A Intercambista escrita por LinaFurtado


Capítulo 14
We are broken


Notas iniciais do capítulo

Ounnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Obrigada pelas MARAVILHOSAS reviews! De todas, viu? :DDDD
Sei que demorei para postar, mas aqui estou eu!
Espero que gostem desse capítulo também!
Boa leitura! :B



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Capítulo 14 – We are broken.

Não! Gritava sem parar na minha cabeça. Não podia largar o amor da minha vida...

Não tinha outra escolha e Jacob já havia deixado isso claro. Ou eu iria de volta para casa sem Edward, mas sem magoá-lo e estragava tudo para minha mãe e Phil, ou eu ficava e agüentava o que vinha a acontecer. Admito que gostaria de ser como a Suíça, de não aceitar nenhum dos dois... Mas, para a minha infelicidade, não possuía essa opção.

Sequei minhas lágrimas e tentei engolir o bolo que estava formado na minha garganta. Pessoas que passavam ao meu lado olhavam-me torto. Ignorei-as e parti de volta para casa, tentando formular um plano na minha cabeça... E se...

De repente uma pontada de esperança surgiu, mas logo se apagou quando pensei em sua reação. Não valia a pena contar a Edward. Era muito provável que ele queira quebrar a cara de Jacob e ele abria a boca, contando sobre nós. Será que eu devia fazer o que era certo? Mas, o que era certo?

Parei a frente da casa.

-Não... – murmurei chorosa. – Não posso fazer isso... – Droga de soluços e lágrimas idiotas! – Não quero fazer isso...

-Bella? – Não precisava olhara para saber quem me chamou, reconheceria sua voz de longe. Sempre tão melodiosa. Passei as mãos no meu rosto, tirando todas as lágrimas.

Ele havia aberto a porta e estava parado diante dela, olhando-me. Passei por ele indo em direção a sala. Escutei-o fechar a porta e vir atrás de mim. Não parei. Ainda não sabia o que falaria e temia que quando visse seus olhos verdes e preocupados, eu me arrependesse e não o contasse nada.

-Bella? – Segurou o meu braço forçando-me a olhá-lo. Exatamente como eu havia imaginado, meus olhos encontraram com os seus e meus joelhos vacilaram. – O que ele te fez? – As lágrimas estavam tentando sair de novo. – Eu vou quebrar a cara daquele...

-Não. – Abracei-o pela cintura. Não estava nem ai. O que quer que eu tenha que fazer poderia ser depois. Ele pôs sua mão no meu cabelo e me ajeitou em seu peito. – Não! – Empurrei seu peito de má-vontade, pois me lembrei da minha real situação. E abraçá-lo só me faria sofrer mais depois.

Sua feição confusa me encarou.

-O que aconteceu? – Perguntou um pouco tenso.

-Edward... – murmurei abaixando a cabeça. Engoli seco e o encarei, esperando que funcionasse. – Jacob conversou comigo... – OH! Por favor, não! Minha mente gritava, esperneava, me machucava, mas eu tinha que seguir. – E finalmente disse que me ama. – Tentei um sorriso. Ele se mantinha sério e cauteloso, dando-me coragem para continuar. – Sabe que sempre o amei, desde pequena, e isso acendeu uma chama no meu peito que tinha sido apagada por você... – Só eu sei o quanto meu peito doeu quando disse isso. – Enfim posso ficar com ele, por isso eu...

-O que está tentando me dizer? – perguntou sério e rígido. – Que você ainda é apaixonada por ele e que tudo que nós passamos juntos não foi nada? – De repente sua voz se tornou seca e fria. - Nada além de uma diversão? Uma diversão para que depois você corresse para os braços de outro! – Soltou um riso nervoso. – Por favor, Bella, se poupe de me contar seus detalhes – disse com desdém.

Não contive as lágrimas. Saíram rolando como um rio ao desaguar em um penhasco. Não queria feri-lo. Ele não tinha idéia o quanto dizer-lhe tudo aquilo me doeu. Não merecia as burradas em que eu me metia. Não o Edward.

