Watch Dogs: Ghosts of London escrita por BadWolf


Capítulo 5
Segredos À Mesa


Notas iniciais do capítulo

E chegou o dia do "date" - provavelmente o primeiro da vida de Aiden Pearce...
Sem dúvida, hackear o Parlamento Britânico deve ser mais fácil pra ele.
Será que a nossa Raposinha vai conseguir se dar bem em agradar a namorada e sua família?
Vamos ver...

Boa leitura!



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A campainha tocou. Maddie, com a atenção dividida entre o vídeo no YouTube passando uma receita e a frigideira no fogo, sorriu ao ouvi-la ressoar em seu apartamento. Ele era mais pontual que pensava. Na verdade, mais pontual do que deveria naquela ocasião, mas ela não deveria culpa-lo. Com pouca habilidade na cozinha, queria impressioná-lo com uma comida exótica, e depois de tanta consulta na internet, optou por fettuccine. O blog dizia que era uma receita prática, mas Maddie estava tão enrolada em aprontá-la que se sentia a pior das cozinheiras. Não à toa o jantar estava atrasado. Teria de receber Aiden ainda cheirando a alho.

            -Boa noite! – ele a cumprimentou, com um sorriso simpático. Quase nunca sorria, recordou-se Maddie, e nas poucas ocasiões em que o deixava escapar, assim tão espontâneo, ela ficava encantada por ele. Percebeu que ele trazia uma garrafa de vinho tinto, que foi recebida por ela ainda no limiar da porta.

            -Você disse que seria um prato italiano, então julguei que fosse o mais ideal para o jantar. – explicou Aiden.

            -É muita gentileza sua, Aiden. Bom, preciso voltar às panelas, antes que elas se revoltem contra o nosso jantar. Por que não se senta um pouco no sofá?

            -Claro. Mas se estiver precisando de ajuda, só falar comigo.

—Acho que consigo me virar sozinha, mas obrigada.

—Está bem. – disse, adentrando ao apartamento de Maddie. Era pequeno, como todo apartamento de Londres, mas bastante organizado e aconchegante. A televisão estava ligada em um canal de música. Uma banda de jazz se apresentava, o que fez Aiden quase ter um ataque de risos. Sabia que jazz não era um estilo musical apreciado por Maddie – já havia hackeado um pouco de sua vida pelo perfilador, mas nada muito profundo. Seria esse jazz tocando no ambiente uma tentativa dela de impressioná-lo, para parece-la uma mulher intelectual? Ou aquilo era só para contribuir para uma atmosfera mais... Romântica?

—Pode trocar de canal, se quiser. – ouviu-a dizer ao fundo. Seguindo sua sugestão, ficou a zapear os canais até parar no noticiário. Falava sobre a troca do primeiro-ministro britânico, a família real britânica, um acidente em uma rodovia... O mesmo de sempre, como em qualquer país. Até a reportagem falar sobre o DedSec, o grupo de ativistas que ele conhecia muito bem.

“Mais um protesto organizado pelo DedSec acaba em pancadaria. Alguns manifestantes e ativistas precisaram ser detidos pela polícia. O grupo reivindica...”

Ah, o bom e velho DedSec. Continua sendo o mesmo bando de moleques hackers que pensam que podem mudar o mundo com suas máscaras coloridas e tênis da moda. Algumas coisas simplesmente não mudam, pensou Aiden. Ouviu passos. Era Maddie.

—A carne está no forno. Vou me arrumar enquanto isso. E.. Desculpe o atraso.

—Sem problemas, Maddie. Acho que levei a pontualidade britânica mais a sério do que deveria. – deu de ombros Aiden, recebendo um beijo na bochecha de Maddie. Para sua sorte, Maddie era prática o bastante para não levar horas se arrumando. Ainda assim, estava elegante. Usava um vestido preto básico, o cabelo penteado e um par de brincos grandes. Nada que fosse caríssimo, mas certamente muito melhor que seu uniforme de atendente do pub, a vestimenta dela mais acostumada aos olhos de Aiden.

A campainha tocou mais uma vez. Era o velho Schmitz.

Também trazia vinho.

—Parece que cheguei atrasado. – disse, ao notar a garrafa de vinho de Aiden já sobre a mesa.

—Vinho nunca é demais, tio! Fico muito feliz pelo presente!

