Dois dias passaram e eu nem dei por isso. Tudo o que eu pensava, era se falava ou não com a Cynthia. Eu andava pensativa e avoada. Não sabia bem o que fazer. Tinha medo que acabasse tudo mal. Mas eu queria tentar resolver tudo com elas. Os meus pensamentos, neste momento, eram tão contraditórios, eu não sabia mesmo o que fazer. Estava a ser complicado achar uma resposta.

Como os outros dias, o dia de hoje, estava a passar a voar. Não tinha conseguido fazer nada de jeito e já estava atrasada para ir buscar a Amber e a Liv à escola. Saí de casa o mais rápido que consegui, com o Will e fui busca-las. Elas estavam as duas sentadas num banco a conversarem e assim que me viram, vieram a correr ter comigo.

- Desculpem a mãe, perdi a hora. – Desculpei-me para elas.

- Não faz mal, mamã. – Disse a Liv.

- Pois não. – Falou de seguida a Amber. Sorri para as duas e ajudei-as a entrar no carro. Fomos, de seguida, para casa e assim que lá cheguei, fiz um lanche para todos. Comeram os três e depois a Liv e a Amber foram fazer os trabalhos de casa, enquanto o Will foi brincar com os seus brinquedos para a sala. Fui para a sala também para ficar de olhos, naquele reguila. Perdi-me em pensamentos de novo. Eu tinha que chegar a uma resposta. Queria resolver tudo antes de Sábado e já não faltava muito. Despertei com o telefone de casa a tocar. Fui num instante atender, era a Rose.

- Olá, Rose! – Disse assim que atendi.

- Alice! Olá! Tu bem contigo? – Perguntou ela animada.

- Mais ou menos. – Respondi sincera.

- O que se passa? – Perguntou logo preocupada.

- A Cynthia quer falar comigo e eu não sei o que fazer. Não sei se hei-de aceitar ou dizer que não.

- A Cynthia? Porquê? – Perguntou a Rose intrigada.

- Também não sei. Liguei no outro dia para a minha mãe e ela disse-me que a Cynthia queria falar comigo. Sei que com esta conversa podemos resolver as coisas, mas eu tenho medo que tudo acaba pior do que já está, Rose. Não sei o que fazer. Ajuda-me! – Pedi meio desesperada.

- Nem sei o que dizer, Alice. Ela nunca quis falar contigo e agora, do nada quer. Também aconteceu-lhe aquilo e isso pode tê-la mudado, pode ter feito com que ela visse a tua vida de uma maneira diferente e te compreendesse. Sentes-te preparada para falar com ela?

- Não sei. – Respondi num tom baixo.

- Mas queres tentar resolver tudo? – Perguntou.

- Quero.

- Então fala com ela e vê no que dá. Se ela estragar tudo, pelo menos não podes dizer que não tentaste. Dá-lhe uma oportunidade e vê como ela reage. Pode ser que ela também queria melhorar a vossa relação. – Disse a Rose.

- Está bem. Eu vou aceitar e ver no que isto vai dar. – Disse para a Rose.

- Depois quero saber de tudo, sim? – Pediu ela.

- Claro. – Respondi a rir-me. – Mas porque ligaste? – Perguntei.

- Só queria saber mesmo se estava tudo bem, já não nos falávamos há um tempo. – Disse ela.

- E contigo, tudo bem? – Perguntei, percebendo que ela queria falar.

- Sim, tirando a parte de um certo reguila pôr me os cabelos em pé. Está cada vez pior, Alice. Está cada vez mais parecido com o Emmet, como se isso fosse possível! – Exclamou ela, o que me fez rir. O Peter ainda era pior que o Will.

- Eu sei bem como é. O Will também anda assim, deve ser só uma fase.

- Espero que seja uma fase bem passageira. – Disse ela rindo, fazendo-me rir também. – Olha, vou ter que desligar, o Emmet acabou de chegar.

- Está bem. Adeus, Rose.

