A estrada até aqui escrita por MaryDuda2000


Capítulo 9
Crescer é arriscar-se


Notas iniciais do capítulo

Oii, pessoal! Como vão?
Espero que estejam muito bem.
Boa leitura!



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Precisei de tempo para processar tudo que me dissera.

Depois desse episódio, a senhora Tsunade parou de fugir de mim. Semanas depois, procurei-a com mais perguntas. Assim sucederam-se dias em que fui a falsas reuniões de turma ou seminários na capital, quando na verdade seguia para uma fazenda que, ironicamente, podia chegar seguindo à estrada do acidente.

Segundo ela, os espíritos de Sasuke e Naruto estavam fadados a repetir determinado dia da viagem que culminou no acidente não por erro deles, mas por influência do tal espírito vingativo. Enquanto não fosse destruído, suas almas permaneceriam nesse looping, repetindo-se anualmente.

Após muita insistência e talvez identificando-se com minha perda, a senhora Tsunade contou como trouxera Nawaki de volta à vida, ressaltando os prejuízos do ritual realizado. Nada saía de graça. Havia sacrifícios. Alertou-me também quanto à tentativa única, pois, caso falhasse, eu morreria.

O feitiço requeria etapas, as quais estudei meses cautelosamente por conta própria, indo a fundo em cada uma delas.

Primeiro: corpo.

Àquela altura, o corpo de Sasuke não existia mais. Dessa forma, eu deveria recorrer a um substituto original. Nas escrituras bíblicas, era dito que o homem do pó veio. Por isso, deveria construir um exemplar em tamanho real ao meu irmão em barro. De acordo com a senhora Tsunade, não precisaria ser idêntico a ele como um boneco de cera, porém deveria estar perfeito em sua construção.

Segundo: encaixe vital.

O peito do boneco teria uma parte oca, cuidadosamente moldada, pois seria o compartimento que guardaria a alma daquele que retorna. Ali também seria seu ponto vital, no lugar onde deveria ser o coração.

Terceiro: alma.

Enquanto toda estrutura que serviria de casca precisava de tempo para ficar pronta e chegar o mais próximo possível da perfeição, o receptáculo da alma deveria ser fresco e preciso. Também feito de barro, com forma de um pequeno boneco, moldado na véspera do feitiço.

Foram meses de treino. A fim de melhorar minhas habilidades, comecei um curso de artesanato e transformei a garagem de casa num estúdio, o que não levantaria qualquer suspeita, especialmente porque era um cômodo que minha mãe quase nunca ia.

Era um canto que abrigava minhas paranoias e eu.

Até Izumi entrar lá e ver o quarto boneco em tamanho real que eu preparava.

Claro que ela imediatamente relacionou a minha família, mesmo que não houvesse muita diferenciação entre eles. Senti-me aliviado por seu apoio, pois, para ela, estava canalizando bem minhas dores pela arte. Por outro lado, doía esconder esse segredo. Não estava certo, entretanto essa história toda não era fácil de explicar, muito menos expor as consequências se desse errado.

Conforme o aniversário de três anos da morte de Sasuke se aproximava, eu permanecia cada vez mais tempo no estúdio. Não apenas treinando o receptáculo, como também em meio a pesquisas e treinos do feitiço, que era recitado numa mistura de idiomas antigos e línguas mortas, como latim, egípcio antigo e sânscrito. Não era apenas gravar o que estava escrito, mas também entender e pronunciar corretamente. Um equívoco poderia ser fatal.

Num desses dias, quando adormeci treinando, Izumi levou-me um lanche e deu de cara com minhas pesquisas. Óbvio que se assustou. Viramos a madrugada enquanto, pela primeira vez, contei tudo que aconteceu. Ao fim, levantou-se e partiu sem dizer nada mais.

Sua ausência foi motivo de questionamento por minha mãe, pois quase todos os dias ela nos visitava. Ainda que doesse a ideia de perdê-la, estava agradecido por ter partido sem contar nada para a mamãe.

Faltava um mês quando Izumi invadiu o estúdio, dando-me um abraço que trouxe à tona todas frustrações e inseguranças. Chorei de saudade e agradecimento por estar de volta. Ela ressaltou minha tolice, porém que também entendia a persistência. Que não sabia se acreditava naquilo tudo, mas que, se eu tivesse ajuda, havia menos chance de as coisas darem errado.

Izumi ressaltou a necessidade de partirmos dali se o feitiço desse certo. Todos naquela cidade conheciam nossa família, sabiam da morte de Sasuke. Não teria como ele aparecer vivo. Por isso, recomendou nos mudarmos para sua antiga casa. Como seus pais faleceram há anos, estava vazia.

Passamos a noite antes de minha partida juntos e tomamos café da manhã com minha mãe, que voltou a sorrir com o retorno de Izumi. Queria formar uma boa memória antes de partir, para caso eu não retornasse. Sabia que elas estariam bem, cuidariam uma da outra. Eu, por mais insano que fosse, iria em busca daquele que faltava em nossa família.


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Notas finais do capítulo

Chegamos à parte tão esperada do feitiço. Não poderia poupar detalhes, afinal esse é um dos objetivos desse spin-off.

Esse preparo dele exigia também informações suaves de como a vida dele estava além daquilo, até porque ele não vivia 100% do tempo dedicado a trazer Sasuke de volta ou iriam desconfiar. Digamos que estudar o feitiço e treinar acabou virando um "hobby" ao qual ele se dedicava bastante.

Pobre Izumi, pensando que o namorado pirou de vez na batatinha. Querendo ser positiva, mas entendo que tenha fugido após ouvir toda novela de Itachi. É mesmo muito amor para ela voltar e dar algum crédito à ideia dele. Ainda acrescentou pensando no susto que seria Sasuke aparecer lá vivo depois de 3 anos. Que gafe seria, hein?!

Enquanto isso, Mikoto vendo Itachi fazendo artesanato e pensando que o cara fez faculdade para vender arte na praia kkkkkkk Foi um pensamento que veio numa conversa com minha irmã enquanto ela lia o capítulo e precisava compartilhar aqui.

Lembram a ideia de que a fic acabaria no capítulo 10? A princípio, levarei até o 12, com possibilidade de mudanças futuras (mas não passa de 15). Esse capítulo ficaria enorme, então optei dividir para seguir com a estrutura anterior de nada passando dos 1k (até agora, pelo menos).

Desde o capítulo anterior, temos bastante informação sendo compartilhada e não podia ser diferente. Chegamos ao ponto em que as coisas começam a se explicar, então teremos mais informações sendo desenvolvidas daqui para frente. Qualquer dúvida, não hesitem em perguntar.

Até!



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