Brisa da Tempestade escrita por Isabela_Ulian


Capítulo 8
Capítulo 7 - E estourou


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso... Mas é um cap BEM mais longo ^^
Espero que gostem, e perdão se as coisas estão acontecendo rápido demais. É que ainda tem MUITA água pra rolar.



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-Capítulo VII- E estourou...

Já se faziam algumas semanas que estava com Varian. Elihandrë estava quase que em estado de êxtase. Já não era uma criança, e se perguntava se fora sua obsessão por vingança que a afastou por quase toda a sua vida daquele sentimento maravilhoso que era amar. Tudo parecia mais fácil daquela forma... Andar, correr, lutar...

E até mesmo sua sede de sangue fora, de alguma forma, saciada... Mas, ainda assim, o desejo ardente de reencontrar os assassinos de seus pais continuava a queimar em sua pele.

Varian era, sem dúvida, feito para Elihandrë. Gentil, atencioso, apaixonado... Apesar de às vezes ser um tanto quanto irônico e de pavio-curto. Os anos em Crimson Ring fizeram isso com ele.

Seu, por assim dizer, namoro com Varian Wrynn ainda era segredo. Apenas Star e Muradin sabiam, mas tanto Varian quanto Elihandrë não sabiam que eles sabiam.

Caminhava na atolada Stormwind, no trade district. Todos gritavam, se socavam e tentavam mover-se no meio daquela enorme concentração de pessoas. Aquele lugar fedia a pessoas.

Lá no meio, Elihandrë tentava chegar à Auction House, sem muito sucesso. Era sempre empurrada, e empurrada, cada vez mais para trás, sem alcançar seu objetivo. Bufou nervosa e decidiu por ir em um horário em que a praça estivesse um pouco menos lotada.

Deixou-se ser impulsionada para longe da Auction House e foi parar nos corredores próximos aos córregos. Apoiou-se na parede e suspirou. Odiava estar sem o que fazer.

Nenhuma batalha... Nenhuma missão... Nada!

Estava começando a ficar irritada com a monotonia quando viu Tank caminhando em sua direção.

-Bom dia, senhora. – Disse Tank com aquele olhar sacana.

Tank não era seu verdadeiro nome. Poucas pessoas sabiam, e como este se recusava a revelá-lo, Shumuri e Elihandrë o chamavam de Tank, por causa de sua força e resistência absurda.

-O que quer? – Disse ríspida. Fazer nada era melhor do que estar com Tank.

Tank a encarou profundamente – Eu sei que você não gosta de mim. E tenho satisfação em dizer que eu também não gosto de você.

Elihandrë fez o sinal positivo para ele.

-Que bom! – Retrucou irônica – Mas você não respondeu minha pergunta: O que você quer?

-Vamos falar à sós. – Disse – Siga-me.

Ainda que receosa, Elihandrë o seguiu até a Cathedral Square, e lá entraram em uma das catacumbas.

Sob a luz das velas, Tank fez o que Elihandrë menos esperava: Deu-lhe um forte tapa no rosto, fazendo com que ela recuasse um passo para trás.

-Você não vai impedir meu relacionamento com Star! – Urrou – Ela é minha! – E desembainhou a espada.

Elihandrë não poderia vencer uma batalha com ele, não ilesa. Mas ela e seu pet poderiam.

Com um assovio, DarkSirius se materializou a sua frente, e rosnou para Tank. Habilidosamente, Elihandrë pulou em uma viga próxima ao teto e lançou a primeira flecha, mas Tank conseguiu barrá-la com seu escudo.

-Haha! – Disse amargo – Fica mandando seus bichinhos ao invés de me encarar como um guerreiro! Não passa de uma mocinha!

Com cuidado Elihandrë desceu da viga e tirou o machado das costas. Seu pior defeito é que quase nunca recusava um desafio. Tank conseguira o que queria, provocara Eli.

Apesar de ser forte, era muito pesado e não superava a agilidade de Elihandrë. DarkSirius tentava se aproximar, mas Elihandrë não permitia, mantendo uma fina ligação mental com seu pet. No entanto, a agilidade de Elihandrë não fora o suficiente para levar um corte na bochecha.

