Capítulo 12. I'm not over.

-Oi, Bella. – cumprimentou-me com seu enorme sorriso de dentes brancos.

Nada disse, apenas o encarei para ver se era real. Acho que fiquei tanto tempo, que sentia as pessoas me empurrando para me tirar do caminho.

-Hã...? – Devia estar de boca aberta, pois só fez o seu sorriso se aumentar.

-Não irá me dar as boas vindas? – Riu bagunçando o cabelo preto, deixando-o mais arrepiado do que de costume.

-Jacob? O quê...? – Estava alarmada. Muitas perguntas fluíam em minha mente, como se uma bola tivesse sido atirada com muita força contra a minha cabeça.

Jacob; meu melhor amigo por quem sempre tive uma enorme paixão desde pequena, se encontrava agora aqui, a minha frente. Em LONDRES.

-Senti sua falta. – Sorriu abertamente a mim. Senti a fúria subir por todo o meu corpo. Maldito! Como podia vir atrás de mim se uma das razões de eu sair dos Estados Unidos, também, foi por causa da minha paixonite por ele. – Sua mãe me disse que estava aqui e me deu todas as sua coordenas, praticamente, dizendo que seria ótimo se ao menos uma pessoa pudesse cuidar de você. E aqui estou eu! – Aquele sorriso se mantinha, mas em uma linha serena e suave.

-Isabella? – Escutei a voz da ao me chamar. Bem devagar, tentando não tirar os olhos sobre Jacob, virei-me em sua direção.

-Sim.

-Não vai entrar? Quero começar minha aula. – Cruzou os braços.

-Ah... Claro. – disse-lhe. – Um... Te vejo depois, Jacob. – Joguei-lhe um leve aceno e entrei a sala, vendo que todos estavam a me observar com olhares curiosos, fazendo-me com total sucesso, corar.

Sentei-me a mesa mais afastada. Não estava a fim de prestar atenção à aula, então comecei a rabiscar a capa do meu caderno enquanto pensava em Jacob. Na verdade, não exatamente em Jacob e sim em como eu iria lidar com ele aqui, quando eu havia encontrado Edward. Céus! O que ele veio fazer aqui? Por que não pode simplesmente me deixar viver a minha própria vida sem sua interferência?

Eu deveria agir normalmente, como se Jacob, fosse apenas um melhor amigo – sem contar que foi por ele que eu me apaixonei – e continuar a minha vida normalmente, ou pelo menos tentar.

Não entendia porque lamentava tanto por ele estar aqui. O que há de errado ter um velho amigo por perto? Talvez não seja tão ruim quanto eu estava tornando.

Meus horários seguiram normalmente. Agora viria a pior aula que existe; Educação Física. Não sabia por que estava me sentindo tão mal pelo que Edward havia feito com Mike. Estava certo que ele errou em tentar me beijar à força, mas era horrível a sensação que sentia ao vê-lo cabisbaixo e com o nariz coberto com uma massa branca; um gesso.

O vi sentado a um banco de madeira, do outro lado da quadra. Caminhei até o vestiário, trocando-me.

-Você viu o que aconteceu com Mike? – Escutei a voz de Lauren do outro lado do meu armário do vestiário feminino.

-Aham. Não sei o que houve. – disse Jessica. – Perguntei, mas ele não quis me dizer nada. Não disse a ninguém. Ah! Quem se importa! Acho que Bella fez alguma coisa, pois ele não está falando com ela. – Eu estava ouvindo direito? Sua voz parecia feliz ao contar o fato. – E isso, o deixa livre para mim. – Soltou uma risada maléfica. – Vou dar uma de enfermeira.

Quis sair dali, por isso me levantei, deixando os risos abafados para trás. Voltando a quadra, encontrei-o sentado no mesmo lugar. Maldito seja esse sentimento de culpa. Respirei fundo e fui ao seu encontro, sentando-me ao seu lado. Eu mantive os meus olhos para frente, mas pude vê-lo ficar surpreso e tenso ao mesmo tempo.

-Mike..., nem ao menos sei o que falar. – Suspirei. - Acho que as minhas desculpas não irão ajudar em nada, mas quero que saiba que mesmo assim, eu sinto muito pelo seu nariz. – disse a última palavra, olhando-o.

Ele deu um sorriso duro, deixando a cabeça cair pesadamente para frente.

-Está tudo bem. Acho que sou eu quem deve desculpas. Desculpe por ter sido um idiota, mas foi porque Alice...

