A estrada até aqui escrita por MaryDuda2000


Capítulo 14
Crescer é superar expectativas


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como estão?
Espero que muitíssimo bem.

Cá estamos em mais um desfecho, agora de uma história que não foi planejada (inicialmente), porém pediu para ser contada e rendeu bons frutos.
Esse capítulo definitivamente estava entre as expectativas de quem embarcou esse spin-off, que é o final feliz, o pós viagem e, óbvio, não poderia faltar.

Boa leitura!



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O tempo pode ser tão assustador e impiedoso quanto benevolente. Não cura todas as feridas, mas dá chance que cicatrizem, resistência para as próximas rasteiras, além de ensinar a levantar e seguir em frente.

Após deixarmos a fazenda da senhora Tsunade para trás, segui em direção à antiga casa de Izumi, onde me aguardava em companhia de minha mãe, que possivelmente achava que se tratava apenas de um passeio ao local onde minha namorada fora criada.

Quando seus olhos focaram em Sasuke, ela correu para abraçá-lo.

Depois de três anos, minha mãe quebrou o silêncio. Abraçou-o como a coisa mais preciosa do mundo, não acreditando que ele estava ali, diante dela.

Não é algo que eu pudesse julgar. Se não tivesse participado de todo processo, não acreditaria também. Na verdade, até quando despertei naquela manhã, tinha receios quanto ao feitiço ter dado certo ou não.

Izumi parecia tão surpresa quanto, mas ficou ao meu lado durante todo tempo, como se temesse que eu desmoronasse diante de tudo. Abraçou-me e beijou-me, dizendo estar feliz por eu ter sobrevivido. Sempre preocupada comigo, tentando me animar. Nada daquilo teria sido possível sem sua ajuda.

Quando os ânimos se acalmaram, chegara a hora da verdade. Dizer tudo que ocorreu nesses três anos foi muito mais difícil do que eu esperava. Vi atentamente as expressões de confusão e dor estampadas nos rostos de Sasuke e Naruto.

Claro que ocultei muitos detalhes, como a verdade por trás das intenções da senhora Tsunade. Tentei me ater apenas ao estritamente necessário, o que não era pouca coisa.

Repassei todos os requisitos do ritual e senti o olhar de repreensão de minha mãe ao descobrir a possível traição que cometi ao expor-me à morte. Podia jurar que me daria um belo puxão de orelha quando se aproximou. No entanto, abraçou-me apertado. Quando pediu desculpas por ter sido negligente com a minha dor e perda, desde a morte do papai. Logo, desmoronei.

Óbvio que depois de tantas lágrimas de sofrimento, vieram as de alegria. Havia muito sobre o que atualizar Sasuke e Naruto quanto aos dias atuais, como seria o futuro, contudo tínhamos que ser otimistas.

Vencemos a morte, mesmo que temporariamente. A hora da revanche chegaria, como para todos. A imortalidade não existia, mas cada dia a partir de então seria aproveitado.

Minha mãe fez questão de me lembrar sobre a família de Naruto, que também merecia saber sobre o retorno do filho. A ideia de que eu teria que contar tudo de novo foi um tanto assustadora, afinal desde aquele dia no hospital que não víamos seus pais.

Como Sasuke não poderia aparecer novamente em nossa cidadezinha, ficamos instalados na antiga casa de Izumi pelo que seria um tempo indeterminado, até conseguirmos um lugar distante para recomeçar.

Em alguns dias, os pais de Naruto vieram nos visitar. A surpresa foi instantânea. Não acreditavam no que viam. Dona Kushina abraçou-o apertado, enquanto senhor Minato parecia cheio de perguntas.

Após explicar o que podia, recebi olhares repletos de preocupação do casal. A mãe de Naruto agradeceu diversas vezes, enchendo-me de perguntas em seguida, sobre como eu estava, se isso diminuiria meu tempo de vida ou causaria problemas para mim. Quando falou que me daria uma surra por ter me arriscado tanto, eu ri.

Dali em diante, nossa vida ganhou um novo rumo.

