As Loucas Confissões de Jessica Summer escrita por Miss D


Capítulo 12
Eu e a cozinha - combinação (im)perfeita


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, admito que não resisti a escrever. Espero que esse cap tenha ficado mais legal, porque, vou contar a vocês: euripakas com ele. rsrsrsr.
Nos vemos mais abaixo. Enjoy =D ----->



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  Conselhos sobre o que não se deve fazer ao preparar um bolo:

Ø  Se na receita não estiver dizendo a quantidade de fermento que é para colocar na massa – porque se supõe que a pessoa deva saber, já que ela está prestes a FAZER UM BOLO e seria idiotice completa não saber o quanto de FERMENTO tem que usar – NÃO tente deduzir sozinha quanto tem de por, pois você não tem a mínima IDÉIA, e coloque duas colheres de sopa.

Ø  Pelo amor de qualquer coisa, nem tente quebrar um ovo se você não tem competência suficiente para isso. Não se esqueça de que é na BACIA que a clara e a gema devem ficar, não no CHÃO, ou na sua ROUPA (Alguém tem noção do cheiro horroroso que fica na roupa depois? Acho que ela quer permanecer LIMPA e com um cheiro AGRADÁVEL)

Ø  Não fazer isso sozinha se: a) você já tem histórico de desastres na cozinha (como daquela vez que colocou leite para esquentar e foi assistir Os Padrinhos Mágicos. A leiteira nunca mais foi a mesma – e nem os pulmões dos vizinhos, pode ter certeza); b) você sabe que vai gastar um monte de ingredientes que custam dinheiro e sua mãe provavelmente vai te matar depois porque você estragou tudo; c) você não tem certeza de qual tamanho é uma xícara de chá já que tem uns VINTE TIPOS DIFERENTES DE XÍCARAS no armário (esse é um problema de ter uma mãe que não compra tudo igual e do mesmo tamanho); d) sua atenção não consegue ficar focada em qualquer coisa que não seja bobagens por mais de três minutos seguidos (Se a receita disser que é 40 minutos a 180 °C, não é UMA HORA a 180 °C).

Ø  Preparar qualquer coisa se há alguém na sua casa que pode tirar sarro da sua cara porque você tem TREZE ANOS e não sabe fazer um simples BOLO DE CHOCOLATE.

Ø  Escolher uma fôrma que possivelmente não é do tamanho adequado para a quantidade de massa – se você fizer isso tenha sempre a mão uma máscara de oxigênio.

Ø  Abrir o forno para ver por que a casa está fumegando – e isso, claro, é porque a forma era muito PEQUENA e quando o bolo cresceu, devido à pequena porção de fermento, caiu um monte de massa no fundo e queimou TUDO – se você fizer isso, meu bem, o que deveria ser um bolo vai virar uma estranha mutação de torta e mousse.

Para todos os casos, o número dos bombeiros é 193.

  Eu declaro agora que nunca, nunca, nunca mais tento fazer uma coisa dessas. E o pior: eu JÁ DISSE que não sirvo para essas coisas. Se pelo menos ME escutasse algo assim não teria acontecido.

  Nota para mim mesma: Comprar uma máscara de oxigênio.

  O que aconteceu foi o seguinte: Eu estava em casa, totalmente entediada. Um tédio total MESMO. Minha mãe havia saído com a (amiga bizarramente louca dela) Marta. Julia e suas seguidoras estavam no andar de baixo, fazendo qualquer coisa que as pessoas populares e bonitas fazem. Algo que eu não sei absolutamente o que é. Se me perguntasse, eu diria que elas estavam todas reunidas em uma convenção de Como Humilhar os Menos Favorecidos na Escola.

  E é muito ruim admitir que, bem, eu seria uma dessas pessoas. Humilhadas, quero dizer.

  Enfim, eu estava fazendo nada. Absolutamente nada – o que não quer dizer necessariamente que eu não tinha nada para fazer. Normalmente, quando estou fazendo coisa nenhuma significa que tem UM MONTE DE COISAS que deveria estar fazendo. Como por exemplo: lição de casa – que eu não sei mesmo porque nunca faço –, limpar o meu quarto – coisa que, só de pensar, já me deixa cansada –, arrumar o guarda-roupa – uma missão impossível, literalmente. Existem coisas dentro daquele guarda-roupa que nem eu sei de onde vieram (e com certeza não está disposta a colocar a mão lá), e NÃO FOI de Nárnia, pode ter certeza –, e uma infinidade de outras coisas.