-Por que está chorando? – Em uma linha estreita, seu cenho se franziu.

-Não queria que as coisas terminassem assim... – disse com um fio de voz que me restava. – Eu lamen...

-Não pense em dizer que lamenta! – gritou. Passou as mãos nervosamente nos cabelos. Depois de um minuto ele respirou fundo e me olhou.

– Não acredito no que me falou.

Meus olhos se arregalaram um pouco. Ele há pouco tempo atrás estava brigando comigo e agora, estava dizendo que não acreditou. Como assim? Meu coração bateu forte, pedindo para que eu pulasse em seus braços e dissesse que tudo não passou de um mal entendido, causado por uma ameaça de Jacob... Não podia me permitir ter esperança em um caso resolvido.

-O que disse? – perguntei-lhe ainda boba.

-Que não acredito em você. – Aproximou-se de mim e me abraçou com força, força, essa, que eu não tinha. – Não vou apagar todas aquelas palavras de amor que você me disse. Seus olhos me diziam que estava falando a verdade quando disse que me ama. E sei que você pode tentar mentir, mas a mentira não chega a eles...

-Não! – Empurrei-o de novo, mas ele me manteve em seu abraço com facilidade. – Edward! Eu não te amo! – Tentei fazer soar sério, mas parecia que eu estava tentando me convencer. – Não te quero mais. Está certo que eu estava começando a gostar de você, mas eu sou e sempre fui apaixonada por Jacob. Não pode mudar isso.

Assisti seu rosto desabar, enquanto me soltava devagar. Sentia falta de ar só por vê-lo daquela forma, totalmente diferente do que eu esperava que acontecesse. Meu peito gritava, pedia socorro. Mas, eu nada podia fazer. Estava nas mãos de Jacob e se eu não cumprisse do seu modo, tudo estaria perdido.

-Não me ama? – Pareceu se perguntar.

-Não. – Não sei de onde tirei essa força.

Ele deu de ombros.

Podia ver em seus olhos o sofrimento, assim como eu esperava que ele visse nos meus. Desarrumou mais os cabelos.

-Então não posso fazer nada. – disse por fim. Mordi o meu lábio com tanta força que senti gosto de sangue. – A não ser desejar que sejam... Felizes. – Saiu subindo para o seu quarto.

Comecei a soluçar. Meu peito doía tanto que tive que me agachar, pois as minhas pernas não estavam suportando o meu peso. Todo o meu corpo ficou dormente. Eu não conseguia sentir nada abaixo do pescoço. Podia ouvir meu sangue martelando mais forte do que o normal.

Tentei me colocar de pé e subir ao meu quarto. Fui me arrastando, segurando pelo corrimão, até parar a frente da minha porta. Olhei para a porta do quarto de Edward, que se encontrava fechada e nenhum barulho vinha do mesmo e murmurei:

-Desculpe... – Abri a minha porta e fechei-a, jogando-me na cama. Pousei meu braço sobre o meu rosto e deixando a dor se apoderar de cada parte do meu corpo. Rasgava como fogo, consumindo cada membro meu.

Tateei a minha cama até achar o meu celular, discando o único número de quem eu queria falar.

-Alice? Venha aqui, por favor. – disse com voz de choro. Desliguei sem esperar sua resposta.

O quarto começou a rodar. Encolhi-me, segurando as minhas pernas. Meu corpo estava exausto, não fisicamente, mas o sentia fraco e flácido. Fechei meus olhos lentamente e adormecendo com meu rosto todo molhado.

Edward' s POV.

Escutei um murmuro vindo da porta. Imaginei que fosse Bella e estava certo. Quando abri a porta, encontrei-a com o rosto vermelho e encarando o chão, parecia estar choramingando.

-Bella? – perguntei mais com a finalidade de saber se ela estava bem.

Assisti-a passar as mãos rapidamente pelo rosto e passar por mim, entrando em casa sem, ao menos, me olhar. O que havia acontecido? Comecei, em minha mente, a tramar várias maneiras de acabar com aquele moleque se ela a tivesse machucado.

