Reencontros e Recomeços escrita por ancientsoulwriter


Capítulo 5
04 - Amar


Notas iniciais do capítulo

Deixa eu contar uma coisa para vocês; quando eu postei esse capitulo pela primeira vez, lá no Spirit e no Wattpad, eu senti um alívio tão grande! Simplesmente porque eu passei três meses escrevendo ele, acreditam? ksksksk.

Esse é o maior capítulo da fanfic até agora, deu muito trabalho para escrever, mas eu consegui! Ele está recheado de momentos Seddie e tem muitas referências a muitas coisas que eu gosto (como sempre).
Em resumo: é um capítulo soft, vamos precisar de muito conforto para o que vem pela frente depois do fim desse capítulo aqui (ok falei demais kkkk)

Enfim... sem mais delongas, espero que gostem.
Boa leitura! ♡♡



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Você torna o amor divertido

(You Make Loving Fun - Fleetwood Mac)

...

 

Sam acordou bem cedo naquele dia, não porque não estava com sono, mas porque o vizinho de cima estava fazendo muito barulho com um instrumento que parecia ser uma bateria. "Que porra de gente acorda sete da manhã pra tocar bateria?" pensou ela, enquanto se levantava contra a vontade. 

Se não tivesse um nome na advocacia para zelar e uma ficha limpa para manter, iria até lá tirar satisfação. Mas como tinha, apenas se arrastou até o banheiro, xingando até a décima quarta geração do indivíduo. 

 

Meia hora depois estava tomando café da manhã na cozinha; leite com cereal e banana. Enquanto comia, pensava em Freddie e no dia anterior, estava ansiosa para vê-lo de novo. Havia se esquecido de como era boa a sensação do namoro, e de como era bom ser mimada pelo amado, como se ela fosse a coisa mais preciosa de sua vida. 

Até que ouviu um ranger na porta.

Toda a tranquilidade esvaneceu de seu ser quando viu Carly entrando sorrateiramente no apartamento enquanto segurava sapatos de salto em uma das mãos. Ela estava cabisbaixa, por isso ainda não havia visto a amiga. 

—Aonde a mocinha pensa que vai? -perguntou Sam, saindo da cozinha. 

Carly levantou a cabeça em um sobressalto, enfim notando a presença da amiga no meio entre a sala e a cozinha. Suas mãos estavam na cintura e suas sobrancelhas franzidas, parecia até mesmo uma mãe. Se o momento não fosse tenso, Carly teria começado a rir na mesma hora em que viu a amiga. 

—Eu cheguei aqui tranquila ontem pensando que você estava dormindo, e do nada você me aparece às oito da manhã nesse estado? -a loira continuou, e seu tom de voz já não era tão baixo.- Poxa Carly! Você poderia ter pelo menos me avisado, mandado uma mensagem...

—CALMA SAM! Eu estou bem, não precisa se preocupar. E se você parar de falar e me deixar tomar um banho, eu sento aqui na sala com você e civilizadamente te conto tudo que rolou ontem. 

Sam suspirou.

—Tudo bem... e foi mal aí, eu sei que a minha reação foi exagerada, até porque você é adulta e sabe o que faz... mas eu sei lá, só me assustei porque pensei que você estava dormindo e você sempre avisa quando algo acontece... 

—Tudo bem amiga, já passou! 

Carly deu um abraço em Sam e subiu para o quarto. 

 

Meia hora depois Carly tomava café na cozinha na companhia de Sam, que apesar de já ter realizado a primeira refeição do dia, devorava um waffle com mel. 

—Bom, o que aconteceu foi o seguinte: já tem alguns dias que eu estou conversando com um cara na internet, o Griffin Andrews! Lembra dele? 

—Aquele que você dispensou porque colecionava ursinho de pelúcia?

—Esse mesmo! Então, nós estávamos em chamada de vídeo ontem depois que você saiu e ele me chamou para ir em uma festa que um amigo estava dando em uma boate para comemorar algo que eu sinceramente já esqueci. Bom, eu aceitei, foi muito legal, conversamos muito, trocamos amassos, ele me apresentou para os amigos dele e no final... fomos para a casa dele! 

Sam se engasgou com um pedaço de waffle.

—Você passou a noite com ele? 

Carly apenas assentiu, enquanto sorria largamente. 

—E foi maravilhoso! Inclusive, já marcamos de nos vermos de novo em breve. 