  E é claro, descer lá e ficar conversando com aqueles Protótipos de Gisele Bünchen estava fora de questão. Primeiro, Julia não diz a muita gente que sou irmã dela, apenas algumas pessoas – da mais alta confiança – sabem desse fato, que ela considera um verdadeiro segredo de Estado. E, bem, estou convencida de que ela vai cumprir a ameaça de acabar com a minha raça se eu mostrasse a cara lá embaixo. Segundo, não tenho a mínima vontade de discutir qual a diferença entre branco e pérola. É TUDO branco do mesmo jeito. E terceiro, estou com inclinação para estar no mesmo ambiente que pessoas loiras, chatas e frescas tanto quanto estou para limpar o meu quarto. O que significa zero.

  Então fiquei quietinha no meu quarto. E isso foi um problema, porque chegou um momento que eu tinha que sair, senão ficaria louca ali, confinada como uma doente. E mais uma coisa: todo aquele tempo presa me deu MUITA fome. Aquela fome avassaladora por açúcar que de vez em quando (que quer dizer SEMPRE) eu tenho. Mais uma vez meu sangue parecia água nas veias, de tão ralo. Eu precisava comer alguma coisa.

  Se algum dia eu estive de dieta, bem, posso deixar isso de lado por um tempo. Afinal, faz muito tempo que eu já estou de dieta e não perdi nem três gramas. Lastimável. Acho que estou fadada a ser gorda para sempre.

  Mas então eu desci sorrateiramente, cautelosamente e muito, muito SILENCIOSAMENTE até a cozinha para ver se tinha alguma coisa para eu comer. Só que esse é o problema de ter uma irmã aspirante a top-model. Não tem NADA que as pessoas normais possam comer. Como alguém sobrevive comendo... Barra de cereais light? Ou então shake light? TUDO no armário era light, e, se você quer saber, light é o mesmo que ruim.

  Tenho quase certeza de que tenho uma irmã pertencente à Fundação MUGASC e com anorexia. Isso é uma droga. Nem comida descente tem na minha casa por causa disso.

  E eu, como sou extremamente criativa, inventei de fazer um bolo. Só que tenho que contar uma coisa: eu não sirvo para ser cozinheira. Não mesmo. Da última vez que tentei esquentar um leitinho a caneca ficou INUTILIZÁVEL, com um buraco da espessura de uma tampa de refrigerante no fundo, de tão queimada.

  Isso é o que eu chamo de não dar certo.

  Porém, ignorando todo o meu bom senso, fui lá fazer o bolo. E deu no que deu. A casa ficou tão cheia de fumaça que as garotas lá embaixo pensaram que havia um incêndio e saíram correndo que nem umas loucas por aí. Se você já viu a histeria das fãs do Restart, vai saber mais ou menos como elas ficaram.

  E eu quase morri asfixiada. Eu sei realmente que sou muito nova para morrer, mais já cheguei tantas vezes perto da morte que estou começando a ficar com raiva. Mas nem deu tempo para pensar nessas coisas, porque tive que ir abrindo todas as janelas, portas, e tudo o que era de abrir na minha casa, para ver se a fumaça ia embora.

  Até a vizinha apareceu no meu portão.

  – Jessica, você deixou alguma coisa no fogo? É que está um cheiro de queimado...

  Não, tudo bem, é que eu sou uma burra e fui fazer um bolo que agora está só virando carvão. Foi o que eu quis dizer, mas não sou desse tipo que se auto-deprecia.

  – Não, não, é que eu estou fazendo um bolo e um pouco de massa caiu no fundo do forno, por isso a fumaça.

  – Ah, sim, claro.

  – Mas obrigada por vir aqui.

  – Tudo bem – disse ela, e saiu.

  Eu mereço. Agora a vizinhança inteira vai ficar sabendo que eu sou uma catástrofe na cozinha.

