Nada será como Antes escrita por MelanieStryder


Capítulo 14
Capítulo 14 - Sexta-feira, 13


Notas iniciais do capítulo

Olha!
Tem gente acompanhando as atualizações da fic!
Porque vocês não deixaram reviews antes? Eu teria atualizado antes se soubesse que alguém estava lendo...
Bom, de qualquer forma, aqui vai mais um cap.
Eu vou postando a medida que vocês forem aparecendo por aqui.

Bjin
Mel



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/80834/chapter/14

_ Foi basicamente isso que aconteceu. Aí o Zac me trouxe pra casa e ficou lá comigo até bem tarde da noite; nem o ví indo embora.

_ É, eu vi que você estava meio estranha, e saiu que nem uma louca do Caffe.

_ Puxa Meg, também, quando eu vi a Tracy e o Taylor juntos, me deu um desespero, e logo, a Samantha na minha frente, com aquela ingenuidade toda; depois o Zac me sinalizando alguma coisa que eu não entendia; quer dizer, eu entendi, mas eu queria muito falar pra Sam o que eu estava vendo. Sorte que não falei, ela não ia mesmo acreditar em mim.

_ Pois é Susan, vc viu como aqueles dois passaram a semana toda juntos?

_ Se vi..

_ Hey amiga, não desanima assim!

_ Fácil falar, difícil é fazer..

_ Tá, olha, não vamos mais falar nesse assunto, pode ser?

_ Você não quer por favor tirar ele da minha cabeça também? _ Susan riu

_ Tá, vou fazer uma macumba hoje a noite lá em casa_ Meg brincou

Ambas riram.

_ Susan, o que aconteceu com o Willian?_ Perguntou curiosa.

_ Sabe que eu nem sei? Eu não quis ligar pra ele, vai que ele pensa que eu estou atrás, ou coisa assim.. aí deixei quieto. Só sei q ele nunca mais apareceu.

_Ahm...

Meg olhou pra porta de saída do colégio

_ Cadê o Zac, hein?

_ É mesmo, eu mal falei com ele depois daquele dia no Caffe...

_ Ele ficou estranho, tá todo quieto. A Samantha que me contou.

Susan ficou pensativa.

_ Você guarda um segredo?

_ Duhh!! Não, pergunta aí pra qualquer um do colégio que todos sabem da sua vida todinha!

_ Tá, tá, tá! Foi mal!

_ Ainda vai me contar?

_ Meg, sério, sem brincadeira. Preciso de sigilo absoluto. O Zac é afim da Sam.

_ Que??

_ Quer dizer, ele não é "só afim"! Pelo jeito ele adora ela.

_ Nossa, nunca me passou pela cabeça aqueles dois.. Mas espera aí. Quantos anos o Zac tem?

_ Tem quinze. Esqueceu que eles fazem aniversário no mesmo mês?

_ É mesmo! A Sam faz 17 e o Zac 16.. que fofo.._ Meg sorriu.

_ Por falar nisso, a gente tem que bolar alguma coisa pra eles, o que você acha?

_ Concordo, mas ainda faltam duas semanas, a gente fala com o pessoal todo outra hora.

_ É, pode ser. Mas voltando ao assunto, então, o Zac não me disse declaradamente, mas assim que eu encontrar ele, quero conversar; aliás; eu nem agradeci pelo que ele fez por mim aquele dia.

_ Puxa Susan, esse garoto vale ouro!

_ Ele não é um simples garoto! Ele é "o cara"!_ Rindo_ Se o "dito cujo lá" fosse metade do que o irmão é.. tcs, tcs, tcs..

_ Olha só! Você que começou a falar dele, depois não fala que fui eu!

_ Tá, tá bom! Olha lá o Zac saindo

_ Ok. Já vi. Então Susan, eu vou pra casa. Qualquer coisa me liga, tá?

_ Certo. Tchau

_ Tchau

Susan correu para alcançar Zac, que já estava prestes a chegar na esquina.

_ Zac, hey! Me espera.

_ Oi

_ Oi, tudo bem? Não veio de carro hoje?

_ Há, há, há, que comédia, hein Susan! Com quem você acha que está o carro? _ Disse num tom sarcástico.

_ Que mal humor Zac! _ Ela não gostou.

_ Eu não estou de mal humor_ Respondeu totalmente mal-humorado.

_ Sei.. tô vendo.

Eles andaram uns bons 2 quarteirões em silêncio.

_ Zac, porque você é tão fechado assim? Você sabe que pode contar comigo, mas você nunca se abre! Assim fica difícil!

Bip!! Bip!!

Um carro encostou na calçada, ao lado dos dois.

_ Susan!

_ Ahh.. oi, Steve? Tudo bem? _ Ela ficou constrangida. Zac olhou torto pra ele, quando percebeu que se tratava do namorado de Sam

_ Cadê a minha princesa?

_ Deve estar saindo da aula nesse exato momento _ Olhou no relógio.

_ Ok, sabe por que o celular não atende?

_ Não sei, está com ela.

