Watch Dogs: Ghosts of London escrita por BadWolf


Capítulo 9
Assunto de Família


Notas iniciais do capítulo

Estão sentados??
Pois senta que lá vem bomba...

#EscreviESaíCorrendo

Boa leitura!



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A maca adentrava rapidamente ao Hospital St. Pancreas. A equipe médica havia sido alertada de uma explosão nos arredores e já esperava por vítimas, mas pelo relato dos policiais, os primeiros a chegar, não houve muitos feridos na explosão graças ao horário, e também ao fato de que a rua não estava movimentada. Se a explosão tivesse ocorrido em horário comercial, certamente teria sido uma verdadeira carnificina, algo próximo de um cenário de guerra. Mas até o momento, só uma pessoa havia dado entrada.

—Idoso com sinais de infarto. Diabético, hipertenso. – bradou o socorrista aos primeiros enfermeiros, que logo se juntaram à maca. Um homem de meia idade e barbudo tentava acompanhar o idoso, mas logo foi detido pelos médicos.

—O senhor não pode prosseguir.

—Mas...

—Ele será assistido pela equipe médica, fique tranquilo. O senhor é parente dele?

—Não, eu trabalho com ele. Estávamos juntos na hora da explosão. Ele chegou a ser arremessado longe, mas não se feriu com seriedade, só uns arranhões. Mas acho que a explosão foi demais para o coração dele, e quando fui ajudá-lo a se levantar, ele começou a sentir dor no peito e... Bem, parecia estar enfartando. O caminhão era tudo que ele tinha e simplesmente se foi pelos ares.

            -Sinto muito. Bom, preciso entrar em contato com a família para dar prosseguimento com a internação dele. Ainda não sabemos quais serão os próximos passos, mas muito provavelmente ele terá de ser atendido por um médico, no mínimo.

            -Está bem. Vou avisar a família dele. – ao tentar caminhar, Aiden grunhiu de dor. Claro, pouco a pouco seu sangue estava esfriando e, a medida que isso acontecia, as dores ficavam mais intensas. Por um instante havia se esquecido de ter sido arremessado contra um carro durante a explosão.

            -O senhor está bem?

            -Não é nada, só um incômodo. – desconversou o vigilante. A última coisa que desejava agora era dar entrada em um hospital e, principalmente, preencher uma ficha médica. Atendiemnto médico era algo que não tinha espaço em sua vida, ou quando tinha, na clandestinidade.

            -Tem certeza? – insistiu o socorrista.

            -Tenho sim, está tudo bem comigo. Vou procurar a família dele.

            Com o socorrista finalmente convencido de que ele não precisava de ajuda, Aiden recorreu ao seu celular. Sua primeira providência foi ligar para Maddie. Foi difícil explicar o que aconteceu. Tudo que o justiceiro pedia ao telefone era para que ela se acalmasse e fosse logo para o hospital, pois seu tio precisava de documentos. Não demorou trinta minutos e Maddie já estava lá. Ainda vestida com roupa de garçonete, ela conversava com a recepcionista e entregava os documentos de seu tio. Alheio a isso, Aiden recebia ligações de Jackson. Não era hora de falar com ele, pensou. Mais tarde explicaria a ele o que estava acontecendo. Estava há pelo menos um mês sem encontra-lo e tanta coisa tinha acontecido, tanta gente já tinha adentrado em sua vida, que era como se uma vida inteira tivesse passado nessa pequena fração de tempo. Contar os últimos acontecimentos apressadamente e por telefone seria muito difícil.

            Finalmente, depois de muita espera na recepção do hospital, uma médica apareceu.

            -Madeleine Schmitz? – chamou a médica.

            -Sim, sou eu. Doutora, como está o meu tio?

            -Ele teve um infarto agudo do miocárdio. Estamos avaliando a necessidade de uma cirurgia...

            -Meu Deus! – entrou em desespero Maddie, sendo amparada por Aiden. – Meu tio!

            -Ainda é cedo para determinarmos. O estado de saúde dele é delicado e pode ser que ele não sobreviva ao procedimento. Se ele estiver clinicamente bem, poderemos fazer uma angioplastia coronária, mas há também a possibilidade de fazer a obstrução das artérias com fibrinolíticos. Agora, estamos fazendo o possível para estabiliza-lo.

            -Ele ainda corre risco de vida?