Chamei-a de novo, mas quando percebi que ela não ia parar de andar, eu a puxei pelo braço, forçando-a a me olhar. Eu estava certo, algo bom não havia acontecido e eu ia descobrir. Um pressentimento ruim me tomou. Ignorei-o e voltei a minha atenção à Bella.

- O que ele te fez? – Suas lágrimas estavam escorrendo por seu delicado rosto. Senti uma enorme vontade de ir atrás do garoto e quebrá-lo em vários pedaços. – Eu vou quebrar a cara daquele... – comecei, mas ela me interrompeu, jogando-se nos meus braços.

-Não! – Soluçou contra o meu peito. Passei minha mão em seu cabelo, fazendo carinho. Porém, seu ato me assustou. – Não! – gritou e me empurrou para longe de si.

Encarei-a sem entender.

-O que aconteceu? – Perguntei, sentindo-me ficar tenso dos pés à cabeça.

-Edward... – murmurou baixo, que quase não a ouvi. Vi-a engolir seco e voltar a olhar para mim. Seus olhos estavam indecifráveis. Não entendia por que eu não os conseguia ler agora, talvez fosse pelo excesso de lágrimas cristalinas que se acumulavam. – Jacob conversou comigo... –Pensei nas possibilidades de conversa que os dois poderiam ter juntos e, admito que essas possibilidades não eram nada boas. – E finalmente disse que me ama. – Sorriu, mas seu sorriso não alcançava seus olhos. Ergui uma sobrancelha para deixar claro que eu não estava gostando do correr da conversa. – Sabe que sempre o amei, desde pequena, e isso acendeu uma chama no meu peito que tinha sido apagada por você... – Meu coração falhou por um pequeno instante. Mantive a minha expressão normal, enquanto já previa o desfecho da história. – Enfim posso ficar com ele, por isso eu...

-O que está tentando me dizer? – Essa havia sido a gota d'água. Ela estava me contando que não havia esquecido Jacob? – Que você ainda é apaixonada por ele e que tudo que nós passamos juntos não foi nada? –Nunca havia falado assim com ela antes, mesmo quando nos conhecemos e nossos gênios não se bateram. Ela, justo ela, o amor da minha vida, estava me falando, mesmo que indiretamente, que não me amava mais. - Nada além de uma diversão? Uma diversão para que depois você corresse para os braços de outro! – Soltei um riso nervoso. – Por favor, Bella, se poupe de me contar seus detalhes – Pronunciar essas palavras me deram repulsa e nojo. Com quem eu falava agora? Essa não era a Bella que disse que me amava.

Ela começou a chorar e, por incrível que pareça, isso me irritou.

-Por que está chorando? – Franzi o cenho em sua direção.

-Não queria que as coisas terminassem assim... – disse com um fio de voz. – Eu lamen...

-Não pense em dizer que lamenta! – gritei. O pior de tudo eram as lamentações, algo que eu não suporto.

Passei minhas mãos nos meus cabelos nervosamente. Tinha tanta coisa em minha mente... Não. Ela não podia falar sério quando disse que enfim iria ficar com Jacob. Impossível, ela disse que me amava. Bella nunca faria isso comigo... Faria? Não! Gritei mentalmente. Uma parte de mim não acreditava no que ela falava, mas havia outra – outra que eu não podia deixar de negar -, aquela que ainda tinha esperança de aquilo que ela falou era a verdade. Agarrei-me a primeira.

– Não acredito no que me falou. –disse sério.

Ela arregalou levemente os olhos, dando-me a prova que precisava para saber que realmente estava mentindo.

-O que disse? – perguntei-me de boca aberta.

-Que não acredito em você. – Aproximei-me dela e a envolvi em meus braços. Nunca mais queria que saísse deles. Era tudo para mim, podia às vezes não demonstrar essa importância, mas ela era o meu céu particular. – Não vou apagar todas aquelas palavras de amor que você me disse. Seus olhos me diziam que estava falando a verdade quando disse que me ama. E sei que você pode tentar mentir, mas a mentira não chega a eles...

