Brisa da Tempestade escrita por Isabela_Ulian


Capítulo 3
Capítulo 2 - Jantar


Notas iniciais do capítulo

Desculpa o atraso... É um capítulo um pouco maior que os outros... Espero que gostem (:



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-Capítulo II-

O Jantar

Elihandrë não parava de se perguntar... O que usar? Como se portar? Onde se sentar? Ela era educada, sim, de fato era. Mas como se portaria em frente a toda uma corte? Como agiria de uma forma discreta, que não fosse muito notada, mas ao mesmo tempo requintada?

-O que eu faço, Allaïs! - Disse Elihandrë mexendo em sua bolsa, procurando um bom vestido para usar - Não posso recusar um convite vindo do rei!

Para a sorte de Elihandrë, ShootingStar entrou no quarto, um tanto tensa.

-Olha o que você fez, Star! - Gritou Elihandrë - Eu vou ser motivo de chacota por milênios!

Star a encarou seriamente, e respondeu.

-Ninguém ousará dizer que você está deselegante depois do que eu fizer com você! - Disse Star - Eu sei o que faço! Você confia em mim?

Elihandrë pensou por alguns momentos, mas, por fim, lembrou-se de tudo que Star fizera por ela, e que as coisas que, no começo pareciam ruins, sempre davam certo no final. Suspirou pesadamente e respondeu:

-Sim.

-Excelente! -Disse - Deixe-me ver o que você tem de roupa aí!

Star tirou as roupas da mala de Elihandrë, ela já deduzira que esta teria uma crise de pânico e tentaria ir embora. Fitou por alguns momentos os poucos vestidos e disse:

-Querida, você precisa urgentemente de um banho de loja! Ok, ok, use este! - Star jogou-lhe um vestido roxo e azul, trabalhado com bordados. Elihandrë o vestiu - Agora se sente e preste atenção enquanto eu faço o seu cabelo e maquiagem.

Elihandrë obedeceu enquanto Star mexia, penteava, arrumava, desarrumava...

-Em primeiro lugar, a recepção: É gentil levar algum presente para os anfitriões... Neste caso, Varian.

-Que tipo de presente?

-Ah, sei lá... Só uma lembrança. Levar flores vai ser meio gay, bom-bons vai parecer que você está dando em cima dele... Eu acho que você devia levar alguma bebida. Tem alguma coisa do gênero?

-Eu tenho rum.

-Onde você conseguiu?

-Comprei em um bar de Booty Bay. - Respondeu fechando os olhos.

-Está fechado e lacrado?

-Sim.

-Ótimo. Espero que seja de boa qualidade e... Ei, Eli, porque você carrega rum por aí?

-Porque você está namorando o Tank? - Retrucou.

-Touché!

Tank era o namorado de ShootingStar. Nem Elihandrë ou Shumuri gostavam dele. Ele era, às vezes, grosso e zombava com os mais fracos. Sempre implicava com Shumuri e, se Elihandrë não impunha respeito ou se estivesse para baixo, ele começava com piadinhas de mau-gosto e zombarias sujas. Ainda assim, Star namorava com este, meio que impulsionada. Star tinha que se casar para conseguir o trono, e Tank era o único que sua família aceitava.

-Bem, a primeira coisa que deve fazer quando se sentar é colocar o guardanapo no colo. Se precisar sair durante o jantar, coloque o guardanapo à esquerda do prato, sem dobrá-lo. Varian com certeza irá brindar, então, só beba depois do brinde, e durante este, levante o copo segurando-o pela haste! Nunca apóie os cotovelos na mesa! Só comece a comer depois que Varian tenha levado o garfo à boca. A ordem dos talheres, na hora das refeições, é de fora para dentro. Quando quiser indicar que vai continuar a comer, coloque os talheres abertos no prato, e quando quiser indicar que vai parar com o prato, e esperar o próximo, coloque-os paralelos no prato. Quando receber os pratos, não diga nada, mas se quiser recusá-los, apenas diga: "Não, obrigado". É démodé desejar bom apetite antes de iniciar a refeição. Elogie discretamente a comida, mas não todos os pratos! Não chupe a sopa, e beba-a pela lateral da colher. Quando Varian colocar o guardanapo sobre a mesa, pare de comer! Se ainda estiver com fome, coma alguma coisa depois!

Elihandrë tentou memorizar todas aquelas regras, sem muito sucesso. Mas estava um pouco mais calma, com alguma ideia do que fazer. Star passou apenas uma sombra fraca e um brilho em seus lábios que já eram rubros.

