Brisa da Tempestade escrita por Isabela_Ulian


Capítulo 4
Capítulo 3 - Caça aos Murlocks


Notas iniciais do capítulo

Okok gente... Em primeiro lugar MILHÕES de desculpas pelo atraso :x. Meu computador, LITERALMENTE explodiu durante um apagão :s
Mas, mesmo assim, não aguento ficar muito tempo longe da fic, então reescrevi o cap. 3...
Espero que gostem, e obrigado pela atenção.
(O ícone ~**~ representa um flashback, ok?)



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-Capítulo III-

Caça aos Murlocks

   Com o rosto manchado de lágrimas, Elihandrë jogava tudo que tinha na bolsa sem pensar em organizá-la. Arrumaria um depósito para colocar suas roupas... Depois. Naquele momento, tudo que Eli queria era sumir daquele keep... E nunca mais pisar naquele chão!

   Vestindo seu velho set e correndo o mais rápido que suas pernas e pets permitiam, logo estava na porta do keep, ainda guardado pelos mesmos guardas que vira de manhã. Abismada, os fitou e disse, esquecendo-se de sua fuga:

   -Ainda estão aí? Nunca descansam?

   -Os inimigos nunca descansam, Lady Elihandrë. – Disse um deles, as olheiras um tantos escondidas pelo elmo – Temos que ficar aqui até um dos guardas se habilitarem em trocar de lugar conosco.

   -Porque não fazem algum sistema de troca? Assim não ficam tão cansados... É injusto que tenham que ficar em pé aí o dia inteiro.

   Então, Elihandrë lembrou-se porque estava lá, na porta do keep. Ela sabia que se fosse embora agora, nunca mais voltaria. Ela não se permitiria.

   -Está tarde para viajar, Lady Elihandrë. – Disse o outro guarda – Espere até o amanhecer.

   Elihandrë pensou por um momento. Sentia-se muito humilhada para simplesmente voltar e dormir em seu confortável quarto. Por outro lado, ela poderia...

   -Elihandrë Moonbean! – Disse uma ofegante ShootingStar, aproximando-se – Aonde pensa que vai!?

   -Sair daqui Star. – Disse decidida – Tenho certeza que, depois do que aconteceu hoje, serei lembrada como “A selvagem mal educada!”

   -Com certeza, não vai. – Disse – Não neste jantar, pelo menos! – Star sorriu malignamente – O seu rum era bem forte. Depois que foi servido, o Bronzebeard se animou, e bebeu todo! (NA: Dwarves >.>) Nem deu pro Varian experimentar direito... Ou seja, depois que ele ficou bêbado, todos foram ficando, aos poucos. E então, o show: Minha prima vomitou em cima do prato... Do Varian!

   Elihandrë abriu a boca, pasma.

   -E o melhor de tudo... Varian estava sóbrio. – Levantou o indicador, fazendo o número um – Um, ele sabia que você foi agarrada pelo senhor Hooker. Dois, – Levantou o segundo dedo – Você não fez nada de propósito. Três, minha prima ficava se jogando pra cima dele, e ele estava ficando nervoso. Quando ela vomitou no prato dele, foi o ponto final para ele perder a paciência e pedir para que ela se retirasse.

   Em silencio, Elihandrë pensava. Fora um jantar bem... Agitado.

   -Ah, e você devia pedir desculpar por ter fugido daquela forma. – Disse revirando os olhos – Você estava perfeita, se não tivesse corrido daquela forma...

   Elihandrë corou. De certa forma, fora estúpida. Era fato que a queriam ali. E... Bem, ela não tinha onde ficar.

   Mas não era apenas isto... De certa forma, ela não queria substituir sua antiga casa...

~**~

   Medo, gritos e o tinir de espadas. A pequena Elihandrë chorava em silencio, escondida dentro de seu armário.

   -Allaïs! – Gritou seu pai­ – Elihandrë! – Ele abriu o armário e, nervoso, beijou sua testa – Eu te amo filha. Amo-te muito. Não se esqueça disso.

   -Eu... Eu também te amo papai... O que está acontecendo?

   Mas não era preciso perguntar. Mesmo não entendo, Elihandrë conhecia a guerra.

   -Allaïs, cuide de Elihandrë. Entendeu?

   Allaïs ronronou com um inteligente olhar sério.

   Então, Elihandrë viu seu pai pela última vez, correndo em direção as florestas, defender Ashenvale.

   -Vamos, Eli. – Disse sua mãe, assumindo a forma de um urso – Vou levar-lhe a um lugar seguro.

