A Intercambista escrita por LinaFurtado


Capítulo 11
For a Pessimist, I'm Pretty Optimistic.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/99893/chapter/11

Capítulo 11. For a Pessimist, I'm Pretty Optimistic.

Mensagem:

Estou de olho em você e se as minhas suspeitas se concretizarem, pode ser o fim de todo esse "divertimento".

Espero que quando for para a casa, pense no que te falei.

Beijinhos e boa noite, minha querida Bella.

Número: Desconhecido.

Demorou alguns segundos para eu raciocinar o que havia acabado de ler na tela do meu celular. Como? A pergunta que mais vinha em minha mente era quem havia me mandado. Comecei a ficar nervosa, meu coração acelerou muito, mas desta vez não foi por um toque de Edward e sim de nervosismo, muito nervosismo.

-Bella? – A voz de Alice me fez sair do transe.

Levantei o meu olhar, encontrando todos da mesa me olhando sem entender minha reação. Tinha que sair dali. Ficar sozinha. Era o meu maior desejo agora, por isso, me levantei rápido e parei um pouco, olhando a mesa. Peguei alguns trocados no meu bolso e coloquei a mesa, saindo correndo para fora da lanchonete, deixando-os pra trás, gritando por mim.

Comecei a pensar em todas as conseqüências do que aconteceria se descobrissem que há entre mim e Edward. A primeira delas era eu ser deportada de volta ao meu país, com isso eu até poderia sobreviver se não fosse por causa da segunda, que é a mais importante; deixar Edward. A terceira era voltar a minha vida normal; atrapalhar a vida da minha mãe com seu novo marido.

Cheguei a tropeçar na entrada da casa, que felizmente não havia ninguém em casa, batendo o meu braço no aparador, e muito provável irá ficar um roxo. Fui para o meu quarto, fechando a porta logo em seguida quando escutei um barulho de alguém no andar de baixo.

Sentei-me no chão, ao pé da cama e abracei minhas pernas. Podia perceber que o meu desespero era tanto, o desespero de perder ele, que sentia a minha pressão baixando. Tudo estava rodando, por isso descansei minha cabeça em meu joelho, respirando fundo.

Escutei o barulho de abrirem a minha porta, mas não me mexi.

-Bella? – A voz mais doce do mundo estava falando comigo, quando passou o braço sobre o meu ombro, ao se sentar do meu lado. – Meu amor, o que aconteceu? – perguntou quase como um sussurro.

Não o respondi de imediato, apenas encostei-me ao seu ombro e choraminguei. Senti uma lágrima rolar pelo o meu rosto. Edward se assustou e se afastou um pouco a fim de me olhar.

-Está chorando? – Agarrei sua blusa, enterrando meu rosto em seu peito. Colocou uma mão em minha cabeça e outra nas minhas costas, me envolvendo. – Diga alguma coisa, por favor.

Neguei.

Escutei-o suspirar pesadamente.

-Não... – Puxei o ar. - quero falar nada agora. – Isso o deixou frustrado, pois jogou a cabeça para trás e fechando os olhos fortemente. Tinha que mudar de assunto, esquecer um pouco. – O que disse aos outros? – Ajeitei-me sem desencostar dele. Seu cheiro me tomava toda vez que o abraçava ou o beijava, eram as melhores sensações que eu já havia sentido em toda a minha vida, não queria que acabassem. Merda! Estava pensando de novo!

-Disse que ia sair e que não era para eles virem atrás de você, pois devia ser alguma coisa particular.

Assenti. Ele era muito bom quando o assunto era despistar pessoas, mas estava muito inquieto, se mexia toda hora, quando eu só queria ficar ali, parada. Junto ao seu peito.

-Não vou fazer você falar. Sei que irá me contar quando quiser, mas saiba que estou quase me mordendo de curiosidade. – comentou, passando as mãos no meu cabelo.

Sorri forçado, tirei o meu celular do bolso e jogando-o em seu colo.

-O que é isso? – perguntou pegando-o mostrando a mim.

-Um celular. – respondi sorrindo um pouco. Ele sorriu derrotado.