-Não! – Volto a me empurrar, porém a segurei com força. – Edward! Eu não te amo! – Quando, enfim, disse com todas as palavras, a segunda parte venceu. Teria sentido menos dor se tivessem me tirado a vida. Ela não me amava... Não mais. Em troca de um... Cachorro. – Não te quero mais. Está certo que eu estava começando a gostar de você, mas eu sou e sempre fui apaixonada por Jacob. Não pode mudar isso.

Não vi mais nada a minha frente, nem ao menos senti alguma coisa. Esperei que a ira me invadisse, mas não. Nada. O que eu podia fazer se ela não me amava? Não podia forçá-la a nada que não queira.

Soltei-a, enquanto escutava ela arfando.

-Não me ama...? – murmurei para mim mesmo.

-Não. –disse firme.

Não sentia nada, apenas a sensação de vazio e abandono.

Dei de ombros e baguncei meu cabelo.

-Então não posso fazer nada. A não ser desejar que sejam... Felizes. – disse-lhe, desejando sair dali o mais rápido que as minhas pernas permitiam.

Várias lágrimas rolaram pelo meu rosto ao fazer o percurso do meu quarto. Estava pouco ligando se o meu orgulho masculino estava ferido, o que realmente me importava era com Bella. E, agora, eu não a tinha mais. Não tinha mais aquela linda garota que ficava corada todas as vezes em que eu fazia um comentário sobre sua beleza natural, que me beijava com desejo; amor, aquela que seus olhos brilhavam ao me ver. O que me fascinava - fascina - era a sua personalidade. Tão determinada, tão cabeça-dura, tão firme, tão... Meiga, tão carinhosa, tão linda, tão... Bella.

Joguei-me de barriga para cima na cama e desabei em choro.

Queria apagar o que aconteceu hoje e antes, para que essa dor que ecoava em meu peito parasse, porque estava se tornando insuportável. Doía tanto...

-Como pôde fazer isso comigo...? – Fechei meus olhos.

Bella's POV

Senti alguém mexer no meu cabelo, acariciando-o. Quando abri meus olhos lentamente, encontrei com os olhos preocupados de Alice. Passei rapidamente o olhar pelo o meu quarto e fiquei feliz ao notar que estávamos sozinhas.

Sentei-me, colocando o meu cabelo para trás da orelha.

-Bella... – começou ela. – Se não quiser conversar, eu vou en...

-Não. – interrompi-a. – Foi para isso mesmo que eu te chamei. Para conversar. – Dei um sorriso duro.

-Aconteceu alguma coisa grave? – Grave? Sim, perdi o amor da minha vida e junto com ele, foi o meu coração.

-Não muito... – Abaixei a cabeça.

-Tem haver com Edward? – Assenti. Tudo tinha haver com ele. – Não o vi desde que cheguei. Bem, eu meio que invadi a casa, pois toquei a campainha e ninguém atendeu. – Deu-me um sorriso tímido. – Diga. Fiquei preocupada com a sua voz. Nunca a ouvi assim antes. – Sua feição de preocupação voltou ao seu rosto.

As lágrimas estavam começando a sair.

-Nem sei como... Posso te contar. – Solucei deitando-me no seu colo e ela passando as mãos delicadamente nos meus cabelos.

-Vamos fazer o seguinte, eu vou fazendo perguntas e você vai respondendo. Pode ser? – Assenti. – Certo. Então, você disse que tem haver com Edward. Um... – Ficou pensativa. – Vocês brigaram? – Assenti. Ela franziu a testa. – E a culpa foi de quem?

-Minha. – respondi com uma voz morta.

-Um... E o que você fez para que brigassem?

Respirei fundo. Era difícil falar tudo o que estava acontecendo, a minha dor iria aumentar e chegar ao ápice novamente.

-É complicado...

-Tenho certeza que posso acompanhar. – encorajou-me.