_ Hmm.. sei._ Steve deu um murro no volante

_ Calma Steve! Talvez a bateria tenha acabado

_ É... pode ser. _ Ele concordou. Vou buscar ela então. Falow pra vocês crianças, voltem certinho pra casa.

_ Tchau

Zac nem respondeu; aliás, continuou o trajeto calado.

_ Sabia que se você ficar assim, guardando as coisas, vai chegar um hora que você não vai agüentar mais?

_ Que conversa mais besta! _ Ele não gostou. Pegou a chave com o porteiro e foi pro elevador.

_ Vai Zac... fala pra mim porque é que vc está tão pra baixo... Você sabe, eu não conto pra ninguém!

Eles entraram no elevador.

_ Tá bom, tá bom! Que implicância. Bom, eu vou voltar pra casa.

_ Já estamos na sua casa! Errr! Aliás, você nunca me convidou pra entrar.

Zac saiu primeiro do elevador e abriu a porta do apartamento

_ Entra. _ Ele colocou a mochila no sofá e sentou-se _ Vou voltar pra Tulsa.

Por um momento o sorriso de Susan desapareceu de seu rosto, mas logo voltou a brilhar.

_ Ai Zac seu filho da mãe! Me matou de susto! Essa quase colou, hein!

Zac não ligou pras risadas de Susan. Olhou pra secretária eletrônica, foi até ela e pôs a fita pra rebobinar.

_ Eu não estou brincando Susan, vou embora daqui. Já liguei pra minha mãe e ela disse q tudo bem. Achou estranho, mas o que importa é que ela quer que eu vá.

_ Mas eu não quero que você vá!_ Susan abraçou-o, afagando seus cabelos._ Você tem que ser forte Zac; tudo passa, mas não pode desistir.

Antes que Zac respondesse, a fita da secretária começou a rodar.

"Zac, filho, é a mamãe. Como vão as coisas por aí? E seus irmãos? Peça pra eles me ligarem, só você que liga filho! Olha, já conversei com seu pai, e ele ficou como eu, preocupado com essa sua decisão repentina; já que você queria tanto ir pra aí com seus irmãos.. Mas de qualquer forma, estaremos esperando você aqui, de volta, na próxima semana. Nos ligue avisando em que vôo chega pra irmos te buscar no aeroporto. Ai meu filho, agora a mãe ficou preocupada com vc. Zac, está tudo bem por aí? Me ligue assim que puder. Beijos pra todos vocês. Tchau-tchau"

Ainda abraçados, Susan deu umas batidinhas de leve na cabeça dele, tentando puxar papo.

_ Está tudo bem por aí?_ Falou baixinho

_ Tudo mal, mto mal.

Eles sentaram-se no sofá. Zac não falava nada; ao contrário de Susan, que parecia uma matraca tentando levar o assunto até a causa de Zac querer voltar pra Tulsa assim, tão de repente. Ela achava que era por causa de Samantha, mas ele não queria falar.

_ Vamos comer algo?_ Ela sugeriu, vendo q nada funcionava com o amigo.

_ Ahh não, nem tô com fome..._ Ele voltou ao seu estado depressivo no sofá. Ficou cochilando.

Susan olhou e balançou a cabeça negativamente. Foi até ele e começou a puxá-lo pelos braços.

_ Olha isso meu filho! Você emagreceu sabia? Como assim não está com fome? Claro que está! Tenho informações que o senhor sequer almoçou hoje... tcs, tcs, tcs.. que coisa feia hein 'miguinho!_ Ela dizia tudo num tom de brincadeira, tentando animá-lo.

_ Olha só, anda me espionando, é?

_ Que nada, um passarinho me contou... _ ela riu, Zac sorriu levemente.

_ Ahhh não Susan, eu tô com sono. Por que você não deita aí e dorme também.

_ Isso não é sono florzinha! É fraqueza.

_ Florzinha? Olha do que você me chamou!

_ Isso, vamos lá, vem! Me bate!_ Ela começou a lutar boxe com o ar. _ Wohoo! _ Vai lá, você vai deixar sua amiga te chamar de florzinha?? Haha! Eu não deixava se fosse você!

Zac olho pra ela. Susan estava esgraçada lutando sozinha mas ele não tinha vontade alguma de entrar na brincadeira.

_ Já que é você... eu deixo sim. _Disse desanimado.

_ Zac?!!

Ele olhou pra ela e viu que Susan não estava de brincadeira. Se levantou, e caminhou até a cozinha com ela. Sentou-se na primeira cadeira que viu e apoiou a cabeça com uma das mãos, deixando a bochecha amassada.

_ Vamos ver.. o que tem por aqui?_ Susan abria os armário e não encontrava nada de comer. Somente alguns biscoitos e doces.

_ Olha aí.. tem uns biscoitos.

_ Isso não é comida._ Ela foi até o freezer e achou uma lasanha semi-pronta._ Aqui, vamos comer lasanha.

_ Ahh, nem estou com vontade...

_ O que você quer comer então?

_ Qualquer coisa serve, já que você insiste tanto.

_ Tá bom, olha pra essa lasanha. Está vendo escrito aqui? _ Ela se referia às letras da caixa do produto_ Olha, está escrito bem assim: "q u a l q u e r c o i s a". Humm, parece delicioso!