- Adeus, Alice. – Despediu-se antes de desligar. Também desliguei e coloquei o telefone no sítio. Fui até à cozinha e comecei a fazer o jantar, o Jasper devia estar a chegar. Como previra, não demorou muito para que ele chegasse a casa. Teve um pouco com as meninas e o Will e depois veio ter comigo. Abraçou-me por trás a beijou-me o pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse e sorrisse.

- Como foi o teu dia? – Perguntei ainda sorrindo e de costas para ele.

- Foi bom, não muito cansativo, mas agora ficou melhor contigo aqui. Estava com saudade. – Disse ele virando-me e beijando-me de seguida. Correspondi ao meu na mesma intensidade que ele.

- Também estava com saudades. – Disse meio ofegante por causa do beijo.

- Fico feliz por saber disso. – Comentou ele pondo uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

- Já me decidi. – Disse. – Vou tentar falar com ela e ver onde tudo vai dar. Só espero que tudo melhore.

- Vais ver que sim. – Incentivou ele sorrindo um pouco. Sorri também para ele e beijei-o de novo.

- Jasper, tenho de acabar o jantar. – Disse quando ele queria beijar-me de novo. – Vai ter com as meninas e o Will, enquanto eu acabado de fazer a comida. – Ele saiu da cozinha e deixou-me a acabar o jantar. Não demorou muito para que tivesse pronto. Chamei-os e jantámos num ambiente divertido e familiar. Ajudaram-me todos a levantar a mesa, quando acabámos de jantar e depois fomos para a sala ver um pouco de televisão. Quando chegou à hora de eles irem para a cama, fui deitá-los. O Will já estava sonolento, por isso não foi preciso muito para ele adormecer. A Amber também foi sem reclamar muito mas a Liv era um caso à parte. Ela nunca queria ir dormir, sempre dizia que era muito cedo e que não estava com sono. Era sempre complicado, deitá-la e fazer com que ela adormecesse, mas ao fim de um bocado, consegui. Saí do quarto dela e fui até ao meu. O Jasper já estava deitado a ler um livro. Fui até à casa de banho e depois fui vestir o meu pijama, deitando-me, de seguida, na cama. Antes de desligar as luzes decidi ligar para a minha mãe. Sabia que ela ainda estava acordada.

- Alice, querida. Tudo bem? – Perguntou ela quando atendeu o telemóvel.

- Sim e contigo, mãe? – Perguntei-lhe.

- Também está tudo bem, estou um pouco cansada do trabalho mas nada que não se resolva com uma boa noite de sono. – Disse ela rindo um pouco.

- E a Cynthia, como está? – Perguntei-lhe.

- Está melhor. Ainda está um pouco em baixo e com isto do namorado ter viajado em negócios também não ajudou. Ela sente a falta dele, mas ela há-de melhorar. – Respondeu ela.

- Já decidi. – Disse simplesmente.

- E o que decidiste? – Perguntou ela ansiosa.

- Decidi que vou tentar falar com ela. Vou tentar melhorar as coisas entre nós. Vou-lhe dar uma oportunidade como te dei a ti. – Respondi-lhe. Sabia que ela estava com um enorme sorriso no rosto, pois sabia que era o que ela mais queria, eu resolver tudo com a Cynthia.

- Quando é que pretendes falar com ela? – Perguntou a minha mãe com um tom alegre na voz.

- Quando ela puder vir cá. É difícil para mim, ir a qualquer lado, tenho o Will comigo e tenho o horário condicionado por causa da escola da Amber e da Liv. – Respondi-lhe.

- Ela vai aí a casa, pode ser? – Perguntou.

- Sim, pode. Quando?

- Espera um pouco. Vou perguntar-lhe. – Ouvi os passos da minha mãe e ela a falar, provavelmente, com a Cynthia. Não conseguia perceber o que elas diziam mas sabia que conversavam. – Ela diz que pode ir aí amanhã, de manhã. – Disse a minha mãe ao fim de um bocado.

- Está bem, fico à espera dela. Vou desligar, mãe. Boa noite.

- Boa noite, Alice.

Desliguei o meu telemóvel e coloquei-o na mesa-de-cabeceira. Aconcheguei-me na cama e o Jasper puxou-me para ele e eu enrosquei-me nele.