Suspirei. Contei toda a história à Alice, desde o início da ameaça até o final. Ela me encarou de boca aberta, parecia não acreditar no que havia acabado de lhe falar. Era verdade, nem ao menos eu acreditei.

-Quer dizer então que Jacob... Jacob, seu amigo, está te ameaçando e forçando você a ficar com ele? – Assenti devagar. – Que filho da...! – Cerrou os punhos. – Ele estragou uma linda história de amor.

-Alice... – Fechei meus olhos.

-Não! Temos que contar isso ao Edward, ele vai saber com agir! – disse se preparando ara correr para fora do meu quarto e ir atrás de Edward. Segurei-a, firmemente, no pulso.

-Não diga nada a ele e nem a ninguém, certo? – perguntei séria.

Pareceu vacilar um pouco, mas, enfim, entendeu.

-Mas, Bella... – Cruzou os braços frente ao peito.

-Mas nada, Alice. Não posso arriscar. – Abaixei o meu olhar. - Já estou nas mãos de Jacob, não quero piorar as coisas. Contando para ele... Primeiro, ele não iria acreditar, pois o convenci de que não o amava mais, segundo, se ele acreditasse, não permitiria que eu fizesse apenas "fingimento" com Jacob, fingindo ser sua namorada e terceiro, nunca que ele iria voltar para mim depois de hoje... – Deixei que as lágrimas rolassem, eu estava derrotada, acabada. Não queria pensar mais em nada.

Alice me abraçou.

-É claro que ele voltaria. Ele não é louco de perder alguém tão especial como você. – consolou-me

-É, tão especial que o fez sofrer...

Alice se afastou, fixando seus olhos nos meus, estavam sérios.

-Bella, tenho certeza que ele te ama tanto quanto você o ama e, o amor é assim, sempre acontecem brigas, mas no final é apenas para fortalecer a relação. – Sorri para mim.

Balancei a cabeça. Não. Ele nunca irá me perdoar e, a única coisa que posso fazer agora é deixar os dados rolarem, por mais que isso me mate por dentro.

Duas semanas depois...

Meu corpo ainda não havia começando a se acostumar com a dor, mesmo depois de duas semanas longas, ao qual eu não trocava uma palavra com Edward. Tentava retirá-lo da minha mente, mesmo morando debaixo do mesmo teto. Antes, eu não falava com ele por medo de sua reação, agora era por que não queria, por medo da dor aumentar novamente. Somente sua voz já tinha um efeito forte de dor. Não queria mais sentir isso, mas era impossível esquecer os momentos que tive com ele, até mesmo os ruins. Ele também não fazia questão de falar comigo, havia mudado muito desde que terminamos. Digamos que estava "encrenqueiro". Estava começando a dar problemas a Esme e Carlisle. Era óbvio que eles notaram a nossa distanciação, mas como nem eu, nem ele, queríamos falar sobre o assunto, eles relevaram.

Começou a namorar Tanya Denali, uma garota alta de cabelos louros arruivados e, começou a andar com um grupo de garotos barra-pesada. Admito que sofri muito quando o vi quase engolindo a garota na minha frente, mas decidi passar uma borracha em tudo e seguir a minha vida em frente. A vida sem Edward Cullen. Porque pelo o que eu via, ele estava curtindo a dele em maior estilo.

Ainda fingia ser namorada de Jacob, só tentava me livrar de seus beijos. Não era ele quem eu queria, não mais. Não agüentava me ver chorando todas as noites por não suportar mais o fingimento – pelo menos eu tentava me convencer que era somente por isso. Todos os emails que mandava para minha mãe, eu forçava uma falsa animação. Ela havia viajado com Phil novamente, estavam em Jacksonville.

Alice continuava a ser a minha melhor amiga e de vez em quando, saíamos para fazer suas compras de "atualização do armário" como ela sempre dizia. Sempre tentava me convencer de jogar tudo para o ar. Jasper sempre falava comigo em casa, mas eu sabia que era só para ser gentil, pois no fundo eu imaginava que ele me culpava pelo o que ocorria com o irmão. Quanto a Emmet e Roseli, bem, ainda falavam comigo mais não tão regularmente como era antes.