_ Susan, para de ser boba!

_ Ahh Zac, poxa, anima, hein? Você quer que sua mãe te veja com essa cara quando chegar em Tulsa?_ Tentou jogar verde com ele.

Zac pensou.

_ Tá bom, faz a lasanha.

_ Ok, e nós vamos conversar, ok?_ Susan olhou fundo em seus olhos e foi colocar a lasanha no forno. Depois, sentou-se ao lado dele em outra cadeira e ficou observando o que ele fazia. Sem perceber que ela estava ali, Zac levantou a cabeça. Tinha os olhos molhados. Viu Susan olhando pra ele e sentiu-se um pouco envergonhado.

Quando Susan teve a intenção de dizer alguma coisa, Zac se pronunciou antes.

_ Não, eu não quero ouvir você contar sobre o que conversou com a Samantha aquele dia em sua casa, por favor eu não quero ouvir isso.

Ela começou, definitivamente, uma séria conversa com ele.

_ Zac, por mais que você queira, o mundo não pára de girar pra você. Pára de ficar se torturando, chuta o pau da barraca e segue em frente. Se você for quebrar a cara, beleza, mas você tentou. Vou te falar uma coisa que talvez eu nem devesse te contar. Olha, o namoro da Sam não vai nada bem, ela anda muito estranha e há muita coisa sem explicação acontecendo nesse relacionamento. _ Zac olhou pra ela, não entendendo mais nada _ A Sam anda carente e de repente se apaixonou loucamente pelo Taylor, ela mesma me disse isso, mas cá entre nós, foi tudo muito rápido não acha?

Zac ficou olhando pra Susan, tentando digerir tudo o que ela acabara de dizer.

_ Olha Zac, eu posso estar errada e sou suspeita em dizer, porque sou louca por seu irmão; por mais que as circunstâncias não permitam que eu goste dele; anyway, eu gosto.. e então, não estou querendo te dar esperanças, mas sim, querendo te tirar desse poço que você mesmo se enfiou.

_ Não, não, você acaba de me dizer pra eu correr atrás. Por que isso Susan? De onde você tirou toda essa idéia maluca?

_ Não tirei idéia maluca de nenhuma lugar. Zac, eu moro com ela à 16 anos, eu convivo com ela a todo esse tempo e seria perfeitamente idiota se concordasse com toda essa situação. Não estou dizendo que um dia o Taylor vai ser meu e que ela não sente nada por ele; pelo contrário; reconheço que há uma grande atração entre os dois e claro que algo mais também; e eu não sou nada mais que mais uma das meninas que como você mesmo disse, "morre por seu irmão". Eu posso estar errada Zac, mas sei lá, é só uma coisa que está aqui dentro de mim. Sabe, é a minha esperança, é o meu porto seguro pra acordar todos os dias de manhã, ir para aquela escola e ver os dois juntos.

_ Não sei Susan... não sei de mais nada.

_ Eu também não. Só sei que você está mal demais... Eu sei que dói, mas pra que recorrer assim de cara pra Tulsa? Zac, sei que aqui vocês têm liberdade, mas pensa bem: você quer fazer arquitetura e urbanismo; o mesmo curso do Isaac, certo?_ Ele balançou a cabeça positivamente_ Então pra que você vai voltar pra Tulsa se seu irmão já comprovou que lá, a faculdade não é muito boa?? Pra que esse desespero todo em abandonar o colégio sendo que o semestre sequer acabou? O que você vai dizer para seus pais quando chegar lá? Vai dizer: "Pai, mãe, eu voltei por que eu não agüento ver uma menina da minha escola com meu irmão". Tá, não digo que não seja uma boa razão, mas Zac! Você está jogando tudo fora, a liberdade que conseguiu, a chance de um futuro melhor pra você! Hey_ Ela levantou o queixo dele_ Pelo menos tenta dar a volta por cima. Você merece ser feliz!

Zac lembrou-se do bilhete que havia deixado no meio do livro de Sam à algum tempo atrás.

"...Mesmo assim, você deve me achar uma criança, tudo bem, só quero que saiba que eu te amo de verdade, e tenho certeza do que estou dizendo...".

"...Sam, sei que isso tudo é meio impossível pra mim; você sabe; mas estou apostando tudo em nós dois. Mas basta você dizer que não, e eu juro nunca mais te escrever, nunca mais te procurar, e por mais impossível que pareça pra mim; tentar te esquecer. Caso isso aconteça, eu só te peço que não parta ainda mais meu coração, indo embora, ou saindo de perto de mim..."

_ Zac, está me ouvindo?

_ Estou... estou pensando.

"Ela nunca respondeu a carta, mas também nunca se afastou de mim. Meu Deus, o que eu faço?"

Se ao menos Zac soubesse que aquele bilhete nunca havia sido lido por Samantha...

_ Tá bom Susan.. deixa isso pra lá. _ Dizia enquanto secava o rosto. _ Eu vou pensar sobre isso mais tarde.