            -Sim, mas não se preocupem. O Sr. Pearce está recebendo toda assistência necessária.

            Aiden assombrou-se com as palavras médicas.

            -Peraí, do que você o chamou?

            A médica olhou para sua prancheta novamente.

            -Sr. Alan Pearce, o nome do paciente.

            -Não... – interveio Aiden. – A-A-A senhora deve estar cometendo algum engano, doutora. O nome dele é...

            -Muito obrigada, doutora. Até mais. – interrompeu Maddie a Aiden. A médica, claramente assustada pelo jeito sempre amedrontador de Aiden, em especial quando estava nervoso, só faltou sair correndo dali com sua prancheta.

            -Aquela médica deve estar falando de outro paciente, Maddie! O sobrenome do seu tio é Schmitz! Por que agiu como se ela estivesse certa e simplesmente a dispensou depois de dar o diagnóstico da pessoa errada?!

            Maddie estava pálida, trêmula. Engoliu em seco. Por fim, veio um suspiro cansado.

            -Porque ela estava certa. O nome do meu tio... O nome do meu tio é Alan Pearce.

            -Perai, você está de sacanagem com a minha cara, Maddie?! Por que você não falou nada para mim? Você me viu esse tempo todo chamando seu tio de Sr. Schmitz! E agora está dizendo que o sobrenome dele não é esse?

            -Porque... Porque ele me pediu, Aiden.

            -Então, o seu sobrenome também é Pearce? Igual ao dele, igual ao meu?

            -Não, o meu sobrenome é realmente Schmitz! Madeleine Schmitz, é esse o meu nome. Esse também era o sobrenome de minha tia, esposa dele. A esposa dele era irmã do meu pai. Ele era apenas marido da minha tia, não meu tio de sangue. Aiden, se acalme! – pediu Maddie, que apesar de ver o vigilante prestes a explodir, não tinha a mesma sensação de medo como quando Rooney a agredia verbalmente.

            -Como você quer que eu me acalme, sabendo que estava o tempo todo do lado do meu pai?!

            -Espere... Seu pai?!

            -Sim, o nome do meu pai é Alan Pearce. Irlandês. Terrorista do IRA. Toda essa merda. Porra, como eu fui idiota a ponto de não ter percebido? O dia com a bomba, é claro!

—Que bomba, Aiden?!

—Ele desarmou uma bomba de nitroglicerina e não quis me contar como conseguiu essa proeza. Claro, o que ele mais fez na juventude dele foi criar bombas para atentados terroristas. É claro que ele sabia como desarmar uma. Como fui cego... Como eu não o reconheci?! Não era tão pequeno assim quando a minha mãe fugiu da Irlanda...

            -Eu... Eu não sabia que meu tio tinha tido filhos antes de se casar com a minha tia! Não sabia mesmo, de verdade...

            -Para com isso, Maddie. Está na cara que vocês dois são cúmplices nessa sujeirada toda!

            -Claro que não, Aiden! Meu tio nunca gostou de falar sobre a vida dele na Irlanda, antes de migrar para a Inglaterra e se casar com a minha tia. E ele só me pediu para não contar do sobrenome dele porque temia que você pensasse ser parente dele, achava que você poderia se aproveitar disso como empregado dele. Apesar disso, ele dizia que vocês dois terem o mesmo sobrenome era apenas uma coincidência. E talvez seja verdade. Quantos Alan Pearce existem no mundo? Um monte, com certeza!

            -Com idade para ser meu pai e conhecimentos avançados em bombas analógicas?! Não, impossível ser outro Alan Pearce senão o meu próprio pai, Maddie.

            -Como assim, bombas? – estranhou a moça.

            -Esquece. A verdade é que o Sr. Schmitz... Ele... Esse tempo todo ele sabia que eu iria desconfiar no instante em que eu soubesse que o nome dele é Alan Pearce. Por isso fingiu ter outro sobrenome. Aproximou-se de mim, fingindo ser outra pessoa. Que merda...

            Aiden olhou para o lado. Oficiais da Albion, na recepção. Claramente, estavam atrás dos feridos pela explosão, para fazer suas averiguações quanto a um possível atentado. Deveria ter imaginado que logo estariam aqui, pensou Aiden. Desde a confusão toda com os atentados, uma explosão, mesmo que fosse acidental, iria atrair os agentes da Albion como moscas. Uma coisa era certa: precisava dar o fora dali, e logo.