-Certo. Amanhã a gente se fala. – disse saindo do carro de Alice. Ela havia comprado um Porche amarelo, muito bonitinho. Combinava com ela.

-Tchauzinho, Bellinha. – Seu sorriso era enorme depois de uma tarde de compras. Eu somente ia, porque preferia sair a ficar em casa, lembrando-me dele o tempo todo.

Bati a porta e a vi franzir o cenho antes de arrancar.

Ajeitei a mochila, depois de ter pegado a chave da porta e destranquei-a. Escutei uns barulhos estranhos. Soltei as chaves no aparador do corredor e caminhei em direção à sala. Encontrei Edward e Tanya no sofá branco de Esme, se beijando loucamente. As mãos de Edward voavam para a blusa de Tanya. Comecei a passar mal. Parei no meio do caminho da escada, apenas sentindo a dor do meu peito voltar a doer e gritar forte. Quando deram conta da minha presença, me olharam por meia fração de segundo e Edward a puxou de volta.

Sai dali quase correndo. Sentia meus joelhos tremerem, por isso fui em direção à cozinha para tentar me acalmar. Peguei um copo de água e me sentei à bancada.

-Tenho que ir, amor. – disse Tanya com uma voz abafada.

-Já...? – perguntou Edward. Escutei um barulho que me lembrava o de um beijo estalado.

Uma lágrima rolou pelo meu rosto. O que eu estava fazendo? Estava sofrendo por ele, que já havia se acostumado sem mim. E quanto a mim? Será que eu não podia pensar em um jeito de me livrar de todo esse sofrimento? Xingava-me internamente, quando escutei um barulho de porta batendo e de passos vindo a cozinha.

Virei-me para comprovar quem, obviamente, era. Edward quando entrou e nem ao menos pareceu notar a minha presença. Foi até o armário e pegou um copo e o encheu de água. Encostou-se na pia. Abaixei a cabeça, encarando o meu copo, ainda cheio, sentindo seus olhos sobre mim.

Lembrei-me que meu rosto estava molhado, pelas lágrimas. Passei a mão rapidamente para secá-las. Não queria que ele soubesse que eu ainda não o tinha esquecido.

-Estava chorando? – Me surpreendi por ele estar falando comigo. Levantei o rosto para ver se era mesmo comigo e, pelo visto, era.

-N-Não. – gaguejei. Corei abaixando a cabeça e pegando o meu copo, para colocá-lo na pia, cuja Edward estava na frente. Desviei dele e pousei delicadamente o copo. Podia lavá-lo depois.

Estava indo direto para o meu quarto, pegando a minha mochila e querendo ao máximo sair dali. Não conseguia tirar as imagens que teimavam em se formar na minha mente. A primeira era o rosto de decepção de Edward no dia em que terminamos, seguida por várias dele com Tanya... Soltei um soluço involuntário, enquanto pegava a mochila.

-Bella, - Era a primeira vez em que o escutava falar meu nome depois de tanto tempo. – o que houve? – Estava eu tendo alucinações? Sua voz parecia preocupada.

Revirei minha mente em busca de uma boa desculpa para eu chorar, mas nada vinha.

-Você e Jacob estão passando por uma crise de casal? – Ele me entregou o trunfo para a minha fuga.

Ajeitei-me e o olhei nos olhos. Pareciam sinceros. Isso me fez notar que não me lembrava da cor deles, do modo como me olhavam. Não do jeito que se encontravam agora. Agora eles eram duros e frios.

-É... – murmurei pegando as minhas coisas e saindo de lá.

Corri para o andar de cima, trancando-me no quarto. Já chega. Não agüento mais! Não agüento mais fingir que não ligo, não agüento mais sofrer em silêncio, não agüento mais morar debaixo do mesmo teto que ele, não agüento mais os olhares tortos que as pessoas me jogam ao perceber que eu vi Edward e Tanya juntos. Chega! Para mim basta! Já deu o que tinha que dar.