—Uau amiga! Estou surpresa, mas feliz por você. Pelo que eu me lembre o Griffin é um cara muito legal, inclusive na época eu fiquei com vontade de te esganar por ter terminado com ele por um motivo tão bobo. 

Carly riu. 

—E você mocinha, como foi sua volta pela cidade ontem? 

—Surpreendente! 

—Me conta tudo! 

—Resumindo: eu e o Freddie voltamos!

Dessa vez fora Carly quem se engasgou com a comida.

—É, eu sei, meio inesperado né? 

—Na verdade não, eu esperava isso desde que te mandei aquele email! Sempre soube que vocês ainda se amavam, lembra? -deu uma risadinha- Mas como foi isso? 

—Senta que lá vem história: eu estava andando tranquilamente até parar em um bar, entrei nele e o Freddie estava lá, conversamos e tudo ia bem até ele querer falar sobre o beijo que trocamos na noite do jantar, e...

—VOCÊS SE BEIJARAM? -Carly interrompeu e Sam revirou os olhos. 

—Sim, nos beijamos, vai fazer drama de novo por não termos te contado? Ou vai me deixar terminar de falar? 

—É claro que não, eu não tenho mais 14 anos, continua! -deu uma mordida na torrada.

—Enfim... eu ainda estava mexida com o beijo e com todos os sentimentos que eu tenho por ele, mas acabei dizendo que o beijo foi só um momento de nostalgia e que não poderia mais acontecer e ele, claro, não gostou muito de ter ouvido isso. Trouxemos a tona assuntos mal resolvidos do passado, eu saí do bar, ele veio atrás de mim, eu chorei na frente dele e ele me confortou, me abraçando. Depois, enquanto caminhávamos, ele me contou a versão dele desses assuntos mal resolvidos e quando ele terminou de falar, eu só perguntei o que ele sugeria para nós dois. E ele só disse: "recomeçar" -fez aspas com os dedos e imitou a voz dele ao falar-. 

—E o que isso significa? 

—Significa que ele basicamente me propôs viver o momento, sabe? Ficarmos juntos durante esse meu período de férias e no final dele decidimos como vamos fazer com a distância e ete cetera. Eu estava um pouco relutante mas acabei cedendo, porque aquele nerd tem um feito sobre mim que até hoje eu não entendo -deu uma risadinha-. Enfim, passeamos muito pela cidade, fomos a vários lugares, incluindo a Space Needle, e no final ele me chamou para o apartamento dele. Ele cozinhou para mim, tomamos vinho, conversamos... ele me pediu em namoro. Nos beijamos, e ele me pediu para que eu dormisse com ele, mas recusei.

—E por que você recusou, sua louca? 

—Foram emoções demais para um dia só, você sabe como eu sou com emoções! Mas acalma o coração aí Seddie shipper, combinamos que essa noite eu vou! 

Carly deu um gritinho de felicidade e bateu palmas. 

—Eu sei, -Sam continuou- é meio imprudente, mas o que ele disse faz sentido, não somos mais adolescentes, somos adultos, vamos saber conduzir a situação!

—Vão sim, eu sei que vão! -Carly tocou as mãos da amiga em um gesto reconfortante- E pelo visto ontem nós duas saímos ganhando em relação ao amor. Parabéns para nós, somos compatíveis até nisso! 

Sam deu uma risadinha. 

—Eu conheço alguém que chamaria isso de conexão cósmica. 

 

Até que a conversa fora interrompida por um barulho no celular de Carly. 

—É o Griffin! Preciso atender amiga, já volto! -a morena disse e então saiu em disparado da cozinha. 

—Claro, vai lá! -Sam respondeu, sorrindo, apesar de a morena não ter ouvido por já ter deixado o recinto. 

 

                               {...}

 

Era incrível como o desempenho de Freddie no trabalho havia melhorado significativamente em apenas um dia. Diferente do dia anterior e posterior, ele agora estava completamente concentrado nos papéis a sua frente, e honestamente, já nem sabia que horas eram naquele momento, só sabia que a primeira coisa que fez ao acordar foi ter pêgo uma xícara de café e aberto o notebook. 