-Alice confundiu as coisas. – interrompi-o. – Sinto muito. Não deveria ter levado um soco. Foi tudo um enorme engano. – Vi Jessica e Lauren saírem do vestiário entre risadas, que logo foram cessadas ao me verem com Mike.

Ele seguiu o meu olhar e, Jessica lhe acenou com um sorriso enorme no rosto. Apenas levantou de leve a mão e voltou-se a mim.

-Bella, espero que possamos pelo menos sermos amigos.

-Claro. Odiaria não ter a sua amizade. – Sorri. Isso o animou de certa forma. Não era mentira. Mike era mesmo um grande amigo – Claro, visando a mais que isso. -, mas um amigo companheiro. O professor nos chamou ao centro da quadra de vôlei. Levantei-me sem nenhum ânimo. – Vamos ao inferno.

Mike riu.

Era ótimo ver que todos os meus colegas de turma já sabiam que era para saírem da minha frente quando o time adversário tentava se aproveitar da minha incapacidade com esportes. Ao menos assim, não precisava machucar ninguém.

Ao sair para o refeitório, encontrei Jacob perdido no corredor, seu rosto mostrava claramente isso. Ri ao me aproximar.

-Perdido? – perguntei-lhe.

Ele riu um pouco sem-graça, levando a mão à nuca.

-É. Não sei aonde é o refeitório.

-Vamos juntos.

Ele sorriu.

-Estava aonde? – perguntou-me enquanto caminhávamos.

-Na educação física. – disse mais como se fosse um palavrão.

-Está explicado. Está em sua cara. – Riu. – Nunca gostou dessa aula, ainda mais quando ela é obrigatória.

-Isso é o que me irrita. Aqui sou obrigada a fazer uma aula em que eu sei que não tenho futuro algum. – Franzi o cenho.

-Bella! – escutei alguém me chamando, junto com passos apressados vindo atrás de nós. Lauren. – Oi! – Parou puxando o ar por sua corrida. – Estava te procurando! Onde estava?

-Hã? – Ela estava bem? Nunca havia gostado de mim, por que agora falava comigo como se fossemos melhores amigas?

Ela sorria para mim, mas logo se virou a Jacob e abriu um sorriso maior ainda.

-Quem é o seu amigo? – perguntou sem tirar os olhos dele.

-Um... Jacob, esta é Lauren e, Lauren, este é Jacob. – Fiz as apresentações indicando cada um.

Lauren estendeu a mão, mantendo seu sorriso. Jacob a cumprimentou.

-Prazer em conhecê-lo, Jacob. Acho que está na minha aula de Trigonometria.

-Ah! É, eu acho que sim. – Mordi o lábio para não rir, pois Jacob fez uma cara ao tentar se lembrar se ela estava ou não em sua aula.

-Posso acompanhá-lo ao refeitório, se quiser. – Digamos que ela seja muito atirada. Descaradamente.

-Não, obrigado. Bella já está me ajudando.

-Ah! Que isso. Bella também é nova, mas ela sabe o caminho. Podemos ir conversando sobre as aulas que temos juntos. – Aproximou-se, dando um pequeno passo em sua direção.

Jacob recuou um pouco, mas matinha sua postura.

-Sério, não precisa. Eu e Bella temos que conversar sobre coisas nossas. – disse a ela, olhando-me com um olhar de quem pede socorro. – Sinto muito.

Seu rosto desmoronou. Por um instante – muito pequeno – senti pena dela.

Nos viramos e voltamos ao nosso caminho normal, quando nos despedimos dela. Ele soltou o ar fortemente.

-Achei que nunca fosse sair dali.

Ri.

-Achei que haviam se esquecido de mim ao seu lado. – disse-lhe ao entrar no refeitório abarrotado de gente.

Fomos nos servir. Jacob pegou um sanduíche e um suco, eu apenas peguei uma maçã. O indiquei a mesa dos meus amigos, todos já se encontravam lá. Conversam, com exceção de Edward que parecia estar me procurando. Quando me avistou, voltou a comer.

Aproximei-me, fazendo todos se calarem e nos observarem.

-A Bella! Achamos que tinha se perdido! – Brincou Emmet.

Revirei os olhos.

-Não, Emmet. Fiquei presa com Jacob – Apontei-o. – quando fomos abordados por Lauren.

Seu rosto, junto com os dos outros, viram uma interrogação.

