Brisa da Tempestade escrita por Isabela_Ulian


Capítulo 7
Capítulo 6 - Muradin, o sábio


Notas iniciais do capítulo

Ok gente... Só para esclarecer, Muradin é o rei dos Dwarves. Ok? Mil vezes perdão pelo atraso, estou em época de provas finais (típica desculpa :x) e tenho que estudar.
E, de qualquer forma, também estou passando a limpo um manuscrito beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem longo...
Anyway, espero que gostem (:



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-Capítulo VI- Muradin, o sábio.

Wrynn virou mais uma caneca de Ale. Já se faziam algumas semanas desde o ocorrido, e ele mal via Elihandrë, muito menos, falava com ela. Continuava morando no keep apenas por insistência de Star.

-... E então, ela foi salvar o boar dentro da caverna, mas ele guinchou muito alto, e fez a neve cair e prender a gente lá dentro. Mas aí ela fez uma parede de fogo perto da neve, pra ajudar a gente a sair...

-Mas como infernos ela fez uma parede de fogo?! – Perguntou Muradin pedindo mais Ale.

-Ela tinha óleo na bolsa... Só agora eu acredito que tem de tudo em bolsa de mulher! Mas, lá dentro, eu comecei a ficar nervoso... E eu resmunguei algo sobre querer estar de volta a Crimson Ring.

Muradin revirou os olhos. Sempre era assim que uma briga começava.

Wrynn bebeu mais Ale.

-Aí ela me disse que já esteve em Crimson Ring!

Muradin cuspiu o Ale, assustado, logo se arrependendo. Era um excelente Ale.

-Como assim?! – Perguntou Muradin – Ela tem a pele lisa!

-Calma, me deixa terminar! – Rosnou Varian, sentindo-se cada vez mais nervoso – Eu disse que não acreditava, e ela foi ficando cada vez mais nervosa. Aí ela disse “Então você quer comparar cicatrizes?!” aí ela tirou a blusa.

-Wooow! Rolou sexo selvagem na caverna?

Varian o cortou com o olhar.

-Não. E ela estava de sutiã.

-Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah – Muradin fez uma cara desapontada.

-E então... – Ele engoliu seco – Cara, eu nunca imaginei que poderiam fazer isso com alguém...

-O que?

-Ela me contou que para fugir de Crimson Ring... Ela precisou se fingir de morta... Mas que eles sabiam que ela estava não morta... E quando eu vi as marcas nas costas dela...

Sentiria um arrepio, se não fosse Lo’Gosh. Era horripilante... Ele não podia imaginar alguém como Elihandrë tomando aquelas pancadas... Não era natural...

Na verdade, Elihandrë parecia tão... Frágil e delicada que ele não conseguia imaginá-la em uma batalha. Mal podia acreditar que lutou na batalha do keep e salvou seu filho.

-Cara, ela parece uma mocinha indefesa... – Disse Muradin.

-É... Parece uma dama que não sabe a definição de “Arma”... – Varian suspirou – Cara, eu nunca conheci um mulherão que nem aquele...

Foi a vez de Muradin suspirar – Você já foi casado, Varian.

-Eu sei – Varian fechou a cara – Eu me lembro de ter sido casado. Mas... Eu não me lembro de ter me apaixonado por ela... Eu não me lembro dos sentimentos, eu me lembro apenas das lembranças. Como se eu visse tudo em terceira pessoa... Entende? Eu aprendi a amar meu filho, não há como eu não fazê-lo. Aprendi a respeitar minha esposa morta, mas tudo foi uma questão de aprendizado. Não uma questão de sentir de verdade... Apesar de que o que sinto pelo meu filho é muito forte... Está marcado em minha mente... Entende?

Muradin fez que sim com a cabeça.

-Você não se lembra muito bem de Tiffin porque nunca a viu em sua nova vida. E também, os laços entre vocês não são sanguíneos...

-Cara, eu não sinto nada por ela! – Urrou Wrynn, agora revoltado – Que saco! Isso significa que eu nunca vou poder ter relacionamentos com outras mulheres!?

-Mesmo assim, toda a Alliance acredita que você ainda a ama, mas que sente muita dor para falar sobre ela.

Varian revirou os olhos – Talvez se os jornais não inventassem tanta coisa.

Então a ficha caiu.