Em retorno, lançou seu machado na parte nua de seu braço e abriu um fundo corte. Tank a encarou encolerizado e murmurou:

-Sua vadia... Você pediu. – Então ele sorriu malevolamente – Podem vir, rapazes.

Três homens saíram das sombras, e Elihandrë se repreendeu por não tê-los visto antes. Não era o tipo de coisa que ela deixava de reparar.

Observou melhor e percebeu que eles tinham a marca dos Bloodsail marcada no braço. Como eles tinham entrado em Stormwind? Ela não sabia.

-Vamos fazer um trato, elfinha. – Disse Tank – Promete me tratar como o rei que um dia serei, e parar de impedir meu casamento com Star.

-Casamento?!

-Ela não te contou? – E riu asperamente – Somos noivos – E mostrou o anel de ouro em seu dedo – Roubei o maior anel de diamante de Booty Bay para ela.

Elihandrë fechou a cara – Eu amo Star! Amo mais do que você pode compreender. E eu prefiro definhar a permitir que ela passe o resto da vida com um cretino como você! – E cuspiu em sua face.

Tank começou a ficar vermelho.

Foi o sinal para que os quatros homens avançassem em Elihandrë, e desta vez, permitiu que seu pet a ajudasse. Mas não podia lutar contra quatro ao mesmo tempo, mesmo com o auxílio de seu pet, e acabou nocauteada por uma cacetada na cabeça. Percebendo que sua mestra havia desmaiado, e que não havia nada a fazer, DarkSirius saiu quase que invisível, em busca de Allaïs, a segunda no comando.

Os homens arfaram. Por mais que fosse apenas uma mulher, era muito forte.

-Matem-na. – Disse Tank.

-Pô cara... Matar uma mulher dessas é pecado. E também, matar um bom oponente, não é legal.

-É... – Disse o outro marujo – Eu não quero sujar minhas mãos com o sangue dela.

Tank pensou por um momento, quando viu um caixão no canto das catacumbas.

-Então não vamos matá-la. – Disse Tank – Vamos apenas enterrá-la.

Os homens se entreolharam e deram de ombros. Era melhor que sujar as mãos com um sangue tão puro.

**

Elihandrë acordou em um lugar escuro e apertado. Tentou sentar-se, mas bateu a cabeça na madeira.

-Ai... – Murmurou.

Começou a apalpar o local onde estava, quando viu que estava em uma espécie de caixa. Aos poucos se lembrou da batalha perdida e entrou em pânico. Onde ela estava?!

Tudo que ela podia ouvir era sua respiração acelerada, mas então repreendeu-se e começou a respirar vagarosamente. Ela estava em um lugar apertado e sem ventilação, não era uma boa idéia gastar todo o oxigênio, mesmo que seu coração martelasse em seu peito.

Tentou pensar no que fazer para sair de lá... Mas nada vinha... Elihandrë, pela primeira vez em muitos anos, sentiu lágrimas rolando de seu rosto.

“Não chores, menina”. Disse uma voz. “Esqueceu-te do que te ensinei?”

Elihandrë engoliu em seco, não reconhecendo aquela voz. Talvez pudesse alcançar a faca na bota, mas era muito difícil no espaço limitado.

“Vamos menina, pense! Não se lembra que Allaïs é sua guardiã? Estabeleça contato mental com ela!”

-Mas como? – Sussurrou Eli, achando que estava ficando louca.

“Você já fez isso antes. Só que desta vez, terá que ser por um tempo mais longo.”

Elihandrë suspirou, e fitou o escuro ao seu redor, tentando não soluçar.

Elihandrë tinha pânico de ficar presa em lugares apertados e escuros. Era quase que uma claustrofobia.

“Pare de chorar deste jeito, menina! Agora foco. Esvazie sua mente, e faça o contato.”

E de fato já estabelecera contato antes. Mas nunca de lugares tão distantes... Além de que ela não sabia onde estava. Ainda assim, concentrou-se e tentou.

De repente, sentiu algo como ar puro ao seu redor, bem diferente do claustrofóbico caixão.

Estava no keep de Stormwind, vendo através dos olhos de Allaïs.

