e a perguntei se estava se sentindo bem, mas visto que ela não me respondeu me permiti a entrar em pânico.

-Bella, pelo amor de Deus, fale comigo! – Puxou-a para o meu colo, deitando-a, a fim de fazê-la se sentir melhor. Peguei um papel de propagandas sobre a mesinha e comecei a abaná-la. – Fale comigo, anda! – ordenei. Não podia deixá-la naquele estado e ela igualmente.

Seus olhos ficaram abertos em uma fresta fina. A adrenalina de talvez ela estar correndo perigo de vida, me tomou. Não! Eu implorava. Que ela não tenha nada de mais, mas... Maldição! Por que ela não diz nada?

-E-Eu... Estou bem... – Arfou. Seu corpo foi se tornando mole em meus braços.

Meu desespero era tanto que eu a balancei mais forte.

-Mantenha-se falando comigo! – Implorei. Comecei a procurar algo que eu pudesse ajudá-la; não tinha nada. Nem ao menos remédios. – O que eu faço...? – Encarei-a em pânico, esperava que ela me dissesse. Seus olhos estavam quase se fechando quando decidi que ia levá-la correndo ao hospital. – Bella, eu te amo. Por favor, mantenha-se acordada, por favor... – disse ao pegá-la em meu colo e carregá-la para a parte de trás da casa, onde se encontrava o meu Volvo.

Ajeitei-a no banco traseiro e corri para pegar logo o volante.

Enquanto dirigia de um modo totalmente imprudente nas ruas, liguei para Carlisle, colocando o som no viva-voz.

-Oi, filho.

-Pai! Pelo amor de Deus me diga que ainda está no hospital.

-Estou, mas... – Sua voz era curiosa, mas eu não tinha tempo para explicações.

-Certo. Estou indo para ai. Espere-me na porta. – Desliguei quando virei em uma curva na contra mão, a fim de cortar caminho e quase fazendo com que um carro me pegasse se eu não tivesse desviado e colocado o carro na direção certa.

Como apenas havia vagas para deficientes na porta do hospital, ficou ali mesmo. Ao parar cantei pneu, sentindo cheiro de queimado. Carlisle me aguardava com uma feição totalmente confusa.

Sai do carro indo para o banco de trás, para pegar Bella. Meu pai a viu e não fez pergunta alguma, apenas me mandou levá-la para dentro. Assim fiz, colocando-a em uma maca que havia logo na entrada. Uma série de enfermeiros se pôs ao lado, para dar assistência, empurrando a maca, segurei sua mão ao andar pelo enorme corredor branco.

Carlisle segurou o pulso de Bella por um instante e falou aos enfermeiros:

-Vamos levá-la para fazer alguns exames.

-Carlisle, o que ela tem? – perguntei soando um pouco desesperado.

-Filho, fique aqui. Depois conversamos. – Eles entraram com ela em uma sala e a porta se fechou diante de mim.

Soltei o ar, passando as mãos freneticamente nos cabelos.

A única coisa que tinha na minha cabeça era que Bella ficasse bem, só isso. O resto podia agüentar. Tentei me acalmar ao me sentar em uma das cadeiras do corredor, mas não funcionou. Fiquei andando de um lado para o outro, até que uma enfermeira preocupada veio até mim.

-Com licença, o senhor quer uma água? Pode ajudar a se acalmar.

-Não, obrigado. – disse apressadamente querendo que ela saísse dali logo. Agora eu só esperava meu pai por notícias de Bella.

Bella`s POV

Não estava sentindo nada em meu corpo, apenas uma parte dolorida em meu braço. Tinha algo preso nele, que eu rapidamente levei uma das minhas mãos livres para arrancá-lo, mas me detiveram.