Não ia mais ser refém das ameaças de Jacob e voltaria para casa. Sabia que minha mãe não estava lá em Phoenix, mas isso me daria tempo para por a cabeça no lugar. Para por a minha vida no lugar. Me matricular na minha antiga escola e voltar a minha vida normal de antes do intercâmbio. Será como uma ruptura sem trauma. Pelo menos sem traumas da parte dele.

Peguei o telefone e disquei o número.

-Central de atendimento de intercâmbio, em que posso ajudá-lo? – Uma voz feminina ecoou pelo telefone.

-Boa tarde, meu nome é Isabella Marie Swan e eu queria cancelar o meu intercâmbio...

Edward`s POV.

Depois que eu havia decidido tirar Bella dos meus pensamentos, um sentimento de rebeldia me atingiu. Algo que eu achava ridículo quando via alguns fazendo coisas erradas e agora eu me encontrava fazendo-o. Imaginei se mudasse as minhas companhias, isso me faria parar de pensar nela. Algo que até hoje não havia me despregado. Sempre me pegava olhando-a de longe, observando cada doce movimento de seu corpo, do modo como ela parecia não gostar do que as pessoas falavam, ou de si mesma. Encantadora, mas essa mesma estragou o que eu lhe tinha oferecido de mais importante; meu coração.

Comecei a namorar Tanya Denali, uma garota bonita, mas que não chegava aos pés de Bella. Ela não se passava mais do que uma distração para os meus pensamentos. Claro que de vez em quando me sentia mal por isso, mas algo dentro de mim me mandava não ligar. Sempre me xingava por não olhar para alguma coisa – qualquer, insignificante, coisa – sem que me lembrasse dela, ou talvez o modo como ela reagiria.

Causei muitos problemas a Esme e Carlisle. Diversas vezes por chegar bêbado em casa e por ser entregue pela polícia. Minha mãe quase tinha um treco, mas na maioria das vezes eu não me recordava da noite anterior, apenas restava a dor de cabeça e a oscilação dos meus pensamentos, que sempre iam a ela...

Tentava parecer ignorá-la. Não trocávamos palavras há muito tempo, talvez desde... Quando tudo aconteceu. E isso definitivamente não estava me fazendo bem. Todas as noites eu sonhava com os belos momentos que passamos juntos que sempre acabavam comigo acordando assustado e com o coração acelerado. Virando-me e não a encontrando ao meu lado, como eram todas as noites. Chorava de lamentação por ter terminado daquele jeito... Queria dizer-lhe o quanto sentia sua falta. Falta do seu cheiro, do seu beijo, do seu jeito meigo e doce, falta do seu jeito...

Juro que uma parte de mim implorava para que eu não a esquecesse. Que apenas me lembrasse dos bons momentos, mas também havia a outra parte, a que – no momento – gritava mais forte. A parte que queria esquecê-la a qualquer custo. Essa dominava o meu corpo neste momento, porém sem largar a outra junto.

Sabia que não haveria ninguém em casa hoje, por isso chamei Tanya para uma visita de rotina, usando-a mais uma vez para afastar os meus pensamentos. Estava me saindo melhor do que imaginava.

Ficamos a tarde inteira nos beijando no sofá. De vez em quando ela sussurrava algo incoerente, que eu tentava não ouvir, pois só saiam besteiras. Só teve uma coisa que eu entendi, quando ela me disse que eu estava me saindo melhor do que encomenda... Como eu disse: desnecessário.

Escutamos um barulho de porta se abrindo, mas a princípio não liguei e continuei a fazer o que fazia antes, até Tanya nos separar e olhar para trás do sofá, fiz o mesmo. Encontrei o rosto de Bella, com os olhos arregalados. Não pensei em nada e puxei Tanya de volta.

Agora a imagem de seu olhar, que parecia transmitir dor, não saia da minha mente, mesmo com a distração de Tanya.

-Tenho que ir, amor. – disse ela, entre os beijos. Não! Não podia ir agora!

-Já...? – perguntei puxando-a de volta.

Se ela fosse embora, eu ia voltar a pensar nela.