_ Ok, mas pensa com carinho, viu Zac? A gente aqui gosta muito, mas muito mesmo!

...

_ Princesa! Onde vai?

_ Eu estava indo pra casa._ Samantha desanimou assim que viu Steve na porta da lanchonete.

_ Sam, a gente se fala amanhã, tchau_ Taylor despediu-se, percebendo que não era bem vindo.

_ Tchau Tay.

_ Cadê o celular?_ Disse secamente.

_ Está aqui_ Ela tirou o aparelho de dentro da mochila_ Está desligado. Deixa eu ligar, espera..

_ Agora não adianta mais docinho, já estou aqui. Por que está desligado?

_ Por que eu estava em prova _ Mentira, ela estava no ginásio conversando com Taylor.

_ Muito bem, muito bem.

_ Desculpa Steve...

_ Ok, então vem comigo hoje à noite. Vamos ao shopping, depois ao cinema. Eu quero também ir naquele novo Caffe que abriu lá perto da sua casa à noite.

_ Sabe Steve, é que hoje eu quero estudar. Você sabe, o bimestre está acabando e eu ainda tenho provas... _ Tentando se livrar dele.

_ Não, não.. Deus me livre atrapalhar os estudos da minha gata! Então vamos lá agora conhecer meu novo apartamento. O que acha?

_ Mas.. mas.. agora?? _ Sam sentiu o coração bater acelerado. _ Olhou ao redor e não via ninguém. Olhou pra lanchonete e muito distante conseguia ver Taylor olhando em sua direção.

_ Vamos, entre no carro!_ Steve abriu a porta do passageiro e vendo que Sam não entrava, agarrou a nuca dela com apenas uma das mãos e fez com que ela entrasse.

De longe, Taylor chegou a se levantar do banco, mas não podia fazer nada.

Steve dirigia tranqüilamente. Parecia até que toda aquela agressividade havia passado, o que tranqüilizava Samantha. Após 10 minutos dirigindo, chegaram ao prédio.

_ Venha, é este aqui. _ Steve esperou que ela saísse do carro e a abraçou. Depois, segurou em seu queixo docemente. _ Não se preocupe meu amor, será rápido, muito rápido. _ Sorriu.

Eles subiram de elevador. Samantha não conseguia dizer sequer uma palavra. Chegaram ao terceiro andar. Steve chaveou a porta e abriu caminho para que a namorada entrasse. Ao fechar a porta, o eco de um estrondo pôde ser ouvido pelo resto do corredor. Aquela triste tarde de inverno estava apenas começando...

Uma hora depois, Steve estava deixando Samantha em sua casa. Foi embora em seguida.

A campainha da casa de Susan tocava vária vezes, uma atrás da outra. Samantha estava pálida, acabada e chorava.

_ Sam?? O que foi?_ Susan assustou-se ao ver a irmã naquele estado._ Por que está andando assim meio abaixada?

_ Da licença, estou louca pra ir ao banheiro._ Samantha entrou correndo e subiu até o banheiro. Susan foi atrás.

Ela fechou a porta e sentou-se no vaso. Chorava destemperadamente, mas um choro silencioso. Tirou toda aquela roupa e se enfiou debaixo do chuveiro, enquanto ouvia Susan fazer mil e uma perguntas do outro lado da porta.

_ Sam, Sam.. você está chorando?? Por que está chorando?

Ela fechou o chuveiro e começou a se enxugar. O sangramento não parava.

_ Su.. _ Dizia com a voz trêmula._ Estou com muita cólica. Uma dor horrível!_ Mentiu mais uma vez_ Pega pra mim um absorvente lá na gaveta, por favor

_ Ahh.. é por isso. Que alívio! Eu pensei que... "Que pensamentos Susan, credo!" _ E Susan tinha razão. Ela chegou a imaginar que Steve tivesse feito algo de mal pra Samantha, mas ela não queria acreditar que fosse isso _ Está aqui. _ Ela bateu na porta. Sam abriu uma fresta e pegou._ Então eu vou fazer um chá pra você. Vá deitar um pouco e descansar.

_ Me traz um remédio pra dor, um bem forte.

_ Ok._ Desceu pra cozinha.

Samantha saiu do banheiro e foi direto pra cama. Não tinha vontade de fazer nada, perdera a vontade de viver.

_ Aqui está. Beba o chá e tome o remédio. _ Susan olhou pra ela._ Está doendo tanto assim? Devia ir ao ginecologista, talvez ele te passe algum remédio, mesmo que seja homeopático. Puxa, eu não sabia que você tinha cólicas assim!

Samantha voltou a deitar. Pegou o ursinho do criado mudo e abraçou-o forte. Chorou até adormecer.

...

Isaac entrou no Caffe, onde havia marcado um encontro com seu futuro chefe. Ele sentou-se no balcão e logo um senhor gordo, ultrapassando a meia-idade apareceu por lá e sentou-se ao seu lado.

_ Olá, você é o filho do Walker?

_ Sim, sou eu mesmo

A conversa foi longa, estendendo-se por mais de duas horas.

...

_ Taylor, é a Susan, o Zac está aí? _ Ela gelou. Pensou que Zac fosse atender.