Apesar de domingo não ser o dia mais indicado para trabalhar, Freddie havia deixado algumas questões, não tão urgentes assim, para serem resolvidas quando conseguisse se recuperar do que chamava de "efeito Sam". Uma nomenclatura boba, mas que fazia sentido. Sam era a aurora de sua vida, essa era uma das únicas certezas que Freddie tinha. E sabia que não iria conseguir ficar em paz até que resolvesse suas questões com ela, não iria se perdoar se ela voltasse para Los Angeles antes de ouvi-lo. Durante anos ele ensaiou esse momento em sua mente, já pensara em ligar, visitar de surpresa... mas nunca encontrava coragem.

Até que a coragem o encontrou, estando ele preparado ou não. 

A vida era mesmo uma loucura, e a sua mais ainda! 

 

—Finalmente! -comemorou ele, quando terminou seu trabalho com os papéis. Pegou o PearPhone ao lado do notebook e se surpreendeu ao ver as horas; meio dia. Estava desde às sete acordado... mas pelo menos todo o trabalho estava feito. Talvez Sam tivesse razão, talvez ele devesse pegar férias. 

E por falar nela... sorriu ao ler uma mensagem da loira na barra de notificações. 

"Ei gatinho"

"Tá a fim de ir almoçar?"

 

                              {...}

 

Se encontraram no saguão do prédio. Sam já esperava por Freddie desde que ele respondeu sua mensagem aceitando o convite, não demorou muito para que ele chegasse, a surpreendendo abraçando-a por trás. 

Sam, que estava distraída olhando para o portão de entrada, levou rapidamente as mãos ao peito, mas logo sorriu por saber de quem se tratava e se virou para encarar os olhos de chocolate que tanto a encantavam. 

—Oi amor. -deu um selinho nele. 

—Oi linda. E aí, aonde vamos? 

—Eu estava olhando alguns restaurantes no Trip Advisor e encontrei um bistrô que abriu recentemente, ele fica há algumas duas quadras daqui, dá pra ir à pé. Vamos? 

—Bora! 

Ele pegou a mão dela e juntos começaram a caminhar até o destino. No caminho, conversaram sobre o quão engraçado era Sam se tornar uma turista na própria cidade em que nasceu. Risadas puderam ser ouvidas por quem passasse perto deles. 

Sem nem perceberem, chegaram ao tal bistrô e não demorou muito para que escolhessem uma mesa na área externa. 

 

O lugar era lindo, meio vintage, havia flores e tocava uma música de Taylor Swift no ambiente. Sam logo reconheceu; Back To December!

—Ela escreveu essa música para o Taylor Lautner depois de ter se arrependido de ter terminado com ele. -disse para Freddie, quando se sentaram para comer. 

—Eu nunca entendi porque eles terminaram. 

—Ah, longa história... basicamente ela se interessou pelo John Mayer então terminou com o xará dela, mas o John Mayer fodeu a saúde mental dela, foi um relacionamento muito tóxico, daí ela terminou com ele depois, mas é evidente que ela carregou traumas por muito tempo por causa dele. 

—Interessante... 

Sam deu um sorriso de lado, constatando que Freddie continuava sem entender o que ela disse. 

Ele não era bom em fofocas musicais. 

Ou em fofocas, no geral. 

—Amor, -disse ele após servir suco de melancia aos dois. 

—Estou ouvindo. 

—Eu fiquei pensando no que você me disse, sobre pegar férias, e cheguei a conclusão de que é melhor mesmo. 

Sam sorriu. 

—Que bom amor, mas o que te fez mudar de ideia? 

—Você. Que me ajudou a perceber que eu estava me tornando um viciado em trabalho, e não preciso nem falar que isso não é nem um pouco saudável, não é? Tipo, eu sou jovem, preciso trabalhar sim, mas também tenho que curtir às vezes, principalmente quando eu tenho uma namorada linda. -pegou a mão dela, que sorriu. 

—Que bom que você percebeu isso, amor, eu estava muito preocupada com você... aliás, quando foi que você começou a se afundar no trabalho desse jeito? 

Freddie ficou em silêncio durante algum tempo, como se estivesse procurando as palavras certas a serem ditas. 

—É melhor falar sobre isso mais tarde... é um assunto um pouco delicado. 

Sam achou estranho, mas preferiu não insistir e respeitar a vontade do namorado. Se ele disse que era algo delicado, então envolvia bem mais do que ela pensava. 

—Tudo bem. 

 

O resto do almoço seguiu tranquilo, conversaram sobre muitas coisas, era incrível como nunca faltava assuntos entre eles. 

