Meio-humano escrita por BloonAckles


Capítulo 2
Fugindo da luta




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-O que o Cass estava pensando nos colocar de babá de um demônio? Ele só pode estar louco. – Dean insistia em falar baixo com Sam, observando a alguns metros Lauren vendo TV no sofá deles. Essa por sua vez revirou os olhos e olhou para eles, demonstrando que estava ouvindo.

-Sam você quer, por favor, dizer ao seu irmão que não adianta falar baixo, eu já disse que escuto de longe.

-Talvez eu queira que escute.

-Olha eu não gosto de você, então não dirija a palavra a mim. E acredite, eu odeio essa situação tanto quanto você...

-É pelo menos nisso concordamos.

-Alias acho que odeio até mais, onde já se viu dois caçadores me protegendo? – Ela riu sem piedade – Como se eu precisasse de dois babacas pra me proteger.

-Quer saber Sam? Pela primeira vez na vida vou ficar do lado dos demônios, eu mesmo mato essa vaca. – Tomado pela raiva Dean quase avançou na garota, mas Sam o segurou, enquanto ela mantinha um riso sarcástico no rosto.

-Calma Dean, controle-se. – Ainda fitando Lauren com os olhos, Dean ouviu o conselho do irmão e respirou fundo.

-Bom, se vocês me dão licença. – Lauren se levantou e foi se aproximando da porta.

-A onde vai?

-Apenas dar uma volta Sam. – Ela pegou sua bolsa jogada na cama do quarto de motel deles, e passando bem perto de Dean o encarando repetiu – Apenas dar uma volta.

-Mas Lauren...

-Eu vou ficar bem! – Ela bateu a porta na cara de Sam, que por sua vez se virou para Dean esperando que ele dissesse algo.

-Deixa ela Sam, é até melhor. Já cansei de ser babá de demônio.

-Eu estava pensando, você e ela têm personalidade muito forte, não vai dar certo conviverem. Agente podia levá-la para a casa do Bobby. Aquele quarto é seguro o suficiente pra que ela não fuja, e também que não seja pega pelos demônios.

-Não me leve a mal, eu gosto da ideia dela longe. Mas como você mesmo disse ela tem personalidade forte, será que vai aceitar ficar presa em uma sala?

-É pra proteção dela. Bom, de qual quer jeito eu falo com ela, acho que ela não vai muito com a sua cara.

-É um sentimento recíproco. – Ele sorri irônico para o irmão.

-Agora vamos tratar do caso que te falei ontem. Provavelmente é um simples espírito, mas é na cidade ao lado, não custa nada dar uma passada e...
A campainha tocou bem quando Sam iria terminar de falar.

-Ah meu serviço de quarto, bem na hora. – Rapidamente o Winchester mais velho foi abrir a porta - Desculpa irmãozinho, mas a hora da comida é sagrada. Comida primeiro, trabalho depois.

Uma jovem muito bonita, vestida de camareira entrou com a comida e Dean foi logo se aproximando.

-Muito obrigado. – Ele sorriu agradecendo e já pegando seu prato e levando até a mesa.

Para a surpresa dos Winchesters ao invés de ir embora ela fechou a porta, continuando ali encarando os dois.

-Bom se você estiver querendo fazer hora extra eu entendo, e vou adorar te ajudar nisso. Porém acho melhor que seja após o fim do seu expediente.

-Oh Dean, você nunca muda: Safado, engraçadinho e extremamente burro.

Os irmãos se entreolharam e antes que pudessem dizer ou fazer algo a garota estendeu as mãos e os jogou na parede e lá ficaram presos. Nesse mesmo momento seus olhos ficaram negros

-Devo admitir que foi quase um presente descobrir que a garota estava com vocês, são muito mais burros e fáceis de encontrar do que ela. Agora vamos encurtar o papo, a onde ela está?

-Vá pro inferno.

-Hum, acho que não. Já estive lá, você também e acho que não é um lugar muito agradável. Mas Sam ainda não conhece, que tal se eu lhe desse uma passada só de ida pra lá?

-Você não faria isso.

-Ah Dean, pode apostar que eu faria. Nem você e nem o Sam tem mais utilidade pra gente, nem sei por que é que ainda estão vivos. – Ela andava pelo quarto enquanto falava.

-Talvez por que sejamos incríveis.