- Ela vem cá amanhã. – Disse num sussurro ainda enroscada nele. – Vem de manhã.

- Tudo vai correr bem. Vais ver. – Disse ele também num sussurro. Adormeci de seguida e só voltei a acordar no dia seguinte com o Will na minha cama a chamar-me.

- Mamã, acorda! Estou com fome. – Resmungou enquanto acariciava os meus cabelos. Abri os olhos lentamente e sorri para ele.

- Já estou acordado, reguila. – Disse espreguiçando-me. Sentei-me na cama e puxei-o para o meu colo. Beijei as suas bochechas e depois levantei-me, descendo com ele para a cozinha. Preparei o pequeno-almoço para os dois e depois subi com ele para tomarmos um banho. Tomámos o banho, juntos e depois de vestir um roupão fui vesti-lo. Assim, que acabei de o vestir, fui-me vestir. A Cynthia devia estar a chegar. Descemos os dois, devidamente vestidos e ela foi direto para a sala para brincar um pouco. Sentei-me no sofá e liguei a televisão para ver se me distraía. Estava a ficar um pouco nervosa e ela estava a demorar um pouco. Decidi deixar a televisão de lado e ir brincar um pouco com o Will. Acabei por me assustar quando, a fim de um bocado, a campainha tocou. Levantei-me e fui abrir a porta. Não queria transparecer o meu nervosismo para ela. Assim que abri a porta, deparei-me com a Cynthia. Notava-se que ela estava abatida e triste. Tinha olheiras debaixo dos olhos e a pela estava muito pálida. Os olhos azuis dela estavam sem brilho e os cabelos encontravam-se mais claro do que eu me lembrava.

- Olá, Alice. – Disse ela ao fim de um bocado, quebrando o silêncio.

- Olá, Cynthia. – Disse sorrindo um pouco para ela. Ela estava nervosa, as suas mãos tremiam levemente. – Entra. – Pedi dando-lhe espaço para ela passar. A barriga dela, já se notava um pouco por isso ela devia estar grávida de uns três meses ou mais. – Queres comer ou beber alguma coisa? Posso preparar para ti.

- Não, obrigada, Alice. – Respondeu ela educada. – A tua casa é linda. – Deixou escapar num suspiro.

- Obrigada, foi o Jasper que me deu de prenda de anos. – Comentei sorrindo com a memória. Ela sorriu um pouco também. – Vamos para a sala, é mais confortável. – Disse. Caminhei até á sala e ela seguiu-me. O Will ainda se encontrava a brincar ali e sorriu quando me viu entrar. – Will, anda cá, querido. – Chamei-o. Ele correu até mim. – Vai brincar um pouco para o parquinho, está bem? A mãe já vai ter contigo.

- Está bem, mamã. – Disse ele fazendo um biquinho fofinho para eu dar um beijinho. Ele adorava que eu fizesse isso. Beijei o biquinho dele e ele saiu em disparada para a rua. – Cuidado, Will! – Gritei, mesmo sabendo que ele não iria ouvir. Ri com isso. – Bem, já podemos falar à vontade. – Disse virando-me para a Cynthia. Ela olhava para a porta por onde o Will saiu. Acho que ela nunca o tinha visto.

- Ele é lindo, Alice. – Comentou ela sorrindo um pouco e tocando na sua barriga inconscientemente.

- Também vais ter os teus, Cynthia. – Disse sorrindo para ela o que a fez sorrir também. Ela estava realmente mudada. Antigamente, ela nunca teria uma conversa assim comigo, ela nem sequer conversava comigo, antes. Por isso, estar assim a falar comigo, já era uma grande mudança e isso fez-me perceber que se calhar as coisas poderiam melhorar. – Bem, a mãe disse que queria falar comigo… - Disse sentando-me no sofá.