Quando saíram do bistrô, do qual ganhou avaliação cinco estrelas de Sam no Trip Advisor, decidiram dar uma volta pelo Seward Park. Apesar de ser verão, as flores estavam lindas como se a estação fosse a primavera. Andavam de mãos dadas até que Sam decidiu tirar algo de sua bolsa. 

—Diga presunto! -disse ela, posicionando a câmera polaroid na frente de Freddie, que prontamente obedeceu. 

—Desde quando você se interessa por fotografia polaroid? -perguntou ele, após a foto ser tirada. 

—Pouco depois que eu me mudei para Los Angeles, a Cat tem alguns amigos que assim como ela são artistas, você já conheceu dois deles, a Jade e o Robbie. E três deles; Beck, Tori e André são apaixonados por fotografia, os conheci em um lual que a Cat resolveu fazer para comemorar o início do verão, conversamos e eles me apresentaram a arte da fotografia. No início eu só fotografava com a câmera digital, mas depois a Jade disse que o Beck estava a ensinando revelar filme de câmera analógica, me interessei e ele me ensinou também. E a polaroid é a mais recente... minha relação com ela não foi por causa dos amigos da Cat, mas sim por causa de uma feira vintage que estava rolando na faculdade quando eu estava no último semestre. Sempre achei meio brega, mas até que gostei quando vi uma presencialmente. É legal a foto sair na hora, ela praticamente faz tudo, você não precisa fazer nada além de apertar o botão.

—Isso é incrível! Você é mesmo uma caixinha de surpresas, Puckett!

—E você adora que eu sei! 

Ele apenas sorriu e a puxou para um beijo calmo e apaixonado. A mão desocupada dela encontrou o ombro dele na curvatura do pescoço, algo que o arrepiou. 

Até que uma voz os interrompeu:

—Ai meu Deus vocês são do iCarly!

Sam e Freddie rapidamente se distanciaram e olharam para a jovem mulher á frente. Ela estava acompanhada de uma criança, uma menina que não aparentava ter mais do que cinco anos. 

—É... nós já fomos. -disse Sam, incapaz de esconder o leve desconforto, ninguém falava mais do iCarly, há tempos saia na rua sem ser reconhecida, nem lembrava qual fora a última vez. 

—Sim, o iCarly acabou há onze anos. -completou Freddie, ele partilhava do mesmo desconforto de Sam, mas soube disfarçar um pouco melhor que a loira. 

—Eu sei -a mulher deu uma leve risadinha- mas eu nunca esqueci daquele programa, eu amava assistir vocês! E fico muito feliz de ver que vocês estão juntos de novo, eu torcia muito por Seddie, eu tinha até mesmo um fã clube na internet para vocês. 

—Obrigado, vocês fãs Seddies sempre foram muito legais com a gente. -disse Freddie. 

—Obrigada pelo carinho, qual seu nome? -perguntou Sam. 

—Dorothea. E essa é minha filha Betty, -ela chamou a atenção do casal para a garotinha. 

Sam sorriu e se abaixou a altura da criança. 

—Que fofa sua filha! 

A pequena Betty apenas sorriu e levou uma das mãozinhas ao cabelo de Sam, a loira sentiu os olhos marejarem com o gesto inocente da menina.

—Cabelo bonito... você parece a minha Barbie, a que é médica! -Betty disse, e dessa vez Sam não pôde evitar que uma lágrima singela descesse de seu olho direito. 

—Obrigada querida. 

Ela secou a lagrima de forma discreta e se levantou. 

—Parece que ela gostou de você, Sam. -disse Freddie, sorrindo.

—Todos gostam da mamãe aqui nerd! 

Os três riram da fala dela. 

—Ela deve ter te reconhecido. Às vezes eu coloco alguns vídeos do iCarly para ela assistir quando preciso me ocupar. Ela gosta muito, dá várias gargalhadas. 

—É muito legal saber disso. -disse Freddie e ele e Sam se entreolharam sorrindo. 

Após mais alguns minutos de conversa, Dorothea pegou a pequena Betty no colo e se despediu, dizendo que precisava encontrar o marido.

 

Sam e Freddie continuaram a andar de mãos dadas, até que Freddie percebeu a quietude de Sam e o olhar distante da mesma.

—Amor, está tudo bem?

Ela olhou para ele e sorriu tímida.