-Ei Varian! – Disse Muradin com um sorriso maroto – Você estava falando da Elihandrë desde que você chegou... Ficou todo preocupado com a ideia de ela ter ficado brava com você...

-Sim...?

-E agora fala em ter relacionamentos com outras mulheres? – Muradin ficou em pé e colocou a mão na cintura.

Varian levantou-se, em um pulo – Não! Seria impossível! Qual é, o que eu tenho a ver com a Eli?

-Eli?

-... Handrë... – Murmurou Wrynn.

-Já tá chamando ela de Eli? Eu iria mais devagar, cara! Ela ainda te chama de “Meu rei” “Senhor” e “Wrynn”.

-Isso não tem nada a ver! É normal usar apelidos...

Muradin revirou os olhos mais uma vez. Wrynn era um rei muito sábio, mas absurdamente obtuso quando se tratava de seus próprios sentimentos.

-Varian, venha aqui. – ele se abaixou – Mais. – Varian, abaixado, encarava Muradin nos olhos.

PÁ!

-Ai! – Disse Varian massageando o rosto avermelhado – Por que você me deu um tapa?!

-Porra cara! É muito difícil perceber?! Você tá querendo a Elihandrë!

-Mas...

-Mas uma ova! Quando foi a última vez que você chegou perto de uma mulher?! Hein? Quer viver em um celibato eterno?! Quer se isolar pra sempre?!

Wrynn encarava Bronzebeard estupefato.

-Você... Você está certo...

-Eu sei!

Wrynn começou a ter certeza do que sentia por Elihandrë. Mas logo, uma voz em sua mente, lhe disse que a conhecia há pouco tempo.

-Mas... Mas eu a conheço faz algumas semanas!

-E...?

-E não faz sentido que eu sinta algo por ela tão cedo!

-Varian Wrynn! Por favor, aprenda a ser um pouco mais impulsivo! Vá atrás dela, eu estou mandando! Se você não estiver sentindo nada mesmo, o que tem a perder?

Varian então decidiu – É isso! Eu vou falar com ela! Eu vou pedir desculpas!

-Ééé! – Gritou Muradin concordando.

-Aí eu vou dizer que eu gosto dela!

-Ééé!

-Mas que não tenho muita certeza...

-Ééé... Que?!

Muradin suspirou. Ele tinha muito que aprender.

**

Enquanto isso, Elihandrë corria por Stranglethorn, voltando de uma missão especial. Estava absurdamente cansada, e quase optou por dormir em um Inn de Booty Bay, mas quando viu que teria que dividir o quarto com um Troll bêbado e fedendo a rum, optou por voltar a Stormwind.

Corria no meio da floresta, quando percebeu que a ferida em sua perna abrira, fazendo com que o sangue escorresse. Isso fazia com que ela tivesse mais pressa... Mas não se preocupava, quando parasse no acampamento rebelde, fecharia novamente a ferida com sua última bandagem.

Continuava trotando, quando ouviu rosnados e uma presa debatendo-se. Antes que pudesse realmente procurar pela vítima, viu um Orc sendo atacado por uma pantera.

Sem pensar duas vezes, lançou uma flecha na pantera, matando-a rapidamente.

O Orc a encarou estático, mas, depois de um tempo, Eli o entregou sua última bandagem. O Orc reverenciou, montou eu seu lobo, e sumiu.

**

Elihandrë finalmente chegara a Stormwind, lá pelas duas da madrugada, a ferida já aberta há um bom tempo, e rudemente fechada com um pedaço de sua blusa.

-Meninas! – Disse uma voz – É ela!!!

Elihandrë virou-se quando viu nove garotas. Todas elas eram altas, louras, anoréxicas e usavam um tabbard rosa berrante com os dizeres “CLUBE DO VT”. Só havia uma exceção, uma garota bem gordinha de cabelos marrons cortados no queixo, usando aparelho (N/A: Okok, boiei, mas não resisti) em sua cabeça inteira. Havia também um garoto... Ou talvez um garoto que quisesse ser uma garota.

-Ahn?

-Sua vaca! – Disse uma delas se aproximando com uma maça. Elihandrë logo percebeu que ela não sabia lutar, pela forma que segurava a arma.

-Que? Que porra é essa? – Perguntou desviando da investida – Quem são vocês?

-Somos as fabulosas membras da guild “Clube do Varianito Tesão.”

-WTF?!

-Você declarou guerra conosco, draga! – Disse o garoto que queria ser garota.