   E subiu nas costas de sua mãe, vendo de relance o machado de seu pai manchado de carmim... Ela não pode deixar de sentir certo enjoo ao ver tanto sangue... Ela odiava o sangue, a dor.

   Foi deixada junto a uma caçadora, que a acolheu, mas por pouco tempo. Sua mãe repetira as mesmas palavras de seu pai, e Elihandrë sentiu aquele horrível pressentimento.

   Algumas horas depois, uma sentinela tomou sua mão e a levou para o hipogrifo, dando-lhe uma moeda de ouro e um pouco de comida.

   -Onde estão meus pais?

   -Eles... Bem, eles... – A sentinela suspirou, e Elihandrë sentiu o chão abrir sob seu pequeno corpo. Allaïs baixou a cabeça, e logo a pequena elfa compreendeu. As lágrimas escorreram por seu pequenino rosto, e ela correu como nunca tinha corrido, até sua casa.

   Só podia ser mentira, uma horrível brincadeira de mau-gosto.

   E parou, assustada, quando viu o que restou de sua casa. Um monte de madeira carbonizada desfazendo-se com a mínima brisa.

   Por alguns instantes, apenas observou a mórbida construção, quando resolveu entrar. Talvez seus pais estivessem lá dentro, tentando sair.

   Mas não havia nada, além das velhas botas de seus pais e o kit de costura de sua mãe. As botas que ele nunca tirava de seus pés. Sentiu uma forte vertigem ao imaginar que parte das cinzas daquela construção poderiam ser os corpos carbonizados de seus pais.

~**~

   Elihandrë dizia que era por falta de dinheiro... Mas não era de todo verdade. Ela não queria que sua antiga casa se tornasse apenas uma fantasmagórica construção em Ashenvale. Ela queria ainda ter as lembranças em sua mente, ela queria que ainda houvesse certo valor... Afinal, fora seu lar... E o que seria o keep de Stormwind? Um luxuoso Inn, apenas para se dormir e comer, onde não precisaria pagar? Em sua mente, ela acabaria substituindo sua velha casa...

   -Você está certa Star... Eu devo ficar aqui... Pelo menos as noites de descanso.

   Star abriu um enorme sorriso – Nunca disse nada tão inteligente!

**

   Vestindo um simples vestido azul, Elihandrë entrou na biblioteca de Stormwind, sabendo que Wrynn estava ali. Ela a perfeita oportunidade para se desculpar.

   -Bom dia Elihandrë! – Disse o bibliotecário, um velho conhecido – Trouxe outros Library Scripts?

   -Não hoje... – Disse abrindo um sorriso – Gostaria de saber se Lorde Wrynn está aqui...

   -Procura-me, Elihandrë? – Disse a conhecida voz as suas costas.

   Virou-se rapidamente, e o reverenciou.

   -Queria saber se me perdoa pelo que aconteceu noite passada. – Murmurou, as palavras meio que presas na garganta.

   -Você evita me olhar nos olhos. – Afirmou – Levanta teu rosto. Quero vê-la direito.

   E então, o absurdamente inesperado aconteceu.

   Em um simples movimento, Wrynn puxou-a em um forte abraço de urso. Ela parou de respirar, não apenas por surpresa, mas por que sua armadura a apertava com o dobro de força que Varian normalmente colocaria em um abraço. Antes que suas costelas protestassem, ele a soltou, e Eli ofegou.

   -Obrigado por ter salvado meu filho. – Disse, ignorando suas desculpas – Ele é tudo para mim. O que fez, poucos fariam com a falta de interesse que demonstrou.

   -M-mas... Eu não podia deixar uma criança no meio de uma batalha! – Murmurou, ficando vermelha até a raiz dos cabelos – Não há por que ag-grad-descer... – A última palavra soou meio engolida, mas saiu.

   -Olha, Anduin quer vê-la. Quer saber como está por você mesma... Amanhã, eu e Anduin vamos pescar Murlocks. (NA: Q?) Vem conosco? Não aceitarei um não como resposta.

   -Ok... – Murmurou, pasma, sem entender muito bem o que estava acontecendo.

**

   Era incrivelmente alegre assistir Anduin e Wrynn caçando Murlocks, que corriam de um lado para o outro, atordoados e assustados. Elihandrë apenas ria e observava, enquanto Wraëm brincava com o próprio rabo. Durante horas, Varian e Anduin nadaram, caçaram, correram... Até que Anduin pediu para ir brincar com os órfãos, em um vilarejo próximo ao lago.

   -Está apreciando o dia, senhorita? – Disse Varian sentando-se ao seu lado, embaixo do Carvalho. Elihandrë percebeu a presença dos guardas reais, rondando a área, tentando dar o máximo de privacidade possível.