_ Sim, espera que eu vou chamar. _Taylor foi ao quarto chamar Zac, depois, foi para a cozinha e ficou escutando na extensão.

Susan ficou tentando escutar cada barulhinho mínimo do que se passava no apartamento dos Hanson.

_ Oi, Susan?

_ Zac, tá bem?

_ Bem, estava dormindo. _ Desanimado.

_ Mas já? Amanhã é Sábado, vamos ao Caffe hoje, o que acha?

_ Ahh Susan, não estou com vontade e além disso, a gente passa lá todos os dias de manhã, pra que ir lá agora?

_ Porque à noite é diferente do que ir de manhã tomar café antes do colégio. Mas você pelo menos pensou em nossa conversa hoje à tarde?

_ Pensei, pensei sim... Quanto ao Caffe você lembra muito bem do que aconteceu da última vez que estivemos lá. Tem certeza que é o que você quer?

Na cozinha, Taylor franziu a testa, não entendendo mais nada daquela conversa entre os dois.

_ Tenho, claro. Não digo que já superei, você sabe; mas estou mais preparada e não pretendo deixar de me divertir por causa disso. É a vida Zac! E sinceramente acho que você deveria fazer o mesmo.

_ Tá.. pode ser que esteja certa. Que horas lá?

_ Bom, agora são quase meia noite. Daqui a uns 40 minutos, pode ser?

_ Tudo bem

_ Vou chamar a Sam e ver se ela não quer ir com a gente. Zac, ela chegou tão estranha hoje, não sei. Está meio triste. Vamos, pelos menos pra ver se ela se anima um pouco. Ela gosta de sair comigo e com você.

Taylor sentiu o sangue ferver e o ciúmes subiu à cabeça. Desligou e extensão com cuidado para que não percebessem e foi pro banheiro tomar um banho.

_ Está bem, vou fingir que acredito.

_ Zac!!

_ Calma, estou brincando. Até lá então Susan. Tchau

_ Tchau

Susan subiu para seu quarto com a intenção de chamar Samantha. Entrou devagarinho e sentou-se na beirada da cama.

_ Estou acordada.

Susan acendeu o abajour.

_ Sam, vamos ao Caffe?

Ela não respondeu, ficou apenas olhando para a irmã, pensando no quanto queria Ter a vida que Susan levava, Ter de volta sua liberdade que havia sido tomada por Steve.

_ Tem certeza que você está bem? Me deixou preocupada hoje..

_ Estou bem. Deixa eu me trocar, vou sim.

_ Ok, que alívio te ver assim tão melhor. _ Elas se abraçaram

_ Vou ficar lá embaixo. Já estou pronta.

_ Ok, daqui a pouco eu desço.

Samantha, com muito custo, levantou-se e foi procurar alguma roupa para sair. A vontade dela era de nunca mais sair daquela cama, mas as circunstâncias a obrigavam a Ter coragem e fé, de que um dia, tudo se resolveria.

Minutos depois ela saiu do quarto. Quando estava para descer as escadas lembrou-se Chris; de que fazia tempo que não se viam e nem ao menos se falavam. Foi andando pé ante pé até o quarto ao lado e bateu na porta. Espiou devagar pra dentro.

_ Oi Chris.

_ Oi.

_ Você vai ficar aqui hoje à noite?

_ Vou, hoje eu vou.

_ Chris, não quer ir com a gente naquele Caffe?

_ Não sei, acho melhor não.

_ Ahh por que? _ Desanimada.

_ Ah Samantha! A gente mal se aguenta!

_ Isso não é verdade _ Ela sentou-se na cama de Chris._ Olha Chris, eu nunca quis que as coisas fossem assim. É só que... que a gente não cresceu junto, tivemos vidas diferentes, e por mais que pareça, eu não te odeio, nem tenho raiva de você e muito menos estou brava por você estar morando aqui com a gente.

_ Eu sei. Apesar de tudo, sei do seu jeito. Sua irmã é que não me suporta, e eu também não a suporto.

_ Não é que a Susan não te suporta Chris, é só que ela é mais casca grossa do que eu. É só falta de diálogo. Pensa, nós podíamos nos dar tão bem... nós três aqui..._ Sorriu

_ É, pode ser.

_ E eu acho que está na hora de começar isso, o que acha?

_ Será que é uma boa idéia?_ Ambas ficaram se olhando, até que Sam abriu um sorriso enorme para ela.

_ Vem, vai se trocar!_ Ela abraçou a prima. Chris a muito tempo não se sentia querida e aos poucos, sentiu que o carinho da prima era verdadeiro e se entregou a ele.

_ Não deixa ele fazer isso com você, Samantha. Não deixa. _ Chris falou baxinho no ouvido da prima.

Samantha se assustou quando ouviu Chris falar daquela maneira. Se levantou e foi até o guarda roupa procurar alguma roupa para a prima. Sentiu-se ameaçada, mas fez de conta que não sabia de nada.

_ Do que você está falando Chris? _ Disse rindo.