-Não brinque comigo Dean, eu já cansei disso. Cadê a garota?

-Não sabemos.

-Opa, resposta errada de novo. – Ela se virou para Sam, estendeu sua mão e começou a torturá-lo por dentro. Ele gritava agoniado e se contorcia na parede. – É bom não é Sam? Não é o que fazia com os demônios? Está provando do próprio veneno.

-PARA! PARA! Nós não sabemos onde ela está, ela saiu, mas logo volta.

Após ouvir Dean, e sentir que ele não mentiria arriscando a vida de Sam, ela parou. Sam respirava fundo e tentava se acalmar, mas a dor ainda era presente. Como quando você come algo muito ruim, e cospe, porém o gosto continua na boca.

-É melhor você não estar mentindo pra mim Dean, eu mataria o seu irmão sem pensar duas vezes. – Ela avisa se aproximando dele cada vez mais.

-Não estou mentindo, é a verdade. E eu tenho um plano para entregarmos ela.

Sam olhou Dean espantado, e o demônio se aproximava cada vez mais.

-Estou ouvindo atentamente.

-Você continua agindo como se fosse do hotel e espera lá em baixo. E assim que ela chegar nós a entregamos de bandeja pra você. – Dean levantava lentamente a faca que estava no seu bolso, em movimentos bem disfarçados para que ela não visse.

-Dean, Dean. Péssima ideia – Ela tirou a faca da mão dele e jogou longe. – Achou mesmo que eu fosse tão idiota? – Se virou para Sam e foi andando até ele, ela ergueu o braço em sua direção – Sinto muito Sam, mas vai sofrer as conseqüências pela burrice do seu irmão.

Sam pressionou os olhos já prevendo que ela o mataria, mas ao invés disso seu rosto ficou assustado e sua blusa se encheu de sangue de repente.

-Você é quem vai sofrer as consequências pelas suas próprias burrices. – Lauren disse enquanto pressionava a faca bem contra o peito dela.

-Traidora. – O demônio disse cuspindo sangue. – Agora está do lado de caçadores?

-Eu estou do lado de quem não me quer morta. – Lauren arrancou com força a faca do demônio que morreu e o corpo já sem vida caiu no chão. Ela limpou algumas gotas de sangue que tinham no seu rosto, e olhou Sam e Dean que caíram no chão assim que o demônio morreu.

-Vocês estão bem?

-Estamos sim.

-É isso que dá brincar de babá. – Ele sorriu ironicamente para ela enquanto se levantava.

-Bem, vocês deviam ser demitidos, se o trabalho de vocês é cuidar de mim estão indo muito mal. Afinal, fui eu quem salvou suas vidas.

-Muito obrigado. – Dean disse ainda sorrindo ironicamente.

-Temos que sair daqui, eu me escondi pra subir, mas ela não estava sozinha, tem demônios pelo prédio todo. Nós temos que sair daqui, por que eles são uma maioria e mais fortes.

-Bem mais fortes. Que tipo de demônio pode torturar? – Sam perguntou pegando a faca e limpando o sangue de demônio que nela havia. Ainda era um tanto quanto difícil pra ele, mas estava mais forte.

-Os demônios mais barra pesada, os mais antigos e se eles estão os mandando é por que realmente me querem... Viva ou morta.

-E como vamos sair daqui?

-Eu tenho um plano. Um demônio sempre reconhece outro, sente o cheiro, a presença. Eles vão saber se eu passar por eles, mesmo que disfarçada. Então eu vou me jogar dessa janela.

-O quê? É loucura estamos no décimo andar.

-Eu não vou morrer, ainda não sou totalmente humana Dean. Vou ficar fraca, é verdade. Mas morrer não. O barulho vai chamar a atenção deles pra mim, e nesse momento vocês descem e se mandem daqui. Entenderam? Com ou sem mim.

-Não, sem chances. Não vamos fugir e deixar você pra morrer.

-Dean vocês não tem escolha, esperem no máximo 5 minutos. Eu sou rápida, e eu ainda não sei direito como fazer, mas mato demônios. Eu consigo despistar e matar alguns. – Sam olhou para Dean, que ainda parecia reprovar a ideia.

-É o único plano que temos.

-Ta certo, ainda acho que é uma missão suicida, mas ta legal.

