Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 17
Capítulo 17




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Não sei quanto tempo passou, mas lembro de acordar novamente ainda na floresta. Meu corpo não doía mais, mas estava me sentindo mais fraco. Lentamente, abri meus olhos, pude perceber que as árvores estavam cobrindo o céu, mas pela escuridão, dava para perceber que ainda era de noite, apesar do forte calor e uma luz dourada poucos metros à minha frente.

Logo percebi que estava em uma sala, era totalmente branca, mas haviam alguns detalhes em azul-claro, não sabia como tinha ido parar ali. Bom, até certo ponto, pois logo me lembrei de quando vi uns homens que aparentavam ser policiais e um deles disse que haviam encontrado quatro corpos mas eram cinco dentro do carro. Então, obviamente, eles procuraram e me encontraram, mas o que estaria eu fazendo ali? E aonde estariam os outros rapazes?

Enquanto tentava raciocinar com essas perguntas que atormentavam minha mente, minha cabeça doeu, o que me deixou zonzo por alguns segundos. Parei de pensar naquilo e tentei me levantar, não havia sequer um soro ou algo do tipo que me impedisse de me movimentar, então levantei da cama lentamente, pois meu corpo ainda doía, mas agora bem menos do que antes de eu desmaiar.

Ao tocar os pés no chão, comecei a caminhar me apoiando na beira da cama e nas paredes, ainda estava muito fraco, mas não desistiria, precisava daquelas respostas.

Quando cheguei na porta e abri a mesma, vi um corredor cheio de enfermeiros, eu estava em um hospital então, mas quem havia me colocado lá? Estava prestes a caminhar para a recepção pra tentar entrar em contato com Tony ou Effy, pra que eles me ajudassem a sair dali, quando uma enfermeira chegou e segurou meu braço.

— Ei, calma garoto, você não pode levantar ainda! - exclamou ele, tentando me levar de volta.

— Onde estou? - perguntei, tentando resistir.

— Em um hospital, você foi encontrado fora de um carro que havia acabado de capotar, estava cheio de ferimentos e desacordado, precisa ficar em observação.

— Quem me trouxe aqui? Eu não quebrei nada, estou me sentindo bem...

— Não parece estar bem, precisa se apoiar na parede para ficar de pé. Anda, segura em mim.

Bufei, colocando meu braço ao redor do pescoço dela.

— Quem me trouxe aqui? - perguntei novamente.

— Um policial, ele estava na viatura, mas como os seus ferimentos eram muito mais graves, aparentemente, decidiram que era melhor você ficar aqui, logo eles irão vir te buscar - respondeu ela, me sentando na cama.

Comecei a me desesperar.

— Me buscar? Para quê? Me levar preso?

— Eu não sei, querido - ela deu de ombros.

— Mas eu não fiz nada, juro que não fiz! Quer dizer, fiz... Mas fui obrigado, não fiz por mal, foi um bando de...

— Ei ei ei, se acalma, você está muito nervoso, isso só vai piorar o seu estado - ela disse, se aproximando.

— Só vou me acalmar quando você me der um celular, preciso telefonar pro Tony! - esbravejei.

— Quem é Tony?

— Meu amigo, por favor...

Ela me olhou, desconfiada, mas acabou cedendo, me entregando o próprio celular dela e eu disquei o número do Tony.

— Que hospital é esse? - perguntei.

Depois que ela me respondeu, Tony atendeu.

Dean? - chamou ele.

— Tony, caramba, eu tô tão feliz em ouvir sua voz! - suspirei aliviado.

Estava preocupado com você, onde você tá?

— No hospital. Mas não entendi como vim parar aqui, alguém me trouxe!

O importante é que você tá bem!

Eu sei, mas teve notícias de Effy? 

Não, nada ainda! Michelle e eu ainda estamos preocupados com ela.

— Eu também estou, não sei o que aconteceu... Foi tudo tão rápido, a missão foi um sucesso, mas do nada, alguém capotou a gente!

— Sério? Quem?

— Eu não sei, a enfermeira veio me falar que um policial me trouxe aqui, mas logo assim que eu melhorar vão vir aqui me pegar.

Ele pareceu ficar irritado com aquilo que falei.

Ah mas não vão mesmo, qual hospital você tá?

Dei o nome do hospital para ele e nos despedimos, então, entreguei o celular novamente para a enfermeira, que abriu um leve sorriso:

— Tá mais calmo agora? - perguntou.

— Um pouco, obrigado - respondi, encostando a cabeça no travesseiro.

— Me agradeça depois, agora se recupere.

— Fácil falar! - bufei.

— Qualquer coisa, aperte esse botão e eu lhe atenderei.

Assenti e ela saiu do quarto, me deixando sozinho com meus pensamentos esdrúxulos, estavam tão bagunçados que eu senti que poderia estar delirando. Nada mais passava pela minha cabeça senão Effy. O cara que a sequestrou com certeza estava ciente que o plano funcionou pela metade, mas como todos fomos pegos pela polícia e o dinheiro recuperado, ele poderia estar por um triz de matá-la, enquanto eu estava lá, em uma cama de hospital, sem ter o que fazer.

Demorou um tempão, mas finalmente Tony e Michelle chegaram, o que me deixou mais aliviado.

— Cacete, o que fizeram com você? - perguntou Tony, ao se aproximar da cama.

— Estou tão machucado assim? - perguntei, confuso.

Então, Michelle pegou seu celular e colocou na câmera, para que eu visse meu rosto. Só então percebi que meu olho direito estava roxo, meu nariz despejava um pouco de sangue, apesar do curativo que foi feito, mas o pior era a minha cabeça, estava enfaixada e os esparadrapos continham sangue. Na certa, no momento em que fui jogado para fora do carro, bati a cabeça em algum lugar que gerou esse sangue todo.

— Deve ser da pancada da minha cabeça no chão - falei os olhando.

— Isso é perigoso cara, cuidado - disse Tony.

— Eu sei, mas fui arremessado para fora do carro, então foi inevitável.

— Explica direito como você foi parar nesse situação - pediu Michelle.

Respirei fundo, fechando os olhos.

— Bem, eu recebi uma ligação do sequestrador de Effy, me pedindo para me encontrar com ele em um galpão no centro da cidade. E me pediu para ir sozinho, não falar pra mais ninguém sobre isso. Depois que saí de casa, fui pegar carona com um caminhoneiro que me deixou na frente do galpão - contei.

— E descobriu o porquê o sequestrador fez aquilo? - perguntou Tony.

— Parece que durante o tempo em que vocês estavam fora, Effy ficou sem cigarros, então negociou com ele para comprar com ele, mas acontece que ela não tinha dinheiro suficiente, então tava se prostituindo lá em casa. Aqueles homens que eu via saindo de casa após a faculdade eram homens para os quais ela vendia o corpo dela, para ganhar dinheiro e pagar o cara - revelei, frustrado.

Ao ouvir aquilo, Tony parece chocado e sem chão, com certeza não esperava por isso.

— Amor? - chamou Michelle, o amparando.

Fiquei assustado na hora, Tony parecia que ia infartar naquele momento, o que deixaria a situação ainda pior. O que eu faria agora?

 


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