“Tenha cuidado, não respire demais” disse a voz “Allaïs tem ar a disposição, mas você não.”

Fez que sim com a cabeça, e disse:

-Allaïs... – Sua voz soou próxima a Allaïs e ela ronronou – Seja rápida... Procure Star...

“ShootingStar está em Darnassus. Fale com Varian”

-Eu...

“Prefere morrer a passar vergonha?”

Elihandrë suspirou e disse – Vá para Varian.

E Allaïs correu até a sala do trono, onde um preocupado Varian sentava-se.

-Nenhum guarda a viu. – Disse o Sargento – Parece que a última vez que a viram ela estava na Cathedral Square, mas depois ela entrou na igreja com um homem... E sumiu.

Allaïs rosnou, chamando a atenção de Varian.

-Allaïs? – Perguntou confuso – Você não costuma...

E rosnou de novo, agitando o rabo. Varian a encarou confuso.

Elihandrë sentia o Oxigênio se indo.

Allaïs entrou em pânico e começou a pular, e a girar. Graças a Elune, Varian compreendeu.

-Quer que eu te siga? – Allaïs assentiu, por ordem de Elihandrë – Pode me levar até Eli?

Allaïs assentiu de novo, e Varian se virou para o Sargento.

-Tome conta do keep enquanto eu não estou aqui. Diga a Anduin que fui procurar Elihandrë.

E seguiu correndo a tigresa.

-Pode descobrir onde estou, Allaïs? – Disse Elihandrë em um fio de voz. Allaïs assentiu.

E desfez o contato.

O ar do caixão começava a ficar quente, e Elihandrë se sentia cada vez mais tonta. Soluçava cada vez mais agora, com o pânico correndo em suas veias. E se Varian não chegasse a tempo de tirá-la dali? E se ela respirasse todo o ar? E se ela estivesse muito longe de Stormwind?

Varian seguia Allaïs com o coração apertado. Entrou em uma das catacumbas da Cathedral Square e viu uma pequena elevação de argamassa seca no chão. Allaïs arranhou a argamassa e encarou Varian sugestivamente. O ódio subiu por todo o seu corpo, e desembainhou a espada, dando um forte golpe na argamassa, fazendo uma rachadura. Golpeou de novo, e desta vez, ela se quebrou, revelando um caixão rodeado por correntes e um pesado cadeado.

Eli tremeu quando ouviu e sentiu aquele barulho estrondoso. Só se acalmou quando ouviu a voz de Varian.

-Elihandrë? É você?

-S-sim... – Disse em um fio de voz.

-Proteja-se – Disse – Quando eu contar até três vou quebrar o tampo. Um... Dois... – Elihandrë cobriu o rosto – Três! – E golpeou cuidadosamente, quebrando-o, e depois tirando os pedaços de madeira com as mãos.

A lufada de oxigênio foi como uma visão do paraíso, e até mesmo a tênue luz de vela da catacumba foi como um sol. Com as mãos trêmulas foi tentando tirar a madeira que ainda sobrava, provocando alguns arranhões, mas nada muito sério.

Assim que se viu livre do caixão em pedaços, jogou-se em cima de Varian, e deixou as lágrimas rolarem, sem antes pensar na humilhação que era submetida.

-Shhh, shhh... – Disse abraçando-a de volta e acariciando seus cabelos, tentando esquecer-se da raiva – Está tudo bem, viu? Tudo bem...

Fazia muito tempo que Elihandrë não se sentia tão frágil. Seu corpo inteiro tremia e mal conseguia respirar de tanto soluçar. Não entendia o porquê de tanto pânico.

-Calma Eli... – Murmurou – Já te tirei de lá... – Uma onda de culpa passou por Varian. Devia ter cuidado melhor de Elihandrë – Não vou mais deixar nada te afetar. – Disse – Eu prometo.

Elihandrë começava a se acalmar, e logo respirava naturalmente.

-Vamos sair daqui... – Disse enxugando discretamente as lágrimas na camisa – Por favor...

-O que quiser, Eli – E sem soltar-se dela, rebocou-a para fora da catacumba. – Posso fazer alguma coisa para você?

