Capítulo 15- Explicações a todos.

Edward's POV

Quando passei no corredor a fim de ir correndo ao meu carro, parei um pouco para encarar a porta do quarto de Bella. Queria tanto ir falar com ela, dizer que a minha parte que dizia que ela estava mentindo estava mais forte agora, mas eu não podia... Meu corpo não permitia.

Voltei a andar e ir até o meu quarto para ir à creperia, onde eu encontraria os meus velhos e verdadeiros amigos, aqueles que eu deixei de lado para não me lembrarem de Bella. Era triste o fato de a minha idiotice chegasse ao ponto de largar os meus amigos por causa de uma mulher e o pior de tudo era que não era uma simples mulher; era o amor da minha vida, a única por quem o meu coração bateu com tanta força que parecia explodir toda vez em que eu a via corada e com um belo sorriso no rosto delicado.

Dirigi feito um louco pela cidade. Mal podia esperar para lhes pedir desculpas por ter sido um idiota completo. Quando entrei na creperia, logo vi Emmett, o que não era muito difícil de achar por seu tamanho enorme, junto de Roselie.

Aproximei-me deles e sentei a mesa.

-Oi. – disse timidamente. Fazia tampo tempo que não conversava com eles que eu me sentia um lixo.

-Oi. – Responderam em uníssono.

-E ai, Ed? O que deu em você para voltar a falar com a gente? – Emmett perguntou de cara, com os braços envolvendo Roselie.

Suspirei, abaixando a cabeça.

-Oi, gente! – Levantei meu rosto e encontrei com Alice e Jasper já sentados a mesa. Alice estava com sua animação de sempre, junto com o meu irmão que mantinha seu rosto de tédio e curiosidade.

Cumprimentei-os e fui logo ao ponto.

-Bem..., chamei-os aqui porque eu tinha que pedir desculpas à todos por meu comportamento... – Pensei em uma palavra para explicar, mas Emmett fez isso por mim.

-Idiota? – Assenti com um sorriso duro. – Imbecil? AH! Babaca?

-Certo, Emmett. Chega. – disse sério. - Sim, fui um idiota, um babaca, imbecil e tudo o que quiserem me chamar. – Respirei fundo. – Mas, eu estou aqui só para pedir desculpas e contar o que realmente aconteceu para tudo isso acontecer.

Dentro de mim, eu lembrava que eles colocavam a culpa do que me acontecia encima de Bella, talvez estivessem certos, mas eu não podia deixar isso, porque eu também tinha um parcela de culpa nisso.

-Pode começar. – Todos nos viramos para Jasper quando disse. Nenhum esperava alguma movimentação dele. – O que? – Notou que todos o olhávamos sem entender. Ajeitou-se largando Alice e colocando as duas mãos sobre a mesa. – Eu posso morar com eles, mas nunca soube de nada, porque nenhum dois abria a boca para falar, apenas ficavam quietos e com caras depressivas, agora eu quero saber. – Deu de ombros.

-Certo... – Comecei um pouco receoso, não sabia como iniciaria. – Lembram-se de quando nós contamos a vocês que estávamos namorando? – Assentiram. – Então, um dia depois, Bella depois de sair com Jacob... – Bloqueava essa lembrança sempre que podia, mas agora era diferente. Tinha que soltá-la para poder lhes contar, mesmo que isso me rasgasse por dentro. – Disse-me que enfim Jacob havia lhe dito que a amava. – Abaixei a cabeça, sentindo os olhares de todos os quatro sobre mim. – Ela já tinha me dito que ela fora apaixonada por ele no passado, mas que agora ele não passava de um grande... – Uma lâmpada acendeu na minha mente. – Amigo...

Veio tudo como filmes. O primeiro foi de nossa conversa, logo quando Jacob chegou e eu a perguntei sobre o que ela sentia por ele: "Para mim, Jacob é passado e você... Eu te amo, sabe disso. Nunca deixaria que um passado como Jacob fosse interferir no meu futuro que é você. Nunca!" Ela havia dito tão firmemente... Mas como, então, ela veio me dizer que não sentia nem um pouco do que sentia por Jacob? Não fazia sentido algum. Os outros filmes foram das vezes que ela tinha dito que me amava...

-Edward? – Chamou-me Roselie, tirando-me dos meus pensamentos. - Está bem? – perguntou com as sobrancelhas erguidas.

Engoli a saliva e confirmei.

-Continue. – disse Jasper.

-Depois ela apareceu em casa chorando. Não entendia por que e ela também não fazia questão em falar, mas eu a... Obriguei a isso. Ela me confirmou tudo, que estava e sempre havia sido apaixonada por ele e que agora poderia ficar com ele, já que ele havia se declarado. – A dor em meu peito crescia com a libertação das lembranças que não me permitia nem em sonhos lembrar. Inferno! – E depois disso nós brigamos e... O resto vocês já sabem. – Voltei a encarar a mesa.

-Você gostava muito dela, não é mesmo, irmãozão? – perguntou Emmett

Assenti devagar.