—Está sim, é só que... foi estranho ser abordada por uma fã do iCarly assim, do nada, depois de todos esses anos... eu não soube bem como reagir, sei lá... 

—Eu me senti assim também. 

—Estranho, porque nós dois amávamos fazer aquele programa, assim como a Carly... 

—Na verdade eu não acho tão estranho, apesar de todas as memórias afetivas e sentimentos bons que temos, é algo que ficou no nosso passado. Você é advogada, eu gerente da Pear Store, nossa rotina é puxada, com tantos afazeres do dia a dia não sobra tempo para lembranças, mesmo as melhores. 

—Você tem razão... ah, as vezes ser adulto é um saco! Seria incrível voltar a ter 13 anos e apresentar o iCarly de novo! Aliás, aproveitando que estamos falando sobre aquela época, lembra de um cara chamado Griffin Andrews? 

—Aquele que a Carly dispensou porque colecionava bichinhos de pelúcia? 

—Esse mesmo! Carly reencontrou com ele e agora estão se entendendo. 

Freddie arregalou os olhos, surpreso. 

—Sério? 

—Sim! Das duas a uma; ou ele não coleciona mais bichinhos de pelúcia, ou a Carly parou com essa neura. 

Freddie riu com a fala da loira.

—Isso é legal. Espero que dê tudo certo para eles, pelo o que eu me lembre do Griffin, ele é um cara legal!

—Sim! Ainda bem que ela não foi boba. 

Em um momento de distração de Sam, Freddie sorriu de canto e então pegou a câmera da mão dela, posicionando em sua frente logo em seguida. 

—Ei Frednerd, isso é meu! -protestou ela. 

—Ah é? Então fala tecnologia. 

Sam revirou os olhos sorrindo de leve e fez o que o namorado pediu. Logo, ele balançava a polaroid. 

—Linda amor, como sempre! 

—Eu sei! -ela disse, pegando a câmera.-Vem, vamos tirar algumas na grama. 

Ela o puxou pela mão e caminharam até um lado do parque que não havia tantas crianças brincando. Deitaram-se na grama e tiraram muitas fotos, uma em especial se tornou a favorita de Freddie; ele estava com os olhos fechados mas Sam o observava com os olhos bem abertos e sorria largamente, era nítida sua felicidade. Essa foto foi uma das últimas a serem tiradas e Freddie já estava cansado de encarar a luz do sol, por isso estava com os olhos fechados. 

Discretamente, guardou aquela foto na carteira antes de ajudar Sam a se levantar. 

 

                             {...}

 

Era início de noite quando o casal retornou ao Bushwell. Sam disse a Freddie para que a esperasse pois iria para o apartamento de Carly tomar um banho e pegar algumas roupas para levar para o dele. Freddie concordou e decidiu acompanhá-la.

Quando entraram no 14B, encontraram Carly comendo alguma coisa no sofá enquanto assistia ao que parecia ser Celebridades Embaixo D'água.

—Ei amiga. -cumprimentou Sam, enquanto fechava a porta. 

—Oi gente! -a morena olhou para o casal de amigos, Freddie a cumprimentou apenas com um aceno. 

—Eu vim só pra tomar banho, o Freddie vai me esperar, ok? 

Carly assentiu e Sam subiu as escadas. 

 

—E aí Freddie, aonde vocês foram? 

—Sam me chamou para almoçar, depois fomos passear no Seward Park. -disse ele, se sentando na poltrona de frente para a amiga. -Inclusive, encontramos uma fã do iCarly

A morena arregalou os olhos. 

—Sério? Que legal, eu jurava que ninguém mais se lembrava do programa...

—Aparentemente ainda se lembram, os fãs mais velhos, pelo menos...

—E como foi para vocês? 

—Estranho. Principalmente para a Sam, ela morava na cidade dos artistas e ninguém a reconhecia, daí ela chega em Seattle e no terceiro dia dela aqui a reconhecem. Fora que é algo que ficou no passado, e em comparação aos nossos atuais empregos, o iCarly parece algo de outra vida. 

—Verdade... acho que eu também acharia estranho se um antigo fã me abordasse assim, do nada. 

—É mas aí, a Sam me contou a novidade. 

—Novidade? 

—Sim, sobre você e o Griffin. 

—Aquela loira fofoqueira! -ela deu uma risadinha- Mas sim, eu e o Griffin estamos nos acertando... inclusive, eu disse para ele que você e a Sam estão juntos de novo e ele disse que seria legal marcar um encontro de casais algum dia. 