Ao abrir meus olhos, tive que piscar algumas vezes para que permitisse aos meus olhos para que se acostumassem com a claridade. Notei que estava em um quarto de paredes beges, bem iluminado, sendo cortada por uma listra um pouco mais escura. Havia um pequeno sofá encostado a uma das paredes com uma mesinha de madeira, também clara, junto ao mesmo. Meus olhos se passaram pelo ambiente, notando que eu deveria estar no hospital, mas... O que eu estava fazendo aqui? E como...?

-Não pode tirar isso. – ordenou a voz de todos os meus sonhos, retirando a mão que segurava a minha.

Voltei meus olhos a minha frente, encontrando seu rosto baixo, ao encarar o meu braço.

-O-O que estou fazendo aqui? – perguntei-lhe com a garganta seca.

-Você desmaiou quando estávamos na outra casa de meus pais. – Ele não me olhava e isso me deixou frustrada. – A trouxe para aqui sem saber o que fazer e, você apenas tinha desmaiado por falta de forças. Carlisle disse que deve ser por causa de você não estar comendo, por isso colocaram-na no soro. Sente-se melhor agora?

Passei meus olhos dele até o lugar dolorido em meu braço. Ali havia uma agulha injetada na minha veia, que estava liga a um recipiente de soro.

-Um... Estou. – disse tentando soar firme. Dava-me agonia quando tinha alguma coisa enfiada em mim, apenas queria sair dali. – Não preciso dis... - Voltei a levar a minha mão livre apara arrancar aquilo, mas ele me deteve, de novo, mais firme do que antes.

Olhei-o e agora, ele também me olhava. Senti uma corrente passar por mim.

-Ficará um pouco mais com isso e, por favor, - Pareceu-me suplicante. - não tente tirar. –Soltou-me novamente e virou o rosto para uma janela branca.

Percebi que ele estava sentado junto a mim e que estávamos sozinhos no quarto. O vi se levantar e ir à porta. Senti uma sensação horrível invadir meu coração, como se ele estivesse me abandonando.

Ele parou, abriu a porta e chamou alguém, que logo entrou. Era uma enfermeira, ao menos tinha a roupa de uma; baixinha e com o cabelo escuro preso em um coque mal feito. Ela pegou o meu pulso e olhou no seu relógio de pulso por uns instantes. Fiquei aliviada ao ver que Edward não tinha ido embora, apenas foi chamá-la. Ele se pôs em pé, encostado a parede e nos observando.

Meus olhos não conseguiam se libertar de seu rosto rígido, algo me prendeu ali, algo que eu sabia que não era bom.

-Prontinho, querida. Espere um momento que eu vou ver se o poderá vir te liberar. – disse a simpática senhora.

Eu assenti e a vi sair.

Eu o olhei de novo e desta vez olhei suas roupas. Usava uma calça jeans surrada, com uma camisa branca lisa branca, destacando seus ombros largos. Seu cabelo estava bagunçado, não em uma bagunça normal, mas em uma bagunça total. Seu rosto parecia cansado, com pequenos arroxeados embaixo dos olhos verdes e eu imaginei que ele não devia estar bem.

Ele voltou a se sentar na ponta da minha cama, ainda sem me olhar. Argh! Totalmente frustrante.

-Ao que me parece, não era para eu estar aqui e sim, você. – disse-lhe examinando suas feições. Ele me encarou sem entender. – Está com um rosto horrível. – Era lógico que ele nunca ficava horrível, mas parecia muito cansado.

-Ah... – Passou a mão nos cabelos.

-Você disse que eu não me alimentei, não é mesmo? – Não esperei que ele respondesse. – E você? Está?

-Ainda não comi. – disse como um sussurro.

-Quando foi a última vez?

-Não lembro. – Confessou-me.

-E o que está esperando? Se não, - Bati na cama. – Você é o próximo.

Ele deu um sorriso, um sorriso não, o meu sorriso. Sorriu torto, tão belamente que quase me derreti.

-Não se importe com isso. – disse-me sem ser grosso.

-Tarde demais. Já me importei. Vá comer alguma coisa, Edward. – Deixei minha cabeça tombar para trás, apoiando-a no travesseiro.