-Alice, você foi a nossa casa depois nesse mesmo dia. – Jasper falou com Alice, o que me chamou a atenção. Era verdade, Bella havia falado com Alice. – O que ela te disse?

Todos nós a olhamos com olhares curiosos.

-Um... Não me lembro. – Fez uma cara inocente que não convenceu ninguém. Ela abaixou o olhar.

-Alice, diga o que ela te falou, por favor. – Pedi-lhe olhando-a nos olhos. Eu precisava saber o que ela falou.

Ela voltou a me olhar com um olhar de quem se desculpa.

-Ela só disse que esta se sentindo horrível por ter te magoado. – Ela assentiu.

Magoado? Uma palavra melhor teria sido: acabado comigo, pelo menos internamente. Dentro do meu peito havia um buraco, que eu tinha absoluta certeza de que só se curaria com a volta dela aos meus braços. Mas, eu ainda não compreendia e algo dentro de mim me dizia que ainda tinha mais.

-Mais alguma coisa?

Alice balançou a cabeça.

-E ela também chorou muito. – Suspirou, imagino que devido à lembrança.

-U.A.U. – disse Emmett pausadamente. – Cara! Isso parece coisa de novela. – Sorriu abertamente.

Roselie lhe deu um tapa no ombro.

-Emmett, isso não é hora para as suas piadas sem total nexo.

-Não. Pensa só comigo, - começou ele a se defender. Reviramos os olhos, mas, bem que eu estava com saudade das piadas de Emmett, até mesmo nas horas erradas. – Bella pode ter feito isso por outro motivo e isso só serviu de desculpa. – Nós o olhamos incredulidade. – Ela provavelmente teve algum motivo para fazer isso, porque, cara, isso não é possível! – Levou as mãos ao ar e depois a abaixou em um movimento rápido. - Digo, não é possível que a Bella tenha lhe dito que não o ama. Vocês eram grudados um com o outro e qualquer um podia ver a conectividade de vocês.

-Emmett? – Rose perguntou de olhos arregalados. Ninguém esperava por isso.

-Ok, quem é você e o que fez com o nosso Emmett? – perguntou Jasper com o mesmo olhar que Rose o jogou.

Emmett franziu o cenho e rolou os olhos de um modo dramático.

-Posso parecer um idiota insensível, mas tenho um cérebro. – Deu de ombros. – Como eu disse, Ed, deveria falar com ela. Ai tem, cara.

Emmett estava certo. Eu tinha que falar com ela, mas temia que não fosse fácil como eu imaginava ser. Talvez ela goste mesmo de Jacob e, se ela me dissesse isso eu não agüentaria. Sentia tanta raiva de mim mesmo por não conseguir focalizar as minhas duas metades em apenas uma!

-Vou ver o que posso fazer. – disse em um murmuro. – Obrigado a todos por terem vindo ouvir o que eu tinha a dizer.

Todos me olharam com olhos de pena.

Sai dali, o mais rápido que podia. Era óbvio que eu ia falar com ela agora, eu poderia esperar uns dias para pensar, afinal, ela não iria a lugar algum.

Bella's POV.

-Então, está tudo certo, senhorita Swan. Seu cancelamento já foi efetuado. Amanhã as suas passagens chegarão por volta das três da tarde, mas só consegui marcar a volta para daqui a dois dias.

Dois dias? Não queria daqui a dois dias, o melhor seria para agora. Era algo que eu precisava fugir, exatamente como a covarde que sempre fui. Triste, não?, Isabella Marie Swan. "A" completa idiota.

-Um... Tudo bem, então.

-Tenha um bom dia, senhorita. – disse a moça, muito educada.

-Obrigada, para você também. – Desliguei sentindo tudo rodar.

Larguei o telefone na mesa e deitei-me na cama, fechando meus olhos. Cansei de me lamentar. Era fato que eu havia perdido Edward e nada que eu fizesse, nem ao menos implorar, o faria voltar a mim. A dor em meu peito se abriu com uma força que nunca imaginei que pudesse ser tão forte. Não iria mais vê-lo daqui a dois dias, não poderia ver – mesmo que de longe – o par de olhos verdes mais bonitos que eu já havia visto em toda a minha vida, não pararia mais para apreciar sua beleza, seu jeito educado, simples, clássico, belo... Perfeito.

Lágrimas geladas escorreram por meu rosto. A dor estava me matando e os soluços juntamente com as lágrimas me afogavam em mágoas. E se eu nunca mais o vir? Não! Não! Não! Por favor, pare de se permitir pensar nisso! Minha mente parecia explodir, Não sentia mais o movimento do meu corpo, mas consegui me contorcer e apertar o meu peito fortemente. Queria que essa dor maldita parasse e mesmo que tivesse que passar muito tempo, não acredito que um dia isso iria acontecer. Não podia negar mais a mim. Meus sentimentos sempre foram claros e, por quê? Por que ele acreditou em minhas palavras, quando eu o havia dito a mais pura verdade sobre meus sentimentos sobre ele de quando estávamos juntos? Nunca havia sido uma boa mentirosa, então por quê? Imagino que seja porque enfim foi a desculpa que ele precisou para dizer adeus, de um modo em que não precisasse fazer com palavras.