-Ééééé! – Disse a outra loura, com outra maça – Morra! As únicas mulheres que podem se aproximar do Varianito é nóis, sua vadia de cabelo ruim!

-Uuuuui! Humilho amiga! – Disseram as outras em palminhas.

“Não, eu não estou perdendo meu tempo com elas!” pensou Elihandrë.

-Esperem sexyes! – Disse a líder da guild, uma loira malhada – Vamos fazer um julgamento, e ver se ela merece mesmo morrer!

-Éééééé! – Disseram em coro.

-Eu começo! – Disse o traveco – Você dorme com o Varianito?

-Porra! Que tipo de pergunta é essa?!

-Você dorme com ele, puta pobre?

-É claro que não!

-Aaaaah sim! Você mora com ele! Como se você fosse resistir aquela bundinha branca e lindaaaaaaaaa.

-Vocês nunca viram a bunda dele pra saber se é branca... E meu, cansei de perder meu tempo com vo- -

-ELA JÁ VIU A BUNDA DO VARIANITO! PEGUEM BEECHAS! – Disse a líder.

“Será que Wrynn vai ficar muito puto se eu matá-las?” Elihandrë logo supôs que sim... E restou apenas correr.

-Pega, pega! – Incitou a líder.

Elihandrë viu que o machucado começara a sangrar, e para fugir de uma vez, pulou no córrego de Stormwind, manchando a água com sangue.

Elihandrë nadou, e nadou, e quando subiu para respirar, percebeu que as fangirls não estavam mais lá. Com certa dificuldade, levantou para sair do córrego, mas acabou caindo de volta.

Antes que pudesse tentar de novo, um par de braços segurou-a fortemente pelos cotovelos e a puxou.

-S-senhor... – Murmurou Elihandrë percebendo que era Wrynn.

-Você está... – Então ele viu a mancha de sangue na calça de Eli, e sem perguntar, subiu-a.

Elihandrë surpreendeu-se quando viu que o corte tinha aumentado, e que estava do tamanho de uma bola de futebol.

-Quem fez isto?! – Perguntou – Foram elas?!

-Não... Já estava assim... Foi um pequeno acidente em Stranglethorn...

-Pequeno?! – Para sua surpresa, Wrynn pegou-a no colo e montou em sua mount real.

-O que você está fazendo?!

-Você não está em condições de andar. O keep está trancado, e a Cathedral Square está fechada. Vou cuidar disto eu mesmo.

**

Algum tempo depois, estavam em uma casa – que Elihandrë julgava abandonada – em Goldshire. Lá, Wrynn mostrou-lhe o banheiro e lhe deu uma bandagem, para cuidar da ferida.

Tomou um banho quente e tentou dar um jeito na ferida. Não teve muito êxito, e saiu do banheiro mancando, vestindo uma blusa de Wrynn, que ia até seus joelhos. Suas roupas estavam estendidas no banheiro, secando.

-Deixe-me ver isso. – Disse Wrynn.

Eli sentou-se em uma mesinha e levantou a blusa um pouco, mostrando a bandagem manchada na coxa. Cuidadosamente, Wrynn desenrolou-a e observou.

-Porra Elihandrë! Como você fez isso?!

-Eu... Eu fui atacada por um tigre e depois caí numa pedra. A ferida foi abrindo enquanto eu cavalgava para cá.

Wrynn suspirou. – Ok, precisamos manter isso fechado por um tempo. – Então, ele tirou as luvas metálicas e pegou um rolo de algodão. Primeiro, enrolou com o algodão, depois com uma tala, e por último com uma bandagem de linen.

Elihandrë corou absurdamente e puxou a blusa para baixo.

Subitamente, Wrynn lembrou-se das palavras de Bronzebeard.

“Mas uma ova! Quando foi a última vez que você chegou perto de uma mulher?! Hein? Quer viver em um celibato eterno?! Quer se isolar pra sempre?!”

-Ahn... Elihandrë...

Elihandrë murmurou um ‘que’ bem baixo e esperou.

-Erm... Desculpe-me por... Aquele dia na caverna... – Disse baixinho.

-Tudo bem... – Murmurou assustada – Eu... Eu entendo que seja difícil de acreditar nessas coisas...

-É... – Então a curiosidade predominou – Como você agüentou a dor parada?

-Eu não sei direito... – Disse – Acho que esse é um dos meus naipes. Consigo agüentar dor física...

