Sonho de Uma Noite de Inverno escrita por Angie x3


Capítulo 2
Capítulo Segundo - O Olhar


Notas iniciais do capítulo

Postei mais rápido dessa vez. Eu estou AMANDO escrevê-la.
Espero do fundo do coração que gostem!
Beijinhos e boa leitura!



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Meu cansaço físico e mental era tão absurdo na noite anterior que eu acabei por conseguir esquecer quem era Edward Cullen e bater a cabeça na cama e dormir. O que era um milagre, vamos combinar, principalmente depois do acontecido no lobby. Acho que posso dizer o mesmo sobre Alice e Rose, que jaziam desmaiadas em suas respectivas camas até quase a metade da manhã.

 

Não que eu fizesse muita questão de passeios, visitas e city tours de cidades sumariamente turísticas. Eu queria, e isso eu não conseguia deixar de transparecer, era vê-lo de novo. Me arrastei para fora da cama com um pouco de dificuldade e me vesti. Dei uma sacodida em cada uma das meninas para ver se despertavam e desci para o salão de café da manhã, sem esperar ninguém. Eu acreditava que não teria tanta sorte, mas não custava tentar.

Tá bom, tenho que admitir que a visão que invadiu meus olhos no momento em que cheguei ao salão acabou por deixar-me sem fôlego. Toda a extensão da parede lateral era coberta de vidro fazendo com que tudo lá fora parecesse um quadro. Aquele lugar era maravilhoso. A Cordilheira do Andes se erguia viril ao fundo, enquanto o extenso Lago Nauel Huapi refletia sua imagem em seu límpido espelho d'água. Em seus picos, lençois de neve branca e reluzende desciam virtuosas pelas encostas, adornando e complementando perfeitamente a imagem. O céu ainda estava rosado do amanhecer, fazendo com que eu perdesse mais alguns segundos, apenas observando. Era mágico.

Me servi e fui procurar uma mesa vazia, o mais perto da janela que eu conseguia, sem brigar com um ou outro hospede pelo assento. Eu estava absorta pela paisagem, hipnotizada. Fui despertada por uma mão quente e macia que pousou em meu ombro esquerdo.

- Posso me sentar?

Olhei para cima, para a fonte da voz, e tive que reaprender a respirar por alguns segundos. Um par de olhos verdes e profundos, brilhavam por trás das mechas de cabelo cor de bronze que pendiam, bagunçados, sobre eles, me encarando furtivamente.

- Cla-claro – eu gesticulei indicando uma cadeira a minha frente para que ele tomasse assento.

- As meninas ainda estão dormindo? - dizia enquando bebericava seu café, me olhando por sobre a xícara.

Por que, raios, ele não parava de me olhar nos olhos daquele jeito?

- Es-estão sim! - tentei forçar um sorriso e puxar a maior quantidade de ar que eu conseguia. Ok, já tinha virado palhaçada. Eu precisava gaguejar? Imbecil.

- Bom diaaaaaaaa! - ouvi um cacarejo vido da direção da porta. Não precisei nem olhar para saber que era. Alice. Maldita!

Sentaram-se sem o menor pudor e desconfiômetro em nossa mesa. À partir deste momento, o contato visual foi invevitavelmente quebrado. Percebi que suas bochechas estavam ficando coradas cada vez que percebia e desgostava a intromissão indesejada. Algumas pequenas boboletinhas começaram a querer dançar em meu estômago quando notei tal reação involuntária de seus olhos e face.

- Opa! E aí galera, levantaram cedo?! - outra voz foi direcionada à nossa mesa. Era algum tipo de complô, sem sombra de dúvida. Dois pares de olhos brilhantes (leia-se Alice e Rose) fitaram ambas beldades físicas enquanto vinham, com seus pratos adornados de montanhas de ovos, sentar-se conosco.

Edward ameaçou levantar-se quando viu sua tropa protetora se aproximando, mas desitiu quando viu uma pontinha de desespero aparecendo em meus olhos. Os três sentaram-se, lado a lado e à nossa frente, eu de frente para Edward, Alice para Jasper e Rose para Emmett. Não dúvido que tenha sido proposital, mas não reclamo. Me perco, fácil, em alguns olhares misteriosos dele. Um silêncio mortal pendeu sobre nós durante algum tempo. Apenas o som de xícaras tilintando em seus pires e respirações pôde ser ouvido.

- Er... Nós vamos fazer snowboarding hoje, lá no Cerro Catedral - Edward quebrou o silêncio -, se vocês quiserem nos acompanhar... - disse enquanto alternava o olhar de suas mãos para meus olhos. Socorro. Impressão minha ou ele quis dizer “ Se VOCÊ quiser me acompanhar...”. So-cor-ro. Limitei-me apenas a dar um olhar de consentimento.