—Ótima ideia! Eu vou pegar férias da Pear Store mesmo.

—Finalmente né, aposto que foi a Sam que te convenceu. 

—Acertou bem na mosca, minha amiga! 

 

—Estou pronta! 

A voz de Sam tomou conta do ambiente enquanto ela descia as escadas, se posicionou ao lado de Carly no sofá. 

—Linda, amor! -disse Freddie, sorrindo para ela, que revirou os olhos um pouco envergonhada. 

—Deixa de ser bobo, Benson, eu estou literalmente usando jeans e camiseta de banda.

—Que só te deixam ainda mais sexy. 

Carly riu dos amigos.

—Enfim... Sam, eu estava falando para o Freddie que o Griffin sugeriu um encontro de casais entre nós quatro. 

—Seria maneiro! Para quando? 

—Ainda não tem data definida. 

—Assim que eu pegar férias eu te aviso, aí vemos qual é o melhor dia. -sugeriu Freddie. 

—Pode ser! -Carly concordou. 

—Agora se você não se importa Carly, eu vou levar essa princesa comigo. -disse Freddie, indo até Sam, que se levantou e segurou sua mão.

—Claro, pode levar, mas me devolva amanhã, ok? Eu ainda preciso da minha melhor amiga. 

Sam deu uma risadinha. 

—Meu Deus, como vocês são idiotas! Eu ainda estou aqui ok? E não sou nenhuma mercadoria para ser devolvida. Vamos logo, Benson. 

E saiu arrastando o namorado pela mão até a porta. 

 

                                {...}

 

Quando chegaram ao 8D, Sam acendeu as luzes do apartamento e teve um choque ao prestar atenção em como o ambiente estava diferente desde a última vez em que colocara os pés lá, quando ainda era adolescente. Freddie disse que iria tomar um banho rápido e que era para Sam ficar a vontade. 

A loira então colocou a bolsa com suas coisas no quarto dele, que agora já não tinha mais a decoração de Guerra nas Galáxias, e se sentou na cama, observando o lugar. 

 

Quando mais nova, a atmosfera do apartamento 8D era um tanto quanto perturbadora para Sam (e para qualquer criança que entrasse lá) as paredes costumavam ser cinza, sem quadros ou qualquer enfeite. O sofá coberto por plástico ganhava protagonismo na sala, e a mãe neurótica de Freddie era apenas a cereja do bolo da loucura perturbadora que habitava o apartamento.

O único cômodo do ambiente que era isento disso tudo era o quarto de Freddie. Aquelas quatro paredes sempre refletiram muito bem a personalidade do moreno, os pôsteres de Guerra nas GaláxiasQueenFleetwood Mac, equipamentos tecnológicos e livros de ciência... tudo aquilo era parte do garoto por quem Sam se apaixonara, apesar de ter passado boa parte da infância implicando com ele e com tudo que o envolvia, ela não podia negar que mesmo naquela época, ela achava atraente a forma como ele falava de assuntos que gostava. 

Desviou o olhar para a cama em que estava sentada, ainda era a mesma daquela noite; a primeira que passaram juntos. A única diferença é que na época havia cobertores de Guerra nas Galáxias a cobrindo. 

 

Se levantou e foi até a sala, que agora já não havia mais plástico cobrindo o sofá e havia ganhado uma decoração moderna; paredes branco gelo, rack nova para a televisão, e cortinas novas. 

Sam andou até a rack; havia uma foto de Marissa Benson em cima, junto com duas rosas brancas. Deu um leve sorriso, apesar de tudo Freddie nunca deixou de amar a mãe, e nem havia motivos para tal. Apesar da loucura, a mulher amava o filho, fazia de tudo por ele... era a única familia que Freddie tinha. E apesar de Marissa nunca ter gostado de Sam, ao ponto de armar para separa-la do filho, a loira sempre a admirou pela força e coragem de criar um filho sozinha quando todos ao redor julgava ser impossível. 

Ela nunca guardou rancor da mulher, e isso era algo raro de se acontecer com Sam. 

 

Seus devaneios se esvairam quando sentiu braços a envolver por trás. Sorriu. 

—Gostei da decoração, parabéns! -ela disse, se virando para encarar o namorado. 

