Watch Dogs: Ghosts of London escrita por BadWolf


Capítulo 12
A Ordem dos Assassinos


Notas iniciais do capítulo

É, Aiden conheceu os Assassinos da pior maneira possível. Será que ele vai conseguir sair dessa?
(claro que sim, né, só estou fazendo um suspense bobo kkk)
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/806320/chapter/12

            Ergueu as mãos. O telefone e as chaves ainda estavam sobre elas. Sentiu-os sendo retirados de si. Lamentou que isso não tivesse acontecido minutos atrás, quando Jordi ainda o estava monitorando. Duvidava muito que estivesse fazendo isso agora, de tão puto que Aiden o deixou. Estava sozinho, completamente sozinho, e só o que sabia era que havia uma lâmina perigosamente pressionada em seu pescoço.

            -O que você quer? – perguntou friamente Aiden, tentando não se intimidar.

            -Eu é que faço as perguntas aqui. – disse uma voz feminina. Sem mover um só músculo, Aiden sentiu a lâmina se afastar, para então notar pelo canto do olho que a mulher usava a mesma manopla esquisita que Lucas. Não imaginava que ela ejetasse lâminas por baixo dos punhos.

            A mulher sentou-se sobre a poltrona de Aiden, elegantemente. Usava um casaco branco com capuz que cobria quase que a totalidade de seu rosto, deixando escapar nada mais que alguns dreads de seu penteado. Fora isso, os lábios carnudos. Era uma mulher morena, de baixa estatura, mas claramente perigosa e armada até os dentes.

            -Onde você conseguiu isso? – ela perguntou, apontando para o drone. Aiden suspirou.

            -Fazia parte de um trabalho que acabei de declinar.

            -Oh, você acabou de declinar? Sério? E esse “declínio” foi por mera emoção por me ver?

            -Não, nem um pouco. Simplesmente declinei porque ele levaria um amigo à morte.

            -Que amigo?

            -Não posso dizer. – deu de ombros Aiden.

            -Isso não te ajuda nem um pouco, cara. Melhor me dizer quais eram os seus planos, ou...

            -Ou o quê?! Vai me matar?! Pois tente! Tente e eu acabo com você.

            -Não deveria se superestimar tanto assim, fixer. – disse a mulher, exibindo outra vez sua lâmina.

            -Muitos tentaram e falharam. E mesmo que eu falhe, não vou entregar a localização do meu amigo. Não ia entregar nem por grana, não vou entregar só por causa de uma lâmina esquisita e meia dúzia de ameaças vazias. Por isso, é melhor você dar o fora daqui.

            -Pelo jeito, você realmente sabe guardar segredo das coisas. Lucas tinha razão sobre você.

            -Lucas?! – surprendeu-se Aiden. – Não sei de quem você está falando.

            -Ah, mas sabe, sim. Já se entregou. Foi só falar o nome dele e seu rosto disse tudo. Agora, se realmente pegou um contrato para ir atrás do Lucas e não o entregou aos Templários até agora, porquê desistiu?

            -Porque ele me ajudou quando mais precisei, e por isso sou grato a ele. Só por isso.

            -Um fixer com princípios. Esses são realmente tempos muito estranhos. – comentou a mulher, tirando o capuz e indo até a geladeira de Aiden. Pela primeira vez, Aiden pôde ver bem seu rosto, e só uma única coisa lhe passou.

            -Você é irmã do Lucas. – concluiu Aiden, que de tão atônito que estava com essa conexão, sequer repreendeu a Assassina por estar bebendo sua cerveja.

            -Sim, gêmea. E você me levou até ele. Muito obrigada.

            -E levei como?

            Ela riu. – O drone dele. Fui eu quem o abati, para saber onde ele estava, mas não consegui pegá-lo porque caiu em terreno inimigo. Os templários colocaram a mão nele antes de mim, mas como são burros a ponto de não conseguir hackeá-lo, resolveram “terceirizar” as coisas. Nenhum fixer conseguiu, o que fez com que eles aumentassem mais e mais o preço. Mas você conseguiu invadir nosso sistema infalível, parabéns por isso. Vou ter que pedir uma atualização à nossa equipe de tecnologia para fechar essa falha.

            -Contanto que essa atualização me pague 50.000 ETOs...

            -O que disse?