-Não... Eu estou bem... – Disse, se acalmando.

-Elihandrë Moonbean – Disse revirando os olhos – Você realmente acha que eu vou acreditar que você está bem quando você foi enterrada em um caixão debaixo da argamassa?

Elihandrë não pode deixar de sorrir ao ver a preocupação de Varian, e tentou-se soltar dele, mas ele estreitou ainda mais os braços em sua cintura.

-Você não está bem o suficiente para andar por si mesma. – Disse sério, mas com um olhar malicioso, jogando-a em suas costas como se fosse uma mochila.

-Wrynn! – Disse corando – As pessoas vão ver!

Ele suspirou. Era perigoso que muitos descobrissem seu romance com Elihandrë. Se já fora quase morta por inimigos desconhecidos – ele se segurava para não perguntar quem fora – o que a Horde faria com ela?

-Vamos para o chalé. – Disse Varian, ficando repentinamente sério – Tem que me dar explicações.

E mal percebeu um par de raivosos olhos azuis rodeados por longos e sedosos cabelos loiros fitando-os.

**

Uma vez no chalé abandonado, sentados na pequena mesa, ele começou com a enxurrada de perguntas.

-Quem foi? Como aconteceu? Porque fizeram...

-Eu... Eu não quero falar sobre isso...

-Porra Eli! – Disse – Quero... Conversar com os caras... – Ele enfatizou a palavra conversar – Foram as fangirls?

-Você acha mesmo que as fangirls poderiam me derrubar?

-Erm... Não. – Disse – Apenas me diga quem foi. – Disse em seu tom imperativo, para depois acrescentar rapidamente – Por favor?

Elihandrë mordeu o lábio, pensando – Você não pode ir atrás dele. – Disse Elihandrë – Isso é algo que vai além de seu poder.

-Quem foi, pela Luz!

-O namorado de Star e três Bloodsail. – Murmurou.

Varian se paralisou. Nunca tinha gostado dos modos daquele homem egocêntrico e mal-educado. Mas mexer com Elihandrë fora longe demais...

-Vou atrás...

-Não, você não vai! – Quase gritou Elihandrë – Pense, Wrynn! Se Shootingstar não se casa, não pode assumir o trono. Se Shootingstar não assume o trono, Neva se torna rainha! Se Neva se torna rainha, Darnassus vai ser afogada na merda!

A pesar de contrariado, ele sabia que Elihandrë estava certa. As tradições estragavam tudo.

Varian sentiu muita, mas muita raiva. Ele sentia isso com muita freqüência.

-Wrynn... – Murmurou Eli percebendo que ele estava ficando irritado – Ele não vai chegar tão perto de mim novamente... Ele não...

-Quantas vezes terei que pedir para você parar de me chamar de Wrynn? – Perguntou chateado.

Elihandrë corou – Algumas... – Murmurou, e ele suspirou, acalmando-se e tendo uma brilhante idéia para quebrar o clima tenso.

Para a surpresa de Eli, Varian a encarou brincalhão.

-O que...

Antes que pudesse terminar a frase, estava deitada na cama, por baixo de Varian, seus braços presos atrás de seu corpo, e suas pernas presas pelas suas pernas. Deus, ele era muito rápido.

-Me chame de Varian! – Disse.

-Não! – Disse Eli.

Ele mordiscou seu pescoço, fazendo com que arrepiasse. Esta reação não passou despercebida por Varian. – Me chame de Varian... Ou terá que suportar minha tortura...

-Nunca, Wrynn! – Disse.

Ele suspirou brincalhão e disse – Tem certeza?

-Sim!

-Tsc, tsc, tsc... – Disse – Você pediu.

Teve o cuidado de tirar as luvas metálicas e então colocou ambas as mãos nas costelas de Eli.

-Não! – Arfou.

-Sim! – Disse Varian começando as cócegas, fazendo com que Elihandrë se contorcesse de tanto rir.

Mal passaram dois minutos, Elihandrë já estava arfando.

-Para c-com isso! – e continuava a rir, tentando respirar – Wrynn seu sád-dico!

-Ok pequena pausa... Quando eu contar até três...