—Comida italiana pede um bom vinho. E esse é especial. Envelhecido há trinta anos, de uma adega do Porto. Ganhei de um amigo de longa data e julguei que hoje seria um dia bom para abrir essa garrafa.

—Mas que exagero, tio! O senhor é tão ciumento com suas bebidas... – comentou Maddie, claramente impressionada.

—É o que diz o ditado, nada levaremos dessa vida, então julguei que estava na hora de apreciar um pouco de minha coleção, e esse é um vinho excelente, perfeito para uma massa italiana. E o seu vinho, Aiden?

—Comprei no supermercado, antes de vir para cá.

Todos riram de sua franqueza. Claramente ele não tinha a mesma sofisticação com bebidas.

—Bom, se não for vinho seco, já é um bom começo. E quanto a seu irmão, Volker? Ele também jantará conosco?

Maddie pareceu levemente embaraçada.

—Tio... Eu não vejo Volker há quase três dias.

—O quê?! Maddie, isso é muito sério! Esse menino pode estar em sérios apuros!

—Não se preocupe, tio. Toda noite ele me manda uma mensagem, dizendo que está bem. Você sabe, desde que ele fez aquele curso de programação, agora anda com aqueles meninos esquisitos para cima e para baixo. Sabe, os nerds do meu tempo eram simplesmente estudiosos, mas o pessoal que anda com o Volker é tão esquisito... Usam esses penteados estranhos, umas roupas que não combinam, e ficam falando uns termos estranhos... Pelo que o Volker disse, ele e seus amigos estão em algum tipo de acampamento de informática.

—Esse negócio de ficar mexendo com computador... Fico tão preocupado com isso, minha sobrinha. Aquele grupinho de vândalos, como é mesmo o nome deles... Ah sim, DedSec.

Aiden, que até então estava alheio ao assunto, voltou sua atenção àquela conversa.

—Sabe, eles são doidos para colocar as mãos nesses meninos jovens que andam sem perspectiva por aí. E infelizmente Volker é um deles. O garoto não para em emprego nenhum, toda hora inventa uma profissão diferente e desiste antes de arranjar um trabalho... Eu não sei o que se passa na cabeça dos jovens de hoje em dia.

—Os tempos são outros, tio. Agora, todos querem trabalhar fazendo aquilo que amam. E parece que Volker se encontrou no mundo da computação. O pouco que ganha ele gasta com mais e mais equipamentos eletrônicos. Precisa ver a parafernália que ele está acumulando no quarto dele.... Ele realmente está empolgado com esse universo.

—Assim espero, Maddie. Uma pena ele não estar aqui. Tem um tempo que não o vejo... Terá de ficar para uma próxima. Bom, vamos ao jantar! O cheiro desse fettuccine está me matando!

Foi um jantar bastante agradável, e ainda que o preparo do fettuccine tenha sido um tanto “caótico”, ele estava uma delícia. O vinho trazido por Schmitz – ao de Aiden, foi relegado o destino da geladeira – era também bastante afável ao paladar. Sem dúvida ele tinha um bom gosto para vinhos, concluiu o justiceiro. Beberam, comeram e conversaram sobre suas vidas, o que assistiam na televisão, e também um pouco sobre política e futebol. Aiden, o convidado dali, era quase sempre o mais inquirido a dar sua opinião, o que era natural. Não conseguia abandonar sua áurea misteriosa, e por falar tão pouco a respeito de si, suscitava curiosidade em ambos, e agora, naquele jantar, com um agradável vinho a fazê-lo soltar a língua mais do que gostaria, os Schmitz viram a ocasião perfeita para conhece-lo melhor.

Mas o que havia a ser dito? Havia tão pouco de sua vida a falar, pensou Aiden. Boa parte dela era ilegal o bastante para não ser dita em voz alta naquela mesa de jantar, e pouco que restara, bem... Era trágica. E tudo que ele não queria era ser digno de pena deles. Por isso, resolveu contar as coisas pela metade. Contou que trabalhou com tecnologia anos atrás, mas que se desiludiu com a área. Contou que tinha uma irmã que vivia na Austrália, mas parou por aí. Contou que sua família veio da Irlanda, sendo ele mesmo um irlandês, e que foram viver em Chicago.

Essa parte de sua história pareceu interessar mais a Schmitz.

—E o seu pai? Também foi com vocês?

—Não, o meu pai... Bem, ele ficou na Irlanda.

—Entendo. Então, seus pais se divorciaram. – concluiu o velho Schmitz.

—Sim, bem isso.