            -Estou dizendo que eu iria receber 50.000 ETOs para entregar a localização do esconderijo de seu irmão em Londres. Uma grana preta porque aparentemente nenhum fixer londrino quer se meter com uma seita de malucos encapuzados, mas eu aceitei porque estou simplesmente fodido.

            -Corajoso. Mas onde quer chegar com isso? Não tenho 50.000 ETOs e entregar a localização do meu irmão está fora de cogitação, caso queira permanecer vivo.

            -Queriam uma prova de que achei a localização certa. Esse bracelete esquisito que vocês usam. – apontou Aiden ao braço da mulher.

            -Acho que estou entendendo aonde quer chegar... - disse a mulher, aproximando-se de Aiden com uma voz insinuante.

            -Eu vou entregar a localização de Lucas, mas com ele ciente de que estou fazendo isso e preparado para simplesmente dar no pé de Londres. Ele me entrega um desses seus braceletes...

            -Manopla.

            -Manopla, que seja. Ele me entrega essa tal manopla de vocês, eu recebo a grana e explico para vocês como consegui hacker o drone. Assim, vocês deixam o sistema de vocês menos vulnerável a invasões. O que acha? Todos ganhamos com isso, não?

            -Talvez, sim. – admitiu a Assassina, ainda absorvendo a proposta. – De minha parte, não tenho o menor problema. Mas o meu irmão Lucas... Ele é um tanto estourado. Não sei o que ele vai achar de você, tendo trabalhado para os templários.

            -Eu não sei que porra é essa de “templários”, foi só um trabalho de fixer como tantos outros que já fiz na vida.

            -Eu sei perfeitamente, inclusive nós, os Assassinos, já usamos fixers para terceirizar alguns serviços. Lembro de um caso... Aquele executivo, o Olivier Garneau...

—Olivier Garneau, CEO da Abstergo. Morto em Chicago, com dois tiros na cabeça à queima-roupa, disparados por um...

—Cara de boné e sobretudo fora de moda. – completou a Assassina, irritando Aiden. – Já saquei tudo. Você foi o fixer que matou ele. Então você é das antigas... Bom, se contar isso para o Lucas, talvez ele se anime um pouco mais em te deixar vivo. Mas não posso garantir que você não receba ao menos umas porradas. – comentou a Assassina, devolvendo o celular e as chaves a Aiden.

—Desde que ele não se importe em tomar umas de volta...

—Homens, sempre tão estúpidos, querendo resolver tudo na pancadaria... Pois então, fixer. É melhor propormos esses seus termos ao meu irmão Lucas, antes que ele resolva embarcar em mais uma missão noturna contra Templários e fique fora do radar por dias.

Quando começaram a caminhar lado a lado, Aiden sentiu algo gelado encostar na área interna de seu braço. Era a Assassina, que parecia estar andando lado a lado com ele, mas que escondia bem uma grande ameaça por baixo dos punhos.

—Essa já é a terceira vez que você me ameaça com essa lâmina, portanto eu creio que mereço saber o seu nome antes de acabar morrendo acidentalmente por conta de toda essa sua palhaçada.

—Darcy Clarkson. E o seu nome é...

—Aiden Pearce. – respondeu. Ao bater na porta de Lucas, Aiden percebeu que ela estava apenas encostada, o que causou estranheza em ambos. Prosseguindo pelo apartamento de Lucas, notaram que todo o ambiente estava uma bagunça, revirado e com claros sinais de violência. Havia cacos de vidro, uma cadeira quebrada e também sangue.

—O que diabos aconteceu aqui?!

—Ao que tudo indica, levaram seu irmão. Vivo ou morto, não faço ideia. Tem bastante sangue aqui.

—Merda! Agora os templários estão com o meu irmão, e tudo graças a você! Aposto que todo aquele papo de que ele era seu amigo foi uma bela desculpa para você escapar da minha lâmina...

Dedo em riste, Aiden a repreendeu.

—Eu não menti coisa nenhuma. Recusei o serviço antes de concluir. Se seu irmão foi capturado por outra pessoa, não foi obra de um fixer. Agora, dá para me deixar em paz? Vou me concentrar no que importa, que é achar o Lucas.

Com o celular em punho, Aiden hackeou o sistema de segurança da rua. Vasculhou o histórico dos últimos dez minutos e encontrou Lucas sendo carregado inconsciente por guardas da Albion.