-Eu vou, mas não agora. Se não, você vai ficar sozinha. – Isso me surpreendeu. Voltei a minha cabeça a posição normal, olhando-o para ver se ele fala sério e ao que me parecia, sim.

-Não vou morrer.

-Do jeito que você é, é muito provável que quando eu saia você tente arrancar a agulha e sair. Minha resposta é: Não. – Sorriu zombando-me.

Franzi o cenho e virei a minha cabeça para o outro lado, a fim de esconder o meu constrangimento ao sentir o sangue subir ao meu rosto.

-Desde quando eu estou desacordada? – Mudei o rumo da conversa.

Senti-o se ajeitar no colchão.

-Há uma três horas. – respondeu-me ajeitando o lençol da cama.

-Três horas? – Assentiu. – Tudo isso? – murmurei mais para mim mesma.

-Já está escuro lá fora. – disse ele olhando para a janela.

Ocorreu-me um pensamento. Se antes de eu desmaiar, eu estava na outra casa dos Cullen com ele, isto quer dizer que ele não saiu de perto de mim logo após ter me trazido até aqui.

Sorri. Isso o fez me olhar com duvida.

-O que foi? – perguntou curioso.

-Nada. – Mordi o lábio.

-Se não foi nada, por que sorriu? – Voltou o corpo na minha direção. Uma ruga se formou em sua testa.

-Deixe de ser curioso... – Cantarolei. Estava mais fácil de conversar com ele agora, mesmo que não seja como no início, isso é melhor do que antes. Talvez, só talvez, eu voltasse pra casa de consciência tranqüila.

Ele bufou.

Carlislie entrou no quarto, parando por um instante e nos olhou. Logo após pôs-se ao meu lado. Edward saiu da cama e se sentou no sofá.

-Como se sente, Bella? – Ele fez a mesma coisa que a enfermeira.

-Ótima. – garanti-lhe.

-Muito bom... – Soltou o meu pulso. – Acho que já pode voltar para casa.

-Um... Alguém sabe que estou aqui além de vocês? – perguntei a ele, olhando para Edward.

-Não, Edward disse que não seria necessário preocupar sua mãe ou Esme e, concordei com isso, não foi nada grave. – Ele tirou a agulha de mim.

-Que bom. – Soltei um suspiro que fez Carlisle rir baixo.

-Pronto. – Estendeu-me a mão para me por de pé e Edward se levantou.

-Estou bem. – disse pondo-me de pé, mas perdi um pouco o equilíbrio. Ele me deu apoio em meu cotovelo. – Estou bem. – disse-lhe.

Caminhamos para fora do quarto.

-Vocês podem voltar para casa, que eu cuido das papeladas. – disse Carlisle fechando a porta atrás de si. – Bella, tente se alimentar bem. Assim que chegar em casa, lanche ou jante, certo?

Assenti e voltamos a andar quando me lembrei.

-Ah! Carlisle? – Ele se virou e me olhou. – Obrigada.

-De nada. – Sorriu e voltou-se a andar.

Fiz o mesmo e dei de cara com Edward parado me esperando com as mãos ao bolso. Lindo como sempre. Fomos andando pelo corredor, com Edward arrancando suspiros de algumas mulheres que passavam por nós.

Franzi o cenho, mas eu nada podia fazer.

Enfim entramos no elevador e ali havia apenas um velinha.

-Boa noite. – dissemos a ela em uníssono.

-Boa noite. – respondeu ela, sorrindo. Pude ver suas ruguinhas de expressão se formarem ao canto dos olhos.

Edward apertou o botão para descer e esse encostou a parede do elevador, assim como eu. Ela começou a nos analisar e eu comecei a me sentir um pouco mal, desejando que ela parasse com isso.

-Vocês formam um belo casal. – concluiu ela. – São namorados, não é mesmo?

Nós a olhamos um pouco envergonhados. Eu mais do que ele, pois era bem óbvio quando se formava uma aglomeração de sangue em minhas bochechas.