—Aposto que deve ter sentido muita falta de seu pai.

—Na verdade, nem tanto. Eu era muito pequeno, por isso não me lembro muito bem dele. Acho que a única lembrança forte que tenho dele foi um dia, quando ele levou a mim e a minha irmã para caçarmos coelhos. Mas isso foi há muito tempo. – disse, bebendo mais vinho. Se seu passado provocaria uma indigestão à mesa, o de seu pai não ficaria muito atrás.

Maddie, percebendo o desconforto de Aiden quanto à menção de seu pai, decidiu mudar o rumo da conversa.

—Aiden, por quê não conta para gente o motivo de você ter decidido largar Chicago e se mudar para Londres?

O vigilante pigarreou, buscando as palavras.

—Bom, Londres e Chicago são cidades que me parecem muito similares, e eu estava atrás de novos ares. Sabe, mudar um pouco, mas ao mesmo tempo não mudar tanto assim...

O jantar acabou, mas a noite acabou se estendendo para umas rodadas de poker. Nada que fosse sério. Apostavam moedas, que na época das criptomoedas, mais pareciam item de museu sem qualquer valor. Aos primeiros sinais de bocejo de Schmitz, tanto Aiden quanto Maddie concluíram que já estava tarde.

—Bom, meus jovens. Parece que a carruagem da Cinderella aqui está prestes a virar abóbora. É melhor eu me apressar para casa, do contrário vou trabalhar igual um trapo amanhã. Quanto a você, Aiden... Não se esquece, temos entregas a fazer amanhã bem cedo.

—Mas é claro que não vou me esquecer, Sr. Schmitz. Não com o senhor me recordando disso o tempo todo.

—Nada de ficar emburrado, rapaz. Preciso de você inteiro trabalhando amanhã. Escutou, Maddie? Preciso que não pegue muito pesado com o meu ajudante...

—Tio! – exclamou Maddie, constrangida. Aiden só percebeu o que Schmitz queria dizer com a exclamação nervosa dela. Pigarreou, por fim.

—Boa noite, Sr. Schmitz. E até amanhã.

—Até amanhã. Às sete e trinta da manhã passo na porta da sua casa com o caminhão.

—Combinado. Até mais. – despediram-se. Aiden ouviu de Maddie um suspiro. Claramente ela estava cansada, e muito provavelmente, assim que ele fosse embora, iria cair em sua cama e dormir como uma pedra. Faltava dez minutos para meia-noite, percebeu no relógio de seu celular.

—Que celular estranho você usa!

Aiden pigarreou, constrangido. Seu celular não era exatamente o que se esperava de um celular “normal”. Para começar, era extremamente criptografado, customizado até a última placa, e tinha uma aparência que dificilmente lembrava qualquer modelo visto nas lojas. Era à prova d’água, quedas, praticamente um pequeno tanque de guerra. Caía muito bem em sua vida de justiceiro, mas como cidadão normal, parecia um celular “velho”.

—É, estou com ele já tem uns anos. Não vai dizer que estou precisando trocar de aparelho urgentemente...

—Nossa! Aposto que nem atualiza mais de tão obsoleto! Eu não seria capaz de usar uma câmera tão ultrapassada assim! Então, já sei o que vou te presentear no Natal. Ou no seu aniversário, se ele estiver próximo.

Aiden riu com a possibilidade de se ver com um celular qualquer, desses que se vende em loja. No primeiro hack em um aparelho desses, completamente vulnerável ao CToS, ele seria preso, pensou.

—Eu não ligo muito para tecnologia, já disse. Trabalhei com isso um dia, mas hoje não mais.

—Por isso meu tio se dá tão bem com você. Aliás, eu percebi que ele estava sendo um tanto... Inconveniente, falando da sua família. Peço desculpas por isso. Meu tio às vezes passa dos limites, não se manca.

—Relaxa, Maddie. Velho tem dessas coisas. E não fico chateado por falar do meu pai, mesmo ele sendo o babaca que era. Enfim... Vamos falar de coisas boas? Como, por exemplo, aquele fettuccine...?

Foi talvez a conversa mais aleatória e imprevisível já tida por Aiden. O que começou com fettuccine, acabou emendando em todo tipo de assunto: tempos de escola, música, culinária, o irritante robô do CToS que fica seguindo as pessoas na rua, política e mais uma série de assuntos que Aiden nem se lembrava bem porquê estavam falando daquilo.