—Muito obrigado. -ele sorriu. Vou pedir lasanha do Pini's pra gente, ok? 

Sam assentiu e deu um selinho nele, indo até a cozinha, os servindo de duas taças de vinho e voltou para a sala, se sentando ao lado de Freddie no sofá. 

—Valeu. -ele disse quando ela o entregou a taça.

Ela sorriu, e então decidiu tocar no assunto que Freddie havia adiado para falar mais tarde. 

—E então, mais cedo eu te perguntei como você se tornou um workaholic e você disse que seria melhor falar sobre isso a noite... -ela começou, bebericando um pouco do vinho.

Freddie olhou para ela e ficou alguns segundos em silêncio antes de dizer algo. 

—É uma história longa, e complicada... tem a ver com o que aconteceu com a minha mãe cinco anos atrás... o diagnóstico de lúpus, a doença avançando até que o fatídico dia chegou... aquilo me abalou mais do que eu esperava, mas também não era pra menos, minha mãe era praticamente a única familia que eu tinha. Eu só... não soube lidar bem com o luto... até recusei ajuda psicológica, confesso, e me arrependo. Minha maneira de extravasar a dor foi fugir dela, aí eu me afundei no trabalho, e mesmo agora, quando eu posso enfim dizer que superei a dor do luto, eu não consigo parar com isso. Entende? É como se o trabalho fosse um band-aid emocional. 

Dessa vez fora Sam quem ficara em silêncio. Ela não fazia ideia que o motivo era esse. É claro, na época ficara sabendo do falecimento da mãe de Freddie, e até suspeitou que esse evento tivesse alguma relação com o problema do namorado, mas, não fazia ideia do que causara a partida de Marissa e muito menos que Freddie, que sempre fora metódico, preferira fugir da dor. 

Isso era algo que ela faria, não ele. 

Era o que ela pensava. 

Não sabendo o que dizer, apenas colocou a taça no chão e o abraçou profundamente. Freddie retribuiu o abraço na mesma intensidade e sorriu. 

—Eu sinto muito... 

—Está tudo bem, Sammy. Eu estou bem, prometo! Principalmente agora que eu tenho você de novo. 

Se separaram do abraço e se encararam, sorrindo um para o outro, tocando suas testas logo em seguida. 

 

                              {...}

 

Mais ou menos umas duas horas haviam se passado. Sam e Freddie jantaram juntos enquanto conversavam sobre qualquer assunto que lhes viesse a mente, riram e brincaram enquanto lavavam a louça ao final da refeição. Sam havia ficado furiosa porque Freddie havia molhado sua blusa (com o resto do vinho que tinha em sua taça), que por sinal era sua favorita, e tivera que trocar. 

Agora, se encontravam na sala ouvindo um disco do Fleetwood Mac. Algumas vezes dançavam, trocavam carícias, conversavam, e outras apenas ouviam as músicas abraçados. 

—Então quer dizer que você aposentou a meia de manteiga? -perguntou Freddie, acariciando as costas da namorada, que estava sentada em seu colo. 

—Bom, eu tive que fazer isso, tenho uma reputação positiva a zelar agora. Qualquer passo em falso e eu não só sujo a minha ficha, como também perco minha carteira! -acariciou o rosto dele. 

—Entendo... isso deve ser péssimo, amor.

—Sim, principalmente se você é alguém como eu... todo mundo na faculdade, principalmente meus professores, estavam sempre atentos a mim, olhares vigilantes... que até hoje me perseguem, parece que muitos daqueles magistrados não acreditam que uma pessoa fichada possa se regenerar perante a lei, enfim... mas, eu ainda guardo a meia de manteiga em um lugar bem seguro, para uma emergência... -sorriu divertida e Freddie a acompanhou. 

—Isso parece horrível... por que você escolheu direito?

—Porque... além de eu ter sentido uma conexão com a área, eu queria ajudar mulheres vítimas de violência e crianças, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade. Eu meio que tenho experiência nisso... sei lá, achei que eu pudesse usar a minha força, mesmo que não seja a física, e a minha língua afiada para algo bom. 

Freddie sorriu encantado, o sentimento de orgulho por Sam só aumentava a cada dia que passava. Ela amadurecera tanto... em todos os sentidos. Sentia que palavras muitas vezes não eram suficientes para demonstrar a ela seus sentimentos, então fez o que mais gostava de fazer quando estava em sua presença. 