-Ela estava dando em cima, descaradamente, dele. Ao propósito, este é Jacob. Um velho amigo. – Todos o cumprimentaram. – Edward, Alice, Jasper, Emmet e Roseli. – disse pela ordem em que se encontravam sentados.

Sentamos-nos. Eu de frente a Alice e Jacob de frente a Edward.

-Espero não estar atrapalhando vocês. – disse Jacob ao se sentar.

-Sinta-se em casa. – disse Roseli a ele, sorrindo.

-É isso ai! Nós somos como coração de mãe, sempre cabe mais um. – disse o grandalhão. – Bella e Alice são uns bons exemplos disso. – murmurou, mas nós escutamos.

Franzi o cenho e Alice lhe deu um tapa, o que só o fez rir alto.

-Seja bem vindo, Jacob. – disse Alice. – Quem é amigo de Bella, também é meu. – Seu sorriso era cativante e angelical. – Também veio dos Estados Unidos?

-Sim. Estou na casa de uma família muito bom por sinal. É uma pena que eles não tenham filhos. – Abaixou a cabeça. – Seriam ótimos pais. – Sorriu, logo após. – Você também é?

-Sim! – Alice sorriu. – Sou de Fênix também.

Jacob ficou surpreso.

-Uau! Moramos na mesma cidade e nunca nos vimos. – Pareceu dizer mais a si mesmo.

-Também me pergunto isso. – intrometi-me a conversa. – Se eu a tivesse conhecido, não seria fácil de esquecê-la.

-OH! Que coisa linda, Bellinha! – Alice parecia explodir na cadeira, Jasper a segurou levemente pelo braço. – Eu sabia que você me amava!

-É, é, mas não se acostuma não. – disse fazendo pouco caso.

Rimos.

-Então, Jacob, conhece Bella desde quando? – Quando escutei sua voz parecia um pouco desconfiada. Estava com a cabeça apoiada sobre os dedos entrelaçados, apoiados sobre a mesa, encarando-o.

-Praticamente nascemos juntos. – Sorriu a mim.

Dei um sorriso duro e abaixei a cabeça envergonhada.

-Um... – Estreitou, minimamente, os olhos verdes.

-Que aula você tem agora? – Alice perguntou a Jacob.

Ele pegou o horário na mochila e deu uma rápida olhadela.

-Literatura. – respondeu colocando o papel de volta ao bolso lateral.

-Legal. – disse Alice. – Também tenho. Posso te ajudar a achar a sala.

Vi pelo canto do olho Jasper ficar um pouco tenso. Será que ele achava que teria que disputar por Alice? Bobagem. Ela era totalmente apaixonada por ele.

Jacob sorriu abertamente.

-Obrigado. Vou precisar mesmo ter alguém por perto para me proteger de algumas loucas que estão me seguindo.

-Essas garotas têm fogo no rabo... – murmurou Rosalie.

-Diz isso por experiência própria, não é, meu bem? – perturbou Emmet.

Roseli fez uma careta.

-Também.

Continuamos a nossa conversa animada, sem ao menos ouvir a voz de Edward e Jasper, mas logo quando bateu o sinal fomos para as nossas respectivas aulas. Agora teria Biologia, fui caminhando com Edward para a sala, com um silêncio constrangedor. Não agüentava vê-lo quieto, por isso decidi – sem realmente querer – quebrar o silêncio.

-Conversei com Mike.

Olhou-me um pouco surpreso, porém logo voltou ao normal.

-Não me surpreende que você tenha falado com ele. – disse simplesmente, enquanto ajeitava a mochila.

-O que quer dizer com isso? – Estreitei os olhos parando de andar e virando-me a ele.

-Quero dizer que você é muito boazinha com os outros. – Deu de ombros. – Sei que não consegue mudar isso. O que achou que eu estava querendo dizer?

-Um... Nada. – Só havia me irritado com o modo como ele falou.

-E, o que vocês falaram? – Voltou a andar.

-Pedi desculpas falando que tudo não passou de um engano. Ele me pediu desculpas também. Senti muito peso na consciência. – Mordi o lábio.

Ele me pegou de surpresa ao rir.

-Do que está rindo?

-Nem ao menos foi você que bateu nele, como pode sentir peso na consciência? – Seu belo sorriso torto estava dançando em seus lábios. Não pude deixar de sorrir também.

-Eu sei, mas fui eu quem inventou toda a história... – resmunguei ao entrar na sala, quando ele me deu passagem.