-Não, senhora. – respondeu Edward educadamente.

-Ah! – Ela franziu o cenho em confusão. – Estranho... – Nós a olhamos confusos. – Parecem se movimentar juntos, como se estivessem sendo atraídos... – Ai, meu Deus! Quero sair daqui! Minha mente envergonhada gritava. – Queridos, se vocês não são, deviam pensar no assunto. – Sorriu ao chegar ao andar. – Boa noite. – Ela nos disse antes de sair e a porta se fechar novamente.

-Boa... Noite. – disse Edward sem entender, ou ao menos era o que sue rosto mostrava. Eu entendia muito bem, mas a minha vergonha era tanta que eu só conseguia encarar o chão.

Não era a primeira vez que escutava isso sobre mim e Edward. Isso era tão aparente assim?

Enfim chegamos ao nosso andar e eu fui seguindo Edward até seu carro, ele me abriu a porta, mesmo eu me opondo. Um perfeito cavalheiro. Um gentleman.

Seguimos em silêncio para casa. Pegava-me olhando ele de vez em quando, mas de resto eu encarava o lado de fora da janela, vendo sem realmente ver.

Minha cabeça estava cheia de coisas, uma delas era: Eu estava fazendo a coisa certa? Será melhor se eu me afastar? Bem, agora isso não tinha mais volta, pois eu já havia cancelado o meu intercâmbio e disse a Jacob que tanto faz se ele contasse ou não.

Fechei meus olhos com força. Estou fazendo certo? Se ao menos eu soubesse como vai ser se eu fosse embora...

-Está se sentindo bem? – Edward me perguntou me olhando.

-Um? Ah, sim. Estou. – Coloquei o meu cabelo para trás da orelha e me ajeitei.

Chegamos em casa. Edward estacionou o carro e eu não lhe dei à chance de me abrir a porta. Quando entramos Esme apareceu à porta.

-Onde estavam? – Cruzou os braços na frente do peito.

Edward revirou os olhos e colocou a mão em minhas costas, me indicando a cozinha.

-Mãe, Bella tem que comer.

-O que houve? – Esme perguntou de novo ao entrarmos na cozinha e eu me sentar.

Edward abriu a geladeira e pegou alguns ingredientes.

-Nada, ela só desmaiou por estar fraca, agora ela tem que comer. – Ele foi misturando em uma vasilha; ovos, presunto picotado e mais algumas coisas, ao final mexeu tudo e colocou sal.

Esme franziu o cenho, mas depois voltou ao normal, virando-se a Edward.

-Sua avó ligou e me mandou perguntar a você e a Jasper se vocês se lembram que ainda tem avós.

Edward riu.

-Eu lembro sim. Vou ver se os visito neste final de semana. – disse colocando a mistura em uma máquina de fazer omelete.

-Não será preciso, vão vir aqui para conhecer Bella. – Nesta ultima parte ela me sorriu.

Mas... Como eles viriam aqui para me visitar amanhã, se é amanhã que eu vou voltar para casa. Esme pareceu notar a minha pergunta interna.

-Eles virão pela parte da manhã. – Eu iria embora a noite, mais precisamente de madrugada, por causa do fuso-horário.

-Eles virão para ver Bella? – Ele ergueu umas das sobrancelhas.

Esme riu.

-Sua avó é muito vingativa, por isso ela me mandou dizer que se ela gostar de Bella, ela se passará a ser sua neta. – Riu mais.

Edward franziu o cenho e bufou, voltando-se a máquina e retirando duas omeletes. Esme se levantou e se despediu de nós dizendo que tinha que tomar banho para se preparar para um jantar que iria com Carlisle. Voltamos a ficar sozinhos.

Edward colocou as omeletes em um prato e as colocou a minha frente, pegando depois um garfo e uma faca. Olhei o meu prato e o olhei, que havia se sentado a minha frente, apenas esperando eu comer.

-Você, não vai comer? – perguntei-lhe.