_ Você sabe muito bem, e eu também sei. Acho que está na hora de você colocar um ponto final nisso, antes que ele faça coisa pior.

_ Chris, o que é isso?? _ Samantha queria sair correndo dali.

_ É do Steve que eu estou falando.

Sam sentiu o sangue ferver nas veias. Bateu a porta e de repente aquela garota boazinha e frágil que era Samantha desapareceu dando vez à uma mulher perturbada e decidida no que estava fazendo. Chris nunca viu a prima reagir daquela maneira e não teve outra reação a não sei ficar calada.

_ Olha Chris, eu não sei por onde você anda o dia todo, não sei da sua vida, só sei que você anda me perseguindo pra saber tanto assim de meus assuntos particulares. Meus problemas com o Steve só dizem respeito a mim e a ele e o que ele faz ou deixa de fazer, é só entre nós. Eu estou te pedindo, se você ainda tem alguma consideração por mim, que você esqueça tudo o que viu e escutou sobre nós. Eu não sei como você vai fazer, mas vai esquecer, tirar da sua cabeça, enterrar! Aproveite o momento e coloque um ponto final nessa história; finge que nada aconteceu. Pela última vez: não importa o que ele faça; não esqueça; se eu ainda estou com ele, é por que tenho motivos, e se eles não existissem,_ Sam sentiu os olhos se encherem de lágrimas_ Acredite, eu não me sujeitaria à isso. NÃO TENTE ME AJUDAR!

Chris ficou calada todo o tempo. Não disse mais nada. Apenas balançou a cabeça dizendo que faria o que a prima havia "pedido".

Sam passou a mão no cabelo e sentiu o rosto queimar.

_ Tudo bem... agora vamos, se troque. Estou lá embaixo esperando. _ Saiu do quarto.

Minutos depois estavam as três a caminho do Caffe. Susan sentiu-se um pouco incomodada com Chris, mas não comentou nada.

A casa estava lotada e só não tinha gente lá fora pois estava ventando muito frio.

_ Putz, essa semana eu acho que neva!_ Susan comentou enquanto colocava os casacos no cabideiro.

_ Claro que não, ainda falta tempo!

_ Bom, eu que não moro aqui, não posso dizer nada _ Zac apareceu na porta e comentou.

Todos se cumprimentaram com beijinhos.

_ Olha gente!_ Samantha tocou no cabelo de Zac_ Como cresceu o cabelo dele!

Zac ficou sem graça e olhou pra Susan.

Logo em frente viram que todo o pessoal do colégio estava lá.

_Hey!!_ Meg acenou

_ Oii!

_ Vamos juntar as mesas Susan_ Ela sugeriu.

Susan apresentou Chris aos amigos e logo, todos estavam conversando na mesa; ou melhor; quase todos; pois Chris ficava mais na dela.

_ Oi Sam_ Taylor a abraçou, como já era de costume.

_ Taylor, que saudades..._ Samantha se perdeu naquele abraço.

_ Está tudo bem? Eu vi vc e o Steve hoje e..

_ Está, está, está, nem quero comentar sobre isso. Eu agora estou aqui, não é?

_ Mas Sam... _ Taylor havia ficado preocupado.

_ Vamos Taylor! Quero me divertir hoje a noite e isso é que importa. Agora eu estou aqui...

_ Ok, vamos nos divertir então_ Como ainda estavam abraçados, Taylor jogou seu corpo junto ao dela e fez com que Sam quase caísse pra trás. _ Mas você vai Ter que dançar comigo chèrry.

Eles riram e juntaram-se aos outros na mesa.

Inesperadamente, Isaac chegou atras de Taylor:

_ Isaac? O que está fazendo aqui? _ perguntou o irmão.

Um senhor gordo passa por trás de Isaac e dá um tapinha em suas costas. Eles se cumprimentam com um último aperto de mão e o homem foi embora.

_ Ai Taylor, mona! Já deu pra perceber o que ele veio fazer aqui, né geeeenti!_ Justin brincou

_ Que isso cara!! Eu acabo de fechar um contrato de emprego.

_ Puxa, que legal! Como eu queria trabalhar! _ Drew se manifestou

_ Ahh tá... aquele cara é amigo do Walker, né?_ Taylor se lembrou

_ Taylor!_ Isaac o repreendeu. Odiava quando Taylor tratava o pai pelo nome.

_ Não é o nome dele?_ Disse com rancor nas palavras.

_ Que seja. Deixa isso pra lá por enquanto. O que interessa é que Segunda-feira eu já estarei trabalhando e..._ Isaac olhou a garota ao lado de Susan

_ Chris?? Você aqui??_ Se admirou.

_ Ela é prima da Susan e da Sam, você já conhece, lembra?

_ Sim Taylor, eu lembro aquele dia que a gente passou na casa delas._ Sorriu para as meninas.

_ Isaac, sente aqui com a gente_ Samantha convidou.

_ Quem diria, hein?_ Disse num tom irônico, com uma risadinha cínica, ainda olhando pra Chris. Esta, levantou-se da mesa.

_ Bom pessoal, foi legal conhecer vocês, mas tem "gente" demais nessa mesa. Até outro dia._ Chris saiu do Caffe e foi pra casa.