-Bella? – A voz de Esme em meu quarto me fez despertar. – Bella? Está se sentindo bem? – Veio ao meu encontro sentando-se ao meu lado e colocando a mão sobre o meu ombro, de um modo materno.

Tentei com dificuldade me sentar, enquanto secava as lágrimas e assenti devagar.

-O que aconteceu, querida? – Odiava deixá-la preocupada e ultimamente eu estava fazendo isso com muita freqüência.

-Na-Nada. Estou bem. – disse com o fio de voz que ainda me restava.

-Bella... – Abaixou o olhar. – Sinto que tem alguma coisa muito errada e, não me interprete mal, mas gostaria de saber. Adiei esse momento por muito tempo em respeito a você e a Edward, mas eu posso ver que os dois estão sofrendo tanto... – Seu olhar triste foi o que mais me surpreendeu depois de suas palavras.

-Esme... – Olhei-a sem saber o que falar.

-Eu sempre soube o que você e o meu Edward tinham e, igualmente a Carlisle, deixamos isso de lado por acharmos que vocês são perfeitos um para o outro e também por não quer que você volte para casa.

-Vocês... – Meus olhos se arregalaram. – Sempre... Souberam?

Ela assentiu com um sorriso duro no rosto.

-Nunca tinha visto Edward tão... Radiante, como se ele estivesse ao ponto de explodir quando começaram a "se encontrar" no quarto dele. – Senti meu rosto corar ferozmente. Esme sabia de tudo e Carlisle também... Céus! Abaixei meu rosto rapidamente a fim de esconder o meu constrangimento. – Não fique assim, querida. Adoramos vocês e só queremos ver a felicidade de ambos, agora, por que não me conta o que está acontecendo? – Pegou as minhas mãos e as segurou com força.

Engoli o choro e encarei as nossas mãos. Era tão fácil falar com Esme, era como se ela fosse a minha segunda mãe.

-Certo, mas antes... – Respirei fundo. – Queria dizer que eu estou voltando para Phoenix daqui a dois dias.

Não vi sua expressão, mas podia imaginar que não era nada contente.

-Certo. – disse firme. Olhei-a, parecia falar sério. – Não vou contrariá-la se é isso que quer... Só o que posso dizer é que vou, vamos, sentir muito a sua falta – Sorriu maternamente. – Vou sentir falta de uma segunda mulher em uma casa quase composta de somente homens.

Acompanhei-a com um sorriso duro.

-Obrigada, Esme. Também queria pedir que não contasse a ninguém, desta... Minha volta repentina.

-Não vai se despedir dos seus amigos?

-Vou, mas... Tudo em seu tempo e, do meu jeito.

-Certo. – Sorriu, mas era um sorriso um pouco tristonho.

Contei-lhe detalhadamente tudo. Sem poupar os detalhes do que nos acontecia, do que aconteceu. Esme pareceu entender.

-Nem ao menos sei o que te falar, querida. – Mordi o lábio. – Talvez esteja certa quanto a voltar para casa. Você e ele precisam pensar com mais cuidado e a distância talvez ajude, mas talvez não. – Apertou as minhas mãos. – Faça o que acha que deve, certo? – Assenti. – Vou contar tudo a Carlisle e tenho certeza que ele irá concordar com nós. – Colocou minhas duas mãos sobre uma das dela e com a outra deu dois tapinhas. – Vamos jantar, jê escureceu e você tem que comer, não a vejo comer bem a dias! – Puxou-me.

Cambaleei um pouco, porém logo me firmei. Descemos com Esme me abraçando.

Quando passamos pela sala, foi o momento de Edward entrar pela casa. Olhei-o, fazendo nossos olhares se encontrarem e de repente, uma pontada de esperança surgiu em meu peito vazio. Seu olhar não mantinha o ódio ou a raiva ou a angústia, era o seu olhar normal, não o mesmo que eu era acostumada em ver, aqueles olhos cheios de amor, mas eram belíssimos. Lembrei-me de que devia estar com os meus vermelhos e inchados, virei meu rosto rapidamente.

-Oi, querido. – Esme parou ainda me segurado. Eu encarava o chão mais podia sentir seus olhos sobre mim.

-Um... Oi, mãe. Bella? – Olhei-o sem quer. – Está... Bem? – Parecia receoso.

-É, sim.

-Bella, sente falta da mãe, não é mesmo? – perguntou-me.

-Isso. – confirmei. Sabia que Esme fazia isso apenas para me ajudar e eu seria muito agradecida a ela.

-Certo... – Caminhou até a escada, parando e se virando novamente. – Mãe, não vou jantar, está bem?

-Por quê? – Franziu o cenho.

-Sem fome. – Levou as mãos ao ar e sumiu escada acima.

A noite e os dias prometiam ser longos... Eu, ao menos, esperava que estivesse tomando a decisão certa.