—Você disse que antes de morar em Londres, estava morando em uma “fazenda”, é isso? – comentou Maddie em meio a risos, um tanto solta com o vinho. – Admito que olho para você e não te vejo como um fazendeiro ordenhando vaca...

—É, mas foi por pouco tempo. E sim, eu aprendi a ordenhar uma vaca.

—Como é que faz para não machucar as tetas da pobre vaquinha?

—Bom, tem todo um jeito de fazer isso. Uma forma de apertar, sabe? Mas no início, eu acho que machucava a coitada da vaquinha, sim.

—E o que te fez sair de lá? Deve ser uma vida bastante tranquila.

—Não é tão tranquila assim quanto parece. Tem as rotinas da fazenda, muito trabalho a fazer. Mas o tempo foi passando e eu fui percebendo que essa vida no interior não era para mim, sabe? Gosto da cidade, acho que sou o que se pode dizer um cara “urbano”. Era uma vida boa para minha irmã, mas definitivamente não era para mim. Aí decidi ir para Londres e... Bem, o resto você já sabe.

—Sua irmã ficou chateada contigo?

Aiden ponderou.

—Conhecendo-a bem, aposto que sim.

—Irmãos, sempre fazendo merda... – ela disse, dando um último gole no vinho. Mais um pouco e estaria completamente bêbada, pensou Aiden, que a deteve de beber mais.

—Amanhã você também trabalha, Maddie. Não se esqueça. – chamou Aiden a atenção da jovem, que bufou. Por fim, decidiu não insistir.

—Me fala o lance com o seu irmão. Parece que seu tio anda preocupado com o que ele faz...

—No início achava exagero de meu tio, mas agora... Não sei, não. Acho que ele está metido com coisa errada, sim. Mas não tenho coragem de contar isso para o meu tio. Tenho medo da reação dele. Sabe, quando meus pais morreram, foi o meu tio quem cuidou da gente. Ele foi quase um pai para mim. Se Volker realmente anda fazendo merda...

—O que o seu irmão faz da vida?

—Ele é servente de obras.

—Então, ele trabalha na construção civil. Bom, pelo menos obra é o que não falta em Londres.

Maddie riu. – Quem dera, Aiden. No fim, Volker é só mais um jovem londrino desempregado, eu diria. Pega empregos temporários em obras, nada que seja muito estável. Paga pouco, mas ao menos é suficiente para pagar os brinquedos dele.

—Brinquedos?!

—Toda vez que chamo os drones dele de “brinquedos”, ele fica puto. Pois é, ele gosta de drones. Tanto que torra o pouco que tem comprando peças, só para ficar voando com eles no Hyde Park. Nem parece ter dezenove anos.

—Não deveria implicar com o hobby dele. Mas enfim, porque você acha que seu irmão está fazendo coisa errada? Muitos jovens gostam de drones.

—Ele está muito quieto, taciturno. Não fala conosco, sai de madrugada e fica uns dois dias fora de casa. Mas esse não é o problema em si. Esses dias, achei uma camisa dele suja de sangue. Havia até um rasgo, na lateral do braço... Mas não era um rasgo qualquer, parecia... Parecia ser uma marca de tiro de raspão.

—Caramba... – surpreendeu-se Aiden com o relato de Maddie. Não era à toa que eles estavam preocupados. – E o que seu irmão disse?

—Falou que era coisa da minha cabeça, que ele só tinha se machucado em uma obra, nada de muito sério. Mas eu vi como ele ficou nervoso quando eu mostrei a camisa. Conheço Volker desde sempre e reconheço quando ele está mentindo. Sabe, Aiden, estou com medo de que ele esteja metido com alguma gangue. O Clã Kelley domina o bairro e vivem aliciando esses meninos, prometendo grana fácil. E Volker vivia reclamando da obra, de ter que trabalhar duro o dia inteiro para ganhar tão pouco. Estou achando que ele está trabalhando para eles. Não sei o que fazer...

Mas eu sei, pensou Aiden. Sentado ao sofá, olhou para a porta do quarto, que logo imaginou ser a de Volker. Havia um quadro colado a porta bastante sugestivo: “DÊ O FORA!”

—Bom, o jantar foi ótimo, mas infelizmente eu tenho que ir. – comentou Aiden, levantando-se do sofá. Sua reação fez Maddie olhar imediatamente para o relógio, e logo a jovem se espantou.