-Outra coisa, muito importante! - Disse - Em situação alguma, ajoelhe-se ou coloque-se abaixo dos nobres! Alguns gostam que o reverenciemos, mas outros, como eu, não gostam. E, de qualquer forma, você não é mais uma plebéia; não se esqueça o que a League Of Arathor lhe disse! Se em algum momento, a reverência seja realmente necessária, eu lhe falarei.

Os saltos altos completaram e ela levantou-se um pouco nervosa, o cabelo preso em um coque alto, com alguns fios escapando na nuca e no rosto.

-Vou me trocar, agüenta firme! - Disse, e Star voltou em menos de cinco minutos, pronta e deslumbrante. (NA: Ui!) - Vamos?

E foram levadas por um valete até uma antecâmara, onde os membros da corte aguardavam a chegada de Varian Wrynn. Star fazia questão de apresentar Elihandrë para vários nobres, que a fitavam curiosa e avaliadoramente. Um, em particular, se mostrou absurdamente interessado em conhecer Elihandrë melhor. Seu nome era Jack Hooker, capitão do navio Wood Maiden.

-Será que eu já a vi por Booty Bay? Ou talvez por Ratchet? - Perguntava lhe servindo licor.

-Talvez... - Disse bebericando do pequeno copo - Passo a maior parte do meu tempo em Gadzetzan, em Booty Bay e em Fellwood. Deve ter me visto pegando o barco ou fazendo a conexão dos hipogrifos para Gadzetzan...

-Talvez... É difícil não se esquecer de uma elfa tão bela quanto você.

Elihandrë corou naquele mesmo momento, e riu, para quebrar a tensão daquele momento.

-Com licença... - Disse - Estarei muitíssimo interessada em ouvir suas histórias no mar, mas, no momento, ShootingStar chama-me.

E caminhou tensa, mas lisonjeada, até Star, que bebia alegremente ao lado de Bronzebeard, rei dos Dwarves.

-Milord... - Sussurrou antes de fitar ShootingStar sugestivamente.

-Milady. - Disse Bronzebeard beijando a mão de Elihandrë e fazendo uma mesura. Sua barba roçou asperamente sua mão, e Eli não pode deixar de sorrir ao ver aquele simpático homem.

-Caminhe comigo, Elihandrë - Disse Star tomando o braço de Eli e andando pelo salão - Vi que estava conversando com o Hooker. Tenha cuidado com ele. Tem fama de ser galanteador, mas desonesto, e...

Mas Star foi interrompida por um pigarro alto no extremo do salão. Lá estava Varian Wrynn, vestido sua usual armadura. Talvez estivesse apenas um pouco mais lustrada...

-Ok, agora você reverencia... - Disse Star, fazendo uma reverência formal.

E assim fizeram todos da sala, simultaneamente.

**

Elihandrë estava em pé, ao lado da porta, esperando que fosse convidada a se sentar. E assim ficou por algum tempo, esperando. Até que, para sua surpresa, o próprio Rei de Stormwind indicou um lugar, que era ao seu lado, em uma das extremidades da mesa. O valete lhe puxou a cadeira, e Elihandrë sentou-se.

-Fico feliz que tenha comparecido. - Disse Varian fitando avaliadoramente Elihandrë.

-Obrigado, Varian! Também fico feliz em comparecer! - A voz estridente de Nevä, prima de ShootingStar soou. Estava sentada bem a sua frente e sorrindo galanteadora para Wrynn. Star escondia o rosto entre as mãos, ao lado de Nevä, absurdamente envergonhada.

-Obrigado... - Sussurrou Eli, sabendo que Varian estava falando com ela. Wrynn sorriu educadamente.

E então, Varian levantou-se e ergueu sua taça, cheia de vinho tinto.

-À Alliance! - Disse.

Elihandrë bebeu, percebendo que se tratava do mais suave vinho vermelho que já provara.

O primeiro prato foi servido: Pão e salada. Elihandrë imitou Star, cortando e comendo o pão com as mãos, e dobrando as folhas de alface e as rodelas de tomate com uns dos garfos e facas ao redor de seu prato.

O segundo prato foi a sopa de tomate. Elihandrë lembrou-se de tomar pelas laterais.

Mas foi no terceiro prato; arroz com pimentão, que as coisas começaram a ficar interessantes.

-Você é muito bondoso, Varian. - Comentou Nevä inocentemente.

-Diga-me por que acha. - Disse sem olhar para ela.