Ele a beijou. 

—Eu te amo! -disse, enquanto colocava uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. -Suas clientes, as pessoas que você ajuda, são muito sortudas por ter você! 

Sam sorriu, Freddie sempre soube como surpreendê-la, a forma como ela sabia que ele a amava e a admirava, era algo tão certo quanto respirar. Era seguro, e ela sempre precisou disso; segurança. 

Freddie proporcionava isso a ela. 

—E eu tenho muita sorte por ter você, meu nerdzinho! 

Se beijaram novamente. 

O beijo começou calmo, mas logo se tornou urgente quando Freddie pediu passagem com a língua e Sam consentiu. Os braços dela estavam envolta do pescoço dele, ao passo que os braços dele envolvia a cintura dela, até que o ar se tornou escasso e eles se separaram, terminando o beijo com selinhos. 

—Acho melhor irmos para o seu quarto... -disse Sam, entre sussurros, e ele apenas assentiu. 

Ela saiu do colo dele, ele se levantou do chão e a pegou no colo novamente, dessa vez em estilo noiva, indo em direção ao quarto. Não se importaram com o disco, que a essa altura já havia terminado de tocar, só conseguiam focar um no outro. 

 

A porta estava aberta, o ambiente escuro, iluminado apenas com a luz da rua chuvosa que refletia na janela. Freddie colocou Sam em sua cama delicadamente, enquanto distribuía beijos por seu pescoço. Mesmo entorpecida pelo desejo e pelas carícias que o moreno lhe proporcionava, Sam abriu os olhos em um ímpeto de racionalidade e começou a abrir os botões da camisa de Freddie, a retirando com seu auxílio. Acariciou o tórax dele com as mãos e sorriu. Freddie começou a subir lentamente a blusa de Sam até conseguir tirá-la. 

Terminaram de se despir um ao outro até restarem apenas as roupas íntimas. Freddie parou e olhou dentro dos olhos de Sam, mil pensamentos se passavam em sua mente naquele momento; flashs da primeira vez que se uniram naquela cama, há tantos anos atrás, o primeiro beijo na escada de incêndio, o beijo que ela lhe roubara no lock-in, o beijo que ele lhe roubara quando depois de muito esforço a encontrou naquele hospital psiquiátrico. 

Tantos momentos compartilhados juntos, os primeiros um do outro em tudo!

—O que foi meu amor? -perguntou Sam, o tirando de seus devaneios. 

—Eu te amo muito! 

Ela sorriu. 

—Eu também te amo muito... mas agora, por favor, continua o que estava fazendo!

Ele soltou uma leve gargalhada, até em momentos como esse Sam era Sam. 

E ele não mudaria aquilo por nada! 

 

Obedecendo ao que ela pedira, levou uma mão até o fecho de seu sutiã, o abrindo e o retirando logo em seguida, deixando os seios da namorada expostos. Sorriu e beijou o vão entre eles. Não demorou muito para que as roupas de baixo também fossem retiradas e enfim a união fosse consumada. Entre movimentos que começaram lentos, mas que em um determinado momento se tornaram mais urgentes, ambas as mãos se entrelaçaram de forma natural, como um apoio para as sensações provocadas pelo ato. 

O quarto fora preenchido por sussurros e gemidos que após algum tempo se acalmaram. Freddie desabou em cima de Sam, e após os batimentos cardíacos se acalmarem e ambas as respirações voltarem a seus ritmos normais, encostaram as testas sorrindo. Freddie deitou ao lado da loira e a puxou para seu peito, acariciando seus cachos. Se olharam, ainda sorrindo, não conseguiam parar de sorrir, a felicidade era contagiante. Mesmo depois de tanto tempo, estarem ali juntos significava tanto para eles, afinal, a guerra havia acabado, com eles sendo os vitoriosos. 

Até que Sam adormeceu. Freddie sorriu com a cena e beijou sua testa, a admirou por mais algum tempo antes de se render ao sono. 


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Notas finais do capítulo

Ok, eu sei que o hot não foi dos melhores, é que eu realmente não sou boa em descrever cenas assim, ainda estou aprendendo, e esse foi o primeiro hot explícito que eu escrevi. Sinceramente? Eu gostei do resultado, mas é claro que eu ainda tenho muito o que melhorar ksksk.

Me deixem saber o que estão achando da fic, por favor!

Bjiunhs. ♡



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