Varian levantou-se e tocou as costas de Elihandrë, sentindo através da camisa a elevação das cicatrizes.

-São bem profundas, Eli...

Elihandrë corou ainda mais quando ele disse seu apelido.

Wrynn ouviu mais uma vez a voz de Muradin.

“Varian Wrynn! Por favor, aprenda a ser um pouco mais impulsivo! Vá atrás dela, eu estou mandando! Se você não estiver sentindo nada mesmo, o que tem a perder?”

Impulsivo...

Wrynn encarou bem fundo os olhos de Elihandrë, e cada vez mais, ela se perguntava o porquê de ele estar agindo tão estranhamente.

-Eu não quero ser alguém como Hooker. – Disse, respirando fundo para juntar coragem.

Era mais fácil estar em um campo de batalha. Era mil vezes preferível a ansiedade de lutar contra alguém como Thrall do que perguntar algo assim para Elihandrë.

-Então... Eu vou te pedir permissão... – Murmurou.

O coração de Elihandrë disparou ao fitar aqueles profundos olhos negros, e o palpite em seu peito parecia aumentar cada vez mais.

-Posso... Eu posso te beijar?

O choque passou pelo corpo inteiro de Elihandrë, como uma corrente elétrica. E tudo que ela pode fazer, foi um ‘sim’ com a cabeça.

Então, como se tocasse uma peça de cristal quebradiço, ele segurou o rosto de Eli com ambas às mãos, e desenhou círculos em seu maxilar com os dedões. Ela fechou os olhos, quando seus dedos passaram por sua nuca e se enroscaram em seus cabelos. Delicadamente, ele puxou seu rosto para frente, e fechou os olhos deixando seu nariz roçar o de Elihandrë por alguns momentos, até ser ousado o suficiente para encostar seus lábios nos dela. Uma quentura se espalhou por todo o seu corpo e ela abriu passagem. Seus lábios se encaixaram perfeitamente, e ela se entregou naquele beijo perfeito, passando seus braços pelo pescoço de Varian e juntando-se mais ainda a ele.

E ficaram daquela forma, por algum tempo, até cortarem o beijo, arfando.

-A partir de hoje... – Murmurou Wrynn – Você está proibida de me chamar de senhor, Wrynn, ou ‘meu rei’.

Elihandrë riu baixo quando o cansaço de um dia inteiro bateu em seu corpo.

-Quer dormir? – Perguntou Varian perceptivo.

-Seria agradável... – Sussurrou, e ele a levou a uma pequena cama de solteiro, onde se jogou direto, enfiando-se por baixo dos lençóis – E você?

-Posso dormir no chão mesmo. – Disse dando de ombros.

Elihandrë revirou os olhos, percebendo o erro que cometera.

-Sabe, nem estou com sono...

Varian riu – Você mente muito mal. Sério, pode dormir aí, já dormi em lugares bem piores do que no chão.

-Não! A casa é sua, pode ficar pra você.

-Não. Eu insisto.

-Bom, eu vou dormir no chão. Se você quiser a cama, é só ir. – Elihandrë jogou o travesseiro no assoalho do casebre abandonado e se enroscou.

Antes que Varian pudesse argumentar, ela já dormia profundamente.

Ele deixou escapar uma risada e também dormiu no chão. Ele nunca iria ceder.

**

Enquanto isso, em um Inn de Ironforge, Shootingstar e Muradin morriam de tanto gargalhar.

-Ei cara! – Disse Star, entre risos – Você acha que vai dar certo?

-A Eli é um tesão, mina! Acho que já deu certo! Mas, se não tiver dado certo, eu vou ter certeza que o Varianito é viado.

Star gargalhou alto.

-É... E se a Eli não tiver pegado ele... Vou ter certeza que ela é lésbica!

Viraram mais Ale e riram juntos, para depois dançarem em cima da mesa.


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Notas finais do capítulo

Mereço Rewiews?
Alias, vocês devem estar se perguntando o que é essa casa infeliz em Goldshire. Acontece que ser rei as vezes é um saco, e o nosso amado Varianito precisa descansar de vez em quando. Por isso, a casa escondida. Ninguém sabe onde fica, e ninguém o incomoda quando ele está lá (:
Obrigado a minha LINDA beta, Mary, a Korean que está acompanhando a fic e a Mizz3, que comenta sempre que possível (:
Obrigado por tudo!



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