—Meu Deus, já passa da meia-noite! – horrorizou-se Maddie, pedindo desculpas a Aiden.

—Relaxa, Maddie. Umas horinhas a menos de sono não vão me matar. E eu também nem notei a hora passar. Amanhã a gente se fala, ok? Quanto a seu irmão, fica tranquila. Sei que mal o conheço, mas assim que tivermos uma oportunidade de nos conhecermos, eu vou tentar dar uns toques nele. Talvez ele esteja precisando só de uns conselhos. Na idade dele, conselho vindo da própria família nem sempre é o suficiente.

Depois de se despedir de Maddie, Aiden caminhou tranquilamente até o metrô. Ainda descia as escadas quando percebeu que estava cercado por ninguém menos que Keith Rooney, o ex-namorado de Maddie. Mas dessa vez o hooligan não estava sozinho: outros três sujeitos lhe faziam companhia. Típico de um covarde, pensou Aiden.

—Trouxe os amiguinhos para se garantir, Rooney? – provocou Aiden. O desafio seria claramente maior, em especial porque um deles era um verdadeiro brutamontes de academia, de quase dois metros de altura de músculos, mas nada que ele já não tivesse escapado antes.

—Otário! Pensa que vai roubar minha namorada assim?

—Não dá para roubar algo que nunca foi seu, Rooney. Você tem um minuto para sair da minha frente.

Rooney entreolhou os colegas, e em especial o brutamontes, que começaram a rir.

—Eu não sei se você percebeu, seu demente, mas você está em desvantagem. Sou em quem dita as cartas aqui, e se quer saber? Eu até estava pensando em te dar uma chance de dar o fora de Londres, mas depois desse abuso eu acho que é melhor simplesmente acabar com você.

Um dos agressores usava um soco inglês, o outro um taco de críquete. O brutamontes nem precisava de nada. Pondo-se em guarda sozinho, Aiden já imaginava quem deveria acabar primeiro. E seu raciocínio estava certo: o primeiro a tentar bater nele foi Rooney, muito provavelmente encorajado pela presença de seus amigos. Voou para cima de Aiden com um chute, mas o vigilante desviou, e em um contragolpe deu um soco daqueles, bem no maxilar de Rooney. Um soco tão bem dado que Aiden chegou a sentir os punhos doerem. Com sorte quebrou um dente, concluiu o vigilante ao vê-lo cuspir sangue, caído no chão levemente atordoado.

O bastão de Aiden servia para golpear, mas dificilmente seria capaz de aparar os golpes do taco de críquete, por isso ele evitava um combate frontal com o sujeitinho. O cara com o soco inglês colocava uma confiança exacerbada em seu aparato. Tentava dar tantos socos em Aiden, mas sempre atingia o ar. Logo se cansou, e antes que pudesse se dar conta, já estava no chão, depois de tomar umas três pancadas de bastão no rosto. Já o grandalhão era complicado. Lento, mas tinha uma força descomunal. Foi o único que conseguiu acertar Aiden, que chegou a estremecer de dor com o soco na barriga. Animado por ver o vigilante no chão, o cara com o taco foi golpear Aiden com tanta gana que acabou acertando o outro companheiro. Que grupo de patetas, pensou o vigilante.

Só sobrou o brutamontes, que agora tinha Aiden agarrado às suas costas, usando o bastão em uma tentativa de enforca-lo. Tentando aplicar toda sua força, Aiden pouco a pouco sentia as forças do grandalhão se esvaindo, mas antes que pudesse ganhar a luta, sentiu-se golpeado por uma onda de choque, tão forte que o deixou paralisado. Conhecia bem aquela sensação, infelizmente. A de ser atingido por um disparo de taser. Sabia que Rooney jogava sujo, mas não a esse ponto.

—Porra, e você disse que esse velhote aí não ai dar trabalho.. Vou cobrar mais caro...

—Ah, cala essa boca! – ainda atordoado, Aiden ouviu Rooney brigar com o brutamontes.

Caído no chão, ainda trêmulo pela onda de choque que tomara seu corpo, tudo que viu foi escuridão quando sobreveio outro disparo de taser efetuado por Rooney, diretamente em seu peito.


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Notas finais do capítulo

Vou terminar as postagens de hoje.
Parece que Rooney realmente joga sujo. Como Aiden vai escapar dessa?
Palpites?
Já teremos resolução no próximo capítulo, aguardem...

Obrigada por lerem até aqui e boa leitura!



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