Acordei com Bill pulando em cima de mim e chacoalhando meus ombros.

- Hey! Calouro Kaulitz! Acorde!

- Hm? Mais cinco minutinhos... – Falei sonolento.

- Nem mais um minuto! Agora é sério Tom, você vai se atrasar.

Acabei acordando quando Bill já furioso com o meu descaso começou a estapear meu rosto.

- Ai, ai! To acordado. Para Bill! Eu já vou levantar, calma.

- É bom mesmo. Vai tomar banho que papai já esta fazendo o café.

Tomei banho, e fui para a cozinha, deixando a mala no sofá.

- Bom dia.

- Bom dia Calouro! – disseram em coral.

Sorri e comi as waffles em silencio. O caminho no carro também foi silencioso. Eu estava imaginando como seria lá. O que fariam comigo.E o que eu faria para suportar todo santo dia a mesma coisa.

Descemos do carro e caminhamos até a entrada onde tinha uma grande facha que levava em vermelho as inscrições:

“ Sejam bem-vindos Calouros! Boa sorte a todos!”

Sorte era exatamente o que precisa. Quando passamos pelo grande arco me surpreendi.

 O lugar era bem diferente do que eu havia imaginado. O gramado era de um verde uniforme, havia arbustos com diversas flores, ao fundo o Hino da Escola Naval tocava. Tinha também uma grande construção, como um templo com colunas brancas, onde vários como eu entravam.

Seguimos o fluxo de calouros e fomos recebidos por uma pessoa conhecida. Fuzileiro Ethan.

- Ah! Eu sabia que viria Sr. Kaulitz.

- É. Eu não perderia isso nem por um jogo dos Yankees.

- Vamos, é por aqui.

O seguimos e ele nos deixou numa fila do calouros nascidos em 1988. Logo chegou minha vez.

- Qual seu nome?

- Tom Kaulitz Trumper.

- Nome dos pais?

- Sr. Benjamin e mãe falecida.

- RG, por favor?

Ele olhou o documento e o entregou pra meu pai.

- Sua mala por favor.

Eu a puis sobre a mesa, e ele a abriu procurando por algo. Tirou de lá a minha escova de dentes e a entregou na minha mao. Fechou-a novamente e a jogou num carrinho ao lado da mesa, já com algumas malas.

- Isso é tudo que precisará.

Eu encarei abismado o objeto nas minhas mãos. Uma escova de dentes será tudo que eu precisarei num ano inteiro?! Ele só poderia estar louco! Resolvi não comentar, porque o cara era do tamanho de um ogro e por incrível coincidência ele realmente parecia o Shrek! Nada contra o Shrek é claro, mas eu não estava muito a fim de levar uma surra no meu primeiro dia naquele lugar, na frente de outros rapazes que eu conviveria durante o ano inteiro.

Hm... Okay.

Me virei para meu pai e meu irmão. Os abracei rapidamente e dei um beijo na bochecha de ambos.

- Nós nos veremos logo, eu prometo.

- Ta... – disse Bill num choramingo

- Certo filho. – Meu pai disse numa voz vazia.

- Amo vocês.

- Nos também te amamos querido.

Os olhei pela ultima vez e parti seguindo a rapazeada que parecia tão desnorteada quanto eu.

Finalmente fomos levados para um gramado parecido com o que vira na entrada, porem com um grande palco no centro. A multidao de jovens se aglomeravam na frente desse palanque, onde vários Fuzileiros Navais, Tenentes, Generais e alguns do gênero se enfileiravam ombro á ombro. A formação deles poderia ser até interessante, mas o que realmente me chamou a atenção foi uma mulher dentre todos os homens. Uma Fuzileira era o que dizia o Distintivo no uniforme.

Tinha uns 1,60 de altura, cabelo castanho levemente encaracolado na pontas, que estava preso num rabo de cavalo alto. Sua pele de um moreno bem claro, deixando suas bochechas e lábios avermelhados chamativos. Seus olhos verdes refletiam cada rosto abobado com sua beleza divina. O corpo era cheio de curvas delicadas que vestiam muito bem o traje Naval. Parecia não ligar para a descriminação que com certeza existia por ser uma Fuzileira no meio de tantos homens. Um velho Tenente tomou o microfone e se dirigiu a frente de todos para encarar a todos.

- Bom dia Calouros! Sejam bem vindos a Escola Naval Americana, que tem como objetivo formar mental e fisicamente jovens americanos que irão ocupar os principais postos iniciais das carreiras dos Corpos da Armada, Fuzileiros Navais  e Intendentes da Marinha.

A multidao murmurou  em resposta e o velho continuou com uma voz orgulhosa:

- Gostaria de parabenizar a todos voces por terem aceitado esse desafio e por terem chegado até aqui. O treinamento aqui é regido e devo dizer que muitos de voces nao o suportarao. Agora, voces serao levados aos seus devidos quartos que compartilharao com mais tres jovens de idade aproximada. Receberam um livro de normas e deverao respeita-las. Um Fuzileiro será responsavel por cada quarteto, esse passara no quarto de voces ao anoitecer para entreguar-lhes os horarios. Boa-sorte aos mais novos  Calouros e as Calouras do ano de 2010!

Só agora fora perceber que haviam garotas entre todos nos. Apesar de nunca ter falado com nenhuma das “futuras Fuzileiras” até agora, percebi que eram fortes e corajosas por estarem aqui, dando a cara a tapa, por assim dizer.

A maioria começou a ficar inquieta e o velho disse rapidamente como se estivesse esquecido de falar uma coisa crucial:

- Voces estao dispensados. – isso era realmente crucial aqui.

Todo começaram a conversar, ja combinando os parceres de quarto. Olhei ao redor porcurando por alguem que me chamasse a atençao, para começar a fazer amizade. Um rapaz negro me surpreendeu.