  Eu fiz tudo direito. É sério. Quebrei os ovos na bacia – tipo, respingou um pouco da clara na minha camiseta, mas o que é que eu vou fazer? Depois coloco na máquina de lavar –, e os bati. Então fui colocar o leite. Mas existe um milhão de tamanhos diferentes de xícara na minha casa. Então eu não sabia qual usar. E peguei uma bem bonitinha, pequena, com uma asinha fina. Coloquei o achocolatado, a farinha, e tudo mais. Só que na receita não estava escrito o quanto de fermento vai no bolo.

  Sei muito bem que não sou boa de chute, mas, e daí? Eu achei realmente que eram duas colheres de sopa que tinha que por. E depois despejei tudo dentro de uma forminha redonda.

  Que era pequena demais. Na verdade, o problema nem foi a forma, foi o fermento, como já era de se esperar. E a casa parecia estar pegando fogo. EU não conseguia nem enxergar direito com aquela fumaça toda. Tenho certeza que a Beyoncé nunca passou por isso. Ela tem cozinheiros sempre à disposição. E, se não tiver, é só pegar dinheiro e ir na esquina comprar.

  Céus, às vezes eu penso seriamente como esse tipo de coisa sempre tem que acontecer comigo.

  Meus olhos estão ardendo tanto que tem até lágrimas escorrendo deles. Porque eu estou abanando – ou tentando abanar – toda a fumaça para fora de casa, na esperança de que minha mãe não chegue em casa a tempo de ver a cozinha semi-incendiada. Sério, eu devo ter algum problema mental muito grave.

  E estou tossindo. Muito.

  Desta vez, acho que não é a geladeira que está me encarando. O fogão também está. Como se eu fosse uma imbecil, na verdade. O que eu acho que talvez seja mesmo.

  Quer dizer, eu nem sei esquentar um leite direito! O que me faz pensar que posso fazer um bolo?

  Mas, quer saber de uma coisa? Até que eu não sou tão ruim assim. Quer dizer, tirando o incidente com o leite, eu sei fazer uma porção de coisas. Tipo... salada. Deve admitir que se precise ser um mestre para dominar a arte de fazer salada. Primeiro, porque é uma coisa verde. E, como eu já devo ter dito, verde não é lá a minha cor favorita. Nem é cor de comida, na minha opinião. Segundo, as pessoas que a fazem devem ser extremamente – grotescamente – corajosas. Tipo, essas coisas verdes atraem bichinhos nojentos nada bonitos. Sério. Você acha que seria legal se de repente você aparecesse em um restaurante, pedisse uma salada e no meio dela encontrasse um lindo, limpo e FRESCO caramujo?

  Existem pessoas que comem isso. Ou seriam lesmas? Não tenho certeza. Só sei que eu já vi na tevê gente que come uma coisa chamada ostra que eles dizem que é chique. Só que não tem NADA de chique em comer lesmas dentro de conchas. Nada. É por isso que às vezes ser pobre pode ser bom. Pois, se para ser chique a gente tiver que comer essas coisas, desculpe, estou muito bem do jeito que estou. Eca.

  Então, tem que ser muito bom para fazer uma salada bem feita. E, é verdade, eu sei fazer. Fico tão orgulhosa de mim mesma. Quer dizer, pelo menos é alguma coisa, certo? Não é como se eu não soubesse fazer absolutamente nada. E eu também sei fazer suco – que, cá entre nós, é MEGA difícil de fazer, você sabe. Tem a – super difícil de saber – dosagem certa de água, e a quantidade milimetricamente perfeita de açúcar. Nem os maiores chefs de cozinha dominam essa arte.

  É, eu sei. Estou falando besteira de novo.

  Vou morrer sufocada aqui. Mesmo. Não seria irônico? Já até imagino o que sairia nos jornais: MENINA DE 13 ANOS MORRE AO TENTAR PREPARAR UM BOLO. Seria lindo. Verdadeiramente tocante.

  Estou ouvindo que a geladeira ri. Como se fosse a coisa mais engraçada do mundo ver uma menina abanando o ar com um pedaço de papelão e tossindo sem parar.

  Se ficar exposto por muito tempo a uma grande quantidade de fumaça me deixar com asma, eu processo quem escreveu aquela receita. A culpa não foi minha, lá é que não estava escrito tudo o que deveria estar.