-Foi uma pergunta idiota. – Assenti. Começou a ir para a parte das mensagens, lendo a primeira. Seus olhos se arregalaram e ficaram um pouco incrédulos com o que acabara de ler. Soltou-me devagar, segurando celular com as duas mãos. Era bem provável que também não estivesse acreditando.

Assisti-o se levantar bruscamente, passando as mãos aos cabelos raivosamente e a andar de um lado ao outro do quarto. Acompanhei seu movimento, ficando apenas olhando-o nervoso.

-Edward... – Virou-se para mim e segurou o meu rosto com as duas mãos. Seus olhos mostravam medo e raiva. Uma raiva que transparecia além de seus olhos verdes, parecia irradiar.

-Não. Vou. Deixar. Que te tirem de mim. – disse pausadamente. Suas palavras me acertaram em cheio, fazendo-me me entregar totalmente as lágrimas. – Não vou deixar você partir.

Agarrei sua cintura, ficando nas pontas dos pés para beijá-lo. Ajudou-me, abaixando-se.

Sou muito pessimista, mas suas palavras fizeram com que uma pontada de otimismo surgisse em meu peito, assim como o seu beijo. Era tão verdadeiro. Podia sentir que ele sentia o mesmo que eu. Passava de paixão, era um amor.

Larguei sua cintura, entrelaçando meus dedos no seu cabelo, puxando-o para mim. Ele agarrou a minha cintura e ficamos nos beijando intensamente.

-Eu te amo. – sussurrou nos espaço do nosso beijo. Toda a vez em que ele falava essas três palavras era como se tudo a minha volta parasse apenas para eu o admirar, admirar sua beleza, sua perfeição, fazendo um arrepio subir pelas minhas cotas.

Sorri feito uma boba.

-Também.

Quando foi mais tarde, Jasper chegou com Alice e fomos todos preparar o jantar, pois ele havia decidido que apresentaria Alice à mãe e ao pai. Nunca a vi tão nervosa, parecia que teria um colapso a qualquer momento. Fiquei feliz por eles não terem perguntado o que havia acontecido. Preparamos, melhor dizendo, Edward preparou com a ajuda de seus ajudantes: Eu, Jasper e Alice, que apenas pegávamos os ingredientes e o assistíamos cozinhar.

-Uiiiii! "Edward. O bom partido!"- disse Alice olhando para o ar como se visse um letreiro de um espetáculo, curtindo uma com a cara dele.

Edward rolou os olhos dramaticamente.

-Querida Alice, - entrou em sua brincadeira. – Se não parar de me perturbar, queimo o seu filme com os meus pais.

-Não! Que isso... – Deu um sorriso forçado.

Rimos, até mesmo Jasper que a abraçou e a beijou.

Estava eu, Jasper e Alice, sentados a mesa quando Edward disse que estava quase tudo pronto, para podermos arrumar a mesa do jantar. Ninguém tinha idéia do que ele iria fazer, apenas disse que iria caprichar.

Levantei-me, deixando os pombinhos na maior mordomia, enquanto eu arrumava a mesa. (N/A: Para quem não tem a menor idéia de como seja a cozinha da família Cullen, a foto está no meu perfil ;] ) Encontrei o olhar de Edward me examinando, tentei ignorá-lo, mas não tive muito sucesso. Não demorou muito para que os seus pais chegassem e sentissem o cheiro que vinha da cozinha, entrando na mesma.

Esme estava linda como sempre, igualmente a Carlisle que estava com um traje casual chique. Pude ver os olhos de Alice subindo e descendo nos dois e esboçar um sorriso de satisfação ao ver que se vestiam bem. Ri internamente.

Esme e Carlisle nos cumprimentaram e se sentaram aos lugares a mesa; ele na cabeceira, com Esme ao seu lado, sentada de frente a Jasper que estava ao lado de Alice. Estavam todos sorridentes.

-Uau! – Esme sorriu. – Como está chique essa mesa!

-Invenção da Bella. – comentou Jasper.

-Bella sempre surpreendendo a todos. – disse Carlisle, olhando-me sentar ao lado de Esme.

-Obrigada. – disse-lhe.

-Edward, querido, qual é o menu de hoje? – perguntou Esme. – Já que temos uma visita especial. – Sorriu a Alice.

-Baseei-me na cozinha italiana. Como entrada; Caponata. – disse colocando um preto à mesa.