-ão, para eu não to conseguido...

-Um...

-É sério, para com isso eu...

-Dois...

-Por favor...

-Três! – E voltou às torturantes cócegas, fazendo com que Eli tentasse debilmente se libertar.

E ficou daquele jeito por mais dois minutos, até Eli gritar:

-Eu me rendo! – Disse entre risos.

-Você se rende...?

-Varian! Varian, Varian, Varian! – Gritou.

-Varian o que?

-Varian Wrynn? – Perguntou confusa.

-Varian o maravilhoso...

Elihandrë revirou os olhos.

-Não vou... – Então ele voltou com as cócegas – Ok, ok, Varian Maravilhoso!

-Vamos lá, sei que você pode fazer melhor que isso!

Elihandrë abriu aquele sorriso que Varian amava. Conseguira o que queria.

-Varian, maravilhoso, lindo, estupendo, forte, inteligente...

Varian riu, guardando o melhor para o final.

-Agora diz que você é só minha! – Sussurrou em seu ouvido.

-Eu... Eu sou só e inteiramente sua... – Murmurou corando, mas sentindo toda a verdade naquelas palavras – Satisfeito?

Varian sorriu alegre e saiu de cima de Eli, deitando-se de lado na mínima cama – Muitíssimo, senhorita – Esquecendo-se da pressão que sua armadura exercia, abraçou Eli fortemente, e só parou quando ela deixou soltar um gemido de dor – O que foi? – Perguntou preocupado.

-Armadura... – Murmurou.

-Ah... – Sem pensar duas vezes, ele tirou a parte de cima da armadura, revelando uma blusa de linho negro por baixo.

Ele a abraçou novamente, até Eli murmurar: - Hum... Importa-se se eu usar o chuveiro?

Varian a fitou da cabeça aos pés e fez que não, soltando-a, e tirando um blusão e uma toalha de uma pequena cômoda.

-Obrigado... – E correu ao chuveiro.

**

Saiu do banheiro usando o blusão que ficava nas suas coxas, as mangas cuidadosamente dobrada duas vezes para caber em seus braços. Era um blusão um pouco menor que o outro.

-Huuuum... – Murmurou Varian fitando-a da cabeça aos pés – Você devia sempre usar minhas roupas, sabia?

Elihandrë corou até a raiz dos cabelos e tentou abaixar mais a blusa, mas Varian apenas riu, e a abraçou, usando agora a blusa negra e uma calça jeans, descalço.

-Você realmente não quer largar de mim, não? – Disse Eli.

-Não mesmo... Ainda mais depois que você disse que é só minha.

Eli fitou seus belos olhos negros levando sua mão ao seu rosto. Ele fechou os olhos enquanto sentia os dedos de Eli desenharem padrões suaves em seu rosto. Apenas abriu os olhos quando seu dedo passou pela cicatriz horizontal que percorria toda a extensão de seu rosto, e suspirou. Quase que inconscientemente, a mão de Varian acariciou as costas de Eli, sentindo as extensas cicatrizes.

Apoiou o rosto em seu ombro e murmurou, sentido: - Enquanto eu viver... Nunca mais deixarei ninguém machucá-la novamente...

-Shh! – Elihandrë colocou o indicador em seus lábios e se aproximou, beijando-o docemente, os lábios macios se moldando perfeitamente nos do dele, enquanto recebia umas pequenas e suaves chupadas em seu lábio inferior.

(N/A: Trilha sonora? Experimente Innocence da Avril Lavigne)

Ambos estavam cansados demais para que qualquer coisa além daquilo acontecesse. Então Varian apenas carregou-a para a pequena cama, e lá, se ajeitaram. Seria uma longa noite, de sono apertado.

Mas afinal, eles não se importavam.

**

-Deus! – Murmurou o goblin, pasmo – Ela... Ela estava certa! A fan-girl estava certa! Varian está com uma prostituta! – E começou os flashes – Já posso ouvir as notícias! Rei Varian Wrynn supera morte de esposa, e passa uma picante noite ao lado de uma... hm... Já sei! De uma fogosa Night Elf!