  Sabe, Jessica, você é patética. Nunca vi uma pessoa tão patética como você, que vai fazer um bolo e bota fogo na casa”.

  Esse é o bom de ter vozes interiores falando o tempo todo com você. Elas sempre te reconfortam de tal forma que fico tocada.

  Que posso fazer se você é uma lerda total?”

  Nós somos lerdas, já que você faz parte de mim.

  Nem pensar. Você é totalmente lerda SOZINHA. Eu sou a única parte sã deste corpo”.

  Você já deve ter percebido que… Ai, meu Deus, NÃO!

  O bolo está subindo igualzinho a um balão. Parece até que vai explodir – que Deus não permita tal coisa! – É isso, minha mãe vai me matar. Acabar comigo.

  O vidro na frente do fogão está todo embaçado, não dá para ver muita coisa direito. Não dá para ver NADA direito, na verdade. Então eu abro o forno para ver o que está acontecendo ali, o que não deve ser nada bom... E uma enxurrada de fumaça sai pela mínima abertura da porta do forno. Eu achava que estava tossindo muito? Coitada de mim.

  Agora eu acho MESMO que vou ter asma.

  Eu estava mesmo esperando que depois de TUDO o que eu passei – a nuvem enorme de fumaça na minha cara, minha possível contração de asma, o quase-incêndio ali e a quase-explosão do bolo, o destino poderia ser uma pouco gentil comigo e fazer com que o resto desse certo. Bem, não foi. Mas não foi MESMO.

  Logo depois de eu quase morrer sufocada de tanto inalar fumaça – se eu já não era antes, agora DEFINITIVAMENTE sou a Rainha do Bolo Queimado –, aquela coisa que deveria ser um bolo murchou totalmente. Adeusinho esperança de ter alguma comida.

  E alguém chamou o bombeiro. Eu queria muito saber QUEM FOI que fez uma coisa dessas. Eu tinha tudo sob controle (É, tudo sob o controle do acaso, só se for). Não enche. Quer dizer, dá para ver claramente que eu não sou nenhum bebezinho e que se a casa estivesse mesmo em perigo de pegar fogo eu saberia o que fazer – quem é que não sabe que quando tem um incêndio a gente tem que pegar alguma coisa para abanar o fogo até ele apagar?

  Mas não. Chamaram o Corpo de Bombeiros para cuidar do provavelmente maior evento da história: uma menina desastrada tentando fazer um bolo. Certo, eu sei que não sou a pessoa mais legal do mundo, mas às vezes a vida pega pesado. Sabe aquele negócio de “se você plantar o mal, colherá o mal”? Bem, não estou plantando nada, mas tem ALGUÉM que com certeza está plantando a desgraça na minha POBRE PLANTAÇÃO. Porque não é possível.

  Agora eu tenho certeza que isso vai ser manchete, e que até os meus bisnetos vão ser atormentados por causa do dia em que a bisavó deles queimou um bolo. É pecado queimar um bolo, por acaso?

  Foi aquela vizinha, posso imaginar. Parece que não existe UM SER HUMANO NESSA TERRA que não queira desgraçar comigo. Sério.

  Então, vestindo aquele uniforme ridículo de bombeiro, um homem entra com tudo na minha casa, indo direto para a cozinha. Acho que ele pensa que eu vou desmaiar, o que provavelmente é verdade, já que um completo estranho invadiu a minha casa. E me FLAGROU fazendo besteira.

  Mas, nesse caso, eu desmaiaria de humilhação.

  As coisas mais humilhantes que já me aconteceram:

1.    Quando o ex-antigo-rencente-namorado da Julia, aquele lindo de olhos azuis tão claros como o céu, foi em casa e, sem querer (isso foi o que ele DISSE, e eu não acredito nem um pouco) abriu a porta do meu quarto, pensando que era o da Julia – esse é mesmo um grande mistério: o que os namorados dela e ela ficam fazendo naquele quarto? Jogando xadrez? Certo, e eu sou a Rainha da Inglaterra agora – e me pegou na frente do espelho, com uma escova de cabelo na mão em frente à boca, fazendo de microfone e cantando Taylor Swift.