-Um... E o que é isso?

Rimos, mas ninguém sabia também.

-É um prato de berinjela, com cebola, uvas passas e um tempero. Quase igual ao Ratatouille. – Ele me impressionava a cada dia. – Para quem não gosta de berinjela, aconselho que coma, pois não se sente o gosto, por causa do tempero.

Colocou umas torradinhas para acompanhar a "entrada" e se sentou a outra cabeceira. Todos nós levamos a primeira garfada à boca e mais uma vez: Impressionante.

-Nossa! Está ótimo! – disse Esme à ele e todos concordamos.

-Verdade, meu filho, você está me saindo um verdadeiro chefe de cozinha. – concordou Carlisle.

Logo após comermos a entrada, Edward pegou o prato principal; um macarrão super colorido.

-Este é o Penne alla puttanesca. (N/A: Uma delíciaaaaaaaaa!)

-Parece delicioso. – Alice disse pela primeira vez, fazendo Esme se lembrar dela.

-Lembrei-me agora pelo motivo do jantar. – disse Esme sorridente. – Quer falar algo, Jasper?

Sabia que Jasper não queria ter de apresentar publicamente à frente de toda a família sua nova namorada, por ter vergonha, não dela, mas da apresentação.

-Um... Certo. – O vi respirar fundo. – Mãe, pai, esta é Alice Brandon, minha namorada. Queria apresentá-la hoje a vocês.

-Muito bem. Então, seja bem-vinda à família, Alice. – disse Carlisle formalmente, dando-lhe seu sorriso sincero.

Alice agradeceu.

-Querida, você também é amiga de Bella, não é? – perguntou Esme.

-Oh! Sim, sou sua melhor amiga. – disse sorrindo a mim, que retribui. – Tadinha não vive sem mim.

-Certo... – disse revirando os olhos. Fazendo-os rir.

-Senhora Cullen... – começou Alice.

-Não. Por favor, apenas Esme. – Ela interrompeu amigavelmente.

-Certo. – disse soltando os talheres. - Devo acrescentar que os senhores têm filhos maravilhosos. Digo isso não só por causa de Jasper, que é o namorado que toda mulher deseja ter – Olhou-o e todos nós presenciamos uma troca de olhares apaixonados, antes de continuar. O jantar mais me parecia um jantar de noivado. Ri disso. -, mas também por terem Edward que parece ser, não igual, mas parecido a Jasper. – Sorriu a Edward.

-Claro que não sou igual, sou melhor. – defendeu-se Edward, ao limpar a boca com o guardanapo e eu concordava plenamente. Ele era perfeito em tudo, sem exceção.

Começamos a rir.

-Obrigada, Alice. – agradeceu Carlisle. – Também devo dizer que eu e Esme, – Segurou a mão de sua mulher. – estamos muito felizes que Jasper tenha encontrado uma namorada como você.

Alice sorriu em agradecimento.

-Agora só falta o Edward. – disse Esme, fazendo-o engasgar com a comida.

Fiz de tudo para não me abalar com a pergunta e parecer normal. Esperava que tivesse funcionado.

-Hã? Mãe, por que tem que falar isso? – perguntou a mãe, que riu.

Olhei para todos à mesa, enquanto eles discutiam passivamente, encontrando Alice me olhando, com um sorriso no rosto.

-Alice, - Ela se virou para Esme. – por que não dorme aqui esta noite? Você é a minha convidada.

-Oh! Não quero atrapalhar.

-Não atrapalhará em nada, querida. – Esse era uma verdadeira mãezona com todos.

-Descule, mas não trouxe roupa. – Deu um sorriso forçado.

-Bella poderia te emprestar, não é mesmo? – Virou-se a mim.

-Um...? Claro. É, eu posso te emprestar. – disse-lhe.

Alice ia abrir a boca, mas foi interrompida por Esme.

-Então está feito. Você dorme hoje aqui, junto de Bella.

Teve que aceitar já que sua sogra a pedia. Terminamos o jantar, que foi muito bom, com risos e conversas interessantes e, ajudei a tirar a mesa. Subi acompanhada por Alice para podermos tomar banho e nos ajeitar para dormir, assim fizemos. Emprestei a ela um pijama no meu estilo; blusa muito larga e com um short, que fica justo em mim, mas nela ficou um pouco largo nas coxas. Despedimo-nos de todos e arrumei o colchão em que Alice iria dormir.

