A Buscadora escrita por AelitaLear, pegoshea


Capítulo 5
Capítulo 5- Chamada




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O dia estava incrível hoje, totalmente ensolarado e sem nuvens. Foi ótimo dormir na minha cama, fazia um bom tempo que eu não deitava em um lugar confortável como esse.

O mais incrível de tudo era a forma que meus pais me tratavam. Davam tudo praticamente na minha boca, e o carinho que eles me passavam era mais do que incrível! Eu amava esses dois...

Era até um pouco triste pensar dessa forma, mas eu os amava mais do que meus próprios pais... isso me deixava triste, afinal, eu os tinha conhecido ontem, nem fazia um dia.

Algo me chamou a atenção nesse mundo de alma que agora eu vivia. Todos trabalhavam para ajudar uns aos outros, não havia ninguém que vagabundasse em casa. Não tinha salários, todos eram honestos.

Mas se todos trabalhavam, o que eu faria agora? Ontem na hora do vídeo eu vi as profissões, vi que tem várias coisas que uma alma pode fazer... se chamam chamados!

Eu poderia estudar, como antes, mas para que? Eu já não gostava de escola na época, imagina agora? Não, não, eu também ia trabalhar para manter essa sociedade justa.

- Pai, mãe! – Falei meio indecisa ao pronunciar os nomes. – Eu quero ajudar na sociedade!

Os dois me encararam com cara de espanto.

- Oh minha querida, você é nova, não precisa trabalhar ainda... – Mamãe respondeu.

Eu emburrei na hora, que história é essa de ser nova? De novo?

Logo lembrei que almas não emburravam e voltei a expressão normal.

- Mas eu queria... Quero ajudar também!

- Você tem certeza disso? Mal conhece as profissões... – Meu pai me olhou, ainda tentando fazer com que eu desistisse.

Realmente, eu não conhecia praticamente nenhuma profissão. Eu sabia mais ou menos sobre elas, como vi ontem, mas mal sabia como se comportar... não sabia o que eu gostava!

- Ter certeza, eu tenho, mas ainda não sei o que gosto... – Admiti.

- Então não precisa trabalhar! – Minha mãe sorriu.

Pensei mais um pouco, realmente não tinha nada que eu gostasse assim, muito, para realmente trabalhar.

Eu teria que achar alguma coisa para livrar minha culpa, culpa por estar com uma alma dentro de mim, culpa por viver sem pagar nada...

Se conseguisse alguma coisa que eu gostasse, que fosse boa, que me ajudasse... e os ajudasse, é claro.

Tinha algo. Meio repugnante no passado, mas que combinaria com a minha natureza humana. As únicas almas que mentiam eram os Buscadores... e se eu escolhesse ser isso?

E isso tinha algo bom, eu poderia procurar outros humanos, se eles existissem, é claro.

- Tem sim algo que gosto... Quero ser uma Buscadora!

- Você tem certeza minha querida? – Minha mãe me olhou com cara de espanto.

- Você é tão nova... já na primeira vida vai escolher algo difícil? – Papai se preocupava.

- Eu gostei de como eles agem... são importantes para a sociedade...

Era claramente uma mentira, não me importava com isso, de forma alguma. O que realmente eu queria era ver se tinha mais humanos espalhados pelo mundo. Outro motivo era que eu queria tirar a minha culpa...

Mas não podia contar para meus pais o que eu era... ou eles não iam acreditar e tirar essa alma do meu corpo para recuperá-la, ou eles iam acreditar e me matar no exato momento... morte na certa!

- Não podemos te impedir... mas gostaríamos que pensasse melhor... – mamãe falou, ainda preocupada.

- Eu já tomei minha decisão. – Tentei sorrir. – Eu serei uma Buscadora!

Eles assentiram, por mais que deu para ver que não era bem isso que eles queriam para mim. Se eles soubessem como isso era importante... não, eles não poderiam saber de forma alguma!

Tudo certo, agora eu seria uma Buscadora! Mas tinha uma questão que eu não entendia: como funcionava o alistamento? Eu podia ir lá e dizer que eu queria ser uma Buscadora? Apenas isso? Ou teria que esperar um treinamento... esperar abrir vagas de emprego? 

- Como funciona para virar uma Buscadora? – Perguntei, tinha sorte dessa alma que eu carregava ser nova em tudo.

- Eu não sei ao certo, mas acho que você tem que ir até um posto e se apresentar... – Foi meu pai que disse. – Você quer mesmo isso?

- Sim, eu quero, estou preparada! – Tentei sorrir e demonstrar convicção.

Logo após, meu pais saíram para o trabalho. Minha mãe era cozinheira de um restaurante, e meu pai trabalhava em uma loja de conveniências. Trabalhos bem fáceis se comparar ao meu.

Fui para o meu quarto me aprontar para me alistar. Precisava usar uma roupa melhor do que eu já usava, algo social. Será que minhas coisas ainda estavam no perfeito estado que as deixei?

Abri meu armário e tudo estava da mesma forma, eles não tocaram em nada. Procurei entre minhas roupas algo confortável, mas bem bonito e apresentável. Achei uma camiseta e uma calça preta de corte reto, essa era a roupa ideal para se usar com sapatos baixos.

Antes de sair de casa, tive uma idéia um pouco boba, mas que poderia me ajudar. Era engraçado, por mais que eu fosse uma humana, eu não era uma excelente mentirosa, e com toda a certeza para ser uma Buscadora eu precisava dominar essa arte.

Precisava treinar as minhas mentiras. Fui para um espelho que estava próximo e comecei a falar coisas sem sentido, sempre mentindo. Descobri que a melhor maneira de fazê-lo, era mentir para si mesmo. Treinei algumas falas prontas, caso necessite.

Respirei fundo e sai de casa, sem trancar nada. Onde eu iria encontrar um posto “policial”? Ou posto de Buscador, se fizer maio sentido...

Pensei que tinha visto um ontem, antes de chegar aqui... talvez tivesse algum aqui perto, eu deveria ter perguntado aos meus pais.

Percorri cerca de uns dez quarteirões até encontrar um pequeno centro. Não sabia se era o lugar certo, só sabia que eles poderiam me ajudar. Entrei, tentando parecer calma.

- Posso ajudar mocinha? – Um Buscador perguntou.

- Sim, gostaria de ser uma Buscadora!


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Notas finais do capítulo

Oiie^^
Muiito obrigada pelos reviews...
Mas acho que isso pode melhorar leitores fantasminhas...
Muiito obrigada para quem deixa...
Kissus



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