Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 16
Capítulo 16




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Meu coração batia forte, eu estava tentando ao máximo me segurar, mas estava quase desmaiando de medo. Apesar de lutar, minha mente não sabia processar o que estava para fazer.

O revólver na minha mão parecia pesar, as luvas grudavam nas minhas mãos por causa do suor, falando nisso, ambas tremiam tanto que eu mal conseguia segurá-lo na minha mão.

Sim, isso mesmo, estou nesse momento em uma rua deserta, atrás de um carro estacionado, parado em frente à uma loja que ainda estava aberta só esperando o momento certo de assaltar. Eu nunca imaginei que um dia teria que fazer isso, mas o cara que sequestrou Effy praticamente me obrigou. Se eu não fizesse o assalto, ele a mataria. Poderia ser um blefe sim, mas na hora eu estava com tanto medo que acabei concordando.

Respirando fundo umas três vezes, olhei para os rapazes que esperavam no carro, me encorajando.

— Anda logo! - um deles disse pelo rádio, baixo, dentro do carro.

Bufei, começando a caminhar a passos livres para o estabelecimento. cobri o rosto com a máscara e assim que cheguei na porta, corri e chutei a mesma com o pé, mesmo sem fazer tanta força.

Mas, para minha surpresa, o caixa estava vazio, não havia ninguém ali. Estranhando, olhei para os carros no carro, que fizeram cara de quem não estava entendendo nada.

— Tá vazio. O caixa tá vazio - sussurrei, com a mão no rádio.

— Então vai ser mais fácil, pega o dinheiro e vaza antes que ele volte - mandou ele.

Obedeci rapidamente e corri para trás do caixa, começando a pegar todo o dinheiro que eu havia encontrado lá e colocando dentro de um saco. Pelo tanto de nota que vi, só naquela caixa devia ter uns mil dólares, mas não parei pra contar, apenas queria pegar e sair dali.

Quando finalmente terminei, ouvi um barulho no final do corredor que fez meu coração disparar. Rapidamente, olhei na direção dele, um segurança estava caminhando a passos lentos, de guarda. 

Não sei quanto tempo passou, mas logo eu pude perceber ele se virando na direção do caixa aonde eu estava pegando o dinheiro.

— Fudeu - pensei, rapidamente me agachando atrás do caixa e peguei o rádio novamente - Tem um segurança no final do corredor, ele tá vindo para cá!

— Merda, fica escondido aí, vamos dar um jeito nele! - disse o outro.

— O quê? Como assim? - perguntei, mas não tive resposta.

Alguns segundos se passaram, eu não tentei me levantar, apenas coloquei o lado esquerdo do rosto para fora da bancada para saber aonde o policial estava. Ele ainda vinha na direção do balcão, mas estava a passos firmes, não parecia ter me visto e prestes a me prender. Confesso que de início, fiquei com vontade de pegar a arma e arriscar atirar, mas não tive tempo, a porta foi escancarada e só pude ouvir disparos de tiros. Se não me falha a memória, foram cinco ou seis. em seguida, pude ver o corpo dele caindo para trás, com o corpo perfurado de balas. Mal caiu no chão, o sangue começou a formar uma poça embaixo do corpo dele.

Horrorizado, senti um dos homens me levantando pelos braços e me ajudando a caminhar, os outros pegaram o dinheiro que eu havia encontrado e saíram na frente. Minhas pernas não mexiam, meu corpo não respondia aos comandos do cérebro, a imagem do segurança morto e ensanguentado à minha frente não saía da minha cabeça. Só me lembro de ter sido jogado para dentro do carro, então eles arrancaram com tudo e aceleraram o mais rápido que podiam.

Durante o caminho, minha visão ficou turva, eu só podia ouvir os ecos das vozes deles.

Belo trabalho, apesar de tudo— falou o que estava no carona.

Acho que ele poderia ser um ótimo capanga nosso - disse outro, que estava do meu lado direito.

Rá, esse aí não sabe nem atirar. Vai ter que comer muito feijão para chegar nesse nível!— zombou o motorista.

Isso aqui é tudo que tinha?— perguntou o que estava à minha esquerda.

Mas, não consegui responder nada, pois logo senti uma pancada forte na lateral esquerda do carro. Tão forte que o carro começou a virar pra direita e capotou várias vezes. Não consegui contar quantas, mas sei que em todas elas, minha cabeça bateu no teto com força, fazendo com que eu ficasse completamente tonto logo assim que ele parou, de cabeça para baixo. 

 Demorou alguns segundos, mas eu finalmente consegui sair do estado de choque que estava antes. Acho que o alerta de perigo em minha mente me fez despertar. Só me lembro de depois de perceber que estava deitado de bruços, olhar para os lados. Vi umas árvores bem altas ao meu redor, à frente delas, um enorme barranco. Saquei na hora que o carro caiu de lá durante as capotagens. Notei na hora que havia sido arremessado para fora do carro, à uma distância de mais ou menos uns dez metros. Mesmo com muita dor no corpo, tentei rastejar até o carro, para tentar buscar ajuda, quem sabe eu não encontraria alguma coisa para me ajudar? Os rapazes que estavam no banco de trás junto comigo estavam descordados. Um tinha um corte profundo na testa e o outro sangrava toda a cabeça. Os que estavam na frente também desmaiaram e aparentavam estar muito feridos.

Senti que meu celular estava no meu bolso, começando a vibrar, o que me fez desistir de me aproximar, as árvores estavam me bloqueando da visão dos policiais, junto com a escuridão.

— Estão todos vivos? - perguntou um policial.

— Sim, só desacordados e feridos - respondeu o outro.

— Ótimo, vai facilitar muito, vamos! 

Os policiais pegaram os corpos de cada um, tirando do carro, mas meu celular não parava de tocar e eu não podia atender naquele momento. Ainda bem que ele estava só vibrando. Quando arrastaram todos os corpos para a viatura, comecei a ficar fraco novamente, sentindo que ia perder a consciência.

Mas, antes de desmaiar, pude ouvir o primeiro policial falar novamente:

— Espera aí, relataram que eram cinco homens, só tem quatro aqui. Cadê o último? - perguntou.

Houve um silêncio por um tempo, meu celular parou de vibrar, minha cabeça pesou e eu desmaiei novamente.


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Notas finais do capítulo

Vixi, deu merda geral!



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