A estrada até aqui escrita por MaryDuda2000


Capítulo 10
Crescer exige sacrifícios


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Tudo bem?
Se sim, ótimo. Se não estiver muito legal, que as coisas possam melhorar!
Boa leitura!



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Apesar de ter conseguido a base do feitiço com a senhora Tsunade, segui com pesquisas para entender etapa por etapa, palavra por palavra detalhadamente. Isso permitiu que eu descobrisse muitas coisas intrigantes e a evitar possíveis erros. Pensando nisso, parti com dois dias de antecedência e me hospedei na pousada onde os vi pela primeira vez no looping.

Um dia antes do acidente, uma voz chamou minha atenção. Ao encarar o emissor, um misto de emoções me dominou.

Era Sasuke, bem diante dos meus olhos, sentado no balcão, com aquela cara de frustrado e um pouco irritado, como fazia quando as coisas fugiam do seu controle.

A ideia era observar de longe e me envolver apenas no momento do feitiço, para evitar afastá-lo de novo como da última vez, contudo... Era meu irmão. Ele estava há alguns passos de distância, fazendo aquele biquinho que sempre me arrancava risadas e, naquele momento, me fazia querer chorar de emoção.

Respirei fundo. Eu não podia perder a chance do ritual, mas... Ele apareceu um dia antes do imaginado. Seria um sinal? Uma chance de, caso desse errado, eu pudesse aproveitar mais algum tempo com Sasuke?! Decidi ater-me a isso e me aproximei.

Ele também se surpreendeu com minha presença, mas por motivo diferente. Eu de fato não deveria estar ali. Não estava há 3 anos. No entanto, precisava fingir que sim.

Conversamos pouco e, com um olhar rápido pela janela da cafeteria, pude ver Naruto encostado no carro, encarando-nos com feição de poucos amigos.

Bastou uma implicância por parte de Sasuke para reconhecer quando algo o incomodava, um possível mal-entendido não esclarecido. Isso, claro, seguido da expressão de quem sabe que aprontou e esperava um sermão. Quando ele pegou meu carro e sumiu, certamente eu teria dado um puxão de orelha. Contudo, controlei-me para dar um beijo em sua testa. Abraços emocionados poderiam ser prejudiciais ao planejamento.

Retornei ao quarto e observei pela janela Sasuke ignorá-lo por mais tempo. Orgulhoso, como sempre.

Enquanto isso, comecei os preparativos para a próxima noite. Com o barro que levei dentro das malas, moldei diversos bonecos. Como argila demora para secar, estariam frescos ainda para realização do feitiço. Enquanto isso, procurava deixá-los da melhor forma possível.

Bateram à porta e escondi embaixo da cama os moldes. Para minha surpresa, era Sasuke.

Perguntei-me como aquilo podia estar acontecendo, afinal minha interferência tinha sido mínima. As coisas deveriam apenas seguir o fluxo. Não imaginei que fosse me procurar. No entanto, devo admitir que senti meu coração pular de felicidade ao vê-lo mais uma vez. 

Quando implicou sobre minha aparência, dizendo que eu parecia mais velho e cansado, apenas assenti. De fato, estava mais velho e cansado. Há 3 anos de distância dele, mas também juntos naquele instante.

E foi durante àquela conversa que descobri algo que em momento algum havia passado por minha cabeça: os sentimentos dele por Naruto. Em meio a suas implicâncias e narrações, havia suspiros e sorrisos ladinos, que reconheci bem graças a Izumi.

Meu irmão apaixonou-se.

Dizer aquilo o atingiu. Sério que ele não tinha se dado conta? Como seguiram viagem então?

Minha mente flutuou quando recebi seu abraço. Segurei com todas as minhas forças a vontade de chorar. Ia estragar tudo dar uma de irmão emotivo justo agora.

Admito que não queria que aquele momento nunca terminasse, mas acabou e ele partiu.

Mordi o lábio até sentir o gosto de sangue, retomando o foco.

Havia passado muito tempo desde a morte deles. Trazer Sasuke de volta implicaria em contar sobre o acidente, o que fiz e os 3 anos que distanciam sua última lembrança do agora. Acima de tudo, que eu apenas o trouxera de volta e deixara Naruto perder-se de vez.

Pesquisei por notícias do acidente e dei de cara com a foto do loirinho e do carro destruído.

Lembrei a dor de seus pais ao nos visitarem no hospital, poucos dias após o enterro do filho. Tinham sido conduzidos até lá por um policial, ex-colega de trabalho de meu pai, após muito insistirem. Estavam sofrendo, mas fizeram questão de desejar melhoras para Sasuke.

Também sofreram uma perda irreparável. Naruto era seu único filho. Ele não merecia perder a vida por um espírito vingativo qualquer.

Eles não mereciam isso. Nenhum de nós. Era cruel demais, injusto.

Ideias insanas dominavam minha cabeça. Resolvi tomar um banho para relaxar.

Não contava que, ao sair, Sasuke estaria lá, encarando-me, querendo respostas que eu não podia dar. Seria muito arriscado contar a verdade. Longa e problemática demais. Ele não acreditaria.

Merda!

Como eu podia ter cometido um erro desses?

Sasuke tinha visto o que estava na notícia. A última coisa que eu precisava nesse momento era um mal-entendido que o afastasse de mim. Restava-me apenas esclarecer parte da história. Talvez uma meia verdade pudesse ajudar.

Eu precisava tentar.


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Notas finais do capítulo

Aqui começamos a conexão direta com a drabble. O reencontro dos irmãos na cafeteria (capítulo 20), a conversa deles e a descoberta de Sasuke quanto à morte de Naruto. Claro que, para evitar histeria, Itachi recorreu ao artifício de contar apenas meia verdade.

Vemos aqui também que o objetivo inicial do Itachi era trazer apenas o irmão de volta à vida. No entanto, ver que Sasuke estava apaixonado e lembrar de como os pais de Naruto tentaram ser solidários mesmo sofrendo o fez reconsiderar a chance de trazê-lo de volta também. Claro que, para isso, ele enfrentará um risco grandiosíssimo, pois um feitiço desses não é brincadeira.

Obs: O feitiço exige a construção de 3 etapas, como mencionei no capítulo anterior.
1 - Casca: boneco de barro grande, novo "corpo"
2 - Compartimento: onde abriga a alma nesse corpo
3 - Receptáculo: o pequeno boneco de barro que Itachi usou lá no feitiço da drabble; com ele que faz a primeira parte do feitiço que é a captação da alma, lá no local onde ela está presa. Ele a absorve e guarda, sendo anexado no compartimento oco na casca, como um "novo coração".

Até!



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