Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 18
Capítulo 18




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Depois de alguns segundos parado, estático, parecendo que ia ter um infarto ali mesmo no hospital, Tony me olhou de uma forma tão assustadora que me deu calafrios.

— Você lembra aonde ficava esse galpão? - perguntou ele.

— Sim, eu lembro, mas... - ia dizendo, mas ele me interrompeu.

— Então vamos até lá - disse ele, me puxando pelo pulso, enquanto segurava Michele pela mão nos levando dali.

— Espera, a enfermeira não me liberou pra sair! - protestei.

— Você está vivo e bem, não tem porquê esperar! - rebateu ele.

Mesmo com os protestos dos enfermeiros, Tony continuou puxando a gente enquanto andava rapidamente pelos corredores até a porta da frente.

— Amor, o que você vai fazer? - perguntou Michele.

— O que já devia ter feito à muito tempo! - respondeu ele, abrindo a porta da frente.

Do lado de fora, percebi que eu não estava exatamente em um hospital, mas sim em um pronto-socorro, o que era bem estranho, pois eu estava com machucados muito graves para um lugar que fizesse atendimentos tão precários, para ferimentos leves.

Quando chegamos no carro, Tony e Michele me ajudaram a entrar no banco de trás e entraram logo em seguida, saindo em disparada com o carro.

— Me fala onde fica o endereço do galpão! - pediu Tony, dirigindo.

— Falo sim, mas anda mais devagar, por favor! - pedi, desesperado.

— É Tony, você tá indo muito rápido, vamos bater! - exclamou Michele.

— É a vida da minha irmã que está em jogo, quanto mais tempo demorarmos, mais risco de vida ela corre! 

— Mas se você correr desse jeito e a gente sofrer um acidente, aí mesmo que não vamos resgatá-la - bufei.

Mesmo com Michele concordando, Tony não nos deu ouvidos e continuou acelerando, voltando a me pedir o endereço do galpão; depois que dei, ele continuou em alta velocidade pelas ruas, sem falar nada, deixando um clima pesado dentro do carro.

Após algum tempo, ouvimos a sirene da polícia e as luzes da viatura logo atrás de nós.

— Era só o que faltava! - reclamou ele.

— Claro, você tá correndo muito com o carro! - rebati.

— Eu consigo...

— Tony, você não percebe o que está acontecendo? Para o carro e deixa eles virem, a gente avisa que estamos indo resgatar Effy e eles poderão nos ajudar! - sugeri, o olhando.

— De jeito nenhum, você tá sendo procurado pela polícia! Se nos entregarmos, vão achar que somos cúmplices do assalto que vocês fizeram! - falou Tony.

— O quê??? 

— É Dean, ouvimos isso no rádio a caminho do hospital - explicou Michele.

Incrédulo, coloquei as mãos na cabeça e recostei no banco, o que já tava ruim, só iria piorar a partir dali.

Chegando perto do galpão, Tony percebeu que as viaturas só estavam aumentando, chegaram a fazer uma barricada na frente do carro, o que me deixou mais desesperado ainda, pois não tínhamos como passar.

— Ok, mudança de planos! - afirmou Tony, virando o carro bruscamente para a esquerda, onde não tinha nenhuma viatura, ainda. 

Depois disso, Tony entrou em um beco bem escuro e desligou os faróis e luzes do carro, desligando-o ainda em movimento, só parando metros depois, quase no final.

— Rápido, desçam - disse ele.

Mesmo com dificuldade, consegui sair do carro e corremos para a frente do carro. Pude ver os faróis das viaturas chegando, mas Michele me puxou pelo braço até um muro que ficava na frente do carro, no final do beco. Com uma agilidade incrível, Tony pulou em cima de uma caçamba de lixo que estava lá e depois ajudou Michele e eu a subirmos. Quando chegamos do outro lado do muro, corremos por longos metros até ficarmos à uma distância segura.

— Essa foi por pouco - suspirei, aliviado.

— Realmente. E agora? - perguntou Michele.

— Ok, estamos perto do galpão agora, só precisamos entrar lá, resgatar Effy e levá-la para casa. Depois, daremos um jeito de explicar para a polícia porquê Dean estava nesse assalto! - afirmou Tony.

— Não sei qual tarefa é a mais complicada - bufei.

— Anda, vamos logo.

Caminhando por mais alguns metros, avistamos a entrada do galpão. Mas antes de entrarmos, Tony pegou algo que parecia um pedaço de ferro ou cano bem longo e largo, não sabia o que ele esperava conseguir com aquilo, mas preferi não falar nada para não chamar atenção de quem estivesse por lá.

Tony abriu a porta do galpão devagar, sem fazer muito barulho, então entramos e começamos a caminhar sorrateiramente. Depois de alguns metros, pude observar os tonéis que tinha visto quando cheguei lá; e foi a partir dali que começamos a ouvir vozes, um monte de vozes, parecia uma baita confusão, o que fez nós três correr até lá. 

Quando finalmente chegamos ao lugar que acontecia a algazarra, Tony parou e se escondeu atrás de uma pilastra junto com Michele e eu, o que imos foi aterrorizante: Effy ainda estava viva sim, mas um dos homens a torturava, enquanto os outros apenas riam, batiam palmas e até incentivavam a continuar. O pior é que enquanto o maldito gemia, Effy também soltava gemidos, mas claramente não eram de prazer e sim, de dor.

Possesso, tentei me aproximar e tirar aquele cara de cima dela, mas Tony me impediu. O olhei sem entender e ele me fez um sinal para esperar. Mesmo contrariado, voltei pro meu lugar e pude ver quando ele bateu o objeto em sua mão na parede, causando um barulho muito alto e chamando atenção dos homens. Quando todos pararam e olharam na direção que veio o barulho, Tony saiu de onde estava.

— Tony... - sussurrou Effy, com lágrimas nos olhos.

— Podem parar com a algazarra agora! - exigiu ele.

— Desculpa meu querido, mas agora não temos mais vagas para a festa! - zombou o sequestrador - Ah, já entendi, você quer entrar nessa também né? Relaxa, logo chega sua vez!

— Não quero outra coisa além de você soltá-la.

— Quem você pensa que é para chegar me dando ordens? - confrontou ele.

— Sou Tony Stonem, o irmão dela.

A revelação pegou todos de surpresa, os homens se entreolharam, impressionados, enquanto Michele e eu apenas esperávamos acontecer algo, torcendo para que Tony conseguisse libertar Effy das mãos daqueles monstros.


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Notas finais do capítulo

Será que o Tony consegue?



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