- Sim, queria. – Concordou ela, sentando-se no sofá também. – Desde que o pai me expulsou da vida dele como fez contigo, eu apercebi-me de como sempre fui injusta contigo. Não apenas eu, mas todos da nossa família. Nem sei bem, porque sempre te tratei tão mal, talvez o medo de perder a atenção dos pais para ti, não sei, mas eu apenas agia, como eles agiam contigo, principalmente o pai. Ele era o meu herói, o meu ídolo. Eu espelhava-me nele em tudo e talvez tenha sido esse o meu grande erro. Eu devia ter pensado por mim própria e ter percebido que o que fazíamos contigo não era o correto. Eu nem consigo imaginar como aguentaste tudo isso, como passaste por isso e agora és a mulher que és. Eu admiro isso em ti, admiro a tua força e a tua coragem porque eu sei que nunca tinha força e coragem suficiente para fazer tudo o que fizeste. Depois dos teus próprios pais te expulsarem de casa, foste para uma cidade em que não conhecias ninguém e continuaste com a tua vida, sabendo que dali a uns meses não estarias, sozinha, terias um bebé para tomar conta, sozinha. Deve ter sido tão difícil. Para mim, já está a ser difícil e nem passei por metade do que tu passaste. Eu sei que é tarde para pedir desculpas por tudo o que te fiz passar, mas acho que mais vale tarde do que nunca me redimir. Acredito que possa ser difícil para ti, desculpar-me mas eu só me sentiria bem comigo própria, se me redimisse por tudo o que te fiz. Estes acontecimentos todos, fizeram mudar a maneira como eu pensava, estou diferente agora, talvez mais adulta e responsável. Percebi que a minha vida não é centrada no pai e no que o pai quer ou gosta, mas tem de ser centrada em mim, e agora no meu bebé que está para vir. Se ele não consegue aceitar ser avô, eu tenho que continuar a minha vida sem ele, mesmo sabendo que é um caminho difícil para mim. Por mais que ele me tenha feito sofrer, eu ainda o amo e muito e acho que nunca o vou deixar de amar, mas eu preciso de continuar e corrigir todos os meus erros, para voltar a reerguer-me. Por isso é que estou aqui, para corrigir um erro que cometi desde que nasci. Ignorar-te como irmã. Eu, hoje, sinto-me orgulhosa por dizer que partilhamos os mesmos genes e que de certa forma és minha irmã. – Disse ela suspirando no final. Eu estava em choque. Nunca pensei que ela pensasse isto tudo de mim e que estava aqui para pedir desculpas por tudo o que tinha-me feito. Fiquei uns minutos em silêncio a tentar absorver tudo o que ela me tinha dito. – Eu seu que é difícil me perdoares assim do nada, mas eu já me sinto melhor, só por saberes que eu estou arrependida. – Disse ela antes de se levantar. – Obrigada por me ouvires. – Disse ela antes de se virar para sair da sala.

- Cynthia! – Chamei-a, fazendo com que ela se virasse bruscamente. – Tem calma, só estou surpreendida por tudo o que me disseste. Não quero que te vás já embora, ainda não acabamos a conversa. – Disse para ela. Ela voltou a sentar-se no sofá um pouco a medo. Acho que ela estava com medo do que eu iria falar. – Eu não vou mentir, Cynthia. Tu fizeste sofrer-me muito e quando a mãe disse que querias falar comigo, eu fiquei com medo do que pudesses fazer. Eu já passei por muitos maus momentos e não queria voltar a ter outro neste momento. Eu estou feliz e não queria que estragasses tudo, mas eu agora percebi que não querias magoar-me. Tu mudaste realmente e a prova disso é estares a falar comigo este tempo todo. Nós nunca tínhamos tido uma conversa tão grande. – Comentei sorrindo um pouco. Ela continuava um pouco apreensiva. – Tu tens razão, é difícil para mim, perdoar-te mas eu acredito que devemos esquecer o passado e centrarmo-nos no presente e no futuro. Eu acredito nisso porque é o que me faz ser feliz neste momento. Se eu continuasse a viver no meu passado, nunca seria feliz. Também é por isso que eu perdoei a mãe, quando ela veio pedir-me desculpas e é por isso que eu neste momento te vou perdoar. Eu percebo que estás realmente arrependida e acredito que todos merecem mais uma oportunidade para se redimirem.

- És uma pessoa tão boa, Alice! – Disse ela com os olhos marejados.