-Ótimo, prestem atenção. Vocês dois vão abrir a porta e correr direto para o elevador, levem a faca caso cruzem com algum demônio. Quando chegarem la embaixo, vocês vão esperar todos os demônios irem ver de onde vem o barulho e então saiam do prédio.

-Ok. – Eles já iam saindo quando Dean gritou – Lauren! Tome cuidado. – Ela deu um sorriso e fez que sim com a cabeça.

Saíram do apartamento, e os dois passaram tão de pressa para o elevador, que um demônio que estava de vigia nem os viu. O elevador já se aproximava do terrio quando a risada de Sam cortou a tensão do momento.

-Que é?

-Deixando um demônio no comando? E uma mulher?

-Ela sabe como lidar com eles, teve um plano só isso ta legal?

-Uhum, sei. –Sam ainda ria quando as portas do elevador se abriram.

-Não enche. – Dean disse saindo irritado do elevador, seguido por seu irmão.

Escondidos atrás de uma parede vigiavam os demônios ainda cercando o prédio, mas logo ouviram o estrondoso barulho de um corpo batendo no chão e vários cacos de vidro. Os demônios todos foram para lá, apenas dois ficaram ainda vigiando. Eles passaram bem de fininho, Dean até cumprimentou um dos demônios que o cumprimentou de volta fingindo-se de porteiro.

-Eles são os Winches... – O outro demônio tentou alertar, mas Sam o matou antes que terminasse a frase. Cautelosamente jogou a faca para Dean que esfaqueou o outro demônio pelas costas.

Andaram até a rua ao lado, andaram mais um pouco. Então voltaram para frente do prédio ainda sem encontrar o Impala.

-Cadê o meu carro?

Foi quando ouviram uma buzina, e para o alívio de ambos viram um grande carro preto se aproximar e Lauren o dirigindo.

-Oh Merda. – Os dois falaram quase juntos logo que perceberam que seguindo o carro haviam vários demônios. Eles correram e entraram no carro ainda em movimento, apenas um pouco mais lento.

Dean olhou para Lauren no volante, e continuou encarando-a.

-Que foi?

-Cadê meu carro?

-Péssima hora pra discutir isso.

-Eles estão ficando para trás. – Avisou Sam que no banco de trás observa-vá os demônios que os seguiam. – Oh merda.

-Que foi Sam?

-Eles estavam ficando pra trás... Enquanto estavam na forma humana. – Dean e Lauren se entreolharam e ela acelerou o carro. Mas foi inevitável, logo uma fumaça preta passava pela janela do lado de Lauren. Ela abriu a janela e esticou a mão e ela conseguia empurrá-los para longe, mas logo outros apareciam.

-Sam, troca de lugar comigo.

-O quê? O carro está em movimento.

-Eu não posso detê-los e dirigir ao mesmo tempo. Vai logo.

Os dois começaram a trocar de lugar e o carro ficou em ziguezague, Lauren não conseguia trocar de lugar e manter a direção do volante.

-Oh Deus, eu não posso morrer assim! – Dean exclamava vendo Lauren perdendo o controle do carro, e já prevendo uma batida.

Quando conseguiram trocar e Sam assumiu o volante ele acelerou fundo.

-Abri o teto solar.

-O quê?

-Abri logo Dean. – Lauren gritou e sem entender ele o fez. Ela se levantou, ficando de pé no banco e da cintura pra cima fora do carro. Ela via os corpos caírem conforme os demônios saiam deles, e via os demônios se aproximar. Mas ela os distanciava e até matava alguns, nem ela sabia direito como. Depois de alguns quilômetros com Sam fazendo manobras para fugir deles e Lauren os distanciando, eles ficaram para trás. E Lauren pode se sentar direito no banco de trás e respirar fundo, ainda estava muito ferida e extremamente fraca, mas estava feliz de estar viva.

-Para onde vamos?

Dean se virou para ela, branca de tão fraca, sangrando e cansada. Ele sorriu pela primeira vez docilmente, como quem lhe conforta e disse:

-Para um lugar seguro. – Ele voltou-se para frente, admirando a noite que não havia sido nada boa para nenhum dos três, e repetiu. - Para um lugar seguro.


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Notas finais do capítulo

Pessoal espero que tenham gostado, e se gostarem deixem reviews. Beijoos