Finalizamos nosso café no mesmo silêncio de antes, apenas até eles se levantarem e se dispidirem de nós, antes de sumirem pela grande porta do salão. Alguns olhares risonhos e apertinhos de braço rolaram por entre todas nós assim que eles saíram do campo de visão. Ah, tá bom. Não dá para não empolgar! Somos mulheres, saco!

***

 

 

- Eu tô parecendo um pinguiiiiiiiiiiiiiiiimmm – disse em um tom tão gemido que, se não fosse Alice, seria impossível traduzir.

Ok, vamos combinar. Estávamos TODAS parecendo pinguins. Ou Teletubies, como preferir. As roupas impermeáveis de Esqui e Snow não eram do tipo, digamos assim, valorizadoras. Um monte de tecido plástico com cores tão “cheguei” que, mesmo se a neve não fosse branca, ninguém nos perdia de vista. Bom, o fato era o seguinte. De duas, uma: ou perdíamos a chance de ficar o dia todo com os Irmãos Cullen, ou tentávamos ser sexy daquele jeito. Pois então, optamos pela segunda e mais vergonhosa opção. Obviamente, não por culpa de Alice.

Grande parte das pessoas que estávam hospedadas em nosso Hotel já tinha saído para seus respectivos passeios, então optamos por pegar um transporte público da cidade. O que, de fato, não era tão ruim. Percebi, logo que entrei no ônibus, uma quantidade muito grande de jovens e alguns deles com suas próprias pranchas de Snow. Realmente, cada hora aquela viagem me agradava mais.

Chegamos rapidinho ao pé da imensa montanha. Era, outra vez, uma das visões mais bonitas que eu já tinha tido na vida. O sol refletia em cada canto da neve branca que cobria toda a extensão da montanha e do pé dela. Casinhas rústicas estavam entranhadas nas mechas de cabelo branquíssimo e sedoso que parecia escorrer perfeitamente pelas beiradas. O sol ameaçando aparecer por detrás de dois picos, complementava a imagem.

- Eu quero a rosa – disse Rose, esnobe, enquanto apontava para a barraquinha de aluguel de pranchas e eu a presentiei com a minha melhor carinha de tédio.

Sem muita delonga, com exceção de Rosalie, escolhemos três pranchas de Snowboarding e nos apressamos para pegar um teleférico que nos deixasse no topo de uma das pistas mais fáceis. Não era um grande mistério para nós três, já tínhamos brincado disso algumas poucas vezes quando viajamos juntas pelo Canadá, quão difícil poderia ser?

A viagem de teleférico demorou bem mais do que eu gostaria. Apressei-me em arrumar a melhor posição para descer do carrinho com a inútil finalidade de não cair e parecer uma completa idiota. Flexionei meu joelhos e me preparei para saltar. Malditos poucos secundos dispensados à nós para o desemparque.

Fechei meus olhos, segurei a mão de alguém que a estendia na minha direção a fim de me ajudar, e saltei. Um salto estranho, pensei. Senti meu corpo pender para frente e desesperada tentei desclipar um dos meu pés da base da prancha. Inútil, como eu disse. Caí, que novidade. Por que motivo pensei que isso não iria acontecer e que eu não seria foco de dezenas de olhares?

Após o susto e tentativa de sobrevivência, estranhei. Não senti o choque duro do meu corpo contra o chão, nem o gelo frio sob minhas mãos. Ao contrário, senti meu corpo ser comprimido contra outro corpo, igualmente quente. Ato reflexo? Me levantei rapidamente, sentindo todo o sangue do meu corpo se direcionar às minhas bochechas.Tentei me recompor. Olhei em volta e não reconheci ninguém. Alice e Rosalie haviam sumido. Talvez tenham escorregado pista abaixo e perdido a cena, Amém!

Senti um corpo oscilante se levantar de debaixo de mim. Olhei para cima, buscando identificar aquele – ou aquela – que amorteceu minha queda. Senti a luz do sol me cegar. Uma cegueira branca me desorientou por alguns instantes. Novamente senti meu corpo ser apoiado por um par de braços que se fecharam a minha volta. Senti um sussurrar na base do meu ouvido e um arerpio subiu pela minha espinha.

- Você está bem?

Uma voz masculina, sedosa e desconhecida.


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Notas finais do capítulo

E ai, fofões. O que acharam?
Mereço alguns reviews?
Beijinhooos!



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