Opall empurrou a porta do café com um suspiro, preparada para mais um dia de trabalho. No entanto, sua rotina foi interrompida quando seus olhos pousaram em um envelope lacrado, com o nome de Elizabeth Thornton escrito de forma imponente na frente. Intrigada, ela caminhou até a mesa onde a professora estava sentada, seu coração se apertando ao ver a mulher tão visivelmente abatida.
Elizabeth estava ali, seus olhos inchados e vermelhos denunciando uma noite sem dormir. Sua pele pálida contrastava com o rubor de suas bochechas, e seus cabelos desalinhados estavam sendo gentilmente trançados por Laura, após um pedido de ajuda de William Thatcher ao ver sua filha em tal estado.
Abigail já havia preparado o café da manhã, e um mingau salgado foi servido, obrigando Elizabeth a tomar algumas colheradas. A mulher parecia absorta em seus próprios pensamentos, perdida em uma névoa de tristeza e preocupação.
Opall aproximou-se com o envelope, sentindo um nó se formar em sua garganta ao testemunhar o sofrimento de Elizabeth. Ela estendeu o envelope com delicadeza, sem dizer uma palavra, permitindo que a mulher decidisse se abriria naquele momento ou não.
Elizabeth pegou o envelope com mãos trêmulas, seus dedos tremendos ligeiramente enquanto ela o abria com cuidado. Seus olhos varreram o conteúdo, sua expressão se alternando entre surpresa, confusão e uma pontada de angústia.
Opall observava silenciosamente, seu coração apertado com a cena diante dela. Ela podia sentir a dor que emanava de Elizabeth, a luta interna que ela travava para manter a compostura diante de suas emoções tumultuadas.
Ao ver a reação de Elizabeth ao conteúdo do envelope, William se aproximou, seu rosto preocupado refletindo a angústia de sua filha. Ele colocou uma mão reconfortante em seu ombro, oferecendo-lhe apoio silencioso enquanto ela processava o que havia encontrado no envelope.
Opall permaneceu ao lado deles, testemunha silenciosa de uma família unida pelo amor e pela dor. Ela sabia que aquele momento era apenas mais um capítulo na história complicada e emocional da família Thornton, uma história marcada por desafios, sacrifícios e, acima de tudo, pelo poder do amor para superar as adversidades.
Elizabeth leu o conteúdo do envelope novamente, os olhos percorrendo as palavras com uma mistura de alívio e tristeza. Ela fechou o envelope rapidamente, percebendo os olhares atentos que agora se dirigiam a ela. Com uma tentativa frágil de sorrir, ela balançou a cabeça e murmurou que não era nada importante, apenas um bilhete de uma família de pais de alunos desejando que as crianças desaparecidas fossem encontradas em breve.
Sua voz soou um pouco rouca e trêmula, uma tentativa de disfarçar a emoção que a envolvia. Ela não queria preocupar ainda mais seus amigos e familiares com suas próprias preocupações e tristezas. Ela tentava manter uma fachada de normalidade, mesmo que por dentro estivesse lutando para conter as lágrimas.
William permaneceu ao seu lado, sua expressão uma mistura de compaixão e preocupação. Ele sabia que Elizabeth estava escondendo algo, mas decidiu não a pressionar naquele momento. Ele apenas apertou suavemente sua mão em um gesto de apoio silencioso, oferecendo-lhe conforto sem palavras.
Opall e as outras mulheres ao redor da mesa trocaram olhares preocupados, mas decidiram respeitar a decisão de Elizabeth de não compartilhar mais detalhes naquele momento. Elas sabiam que ela precisava de espaço para processar suas próprias emoções, e estavam dispostas a dar-lhe esse tempo.
Todos sabiam, que aquilo era algo normal, afinal Elizabeth, recebeu dezenas de bilhete nas últimas horas, pois todos estavam preocupados com a criança e com ela.
Elizabeth pediu licença e informou que iria até sua casa para tomar um banho e voltaria em breve. Opall a acompanhou até sua casa, onde ela já havia preparado uma enorme bacia de água morna para o banho da professora. Quando Elizabeth estava prestes a entrar no banheiro, ouviu com surpresa quando Elizabeth pediu que ela fosse até a casa de Robert verificar se ele havia retornado das buscas.
Sem hesitar, Opall partiu rapidamente para a casa de Robert, mesmo sabendo que era um pouco distante. Ela estava determinada a chegar antes de Elizabeth terminar o banho e separar as roupas para levar ao café.
No caminho, Opall encontrou Robert e Cody, que retornavam da casa da mãe de Robert. Sem perder tempo, Opall contou-lhes tudo o que Elizabeth havia pedido.
Os dois rapazes concordaram em acompanhar Opall até a casa de Elizabeth para garantir que tudo estivesse bem.
Cody, gentil como sempre, ofereceu seu cavalo para Opall montar na frente. Com delicadeza, ele segurou as rédeas, ajustando a posição para garantir o conforto dela, enquanto seus braços a envolviam com ternura. A proximidade fez com que o perfume dos cabelos de Opall preenchesse os sentidos de Cody, uma fragrância suave que o transportou para um estado de calma e contentamento. Um sorriso deslizou involuntariamente pelo rosto de Cody, sua mente repleta de pensamentos sobre Opall. Para ele, ela era muito mais do que bela; era uma visão de pura graça e elegância, uma verdadeira princesa que encantava seus olhos e conquistava seu coração a cada momento compartilhado juntos.
“ Ela é linda! Ela é uma princesa”.

Ao chegarem à casa de Elizabeth, Opall entrou primeiro para verificar se ela estava pronta. No entanto, para sua surpresa, não encontrou ninguém em casa. Ao avisar aos meninos, Robert sugeriu que Elizabeth poderia estar no café. Talvez, em seu desespero, ela não tenha conseguido esperar e acabou retornando ao café. Determinados a encontrá-la, os três correram até o café de Abigail, mas ali também não encontraram nenhum sinal de Elizabeth. A preocupação começou a aumentar à medida que a busca pela professora continuava sem sucesso. Opall sentia o coração acelerar enquanto tentava entender o paradeiro de Elizabeth. Onde ela poderia estar? A incerteza pairava no ar, enquanto o trio se perguntava o que fazer a seguir.