Nossas aulas seguiram rotineiramente até o final. Na saída nos despedimos dos outros e seguimos em direção a casa. Estava cansada, sentia meu corpo um pouco mole. Recostei a minha cabeça no banco cinzento, fechando os olhos e deixando a melodia conhecida entrar pelos meus ouvidos. Só percebi que chegamos em casa quando Jasper bateu a porta ao sair do carro. Abri os olhos, encontrando os de Edward sobre meu rosto. Ajeitei-me rapidamente.

-Já chagamos? – Se já chegamos? Que pergunta idiota.

Ele assentiu um pouco preocupado, levando a mão a minha testa.

-Está se sentindo bem? – perguntou-me.

-Estou. – Sorri de leve e peguei as minhas coisas, preparando-me a sair. Assim fiz.

Saímos. Fui em direção ao meu quarto, jogando as minhas coisas sobre a cama e descendo para ir almoçar. Encontrei Jasper sentado a mesa, conversando com Edward que preparava o almoço. Apressei-me em ajudá-lo, arrumando a mesa.

-Vai sair com Alice hoje? – perguntei pegando um pouco da conversa deles.

-Vamos ao cinema. – respondeu cautelosamente.

Edward riu.

-Ele está com medo de perder Alice para o seu amigo. – disse a mim.

-Ah! – Passei a mão pelos meus cabelos. – Fique tranqüilo, Jasper, Alice é louca por você. – Joguei-lhe o meu sorriso.

Acho que isso foi o suficiente para reconfortá-lo. Coloquei a comida a mesa e começamos a almoçar, desta vez sem ao menos a companhia de Esme. Observava o comportamento dos dois ao comer. Jasper não parecia estar com fome, pois estava a brincar revirando a comida em seu prato. Edward comia sem tirar os olhos sobre mim, o que me incomodava – não na maneira literal -, mas não estávamos sozinhos.

Seu irmão pareceu notar isso, fazendo-me baixar a cabeça rapidamente.

-Posso perguntar uma coisa a vocês? – disse levando a primeira garfada à boca. Assentimos um pouco receosos. – Um... Vocês... Está rolando alguma coisa entre vocês dois? – Soltou logo.

Engasguei com o pedaço frango e Edward arregalou os olhos.

Jasper soltou um sorriso malicioso e cruzou os braços sobre a mesa, encarando-nos.

-Acertei? – Nada falamos. Não conseguia nem ao menos levantar o rosto de tanta vergonha que sentia.

-Claro que não. – Edward respondeu rápido demais.

-Mentira. – disse como uma criança teimosa. – Sabe, no dia em que acordei atrasado, pensei no por que de vocês dois estarem com a porta de seus quartos trancadas. Fiquei um bom tempo pensando nisso e, então, comecei a observar mais vocês. – Sorriu abertamente, provavelmente, satisfeito com sua própria conquista.

-Não sabe do que está falando. – disse Edward ao se levantar para colocar o prato à pia. – Estás louco?

-Edward e Bella. – Olhou-me. – Não precisam mentir, eu já sei e... Não vou contar a ninguém. – Garantiu-nos.

Edward soltou o ar derrotado.

-Bem, vou indo. Tenho que encontrar com Alice no shopping. – Ele se levantou e colocou o prato a pia, dando um tapinha no ombro de Edward. – Não deixem que lhes peguem.

Saiu da cozinha deixando-nos para trás. Abaixei a cabeça sobre a mesa. Não acredito que deixamos transparecer tão facilmente. Por isso que agora me ameaçavam. Teria que fazer alguma coisa, não podia deixar que mais pessoas descobrissem... Merda!

Senti a mão de Edward, afagar o meu cabelo. Virei meu rosto em sua direção. Ele abriu a boca, mas eu o detive.

-Não precisa falar nada. Já sei o que é. – Ele riu um pouco sem graça. Voltei a minha posição normal, ficando de frente a ele, que estava sentado ao meu lado. – Não podemos deixar que isso passe dos limites.

-Eu sei. – Suspirou derrotado. Abraçou-me, colocando a mão sobra a minha cabeça. – Não vou te perder.

Sorri contra seu peito. Passei meus braços ao seu redor e minha boca foi à procura da sua, beijando seu pescoço, seu maxilar, seu queixo e, enfim, sua boca. Isso o fez rir, ajeitando-me em seu abraço.

Ficamos por um momento cercados por nossa bolha, quando me lembrei que tínhamos que respirar. Separei-me – de má vontade – tentando forçar a minha respiração a voltar ao normal, ele tentava o mesmo.