Deitamo-nos e começamos a conversar.

-E ai? O seu nervosismo em conhecer a família do seu namorado, já passou? – perguntei, olhando para o teto.

Ela riu.

-Já. – Confirmou. Estava muito quieta, deveria ter algo errado.

-Alice? – Ajeitei-me de lado na cama para olhá-la no colchão. – Se quiser me perguntar alguma coisa, vá em frente.

Olhou-me surpresa. Eu devo ter acertado.

-Bem... – Esperei. – Tem sim, mas você vai ficar com raiva de mim. – Cruzou os braços.

-Diga. – disse derrotada, colocando a minha cabeça de volta ao travesseiro.

-Posso mesmo? – Sentou-se e me olhou. Assenti. – Não vai ficar brava?

-Não. Diga logo. – disse impaciente.

Ela bufou.

-Certo. Na cozinha, eu percebi... Posso estar errada, mas eu pensei ter visto você e o Edward tendo uma troca de olhares.

-Hã? – Lembro-me muito bem de na hora que Esme disse sobre o próximo ser ele, eu não tê-lo olhado. – Quando foi isso?

-Na hora em que você estava arrumando a mesa. – M.E.R.D.A.!

-Um... Sério? Que tipo de troca de olhares? Olhares de irmãos? Fazemos isso toda a hora. – Fato. Não sei mentir.

Alice estreitou os olhos.

-Isabella Marie Swan. – Ela sabia que eu odiava que me chamassem pelo nome inteiro, então ela deve ter descoberto. – Comece a falar. – ordenou.

-Falar o quê? Alice, está bem? – Levantei a sobrancelha. Estava começando a ficar nervosa, até quanto ela havia descoberto? Não foi um bom sinal.

-Não mude de assunto! – Quase gritou levando as mãos à boca e olhando para a porta fechada. Soltou a boca e respirou fundo. – Comece me falando o que há entre você e Edward. A-go-ra. – Soletrou.

-Certo... Ele mora comigo, um bom cozinheiro, bom musico...

Alice, literalmente, pulou em cima de mim, agarrando o meu braço e me sacudindo, fazendo-me bater os dentes uns contra os outros.

-Fale. – disse séria.

Suspirei pesadamente, derrotada.

-Eu e ele fizemos uma aposta, final de semana passada, dizendo que quem perdesse teria que dançar no meio do refeitório no horário do recreio. – disse-lhe. Seus olhos estavam cravados em mim, só esperando um sinal que mostrasse que eu estava mentindo.

-Que tipo de aposta? – Pronto, a pergunta que eu estava temendo. Tudo bem, eu ia contar a ela mesmo.

Dei de ombros.

-Você sabe...

-Não, não sei. – Fez bico.

-No início nós não nos dávamos muito bem, era briga o tempo inteiro, até que decidimos que para se vingar um do outro, faríamos essa – Maldita, acrescentei em pensamento. – aposta, que era: Seduziríamos uns aos outros e quem retribuísse, perdia. – Soltei logo tudo.

Olhou-me incrédula, de boca aberta. Ia sorrir, mas se conteve.

-E... Quem ganhou? Eu perdi o dia da dança? Impossível! Fui todos os dias! - Começou a falar consigo mesma.

-Alice. – Segurei seu pulso. – Não, não teve a dança.

Ela parou e ficou me olhando por um tempo. Mordi o lábio. Temia o que mais ela fosse perguntar.

-Não estou entendendo... Quem perdeu?

-Ninguém perdeu.

Levantou a sobrancelha.

-Então nenhum dos dois retribuiu? – perguntou com um rosto de: Impossível. E pior que era.

-Não, ao contrário. – A boca dela se abriu em uma fresta, fechei-a. – Quando ele me beijou, por causa da aposta, fiz de tudo para não retribuir, mas ele também retribuía mesmo tendo sido ele que me beijou. Era o seu plano, mas não deu muito certo, porque ele queria realmente me beijar. Pediu para que eu retribuísse, dizendo que não me faria pagar a aposta.