-Vou, mas não agora. Coma. – Ordenou e eu assim fiz. Peguei os talheres e comi um pedaço e, olha que novidade: Estava delicioso, como sempre.

-Tome. – Empurrei-lhe uma das omeletes. – Se não comer, eu que vou me sentir mal.

-Não estou com...

-Coma. – disse firme.

Ele me olhou por um momento e se levantou para pegar outro prato e talheres, colocando-os a frente.

-Não suje mais louça. – Ele me olhou confuso. Suspirei e, cortei um pedaço do meu e o estendi a ele. O quê? Eu podia aproveitar os meus últimos momentos, não é? – Coma. – ordenei como ele havia feito antes.

Ele ainda estava confuso, mas se debruçou sobre a bancada e pegou o pedaço. Assim fomos em silêncio, quando ele notou que estava dando trabalho demais e veio se sentar ao meu lado, virado de frente para mim. Empurrei o prato mais para ele e, também, me virei para ele.

Ele estava tão próximo...

Pegou o garfo e a faca da minha mão e começou a fazer o inverso, agora quem me dava era ele.

Edward`s POV.

Do que eu tinha raiva mesmo?

Com a proximidade de Bella a mim, não estava me permitindo pensar com clareza. Ou talvez isso fosse apenas uma desculpa para mim mesmo. Ela fora tão doce ao me ar comida na boca e com a sua preocupação que eu me senti mergulhado no chocolate dos seus olhos. Quem se importa se ela teve um caso com Jacob? Era ela que eu queria e agora, eles terminaram, melhor, ela terminou.

Queria agarrá-la ali mesmo, quando eu peguei seus talheres e inverti a situação. A senhora do elevador devia estar certa; nós nascemos um para o outro e eu via exatamente isso em seus olhos. Que mal haveria se eu a beijasse agora?

Aproximei a minha cadeira dela. Não queria pensar mais em mais nada além dela. Meu corpo estava totalmente fora do controle e vê-la do mesmo modo me fez ceder.

Nossos rostos estavam a centímetros um do outro. Seu cheiro me deixava louco, assim como eu já lhe havia contado, era maravilhoso senti-la tão perto... Estava dominado por meus instintos. Abaixei e beijei seu pescoço, fazendo-a arrepiar.

Fui subindo meus beijos até parar em seu queixo, onde beijei delicadamente e parei. Escutei-a gemer. Segurou o meu rosto com mãos tremulas e me puxou com tudo para um beijo de tirar o fôlego, aquele que somente ela sabia dar. Sorri entre o beijo, puxando-a de volta.

Depois de tantas noites após o incidente, eu sonhava novamente com esse momento, o momento em que eu a teria de volta em meus braços. Era tão mágico! Por isso resolvi me aproveitar dele. Puxei-a pela cintura, fazendo com que quase nós dois caíssemos, colando nossos corpos. Ela segurou meu cabelo, também me puxando para junto de si, enquanto o nosso beijo se tornava mais urgente – Algo que devia se tornar proibido: beijar uma pessoa desse jeito. - nos fazendo ficar totalmente sem ar.

Desci de volta ao seu pescoço para podermos respirar e, ela mantinha os olhos fechados, respirando com dificuldade. Suas mãos brincavam em meus cabelos...

-Filinhos? – Escutamos Esme nos chamar parecendo estar a vir à cozinha, nos separamos muito rápido sem pensar. Ambos com uma respiração totalmente fora do controle.

Olhei para Bella, para ver se ela parecia ter acabado de ter sido beijada e eu confirmei, sim. Sua boca estava muito vermelha por causa das mordidas e com os cabelos bagunçados, sem contar a respiração... Droga! Eu devia estar do mesmo jeito.

Passei a mão no meu cabelo e saltei para fora da cadeira indo correndo a pia. Minha mãe entrou toda sorridente em um belo vestido preto que até o chão. Olhou-nos por um momento, passando os olhos de Bella a mim e depois estreitou muito pouco os olhos, mas foi bem perceptível. Isso não era bom... M.E.R.D.A.