   -Sim, faz um bom tempo que eu não paro. Colocar as ideias em ordem, pensar... – Suspirou – sempre há algo a ser feito.

   -Então somos semelhantes neste aspecto. – Disse Varian cruzando os braços – Mas gostaria de saber o que você tanto faz. Afinal, você poderia simplesmente aceitar sua nova morada e descansar.

   Elihandrë mordeu o lábio inferior, um tanto tensa.

   -Pode-se dizer que... – Escolhia as palavras com cuidado – Estive procurando algumas pessoas...

   -Hum. – Murmurou Wrynn em resposta, compreendendo o que Elihandrë queria dizer com ‘Procurando’ – Por quê? O que quer com estas pessoas?

   Elihandrë não conseguia acreditar que estava tendo aquela conversa com Varian Wrynn. Antes que admitisse que procurava vingança, segurou sua língua e apenas respondeu:

   -Tenho meus motivos para procurá-las. – Disse – Motivos não muito nobres, para ser sincera. Mas, ainda assim são válidos. – Então, encarou solenemente as orbes negras do rei de Stormwind – Prefiro não tocar no assunto.

   -Como queira. – Disse abrindo um sorriso, dando fim a conversa incômoda.

   Elihandrë sempre soubera que seus pais não haviam morrido à toa. Ela sempre soubera que houve algo a mais na morte destes. E este algo a mais eram os três orcs que a perseguiam quando estava à toa. Três orcs que carregavam a capa de seu pai, o cinto de sua mãe, e, acima de tudo, sua Staff druid.

   Talvez fosse apenas coincidência... Mas ela precisava saber o que eles faziam com aqueles objetos, onde os conseguiram, se realmente eram os assassinos, e, acima de tudo, por que a perseguiam.

   -Senhor, a noite está caindo, e não é seguro ficar aqui fora com os tantos ataques. – Disse um guarda se aproximado, e deu uma piscadela a Elihandrë. Logo reconheceu o guarda do portão.

   Wrynn suspirou pesadamente e assentiu com a cabeça, levantando-se.

   -Vou chamar Anduin. Logo estaremos no keep.

   -Se não se importar, - Disse Elihandrë levantando-se em um pulo – Tenho que buscar algumas coisas em Goldshire. Não esperem por mim acordados.

   Invocou sua montaria e pôs-se a trotar rapidamente até o pequeno vilarejo.

**

   -É muito gentil de sua parte, Elihandrë. – Disse o cozinheiro do Inn com um sorriso no rosto, aceitando a sacola – Tome cuidado! Ataques noturnos têm sido cada vez mais frequentes.

   -Sei me cuidar, senhor. De qualquer forma, obrigado pelo aviso.

   E saiu daquela velha Inn sem nem um pouco de temor. Nem se preocupou em invocar sua mount e apenas caminhou, observando as estrelas, como boa Night Elf que era. Percebeu um movimento as suas costas... Mas julgou ser apenas um esquilo. Afinal, Goldshire sempre fora muito tranquila.

   Mas, não era um esquilo, e antes que pudesse fazer qualquer coisa, um habilidoso par de dois fortes braços a prensou na árvore mais próxima, e as frias mãos daquele homem envolto por uma negra capa prendiam as mãos de Elihandrë imobilizando-a por completo.

   -Quem é você!? – Rosnou Elihandrë tentando alcançar seu machado, mas ficando cada vez mais presa e apertada no mínimo espaço que lhe era concedido.

   -Não me reconhece, Eli. – Disse o homem, a voz grave ressonando por baixo da capa que escondia seu rosto.

   Elihandrë pensou bem. Se o homem a quisesse morta, já teria morrido... Mas algo naquelas frias mãos a fazia lembrar-se de alguém.

   O homem riu sadicamente com as tentativas inúteis de fuga de Elihandrë, e, como se cansado de brincar, abaixou sua capa com um movimento de sua cabeça.

   A pele absurdamente pálida, o belo rosto alto-élfico e o sorriso maroto nos lábios perfeitos. Mas não era sua beleza estonteante o que fez Elihandrë reconhecê-lo de cara, mas seus assustadores olhos azuis-elétricos.

   -Angel! – Arfou.

   O Blood Elf Death Knight riu mais uma vez e abaixou-se, forçando Elihandrë a beijar-lhe.


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Notas finais do capítulo

Obrigado principalmente a Korean e a Mizzz³ por acompanharem a fic. Só Kami-Sama sabe como eu gosto de saber que tem gente acompanhando (:



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