- Shh, não chores, não quero lágrimas na nossa reconciliação. – Disse abraçando-a. Ela abraçou-me de volta, com força e depois de afastar-se um pouco, limpou as poucas lágrimas que tinham escapado. – Obrigada por me perdoares, Alice. Prometo que não vou magoar-te outra vez.

- Sei que não. – Respondi acariciando a sua mão. – Queres almoçar comigo e com o Will? Já está quase na hora de almoço.

- Sim, pode ser. – Respondeu ela sorrindo um pouco. Nesse momento, o Will entrou dentro da sala a correr.

- Mamã, já estou farto de brincar sozinho lá fora. Posso voltar para o pé de ti? – Perguntou ele com uma carinha muito fofa.

- Podes, mas a mãe vai fazer o almoço. – Respondi, sorrindo para ela.

- Está bem, eu fico a ver televisão.  – Disse ele deitando-se no sofá.

- Preguiçoso! – Exclamei fazendo-lhe cócegas na barriga. Ele deu a sua risada gostosa fazendo-me rir também. Eu e a Cynthia fomos para a cozinha. Quando passámos no corredor, passámos por uma foto em que estavam a Amber, a Liv e o Will a sorrir, foi tirada há uns meses, por isso era recente. – É a Amber e a Liv, são as minhas outras filhas. Estão na escola neste momento. – Respondi à pergunta silenciosa dela.

- Esta é aquela menina que estava no parque contigo da outra vez? – Perguntou ela curiosa.

- Sim, só que nessa altura, ela tinha quatro anos e agora tem nove. – Comentei sorrindo para a minha princesinha que já estava tão crescida.

- Ela é muito parecida com o Jasper. – Comentou ela num tom baixo.

- Sim, ela e o Will. A Liv é mais parecida comigo, tanto a nível físico como de personalidade. O nome dela é Olívia mas a Amber quando eu estava grávida, começou a chamar-lhe de Liv e todos apanhámos essa mania. – Comentei ainda a sorrir.

- São as duas muito bonitas. – Disse ela. – Será que poderia conhece-las? – Perguntou realmente interessada na resposta.

- Claro, eu vou busca-las às três. Se quiseres vir comigo.

- Sim, eu vou. – Disse ela um pouco mais alegre.

- Estás de quantos meses? – Perguntei assim que cheguei à cozinha. Comecei a preparar tudo para começar a fazer o almoço.

- Quase quatro. Em princípio, na próxima consulta vou saber o sexo. – Disse ela sorrindo para a pequena barriga.

- Se for como a Bella, só quando nascer é que sabes o sexo. – Disse rindo. Olhei para a ela e percebi a confusão que ia na sua cabeça. – A Bella é mulher do Edward que é irmão do Jasper. Ela está grávida pela segunda vez e está de sete meses. Ainda não conseguiram ver o sexo do bebé. – Expliquei para ela.

- Tens mais sobrinhos? – Perguntou.

- Sim, tenho mais quatro. O Ray que tem oito, a Amy sete, o Peter que tem três e o Anthony que tem quase quatro. E tenho dois a caminho. O bebé da Bella e o teu. – Comentei. Notei que ela sorriu abertamente quando chamei de sobrinho ao filho dela. Acho que era a confirmação de que eu a aceitava como irmã. Fizemos o almoço no meio de uma conversa agradável e depois comemos com o Will. Depois de almoço, ela ajudou-me a arrumar tudo e ficámos à espera de ser hora de ir buscar a Amber e a Liv. – Quando chegarmos a casa, gostava de lhes explicar quem tu és. – Disse-lhe.

- Vais-lhes dizer que sou tia deles? – Perguntou ela surpresa.

- Vou, só se não quiseres. – Respondi meio confusa, pensei que ela queria assumir os sobrinhos.

- Claro que quero, só não estava à espera. – Disse ela realmente feliz. Quando o relógio marcou dez para as três saímos de casa. Notei que a Cynthia estava um pouco nervosa para se apresentar como tia mas eu tinha a certeza que as minhas princesinhas e o Will a iam aceitar, tal como eu a aceitei na minha vida.