Bella`s POV

Edward se ajeitou na cadeira, aproximando-se mais de mim. Eu podia notar que nem ele e nem eu estávamos cientes do que estava acontecendo, era com se nós estivéssemos deixando rolar, sem ao menos pensar.

Ele aproximou mais o tronco de mim e eu, sem ao menos remediar, fiz o mesmo. Nossos rostos estavam a centímetros e eu já sentia seu cheiro me embriagando, sua respiração contra o meu rosto. Minha boca implorava pela a dele...

Não posso fazer isso! Brigava comigo mesma. Ele vai sofrer depois, igualmente a você! A separação já vai ser bem pior sem isso!

Ah! Que se dane! Meu lado menos nobre exultou, e conseguiu vencer de alguma maneira.

Edward desceu para o meu pescoço, sem tocar em minha boca, beijando lá, fazendo-me arrepiar. Eu estava ficando tonta e embriagada, a situação não tinha mais controle então me deixei ir.

Ele realmente queria me deixar fora de mim, pois ele foi subindo os beijos, até parar no meu queixo. Senti uma raiva subir por mim, como ele ousava parar? Puxei-o pelo cabelo, mas quando elevei as minhas mãos, percebi que elas estavam tremulas, imagino que por causa do nervosismo de enfim beijá-lo após tanto tempo. Brincava com a minha boca dando-lhe leves mordiscadas e depois aprofundava o beijo, que era quase como um suplicio.

Não conseguia mais respirar, mas eu temia que se eu me separasse de sua boca, ele fosse sumir em uma nuvem de fumaça. Ele também não devia mais estar agüentando quando desceu e voltou a beijar o meu pescoço... Não podia me tentar tanto assim. Não era justo.

-Filinhos? – Era a voz de Esme nos chamando e sem pensar duas vezes, nos separamos quase em meio segundo. Eu estava com tanta vergonha que se eu pudesse sairia correndo.

Arregalei meus olhos em direção a porta, apenas esperando Esme entrar e nos ver neste estado. Vi que Edward me examinou e no outro segundo, ele se levantou e saiu correndo até a pia.

Ela entrou na cozinha sorrindo lindamente e com um vestido preto e longo, também belíssimo; um tomara-que-caia, que ficava perfeitamente em seu corpo (N/A: Vestido de Esme no meu perfil!) Ao que me pareceu a festa em que eles iriam seria muito chique. Olhou-nos rapidamente e eu achei tê-la visto estreitar os olhos para Edward e se ela tivesse realmente efeito isso, significava: Estamos ferrados.

-Então? – Ficamos quietos apenas a olhando. Ela sorriu e rodou. – O que acharam? Ficou bom?

Então, ela não notou nada? Ufa! Agradeci a todos do céu por essa ajuda e lhe confirmei que estava linda. Edward fez o mesmo e saiu, dando a desculpa de que ia dormir. Esme o viu sair e voltou-se a mim, estendendo-me a mão com um sorriso maternal.

-Posso abusar um pouco de você? – Assenti. – Como você é a minha única "filha" – Ela sorriu mais ainda e eu a acompanhei. – Quero sua ajuda para me arrumar, posso?

-Um... Eu não sou muito boa com essas coisas, mas eu posso tentar. – Lhe devolvi o mesmo sorriso.

-Ótimo! – Puxou-me para irmos ao seu quarto e entrarmos em seu banheiro; era enorme e belo. Nunca tinha visto um banheiro ao vivo, tão bonito quanto. Acho que deixei minha boca se abrir de espanto quando ouvi uma risada abafada de Esme.

-Amamos banheiros grandes. – disse-me – Aqui, querida. – Entregou-me um caixa de madeira com desenhos feitos à mão, uma caixa antiga, mas muito bonita. E, devo acrescentar, bem pesada. – Escolha uma jóia com que eu possa usar com um vestido.