2.    Aquela vez em que nós estávamos na escola, e o James – o tipo gato mesmo e de nome estrangeiro – acenou para mim, e quando eu acenei de volta, sorrindo exatamente como uma retardada, tropecei em uma pedra, caí e ralei os joelhos. E, no fim, ele estava acenando para a garota do ensino médio atrás de mim.

3.    Aquela outra vez em que eu fui ao supermercado com a minha avó e ela começou a discursar sobre a precocidade sexual dos jovens da atualidade. Sem contar que ela estava vestindo aquela roupa horrorosa dela, estilo de gente velha, toda colorida. Eu quase MORRI de vergonha.

4.    Uma outra vez que eu estava fazendo um seminário – eu DETESTO seminários com todas as minhas forças, e este dia é um dos responsáveis por isso – e estava gripada, daí soltei o maior espirro e saiu catarro do meu nariz. Na frente de TODA a classe.

5.    Outra vez ainda quando eu fui ao banco pagar uma conta para a minha mãe e as outras pessoas deixaram que passasse na frente porque pensaram que eu estava grávida.

6.    Quando eu fui à cabeleireira lá do bairro e ela ACABOU com o meu cabelo e eu tive que ir assim à escola até que ele crescesse outra vez e eu pudesse cortá-lo direito. O que demorou MUITO TEMPO – e nesse intervalo ele ficou pior do que quando eu havia acabado de cortar.

7.    Naquele dia em que a minha mãe me forçou a sair vestindo uma roupa horrível que tinha no guarda-roupa, só porque eu tinha ganhado e “tinha de dar valor às coisas” e blábláblá e então a professora traíra de geografia viu e eu fui motivo de chacota durante um longo, longo, longo período de tempo que ainda não terminou. Ainda acho que aquela roupa devia ser de algum hippie dos anos 80.

8.    Na vez que a minha irmã gravou um vídeo meu cantando – o que não é nada bonito de se VER quanto mais de ESCUTAR – e colocou no You-Tube e teve mais de um milhão de acessos. (Bem, pelo menos você ficou famosa). Cala essa boca.

9.    Quando eu perdi o meu diário na escola e uma menina nojenta leu e espalhou todos os meus segredos mais profundos do fundo da minha alma pelo corpo estudantil inteiro. Eu juro que a teria matado se o namorado dela não praticasse Judô. É por isso que eu não escrevo em diários.

  Então, depois de uma hora tentando convencer, enfatizar, COLOCAR DENTRO DA CABEÇA DURA daqueles bombeiros que eu estava bem e que não ia tentar fazer aquilo sozinha de novo – nem mesmo acompanhada – e de eles falarem comigo como se eu fosse uma criançinha de dois anos que não sabe que não pode por o dedo na tomada, minha mãe chegou. O que foi a pior parte porque não existe garota no mundo que gosta de decepcionar a mãe desse jeito. Quer dizer, eu não sirvo nem para fazer um bolo!

  Ela vive dizendo que quando eu ficar mais velha não vou parar em nenhum emprego porque ninguém quer funcionários incompetentes e eu acabei de provar que ela está certa. De novo.

  Então minha mãe, toda preocupada, vem atrás de mim. Antes, quando desceu do carro, ela já estava me procurando com a cabeça, desesperada. Sabe, isso até me deixa feliz. Ela estar preocupada, quero dizer. A gente sempre quer que a nossa mãe aflija pela gente. Então ela chega e eu vou correndo até lá, abraçá-la. E ela diz, hiper preocupadamente:

  – Você não estragou a minha batedeira, estragou, Jessica?

  É por isso que eu amo a minha mãe. Ela sempre se preocupa com o meu bem estar.


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Notas finais do capítulo

*Jessica Falando*: Por que eu, por quê, POR QUÊ?
N/A: Gente, eu estou aki, toda estrumbicada (tá legal, não sei se essa palavra existe mesmo, mas minha mãe vive dizendo, então...) com o braço amarrado e segurado por uma tipóia desgraçada, e nem isso conseguiu me impedir de escrever. Eu sou impissível, sei disso.
E, já vou avisando, eu QUERO reviews, ein? Ninguém vai morrer se deixar um comentário.
Tipo, eu gosto muito das poucas leitoras que eu tenho, e da história da Jessica, mas vou desistir da fic se não tiver mais gente aki.
BeijoS
Miss Doll ;*