_ Isaac, putz cara!!_ Zac reclamou.

_ Deixa Zac, ela é assim mesmo_ Susan o tranqüilizou.

_ Bom Sam, valeu, mas eu tenho que ir._ Ele havia ficado sem graça._ Bom, tchau pra vocês._ Isaac tratou de sair o mais rápido possível do Caffe, antes que "derretesse" de tanta vergonha.

"Aquela garota! Caramba! Que menina difícil! Mas ela estava diferente hoje..."

Isaac correu por uns dois quarteirões e logo avistou Chris. Optou por seguí-la sem que ela percebesse...

...

Já passava das 3 da madrugada e ainda havia gente no Caffe. O "blues" tocado pela banda tomava conta de todos e deixou um clima depressivo no ar, até que uma nova banda subiu no palco para cantar. Susan e Drew, juntamente com Justin, haviam bebido um pouco além da conta e digamos, estavam um pouco alegres, porém, não bêbados. Eles riam de qualquer comentário e debruçavam-se na mesa constantemente de tanto rir.

_ E agora, eu abro espaço pra quem quiser, que cante com a gente. Vamos lá pessoal!_ Disse a vocalista da banda após tocar a primeira música.

_ Vamos lá Zac, hahahaha, vem, vamos!

_ De jeito nenhum Susan! Eu nem sei cantar!

_ Ahhh, ninguém sabe! _ Susan estava praticamente o obrigando a ir.

_ Não, não, e olha lá, um cara já foi lá cantar. _ Zac apontou para o pequeno palco ao lado do "bar".

Todos olharam pro palco e o rapaz começou a cantar um rock romântico. No começo o pessoal gostou, mas depois começou a ficar deprê demais e as vaias começaram.

_ Uhhhhhhhh!! Sai, sai!!!_ Drew gritava ao mesmo tempo que gargalhava das palhaçadas de Justin.

_ Agora vem!_ Susan se levantou e praticamente arrastou Zac com ela.

_ Não!! Susan!!_ A muito contra gosto ele subiu no palco com ela.

As duas mesas eram as que mais aplaudiam e batiam os pés no chão. Susan acenava pra elas, enquanto Zac estava totalmente tímido atrás dela.

_ Olha lá aqueles dois_ Samantha comentou no ouvido de Taylor.

_ Até que eles fazem um par bonitinho. _ Taylor ficou olhando pra Zac e Susan e se perguntando o porque tinha feito aquele comentário infeliz, já que na verdade, achava que os dois em nada combinavam, nada além da amizade.

_ Ai, nada a ver! O Zac é mto lindo, mas nada a ver.

_ Hey!!_ Taylor começou a fazer doce.

_ Calma, claro que você também é muito lindo_ Ela riu e deu um beijinho no rosto dele.

No palco, Susan pegou o microfone e começou a falar.

_ Gente, gente, silêncio por favor que eu e meu amigo aqui_ Olhou pra trás procurando Zac e o abraçou, puxando-o pra frente_ vamos cantar uma música.

Zac ficou vermelho quando olhou pro bar cheio. Ele passava a mão no cabelo de 5 em 5 segundos pq ele não econtrava lugar nenhum pra por a mão.

O pessoal do Caffe estavam todos ansiosos e pediam pra que começassem logo.

_ Ok, ok... a música se chama Life's a Bitch_ Quando Susan disse o nome, muita gente riu_ ...e já é uma velha conhecida de vocês.

_ O que?? Você está louca de cantar essa música??? É muito difícil!_ Zac falou fora do microfone

_ Relaxa! Nada pode ser pior que nós dois aqui no palco_ Ela brincou.

A banda enfim começou a tocar a música.

_ "Everybody's tellin' all

Baring their souls

Just to go on the Ricky Lake show "_ Susan olhou pra Zac indicando que ele falasse a próxima palavra. Ela o empurrou de levinho pra frente.

_ "Why?" _ A voz dele saiu abafada e o pessoal todo riu. Zac começou a se soltar mais e riu também.

_ "Last night I turned the T.V. on

You were booed off stage

Singing your famous love song"_ Ela olhou pra Zac novamente s sorriu.

_ "Why?"

_ "TELL ME WHO MAKES THE RULES!!!" _ Os dois gritaram em um só microfone e foram para o refrão:

_"Should'a been born on the Milky Way

Don't wanna belong to the world today

Oh, life's a bitch and then you die

Should'a been born on the Milky Way

I can't believe what I heard today

Oh yeah, life's a bitch and then you die" _ Os dois arrebentaram no coro e as pessoas do Caffe pareciam se divertir muito. Zac e Susan já sorriam totalmente sem nenhuma vergonha no palco e cantaram o resto da música. No final, todos aplaudiram e ficaram assobiando.

_ Deixe a moça cantar!! Canta, canta, canta!_ Algumas pessoas começaram a gritar. Zac olhou pra Susan e sorriu. Pegou o microfone

_ Está bem, está bem... sei que não sou bem vindo aqui!_ Disse brincando e rindo._ Bom, então vou deixar minha amiga cantar uma música pra vocês. Mas que música?