Minha mãe vendeu a casa dos Uchihas. Ironicamente, a família Uzumaki trabalhava no ramo imobiliário e possuíam alguns imóveis que levou a leilão, garantindo uma gorda quantia. Até mesmo Izumi se desfez de seu casebre antigo. Somados à herança que o padrinho de Naruto deixara para ele (além da Raposinha), conseguimos comprar terras do outro lado do país, grandes o bastante para vivermos em paz no nosso estilo de vida alternativo.

Com uma casa grande e terreno enorme, minha mãe e dona Kushina traçaram diversos planos, até chegarem ao que tornou-se nossa principal fonte de renda. A cultura de uvas e produção de vinhos que, pouco a pouco, ganharam espaço, graças à engenhosidade do senhor Minato.

Sasuke, que eu jamais pensei ter o menor jeito de peão, adaptou-se surpreendentemente bem. Com Naruto ao seu lado, parecia mais leve que nunca, mais feliz.

Por algum tempo, peguei-o me encarando repetidas vezes até conversarmos sobre tudo. Sasuke sabia que fora o motivo de tudo que fiz e, mesmo sem ter culpa, sentia-se responsável por eu ter arriscado a minha vida. Sentia-se em dívida comigo, eu sabia, contudo eram dores que não precisavam ser remexidas. Apenas disse para deixar pendurado na conta.

Passaram-se seis anos e o tempo parece que voou. Prova disso é ver as crianças brincando e correndo por dentro de casa, recebendo sermões seguidos de carinhos das vovós Mikoto e Kushina.

Depois que me casei com Izumi, não demorou para que tivéssemos filhos. Ela dizia que seu sonho era ter uma família grande, então não foi problema nenhum aumentarmos mais um pouquinho. Naomi, a mais velha, tinha todos os traços da minha esposa, enquanto Saori parecia ser mais filha de Sasuke que minha. Ambas são muito amadas e mimadas pelos tios. Não que eu reclame, ainda que torcesse para que o rapazinho que está em seu ventre fosse um pouquinho mais parecido comigo.

O feitiço cobrava seu preço e por vezes eu sentia e via alguns reflexos de suas consequências, como o fato de Sasuke e Naruto não envelhecerem ou eu sentir dores de cabeça fortíssimas toda vez que completava mais um ano do ritual enquanto eles ficavam acamados. Apesar de tudo, não me arrependia de nada. Toda vez que via todos juntos na mesa para as refeições ou nos cruzávamos na fazenda, a cada risada ou até reclamação, tudo fazia com que eu me sentisse mais certo do que fiz. Grato por tudo ter dado certo.

Nesse processo todo, nunca mais vi a dita cuja. Creio que ela também não queira nos ver e agradeço por isso. Mesmo assim, sinto que, se ela soubesse de como estamos vivendo hoje, se surpreenderia.

Aprendi que crescer é isso. Superar expectativas. Dos outros e nossas também.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao último capítulo desse spin-off, que superou e muito a história original, mas trouxe também diversos detalhes que sequer podiam imaginar (nem eu). Temos uma verdadeira versão estendida mostrando do quão fundamental foi Itachi para que nosso casal NaruSasu tivesse seu final feliz.

Como falei antes, gosto muito de abordar a temática de irmãos e acho que os Uchihas possuem uma complexidade que dá para ser reescrita e aprofundada de muitas maneiras, mesmo que o Kishimoto tenha optado por um lado bem tóxico no anime. Sei que aqui também não foi perfeito e super saudável. A família deles possuía problemas, precisavam de muita terapia e Itachi deu uma surtada. Teve seus erros tentando acertar. Não diria que são lindos e 100% justificáveis, todavia faz parte da construção do personagem. Sinto que Dean Winchester o entenderia. Afinal, quem nunca quis ter a chance de salvar uma pessoa que ama da morte? Infelizmente, quanto mais vivemos, maiores mais vezes nos depararemos com ela ao longo da vida. É um processo natural.

Gostaria de agradecer a todos que leram a drabble, ficaram curiosos pela versão do Itachi de como tudo aconteceu e deram uma chance a esse spin-off, que por sinal foi a prova que escrevo muito mesmo. Torço para ter esclarecido as possíveis dúvidas quanto ao desfecho de "A estrada até você". Se não, pode mandar que agora é a hora de colocar os últimos pingos nos is.

Obrigada e espero que possamos nos encontrar mais para frente, num desafio ou não. Cuidem-se!

Até!



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