A estrada até aqui escrita por MaryDuda2000


Capítulo 13
× Capítulo perdido ×


Notas iniciais do capítulo

Cujo azarado número não se mencionará.

(Continuação imediata do capítulo anterior. Recomendação: reler a conversa no final do último capítulo).



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Senti seu corpo ficar tenso, porém não me afastei antes de completar:

— Eu sei o que a senhora fez. Sei de tudo. Realmente espero nunca mais vê-la. Agradeço por ajudar, mas sabemos que não fez nada além de tentar corrigir um erro seu.

Apartei o contato e segui em direção ao carro, bagunçando o cabelo de Nawaki em despedida, olhando uma última vez para senhora Tsunade, ainda atônita pelo que eu dissera.

Acenei, entrei no veículo e parti.

Foram três anos complicados e sofridos.

Dois anos investigando-a para tentar descobrir seu real interesse no acidente de Sasuke.

Um ano aturando suas meias verdades e abobrinhas a fim de conseguir o feitiço que o trouxesse de volta.

Diversas noites em claro, estudando todos os detalhes do feitiço que me passou, aprendendo idiomas mortos e tentando detectar onde cometera os erros que impactaram sua vida após trazer Nawaki de volta.

Tudo por culpa dela.

Ela sabia quem era o tal Homem Cobra.

Orochimaru, um antigo amigo da família Senju, próximo o bastante para conseguir tomar Nawaki como primeira vítima para sua sucessão de rituais a fim de garantir a imortalidade.

Caçava-o incessantemente. Enquanto pesquisava sobre seu passado, encontrei outros casos semelhantes ao de seu irmão por onde passou. Todos jovens, não passando dos 15 anos. Ele não teria qualquer interesse em Naruto, Sasuke ou num motorista de estrada.

A chave de ouro foi a noite que a desmascarei há um ano. Assistindo o acidente, pude ver a figura de Orochimaru surgindo dentre as árvores e surpreendendo Naruto, que perdeu o controle. Não foi apenas um atropelamento enquanto tentava atrair uma vítima. Ele estava afobado, desorientado, fugindo dela.

Isso explicava um terceiro corpo nunca ter sido encontrado. Tsunade deu fim por conta própria. Não esperava que Orochimaru continuasse preso ao acidente, agarrando-se a alma de Naruto que, consequentemente, prendeu Sasuke também, pois, mesmo sem ter morrido no local da batida, ainda estavam ligados pelo colar que ganhou de presente dele.

Uma trama tensa e ácida que não mudou quando “decidiu me ajudar”.

Sua fazenda não era exatamente próxima do local do acidente. Estava chovendo horrores. Ela não abandonaria tudo para me salvar. Acho mais capaz que tivesse já estivesse lá, esperando uma possível falha para liquidar todos os espíritos de uma vez, inclusive o meu.

Após a morte, espíritos podem ser muito fortes. Aprendi isso em minhas pesquisas. No final, sua tentativa de me ajudar a trazer Sasuke de volta foi uma mistura de culpa com distração. Eu seria a isca. Deixá-lo vulnerável o bastante para que o destruísse de vez, coisa que não conseguiu fazer no primeiro ano do looping. E não, isso não teve nada a ver comigo aparecer naquela ocasião.

Era cansativo vestir uma máscara tão pesada esse tempo todo.

Fingir ser enganado por ela. Fingir estar bem para minha mãe e Izumi. Fingir que nada estava acontecendo.

Por sorte, fui descoberto por Izumi. Ela acreditou em mim.

A mensagem agendada para ela na manhã do acidente fora enviada enquanto estava desmaiado. Por precaução, após decidir salvar Naruto também, deixei-a a cargo do selamento, escrito num papel no estúdio e duas possíveis cascas no carro dela junto às coordenadas para que me encontrasse, caso eu não suportasse finalizar o feitiço. Sabia que seria difícil, ainda mais depois das mudanças que fiz. Se ela conseguiria? Não fazia ideia, todavia precisava acreditar. Eu necessitava de alguém confiável.

Todas as noites mal dormidas me aprofundando em estudos sobre ocultismo e culturas pagãs me levaram do Livro dos Mortos no Egito Antigo a lendas indianas, mitos europeus e até folclore indígena brasileiro. Uma mistura de conhecimento que foi traduzido, moldado e adaptado para preencher as lacunas do feitiço que a senhora Tsunade me dera.

Fui muito além dela. Melhor.

Compartilharíamos a alma em corpos independentes. Suas “mortes” não me matariam, ainda que a minha sentenciasse seu fim. Não seríamos totalmente codependentes.

Graças a isso, o selamento também evitava reflexos físicos. Caso eu me machucasse, não ocorreria o mesmo com eles, como num vodu, nem o contrário. Sasuke e Naruto, no entanto, ainda deveriam ter cuidado. Feridas que não fossem no cerne não os matariam, mas algumas fatais (em humanos) poderiam levantar suspeitas. Se eu adoecesse ou me ferisse gravemente, seriam atingidos na mesma proporção, pois abalariam meu espírito.

De resto, poderiam viver normalmente. Comer, beber, dormir, até sangrar.

Esclarecer tudo não seria fácil. Teríamos um longo caminho pela frente. Dessa vez, seria nós sumiríamos do mapa. Criaríamos uma vida nova num lugar distante e aproveitaríamos todos os dias que nos restam.

Quando uma música country rap tocou em meio as disputas pelo rádio de Sasuke e Naruto, intervim e deixei que continuasse, mesmo sob protestos. Viver no campo parecia uma boa opção. Em contato com a natureza e longe de inúmeros perigos urbanos, principalmente de pessoas mentirosas e gananciosas.


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Notas finais do capítulo

Plot interceptado e revelado com sucesso.

Vocês não acharam que não teríamos plot aqui nesse final de spin-off, né?! Logo de uma drabble "eita atrás de eita".

Não podia faltar.



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