O cara que trabalhava no bar chamou Zac no canto do palco e entregou um bilhete a ele.

_ Olha só, esperem... _ Ele abriu o papel _ Bom, acho que temos aqui o nome da música, é um pedido de algum de vocês. É com você Susan: "Did you ever love somebody".

_ Uhuuuuuuuu!! Arrasa Susan!_ Drew gritou quando ouviu o nome da música.

Zac saiu do palco e foi se sentar com os outros. Susan ficou meio sem graça, mas mesmo assim aceitou o desafio. Pegou o suporte e pôs o microfone nele. Olhou pra banda e deu sinal para que eles começassem.

Ela havia ficado um pouco nervosa em cantar sozinha, ainda mais sendo uma música difícil de se cantar. Enquanto tocavam a introdução, Susan passeava seus olhares pelas pessoas do Caffe, tentando achar uma posição legal para as mãos, que teimavam em não saber onde permanecer. Viu muita gente que conhecia de vista do colégio e outras pessoas do bairro, até que chegou à sua mesa. Olhou todos felizes, perfeitamente felizes e desejou Ter aquele sentimento pra si também.

_ "Did you ever love somebody?

So much that the earth moved

Did you ever love somebody?

Even though it hurt to"

Susan cantou o primeiro refrão. A música saiu um pouco engasgada e a voz trêmula. Era estranho ouvir o eco da própria voz. A platéia impaciente se exaltou um pouco. Alguns gritavam pra que ela parasse, fazendo com que ela se sentisse um pouco intimidada. Ela olhou assustada para todos os cantos da casa e continuou. Fechou os olhos e contou.

_ "Did you ever love somebody?

Nothing else the heart could do

Did you ever love somebody?

Who never knew?

Did you ever lay your head down?

On the shoulder of a good friend?

And then have to look away somehow

Had to hide the way you felt for them?"_ O silêncio havia tomado conta do Caffe. Estavam todos boquiabertos com aquela voz macia que invadia seus ouvidos. Susan sentiu que estavam gostando e abriu os olhos. Foi muito aplaudida durante a volta à introdução da música, comandada pela banda. Ela olhou pra porta e viu Zac parado perto dela. Ele fez um "jóia" com uma das mãos e depois de um sorriso tímido, saiu.

_ "Have you ever prayed the day would come?

You'd hear them say they feel it too

Did you ever love somebody?

Who never knew."_ Ela não entendeu muito bem por que Zac havia deixado o Caffe. Sentiu aquele mesmo medo que sentira da última vez que esteve lá. Respirou fundo e olhou pra mesa.

_ Que linda essa música..._ Samantha estava sentada ao lado de Taylor. Todos haviam virado suas cadeiras em direção ao palco.

_ Também acho Sam. Não sabia que sua irmã cantava tão bem.._ Taylor percebeu que Susan olhava pra eles.

_ Nem eu._ Ela sorria pra irmã.

Taylor aproximou seu rosto de Sam, passeou seus lábios pelo pescoço, orelha; provocando leves arrepios nela, e enfim, a chamou. Sam virou para o lado, era a vez de seu momento acontecer. Sentiu pela primeira vez os lábios macios de Taylor sobre os seus, sua respiração. Mesmo com os olhos fechados, sentia o jogo de luzes do ambiente, a temperatura quente lá dentro, a música, tudo estava à seu favor naquela noite. Era realmente seu momento de ser feliz.

Susan fechou os olhos tentando esquecer, e deixou que a emoção tomasse conta de si.

_ "And if you did,

Well, you know I'd understand

I could I would

More than anybody can

Did you ever love somebody?

So much that the earth moves

Did you ever love somebody?

Even though it hurt to"

Faltava ainda um refrão e sua vontade era de sair dalí correndo, como no dia em que vira Taylor com Tracy; só que agora era diferente. Agora ela não via os dois se esfregando como Taylor estava fazendo n'outro dia; havia uma sintonia entre os dois, havia sentimento naquele beijo. Olhou pela última vez para Sam e Taylor, que agora, estavam abraçados e mesmo sabendo que não devia, desejou profundamente estar no lugar de Samantha e sentiu que ninguém, ninguém nesse mundo haveria de amar mais aquele cara como ela amava. Sentiu uma angústia se formando dentro de si; fechou os olhos e deixou que algumas lágrimas escapassem.

_ "Did you ever love somebody?

Nothing else your heart could do

Did you ever love somebody?

Like I love you.

Like I love you.

Like I love you."

Após o término da música, a platéia aplaudia de pé e Susan ouvia mil elogios de todos que foram até lá cumprimentá-la. De relance, viu Meg parada na porta de entrada e percebeu que ela a esperaria lá.

Num canto escuro e praticamente vazio do Caffe, olhos cheios de ódio e vingança presenciavam tudo que acontecia no lá dentro. Steve bebeu o último gole de Gim e bateu o copo na mesa.

"Ela me paga!"

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou??
Chorou? rss Tadinha da Susan...
Deixe um review :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada será como Antes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.