-Oras! - Disse - Aceitando uma menininha em sua corte! Você deve estar muito feliz, não, Eli?

Elihandrë contou até cinco, e fitou intensamente os olhos maliciosos de Nevä, para responder:

-Desculpe senhorita, mas acho que não lhe dei intimidade o suficiente para me chamar de Eli.

Star teve que segurar o riso ao ver a cara da prima e rival. Ambas competiam pelo trono de Darnassus, e nenhuma gostava da outra... E Nevä odiava todos que eram amigos de Star. Inclusive, havia um prêmio de 5000 gold pela cabeça de Elihandrë. Já o preço da cabeça de Star... Era quase que inimaginável.

Elihandrë pode ver um sorrisinho escondido nos lábios de Varian, mas ele apenas voltou a comer.

Veio o quarto prato: cordeiro assado com rodelas de batatas. E Nevä não parava de falar e provocar Elihandrë.

-... E, sabe, Elihandrë, está será uma excelente oportunidade de aprender mais! Sei o quão inexperiente é, não tenha vergonha de admitir, todos fomos assim...

O garfo de Elihandrë sofria. Suas mãos o apertavam com força e o entortavam.

-... E quem sabe poderá ganhar mais batalhas? Sei que tem perdido feio em...

-Perdido? - Disse Varian, agora em seu limite - Já ouvi falar de Lady Elihandrë, Nevä. E parece que perder feio não faz parte de seu vocabulário. Qual foi mesmo seu score, milady?

-Não lembro... - Sussurrou mentindo. É claro que se lembrava.

-1600 a zero, em Arathi Basin. - Disse Star inocentemente.

-Quantas vezes? - Insistiu Wrynn.

-Algumas... - Continuou.

-Por favor, sem modéstia ou timidez! - Brincou rodando a faca entre seus dedos.

Eli suspirou antes de dizer em alto e bom tom:

-Duzentas e noventa e quatro.

O salão ficou em silêncio, e o branco rosto de Nevä se destacava. No entanto, até mesmo Varian Wrynn parecia um tanto surpreso.

-A League Of Arathor tinha me dito que era um número absurdo. Mas por esta eu não esperava. - Disse - Qual a sua tática?

-Organização. Um grupo de cinco fica ao redor dos Stables ou do Blacksmith, assim garanto uma base fixa, e os outros nove vão atrás das outras bases, que são mais mutáveis.

-Então são catorze. - Disse Varian - O décimo quinto elemento seria você, certo?

-Certo. Antes de abrir os portões, eu combino: deixo-as fazendo um alvoroço a esquerda, e vou, sozinha á direita. Capturo as bases silenciosamente, sem deixar ninguém escutar ou saber de minha presença.

-Mas os hordes não devem deixar as bases sozinhas...

-Não, de fato. - Disse Elihandrë pensativa - Consigo atacar no máximo três ao mesmo tempo. Mas se são paladinos, consigo apenas dois. Aí entra uma pequena estratégia. - Elihandrë sorriu - Tenho a habilidade de segurar a respiração por um longo tempo. Fico de baixo d'água enquanto meu pet atrai um ou outro para perto, e, de longe, o silencio com minhas flechas. Mas, se é possível, evito a matança.

Wrynn a encarava absurdamente surpreso. Ele sabia que Elihandrë era uma guerreira, mas não esperava que tivesse tanta habilidade.

-Brilhante... - Disse Wrynn - Será muitíssimo útil em Wintergrasp, quando adquirir experiência suficiente.

-Talvez...

**

O jantar terminou, e Elihandrë estava farta de tanta comida. Ficaria sem comer por um bom tempo. Estava saindo quando uma mão puxou seu braço, e logo estava de busto colado no peito do Capitão Hooker.

-Fiquei o jantar inteiro te observando, Milady. - Disse - E preciso tê-la, ou definharei.

-O que...

E os lábios do capitão a calaram. Seu beijo era caloroso, mas muito forçado e selvagem. Sem pensar duas vezes, Elihandrë deu um murro em seu rosto, fazendo-o cair sentado no chão.

-Quem você pensa que é!? - Gritou absurdamente irritada - Você realmente acha que pode sair por aí beijando as mulheres!!?

No entanto, centenas de olhos a observavam desapontados e curiosos. Entre estes, Varian Wrynn. Elihandrë corou absurdamente e virou as costas, para sair correndo, absurdamente envergonhada, sem antes ver o olhar triunfante de Nevä.


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