            -Para onde você vai? Aiden! – chamou Maddie, em vão, enquanto observava o justiceiro ir embora às pressas. Mesmo com o hospital cheio dos agentes da Albion, a jovem atrelou a súbita saída às pressas de Aiden ao desentendimento que acabaram de ter. Estava mais do que nunca abalada e se sentindo sozinha. Aiden, visivelmente chateado pela revelação que acabara de ter, e seu tio internado. Parecia estar vivendo um pesadelo.

            O telefone de Aiden tocou mais uma vez. Era Jackson. Que insistência, pensou. Será que aconteceu alguma coisa com ele, ou com Nicki? Se seu sobrinho estava insistindo tanto assim em falar com ele, deveria ser sério. Bem o que ele precisava agora.

            -Caramba, mas parece que agora é mais fácil falar com a Rainha da Inglaterra do que com você! – ouviu seu sobrinho reclamar, do outro lado da linha. Toda a agitação fez Aiden ficar alerta. Estava agora no metrô, a caminho de Brixton, olhando atentamente a seu redor, buscando por possíveis agentes da Albion. A dor nas costas estava intensa, mas nada que um relaxante muscular não resolvesse.

            -Desculpe, Jackson.

            -Você disse que ia ligar toda semana, e já se passou um mês desde a última vez que nos falamos! Eu não sei se você se recorda, mas você saiu de um coma profundo há pouco tempo.

            -Eu sei, é que... Porra, aconteceu tanta coisa nesses últimos tempos... – disse, dividindo sua atenção entre sua conversa com Jackson e a movimentação do metrô parado em uma estação sem passageiros.

            -Por que você está falando assim?

            -Assim como?

            -Baixinho, quase cochichando. Dá para perceber que você está no metrô e mal consigo te ouvir! Será que não pode falar mais alto?

            -Eu te explico com calma depois, Jackson. Agora preciso desligar.

            -Espero que não esteja se metendo em confusão, Aiden.

            -Não estou, Jacks. Pode confiar. – e desligou, incerto sobre se tinha sido convincente o bastante. Desde criança Jackson era esperto demais, e sua versão adulta já era mais que vacinada quanto às suas promessas vazias e certezas incertas. Não dava mais para enganá-lo, e nem mesmo Aiden queria fazer mais isso.

            Ao chegar em casa, restou-lhe o refúgio em uma garrafa de vodka que certa vez esqueceram no caminhão e que estava, até agora, escondida atrás da geladeira. Havia muito tempo desde que bebera de modo tão intenso, mas agora queria se sentir entorpecido, anestesiado. Queria esquecer. A garrafa já estava pela metade quando as visões turvas de sua infância começaram a galopar em sua cabeça. Um pub esfumaçado, cheio de homens bebendo e fumando. Um violino tocava ao fundo.

            “Aiden, vai lá e busca mais um pint pra mim!”

            Era a voz dele. A voz de Schmitz – ou melhor, de seu pai. Em sua lembrança, seus dedos pequeninos tamborilavam a mesa de carvalho, manchada pelas marcas das canecas transbordando de cerveja. O menino segurava a caneca pesada de cerveja escura, geladíssima, com cuidado. Entregara a seu pai, sentado à mesa com outros homens, tão bêbados quanto ele.      

            “Bom garoto!”, e sentiu a mão pesada de seu pai a bagunçar seus cabelos castanhos. Ergueu os olhos. O borrão do rosto de seu pai, que tanto aparecia em suas lembranças escassas, havia dado lugar a Schmitz. Na verdade, nem fazia mais sentido chama-lo assim. Era Alan Pearce o seu nome verdadeiro. O nome que fazia sua mãe estremecer de raiva, que apavorava Nicki, que mesmo sendo ainda menor que Aiden, demorara a esquecer as vezes que sua mãe apanhava de seu pai bêbado nas madrugadas em que chegava do pub.

            Aiden vomitou. Deitou-se sabe-se lá por quanto tempo no chão, olhando para a luz sobre sua cabeça. Uma luz que subitamente o fez se recordar do sol na Irlanda. O sol de uma bela manhã na Irlanda. Sim, era capaz de sentir o cheiro da grama, de sentir a sensação de caminhar sobre ela. Estava outra vez naquela campina, que ficava a uns quilômetros de sua casa. Era mais uma manhã de domingo. Tinham ido para a Igreja, e como era de costume, estavam agora caçando coelhos.