-O que... – Varian acordou com os flashes – O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI?! – Ele pulou da cama e tirou a espada do criado mudo – SAIA!

Neste meio tempo, Elihandrë acordou e se levantou em um pulo. O Goblin tirou uma foto de seu rosto, e pulou a janela. Eles se entreolharam, e sem pensar duas vezes, Eli se trancou no banheiro, colocando suas roupas.

-Eli?! – Disse Varian batendo na porta – Eli?!!

-Saia, Wrynn! – Gritou abrindo a porta – Foi ótimo passar a noite com você! Adeus!

E correu com ele tentando persegui-la, mas logo montou em seu Stormsaber e desapareceu por entre as árvores, como boa Night Elf que era.

**

Entardecia, e Stormwind estava caótica. As fangirls davam entrevistas, e todos tentavam deduzir algo sobre “A fogosa prostituta de Stormwind!”.

Com uma coragem absurda e com um admirável orgulho, Elihandrë entrou em Stormwind, apenas para buscar suas coisas. Todos a encararam apreensivos, e pela primeira vez, Elihandrë liberou sua ira fora de um campo de batalha. Era compreensível, apenas pelo seu olhar, o porquê de ter um score tão alto.

-Você. – Ela apontou para o padeiro, que sussurrava coisas a outro homem – De nada. Não foi nada ter resgatado sua filha dos Defias. Você. – Ela apontou a velha Ol’Emma – De nada, não foi nada ter matado todos aqueles ladrões por causa da sua vingança, e não minha. Você. – Apontou para o Goblin jornaleiro – Não foi nada ter recuperado a água de sua cidade natal, Gadzetzan. E todos vocês! – Urrou, calando-os todos e levantando a blusa na altura da barriga, mostrando a cicatriz no estômago – Ter salvado vosso príncipe não foi o suficiente para ganhar seu admirável respeito?! NÃO FOI O SUFICIENTE?!

Star, que tentava parar a multidão, deixou uma lágrima escorrer. Era muitíssimo raro vê-la chorar. E ver Elihandrë, sua irmã, sofrendo aquela humilhação de cabeça erguida doía em sua alma. Sem pensar muito bem, ela chutou a cabeça da fan-girl e começou a bater palmas.

O Goblin começou a tirar fotos novamente, e Elihandrë disse o que poucos ouviram:

-Não sou uma prostituta. Eu... Eu nunca... – E suspirou, rumando ao keep, uma bolha de ar se formando ao seu redor. Tinha que pegar seus pets e o resto de suas armas. E depois desaparecer de Stormwind, para nunca mais voltar.

Mal entrou no keep e pode ver Varian Wrynn rodeado de conselheiros. Olhou-o tristemente, e fez algo que ele realmente desgostava: Reverenciou-o e se ajoelhou, e este gesto tinha todo um significado. “Não somos mais iguais. Não posso mais ficar com você.”

A raiva brotou mais uma vez de seu ser. Toda aquela experiência só lhe dizia uma coisa: Ele amava Elihandrë mais do que qualquer coisa. Seu amor era tão profundo, que chegava a se igualar ao do filho.

Só havia uma forma de poupar Elihandrë.

E então, levantou-a bruscamente e puxou-a pelo braço, o rosto torcido de raiva. Elihandrë o fitava confusa. Pararam na frente do keep.

-Povo de Stormwind! Seu rei vos fala! – E fitou cada rosto curioso em frente ao keep – Muito se fala, mas pouco se sabe sobre a verdade! Chamam-na de prostituta, quando mal sabem os motivos que a trouxeram até mim. Mal sabem que quase definhou após salvar meu filho, e mal sabem que... – E então virou se para Elihandrë, triunfante –... Que eu a amo! – E quase que como prova, beijou-a na frente de todos, provocando urros de aprovação e até mesmo choro.


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Notas finais do capítulo

Aeeee pooovo... Tem bastante gente que lê e não comenta... Poxa, é vacilo comigo! POOOOOOR FAVOOR, o botãozinho aí em baixo não é botão de choque! Comentem e me façam felizes! Quanto mais comentários, mais rápido eu escrevo e atualizo!
De qualquer forma, obrigado pela atenção (:



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