-E você acreditou?

-Acreditei, tanto é que até hoje não dancei. – Revirei os olhos.

Alice abriu um sorriso bem devagar, olhando para a janela.

-E agora? Como vocês estão? – Arregalou os olhos de repente. – Vocês estão ficando?

Senti a minha bochecha queimar, por isso somente assenti.

-Que babado... – cantarolou.

-Alice!

-Não. Relaxa, não vou contar a ninguém, mas... Bella, você mesma me disse que não podia se ter relações com...

-As pessoas com quem moro. – Completei. – É, eu sei. Por isso que quando você contou ao Mike que eu "supostamente" estava gostando dele, ele tentou me beijar forçado, mas Edward viu a tempo e lhe deu um soco no rosto. Agora, alguém me mandou uma mensagem de texto dizendo que está de olho em mim, só observando qualquer detalhe que possa me mandar de volta para casa. – Suspirei. Era um alívio soltar tudo.

Ela ainda estava de boca aberta, totalmente sem palavras.

-É muita informação para uma pessoa só. – disse depois de um pequeno intervalo de silêncio. – Acho que devo me desculpar – Levantei a sobrancelha e ela abaixou a cabeça, tristonha. – É tudo culpa minha você ter que temer ir embora. – Ia interrompê-la, mas ela foi mais rápida, pegando as minhas mãos e me olhado nos olhos. – Bella, se você for embora, eu nunca mais vou me perdoar. Mil desculpas, sou uma idiota completa. Perdão.

-Não precisa se desculpar, Ali. – Abracei-a, parecia mais tensa do que eu.

-Você é a minha melhor amiga. Não sei o que faria sem você.

Sorri.

-Não foi você quem disse que era eu quem não sabia o que faria sem você? – brinquei. Funcionou, ela riu.

-Verdade. – Sorriu, retribui, mas logo o seu sorriso tornou-se a sumir. – O que vai fazer agora?

-Com relação a isso? – Assentiu. – Não sei... Acho que vou tentar descobrir quem foi que me mandou a mensagem e ter o dobro do cuidado que eu tinha. – Fiquei pensando por uns instantes. – Ah! Vamos mudar de assunto. Fale alguma coisa.

Ela sorriu.

-E como é o beijo do Edward, eim? – Riu.

Sorri de volta, um pouco sem-graça.

-Digamos que beijá-lo é a melhor sensação que já senti na minha vida.

-UAU! – Rimos. – Então você deve sentir o mesmo que eu, quando beijo Jasper... Totalmente MARAVILHOSO! – Soltou um suspiro apaixonado. – E ele? O que fala quando estão juntos?

-Como assim?

-Ah... Tipo, quando eu e Jasper estamos juntos, trocamos de elogios e carinhos. – Sorriu como uma criança.

Corei, fazendo-me abaixar a cabeça.

-Um... O normal.

Bufou.

-Esqueci com quem estou falando. – disse mais para si mesma.

Ri

-Vamos dormir que amanhã temos aula. – disse me ajeitando.

-Espera! – Olhei-a. – Como vocês fazem para namorar? Se escondem?

-Não, vou para o quarto dele de madrugada.

-Bella! Sua safada!

-Hã? – perguntei sem entender.

-Se aproveitando da ingenuidade do pobrezinho do Edward. – Falou como uma mãe desapontada.

-Cale a boca, Alice. – Taquei o travesseiro em seu rosto. Comecei a ria de sua cara pasma.

-Ah é? – Pulou para a dela, pegando o seu e batendo nas minhas costas, pois eu tentei me proteger.

Fomos dormir mais tarde do que eu imaginava, tanto é que pela manhã, parecíamos duas zumbis ambulantes. Isso não me poupou dos comentários de Alice sobre as minhas roupas. Ela estava parada a frente do meu guarda-roupa, de pijama, escolhendo uma das minhas roupas, já que teria que se vestir como eu.

Torceu o nariz.

-Bella, Bella, Bella... – cantarolou. - Preciso urgente dar um trato no seu guarda roupa.

-Alice, sabe que não me importo com essas coisas. – Já estava pronta, somente arrumando a minha mochila.

-Por isso mesmo que tenho que te ajudar. – Balançou a cabeça negativamente.