            “Segura bem firme aqui. Isso. Está vendo o coelho? Sim? Então, quando tiver certeza, é só atirar nele! Isso mesmo! Bom garoto!”

            “Papai é mau!”

            “Eu não sou mal, minha pequena Nicki. Mas você não gosta de coelhos na janta? Faz parte da natureza, é a lei do mais forte! Seu irmãozinho Aiden já entendeu isso. Um dia você vai entender também, tenho certeza!”

            “Papai mau, muito mau!”

            Com o celular aberto nos contatos, Aiden olhava para aquele número sem parar. Para as letras sobre ele: NICKI. Era o telefone que Jackson lhe deu, e que ele não teve coragem de ligar. Mas a bebida tornava mesmo o mais fracassado dos homens no mais corajoso.

            Chamou por um tempo, até ouvir a voz dela. Ao fundo, podia ouvir o som de um grilo. Um som que ele conhecia muito bem, apesar do pouquíssimo tempo em que esteve com ela na fazenda.

            -Alô?

            Era como se o ar tivesse faltado. Tinha tanta coisa a dizer, tanta coisa a ouvir, mas ouvir a voz dela depois de tanto tempo... Perceber que não havia mudado nada... O deixou estático.

            -Alô? Quem é?

            Continuou em silêncio. Poderia ouvir a voz dela assim para sempre.

            -Escuta só, seu cretino, eu não estou achando a menor graça disso e eu também não gosto desse tipo de brincadeira de mau gosto. Eu vou desligar...

            -Nicki, sou eu! – respondeu subitamente Aiden.

            -Aiden?! É você, meu irmão?

            -Si-si-si..., sou eu, Aiden. Er, me desculpe. Eu, eu sei que está tarde, que não deveria te incomodar a essa hora...

            -Você não me incomoda hora nenhuma, Aiden. E nem está tão tarde assim. Puxa, você saiu daqui de casa sem nem se despedir... Mas não fique pensando que estou chateada com você. Jackson disse que você precisava de um tempo e...

            -Nicki, você não vai acreditar no que aconteceu. Não vai acreditar mesmo. Caramba, eu nem sei como te contar... Olha, eu... Er...

            -Aiden... Você está bêbado?! – questionou Nicki, descrente.

            -Não, quero dizer... Isso não vem ao caso agora, Nicki. Escuta. Sei que você não vai acreditar, mas... Eu encontrei o nosso pai.

            -Aiden, eu conheço você o suficiente para reconhecer quando você está bêbado. Sabe, é inacreditável. Jackson havia dito que você havia mudado de vida, que até estava trabalhando em um emprego de verdade, mas em pleno dia de semana você me liga às duas da manhã completamente bêbado para falar coisas desconexas e sem sentido e...

            -Não, Nicki! Você não entende, eu encontrei o nosso pai! Ele está vivo!

            -Para com isso, Aiden! Não temos notícia dele há anos, e não é preciso ser muito inteligente para saber que terroristas como ele não duram muito tempo.

—Nicki, apenas me ouve! Nosso pai está vivo e ele está...

—Chega! Sinto muito, Aiden, mas eu vou desligar. Me procure quando estiver no mínimo sóbrio, por favor.

            E ela desligou. Furioso, Aiden chutou uma cadeira. Terminou com dois goles o resto de vodka que havia na garrafa. De resto, não lembra bem do que ocorreu. Talvez tenha dormido no sofá, por sabe-se lá quanto tempo, abraçado a garrafa vazia de vodka. Estava dormindo tão pesadamente, anestesiado pelo álcool, que nem notou a porta de seu apartamento se abrir. Se fosse um assassino, certamente teria morrido sem dar o menor trabalho, mas por sorte era seu sobrinho Jackson. Sentiu-se sendo despido, mas nada fez. Apenas estremeceu-se, mais de susto do que de frio, diante da sensação de água gelada caindo sobre seu corpo.

            -Você não tem jeito mesmo, Aiden! Minha mãe me ligou desesperada, dizendo que você estava bêbado ou até mesmo drogado...

            -Hunf.