Sentei-me ao vaso sanitário e abri a caixa, enquanto ela terminava de se maquiar. Havia muitas jóias, uma mais bonita que a outra, mas teve uma que me encantou. Um conjunto, um colar de prata com uma pedra enorme pedra de esmeralda, e um anel com a mesma pedra só que ele deveria vir do início a até mais da metade do dedo. Fiquei fascinada.

-A-Acho que achei a jóia. – disse-lhe ao estendê-la para Esme. – Vai combinar com seus olhos. – Edward tinha a quem puxar os belos olhos, só que ao contrário dos da mãe, os dele eram mais claros, com um tom quase incomum.

Ela sorriu e as pegou.

-Me ajuda?

Levantei-me e coloquei o colar nela. Estava simplesmente perfeita. Se olhou no enorme espelho horizontal, com um sorriso que ia de um canto a outro no rosto.

-Acha que Carlisle vai gostar? – perguntou-me através do espelho.

-Claro! – O entusiasmo em minha voz era evidente. Esme respirou fundo ao escutar o barulho do carro de Carlisle. – Esme, se importa se eu perguntar uma coisa?

-Claro que não, querida. Pergunte o que quiser. – Ela pegou uma bolsa-carteira preta de verniz, onde colocou um batom e o celular.

-Hoje é alguma data especial?

Ela me sorriu e afagou o meu rosto.

-Aniversário de casamento, meu e de Carlisle. – Tombou a cabeça de lado, ainda me olhando com seu sorriso, como se pudesse ver em minha alma. - Quando se casar e passar o tanto de tempo que eu e ele passamos juntos, você ficará igualmente animada.

Fiquei sem palavras.

Ela me deu um beijo na bochecha e saiu me deixando lá, parada. Esse momento me permitiu pensar em outras coisas.

Respire, Bella, disse a mim mesma. O que eu fiz? Sou uma idiota mesmo, uma condenada a morte bem sofredora. Beijei Edward! Não podia ter feito isso, agora vai ser bem pior quando eu voltar para casa. E quanto a ele? O que eu falaria?

Caminhei para fora do quarto de Esme e Carlisle e fui para o meu, fechando a porta, trancando-a.

Eu preciso pensar no que vou lhe falar. Massageei as têmporas, ao me sentar na cama. Talvez se eu lhe contasse que foi um ato muito sem querer, ajude. Não! Era lógico que isso não colaria, ele viu que eu também o queria. E quando eu sempre digo que sou uma azarada, não é à toa. E agora?

Contar a verdade teria mais efeito? Mas contar até que parte?

Levantei-me e fui tomar banho. Assim fiz, colocando o meu pijama. Sai decidida do que falar, sem saber se era mesmo o certo a fazer. Fui até a porta do quarto de Edward e entrei, encontrando-o deitando de bruços na cama. Quando ele escutou o barulho da porta, se virou devagar, com os olhos vermelhos. A minha dor voltou ao vê-lo daquele jeito.

-Posso entrar? – perguntei-lhe, mas eu já me encontrava dentro e já tinha fechado. Não me importava se ele dissesse não, ele iria me escutar. – Quero contar tudo a você e, eu sei que será bem provável, se não óbvio, que me odiará mais do que você nunca odiou antes.


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Notas finais do capítulo

:O Sem comentários sobre esse final.

Só sobre tuuudo :B hahah
E com muito conteúdo!

Vou até ajudar a dar idéia sobre o que escrever, que tal contar a autora (Eu!) o que, primeiro, o que você achou no geral, depois dos pequenos detalhes como: falas, atos, cenas e etc, segundo, se a autora (Eu, de novo!) escreve bem, no que ela poderia melhorar para o bem-estar dos maravilhosos leitores! :D

Amo vocês, não se esqueçam disso! ;), não me matem...

*Nome do próximo capítulo será: "Fogo que queima na memória" (tocante não?)

*Não se esqueçam de dar opinião sobre a continuação desta!

Beijos, Lina Furtado.