Bufei e desci para deixá-la se arrumar, logo na sala dei de cara com Edward sentado, todo relaxado, no sofá, de olhos fechados e Jasper de pé, andando de um lado para o outro.

Fiquei observando a impaciência dele, enquanto largava as minhas coisas no sofá e caminhando até a cozinha para beber água, assim fiz. Voltei à sala e me sentei à poltrona.

-Vamos acabar chegando atrasados. – disse Edward, ainda de olhos fechados.

-Ela está lutando para achar algo que preste nas minhas roupas. – disse-lhe e vi Jasper me olhar.

-Não tem nada bom o suficiente para ela? – Ele perguntou risonho.

Sorri.

-Bella, por que você não sobe e ajuda Alice? Por favor. – Jasper estava em dócil.

-Jasper, fique quieto! Ela já vai descer, não irá se perder em um buraco negro. – brigou Edward.

Jasper bufou e se sentou pesadamente ao lado do irmão.

Não demorou muito para que Alice descesse. Ela fez um milagre com as minhas roupas, na verdade, um milagre nas minhas roupas misturadas com as dela. Nem me perguntem como, só sei que as misturou e que o resultado final ficou bem legal.

-Prontinho! – disse indo até Jasper e lhe dando um beijo. – Consegui me ajeitar com as roupas de Bella.

Pegamos nossas coisas e fomos para o carro de Edward; eu e ele nos bancos da frente e o casalzinho nos bancos de trás. Quando chegamos, o estacionamento estava cheio por termos chegado um pouco tarde, por isso tivemos que estacionar longe do prédio, encontramos Emmet e Roseli no caminho do mesmo.

-E ai, baixinha? – perguntou Emmet a Alice, segurando a cintura de Roseli, que estava linda como sempre. Às vezes me sentia um pouco mau ao andar ao seu lado. – Como foi o jantar de noivado? – Riu.

-Cale a boca, Emmet. – Alice o reprimiu séria, mas logo voltou ao normal. – Foi ótimo.

-É, se nota. Vejo que até dormiu na casa dos sogros. A noite foi boa? – Deu uma cotovelada em Jasper, um claro sinal de outras intenções.

Jasper se limitou a lançá-lo o seu olhar maldoso para ele se calar. Adorei isso.

Caminhamos em direção ao prédio e logo que entramos, nos despedimos por cada um ter entrado em uma sala diferente. Fui para a minha aula, mas antes passei no meu armário para pegar o meu livro de História; a aula que teria agora. Vi Mike passar por mim com uma espécie de gesso no nariz. Por um pequeno instante senti pena do pobre coitado, mas ele bem que mereceu. Achar que eu sou como uma Jéssica da vida é o erro mais grave que ele pode cometer. Se Edward não o tivesse batido, eu mesma teria feito isso. Fiquei impressionada pela a minha agressividade, nunca fui disso. Culpei logo a raiva da pessoa que me mandou a mensagem, não sei por que, mas tenho uma impressão de que não era de Mike. Mas... quem?

No caminho da aula, senti alguém se aproximar de mim. Virei-me para olhar, quando eu o vi... Era ele, igualmente a última vez que o vi. Mas, o que está fazendo aqui? O deixei, junto com o que restava do meu passado, nos Estados Unidos. Agora que não entendia mais nada mesmo. Devia estar começando a ter alucinações, mas não era possível, tinha certeza que era ele. Era aquele por eu quem eu era extremamente apaixonada na minha infância e até me refugiar na Inglaterra. O quê...?

-Oi, Bella. – cumprimentou-me com seu enorme sorriso de dentes brancos.

Nada disse, apenas o encarei para ver se era real. Acho que fiquei tanto tempo, que sentia as pessoas me empurrando para me tirar do caminho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:/ Quem será esse ser, por quem Bella era apaixonada até ir para Inglaterra e encontrar, literalmente, o seu príncipe encantado?

Para quem gosta de Paramore: O nome do capítulo é o nome de uma das músicas, se não conhecerem, vale a pena conhecer ;), sou um pouco suspeita, pois amo todas, mesmo que no início não goste. A letra não tem muito haver com a estória, mas adorei o título :P

Beijão a todas e tenham um bom dia, Lina Furtado. ;*