-Tenho que voltar para casa antes dos meus pais... – Sorriu ao ver que eu queria que ficasse. Tadinha. Mal ela sabia que não era pelo o que ela imaginava ser. Ow! Surpreendi-me quando pensei nisso, aquele não era eu...

-Certo. – Afastei-a e me sentei. – Vou levá-la à porta. – Levantei-me e fui à porta, abrindo-a. Ela se esticou e me deu um beijo rápido, depois de se despedir.

Precisava de água. Por eu realmente ter pensado naquilo me fez me sentir pior. Peguei o copo e o enchi de água. Quando me virei para me encostar a pia, encontrei-a sentada à bancada.

Seus olhos estavam vermelhos, igualmente ao seu rosto. De repente tive uma vontade enorme de lhe perguntar se Jacob havia lhe feito alguma coisa. O mesmo sentimento de raiva quando eu me preocupava com ela, vontade de arrebentar a cara daquele moleque.

Ela passou a mão pelo rosto. Foi quando percebi que ela estava chorando, então não resisti, falei com ela depois de tanto tempo.

-Está chorando? – Sua reação foi me olhar com seu rosto vermelho pelo choro, tive que apertar a bancada para não ir até ela e consolá-la.

-N-Não... – Corou abaixando a cabeça. Tinha me esquecido o quão linda ela fica corada.

Ela se levantou e deixou o copo na pia, onde eu me encontrava, chegou perto o suficiente para que eu sentisse seu cheiro maravilhoso... Apertei mais a pia. Estava começando a machucar a minha mão. Depois foi até sua mochila, que estava sobre a mesa, e começou a se ajeitar para subir.

Escutei-a soltar um soluço de choro.

-Bella, - Dizer seu nome me doeu um pouco. Tentava ao máximo não dizê-lo em voz alta. – o que houve? – Realmente estava preocupado. Se Jacob tivesse feito alguma coisa, não me responsabilizaria pelo o que lhe ia acontecer.

Ela nada disse, então tentei parecer descontraído, mas acho que não funcionou.

-Você e Jacob estão passando por uma crise de casal?

Ajeitou-se e me olhou nos olhos. Seus olhos eram serenos, porém com uma pontada de medo, agora de quê que eu não compreendia. Isso me deixou intrigado, o que estaria ela pensando?

-É... – murmurou pegando suas coisas e saindo.

Soltei o ar pesadamente. Essa breve conversa me abriu os olhos. O que eu estava fazendo com a minha vida? Larguei os meus melhores amigos apenas para não me lembrar dela? Sou um idiota mesmo! Não queria esquecê-la! Não importa o quanto doa, não é a Tanya ou qualquer outra mulher que eu queria, era ela! E somente ela me curaria da dor que sentia no peito.

Fiz planos na minha mente e o primeiro deles era: Voltar aos meus amigos e depois eu iria largar Tanya e parar de enganá-la só para manter Bella longe dos meus pensamentos por instantes. Esse não era eu e era óbvio que eu iria pedir desculpas a todos, principalmente aos meus pais, por tê-los trato tão estranhamente. Voltar ao que eu era antes é a minha meta.

Subi ao meu quarto, tomei um banho e me troquei, pegando o meu celular logo em seguida.

-Emmet? Será que podemos nos encontrar na creperia daqui a dez minutos? Ah! Leve Rose também. – Ele concordou e eu desliguei discando outro número.

Chamou uma vez.

-Oi Ed! – A voz de Alice parecia muito feliz em me ouvir, não pude deixar de sorrir.

-Alice, está com Jasper? – Ela confirmou. – Certo,então me encontrem na creperia daqui a dez minutos. Tchau. – Desliguei e peguei as chaves do meu carro, descendo voando.

Mal podia voltar a sentir a dor de volta, começava a me achar um pouco masoquista, mas não me importava.


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Notas finais do capítulo

Então, né? Final de mais um capítulo... Ah! É isso ai! :D

Beijão a todas e até o próximo capítulo!! ;)

Lina Furtado.