            -É melhor dizer “hunf’ mesmo. Caramba, falei tão bem de você... Fiz ela acreditar tanto em sua mudança, e agora você colocou tudo a perder. Estava tão cheio de dedos em ligar para ela, dizendo “ain ainda não estou pronto para encarar a Nicki depois de tudo que fiz”, “ain estou medo de como ela vai me tratar” e de repente me apronta uma dessas... Ligar bêbado no meio da madrugada?! Sério mesmo?! É essa a sua estratégia de fazer as pazes com a minha mãe?!

            -Hunf, me deixa em paz.

            -Eu deveria mesmo, sabe? Viver a minha vida, seguir com os meus estudos, voltar para a terapia e esquecer de você! Sim, porque depois de toda aquela merda que vivi na porra da sua cabeça, acho que vou ter que buscar tratamento de novo! Mas sabe porque eu continuo aqui, Aiden? Porque nós somos uma família e eu não vou te abandonar.

            -Hunf, tá bom.

            Colocando Aiden sobre a cama, Jackson voltou-se para o apartamento. Nem de longe lembrava aquela bagunça do esconderijo de Wrench. Era sóbrio, bem-arrumado. Tinha, é claro, um pouco de louça suja na pia, uma toalha sobre uma cadeira, mas o tipo de bagunça que ele mesmo fazia, nada que fosse de incomodá-lo. Foi até a geladeira, em busca de água. Notou que tinha um pouco de comida. Nada muito extraordinário, mas o suficiente para alguém que vivia sozinho. Tranquilizava-o ver que Aiden estava levando o que aparentemente era uma vida normal. Pena que não falava quase nada sobre o seu emprego. No fundo, Jackson estava curioso em saber como seu tio estava se virando. Pensou que seria mais difícil. Será que era algo envolvido com tecnologia? Talvez estivesse no TI de alguma empresa, ou trabalhando remotamente para alguma startup. Ainda assim, estranhava seu repentino estado de embriaguez. Nem em sua época de vigilante ele era dado a bebida, ao menos não a beber até chegar a esse estado. Jamais o viu bêbado, na verdade, muito embora sua mãe Nicki tenha relatado um ou outro problema a esse respeito, mas nada que fosse exagerado. O que afinal teria acontecido?

            Uma coisa é certa. Não havia a menor condição de deixa-lo sozinho em casa naquele estado. Puxou uma cadeira ao lado da cama, decidido a passar o resto daquela noite em vigilância, até que ele acordasse e pudesse explicar o que diabos estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da revelação? Admito que quem acompanhou o lançamento do primeiro Watch Dogs deve ter ficado desconfiado disso.

Gente, vou explicar uma coisa:

Na ideia inicial de Watch Dogs, Aiden seria na verdade um hacker e também ex-terrorista do IRA (não, não é aquela banda de rock brasileira dos anos 80), um grupo terrorista da Irlanda chamado Exército Republicano Irlandês. O problema é que a UBI abortou a ideia com medo de que isso provocasse problemas no mundo real (o IRA existe até hoje na Irlanda...), então eles deletaram esse detalhe, MAS quem escutou os áudios de WD1 com atenção percebeu algumas coisas.

1. Aiden é irlandês (até aí, OK) e veio para a América quando era criança
2. A mãe do Aiden fugiu da Irlanda com ele e Nicki porque estava fugindo do pai deles
3. Ela temia que Aiden acabasse tomando o mesmo caminho do pai - que era um homem perigoso e violento. Quando Aiden se junta a uma gangue - uma organização criminosa - a mãe dele sente que falhou, sinal de que o pai dele também pertencia a alguma organização criminosa.
4. Não fica explícito que o pai do Aiden era do IRA, mas dá para entender que ele levava uma vida criminosa, e a especulação maior é: imagina você simplesmente se divorciar de um terrorista, membro de um grupo como IRA? Acho que isso é motivo o bastante para alguém simplesmente fugir para o outro lado do oceano - o que quero dizer é que o pai de Aiden estava muito longe de ser um bandido qualquer...
5. Aiden mencionou a Nicki uma espécie de ida no campo para caçar coelhos com o pai, sinal de que ele sabia manusear bem uma arma e muito provavelmente estava preparando os filhos para essa vida
6. Nas pouquíssimas vezes que mencionaram o pai, deu para perceber o desgosto de Nicki e Aiden com o que ele fazia

Bom, essas são especulações, teorias, que acabei colocando aqui.
Não significa que isso seja verdade, são só suspeitas. Mas pensa que é como se fosse ;)

Obrigada por lerem até aqui e até o próximo cap!



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