A Buscadora escrita por AelitaLear, pegoshea


Capítulo 4
Capítulo 4- Familiarizada




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— Espere um momento, vou chamá-los. – A Curandeira murmurou enquanto se virava.

Seria realmente verdade que eles trariam a minha família aqui para me ver? Não seria uma família de alma, algo assim? Eles eram estranhos, tratavam tudo como se fosse normal.

Não demorou muito, mal deu tempo para eu refletir o que fazer a partir de agora. A única certeza que eu tinha é que não ia fugir, muito menos contar a verdade, eu iria ficar assim, vivendo.

Enfim vi minha família, realmente eram meus pais, meus antigos pais. Eles continuavam lindos como sempre, sorrindo para mim com ternura e amor, eu não resisti, e acabei sorrindo de volta.

— Sentimos sua falta! – Minha mãe falou.

— Demorou muito para eles te acharem minha querida! – Meu pai disse com a mesma voz que ele sempre dizia.

— Você aceita morar conosco, Coral?

Coral agora era eu, por mais estranho que pareça. Eu gostava do meu antigo nome, isso que era mais difícil! Mas eu não podia usá-lo, almas não tinham nomes de humanos!

Almas tinham nomes de animais... Bem, não era isso, mas algo parecido, coisa de outro planeta.

— Aceito. – Falei sorrindo, seria bom morar com minha antiga família, deixaria as coisas um pouco melhores.

Os dois, que agora seriam meus pais, vieram me abraçar. Gostei dessa atitude, era estranho, mas eu amava os dois, não sabia se era o corpo, mas eu amava, de um jeito ou de outro.

— Isso é tão bom! Queremos que você seja feliz! – Minha mãe falou.

— A propósito filha, eu sou Faces voltadas para o luar. – Papai se apresentou.

— E eu sou Esferas de vidro, mas pode nos chamar de pai e mãe. – ela sorriu para o companheiro.

Era estranho ver isso, mas tudo estava tão perfeito, tão exato, tão maravilhoso... por que as coisas tinham que ser assim? Era para eu ter raiva, ódio dessas duas pessoas na minha frente.

— Desculpe interromper... – A Curandeira tentava ser gentil, nem notei sua presença. – Mas Coral é ainda um bebê, precisa conhecer a cultura alma...

— Ah sim, claro, bem lembrado Curandeira. – Minha mãe assentiu. – Vamos deixá-la aqui por enquanto, mas tarde iremos para a casa.

— Tudo bem. – Falei triste por ter que deixar minha família.

Minha mãe deu um beijo na minha testa, e meu pai me abraçou. Era o mesmo beijo e o mesmo abraço... eles saíram por onde entraram, me deixando com a Curandeira.

— Bom Coral, agora te mostrarei um vídeo sobre nossa vida, você já consegue se levantar?

Pensei por um momento. Sim, eu conseguia.

— Sim.

— Então vamos. 

Ela me levou para uma sala escura, colocou um DVD para que eu visse. Era estranho, afinal, nunca pensei que era assim que funcionava a escola “alma”.

Agora eu podia entender tudo sobre a cultura alma, de onde eles vieram, como colonizaram cada planeta, como os hospedeiros reagiam, as emoções de alma, como uma alma se reproduzia...

Era muita informação, mas parece que eu as absorvi bem. Era como se tudo isso fizesse parte de mim agora, por mais que esse fosse o meu primeiro dia sem fugir, sem sofrer.

Estava tudo tão bom!

Agora eu estava saindo do hospital, indo para minha casa. O carro era o mesmo que meus antigos pais usavam, e isso era confortante. Seria a minha casa a mesma?

A resposta veio logo depois, sim, a casa era a mesma, no mesmo lugar, e linda como sempre.

— Essa é nossa casa, você se lembra? – Papai perguntou.

— Sim, eu me lembro. 

— Você deve estar cansada, tem sorte de seu quarto estar como sua hospedeira deixou. – Mamãe disse enquanto saia do carro.

Eu também desci. Será que minha casa estava mesmo igual por dentro, será que eles não tinham mudado exatamente nada, minhas coisas estariam ainda ali?

Entramos pela porta, notei que a porta não era trancada, como no vídeo que assisti, explicava que todas as almas eram boas, todas! Esse era o mundo que os humanos deveriam prezar, era o mundo que eu sempre sonhei.

Olhei para a sala, tudo, absolutamente tudo, estava no mais perfeito lugar. O sofá estava um pouco para a direita, mas era a única coisa que notei de diferente.

— Pode conhecer a casa. – Meu pai anunciou.

Mal sabia ele que eu já a conhecia, todos os lugares, os pisos e as minhas passagens secretas.

Eu não podia correr para meu quarto, é claro. Como sempre fui vaidosa, a primeira coisa que pensei foi me ver no espelho do corredor.

E foi exatamente para lá que caminhei. O tapete que ficava embaixo do espelho ainda estava ali, sempre gostei de brincar com as franjas do tapete.

Olhei para o espelho, eu continuava a mesma. Meu rosto aparentava aproximadamente uns 15 anos, mas eu realmente tinha 19. Meus olhos eram verdes, com um círculo prateado em volta. Meus cabelos estavam ondulados e bonitos como sempre, pretos como a noite.

Minha pele continuava branquinha, destacando meus traços bonitos. Na minha nuca agora tinha uma cicatriz rosa.

Continuei andando pelo resto da casa. Tentei disfarçar quando cheguei no meu quarto, mas a emoção era enorme. Era reconfortante estar ali, no meu quarto!

Depois desse enorme tour, meus pais me convidaram para jantar e aceitei. Logo fui dormir pelo cansaço, minha cama ainda era macia, e meu travesseiro ainda era fininho e velho.

Era muito bom poder viver nesta casa, na minha casa!


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Notas finais do capítulo

Oiie^^ Gente, se alguém achar a má me avisa??
Bem, to bem feliz com os reviews, e espero que continuue assim... Kissus



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