-Tenho que me acostumar com isso... – disse ele.

-Bem..., eu sei que eu nunca vou me acostumar. – admiti um pouco receosa.

Ele sorriu torto.

-Meu céu particular... – sussurrou junto ao meu ouvido, fazendo-me arrepiar. Riu.

Fiz uma careta.

-Sem graça. – Levantei-me e fui em direção a sala, mas ele me segurou e me girou, colocando-me entre a bancada e ele. – Edward... – Senti-me ficar tonta.

-Oi. – disse com sua voz melodiosa, ao beijar o meu pescoço.

-Está me deixando tonta... – Tentei dizer com um fio de voz que ainda me restava.

-Hã? – Afastou-se para me olhar.

-Você me deixa tonta... Com muita freqüência... – Estava derretendo em seus braços. Ele teve que me segurar mais firmemente pela cintura.

Riu e me ajudou a me sentar no sofá a sala.

-Posso te perguntar uma coisa? – disse ajeitando-se no sofá, recostando a cabeça e fechando os olhos.

-Claro.

-Esse seu amigo... Jacob. – Ficou quieto.

-O que tem ele?

-Ele é apenas um velho amigo ou ele... Não sei. – Massageou as têmporas. – Ele gosta de você mais que uma amiga?

Certo, ele me pegou de guarda baixa.

-Na... Não – gaguejei. – Ele é apenas um amigo.

Abriu os olhos e tombou a cabeça de lado, olhando-me, procurando qualquer vestígio de nervosismo. Tentei parecer firme.

-Gostava dele, não é mesmo? – perguntou sério.

Ergui a sobrancelha. Como... Como ele deduziu isso?

-Não minta para mim, Bella. Eu te conheço muito melhor do que imagina. – Deu um sorriso forçado. – Seus olhos não a deixam mentir...

-Edward, que importância isso faz? – perguntei um pouco crítica.

-É importante a mim. – Soou um pouco rude, mas logo voltou ao normal. – Desculpe.

Suspirei.

-Para mim, Jacob é passado e você... – Segurei seu rosto, forçando-o a olhar para mim, porém ele fechou os olhos. – Olhe para mim. – ordenei e ele assim o fez. – Eu te amo, sabe disso. Nunca deixaria que um passado como Jacob fosse interferir no meu futuro que é você. Nunca! – disse séria. Queria que acreditasse em mim, mas não parecia. – Não acredita, não é mesmo? – Meus olhos abaixaram junto com as minhas mãos, que caíram flácidas sobre o meu colo.

-Quero acreditar... – murmurou.

-Mas não acredita. – disse firme. – Edward, como pode duvidar do amor que sinto por você?

-Não duvido. – Seguiu o meu tom de voz. - Bella, tente se colocar no meu lugar. O que você faria se uma garota por quem eu fui apaixonado voltasse? – Abri a boca para contestar, mas a fechei em seguida. Ele estava certo. De novo. – Consegue perceber agora? – Nada disse, apenas olhava as minhas mãos. – Também te amo, mas eu me senti um pouco... – Fez uma careta. – Ameaçado.

Soltei um riso abafado. Ele me olhou com reprovação.

-Desculpe. – disse rapidamente. Olhei-o no fundo de seus olhos verdes. Esperava que visse a verdade nos meus. – Não precisa se sentir ameaçado. Eu te amo e isso não vai mudar.

Ele sorriu, segurando o meu rosto e trazendo-o para perto do seu. Senti seu cheiro me invadir.

-Igualmente, meu amor. – Foi à última coisa que disse antes de me puxar para um beijo apaixonado.

Sabia que nunca iria me acostumar com seus beijos, com seu toque. Tudo muito bom. Era como se ele me drogasse toda a vez que me beijava. Sentia-me fraca e fora de controle. Perdia tudo; o controle, o tempo, a moral...

Deitei-me no seu colo e fechei os olhos. Ficou a mexer nos meus cabelos até eu adormecer. Perdida no meu mundo de sonhos, fiquei apenas o imaginando ao meu lado. Quem diria que uma simples viagem para estudos mudasse o rumo total da minha vida? Que eu encontraria Edward e sua encantadora família? Não pude deixar de sorrir.

Todas aquelas lamentações, que no início, senti, se dispersaram no ar como se não fosse nada. Não queira mais nada, a não ser ficar junto ao meu – como foi que ele me chamou? – Céu particular. Isso, ele era o meu céu, meu mundo, particular, ao qual desejava jamais sair.