—Não foi um fixer, mas a Albion. Está vendo como eu não tenho nada a ver com isso? – disse Aiden, mostrando as imagens para Darcy. Havia pelo menos uns quatro guardas da Albion. Dois deles mancavam. Lucas era carregado pelos outros dois, claramente desmaiado. Foram pela escada do outro lado do prédio, de onde era possível ver as marcas de sangue.

—Mas o que a Albion poderia querer com o meu irmão? Até onde sei, não há Templários comandando a Albion...

—Seu irmão estava ajudando imigrantes ilegais a conseguir emprego irregular pela cidade. Pode ser que essa atitude tenha desagrado a Albion a ponto de terem ido atrás dele.

—Lucas, por que você sempre tem essa mania de querer bancar o herói... – comentou aflita Darcy. – O que mais descobriu?

—Consegui a placa do carro que levou seu irmão. – disse, mostrando a Darcy o carro onde o irmão dela foi colocado no porta-malas. Mexendo mais um pouco no celular, Aiden conseguiu mais algumas coisas.

—Ele parou na beira de um centro de galpões nas margens do Tâmisa, do outro lado da London Eye. Depois, seguiu até um hospital, provavelmente para levar os feridos. O carro está estacionado lá até agora. Ei... Para onde você vai?

A Assassina não o respondeu, indo embora do prédio de um jeito nada ortodoxo. Saltou pelo corrimão da escada, caiu dando uma cambalhota, deu mais uns bons longos passos e seguiu saltando pelo muro. Em questão de minutos, já estava do outro lado do quarteirão.

Uma seita de malucos era tudo que precisava, pensou Aiden. Mas agora, estava envolvido até o pescoço nisso. Ao menos não tinha perdido o trabalho para outro fixer. A Albion era só uma intrusa em toda essa história, e Aiden precisava retirá-la do caminho se quisesse fazer um acordo com Lucas e conseguir os 50.000 ETOs de que tanto precisava. Mas para isso, Lucas precisava ficar vivo.

Depois de arrombar um carro e colocar o endereço do galpão em seu GPS, Aiden seguiu pela cidade a toda velocidade, cortando sinais e engarrafamentos. Imaginava o galpão da Albion repleto de guardas com armamento pesado e drones perigosos. Mesmo com toda a agilidade, Darcy sozinha não poderia ser párea contra eles. Havia terminado de pular o muro do galpão quando sentiu o telefone vibrar.

—Você não deveria estar no hospital com o seu tio, Volker?

—Boa noite para você também, Aiden. Você sempre atende o telefone desse jeito?

—Escuta só uma coisa, fedelho. Estou muito ocupado agora para ter você enchendo a porra do meu saco, entendeu?

—Eu sei disso porque estou ocupado também. E com a mesma coisa.

Peraí, “mesma coisa”? O que diabos esse menino quis dizer com isso? Ainda com celular em mãos, Aiden virou para os lados, até perceber que estava sendo observado por nada menos que um drone do Dedscec, pairando no ar como se fosse uma abelha.

—O que vocês estão fazendo aqui? Não tem nenhum servidor de MMO disponível para jogar? – resmungou Aiden, suspirando.

—Fodendo com a instalação da Albion, zé ruela. Descobrimos que eles usam esse lugar como uma espécie de prisão clandestina, para presos que só saem daqui dentro de saco preto e direto para o Tâmisa. Uma verdadeira queima de arquivo.

—Imaginei que esse fosse o caso. – comentou Aiden, começando a ver pela tela de seu celular os guardas que andavam pelo local. Buscava saber quantos deles havia, mas também se conseguia avistar Darcy de alguma maneira. Pelo jeito, ela era realmente muito boa em se manter fora de vista.

—Mas peraí, você não tinha dito que não era mais um vigilante e coisa e tal?

—Preciso resgatar um amigo que se enfiou em uma grande roubada com a Albion, e ao que tudo indica, veio parar aqui. Se você está aqui há um tempo, deve tê-lo visto chegar. Um moreno, careca...

—Vi, sim. Ele estava vivo, se é o que deseja saber. Levou uma surra, mas ainda estava disposto a uma boa briga. Se sacudia, xingava, até deu uma cabeçada em um guarda. Os guardas da Albion pareciam ter tanto medo dele que ele foi colocado em uma cela especial. Fica lá no porão do lugar. Tem muitos guardas vigiando, o que não é nenhuma surpresa. Se não agir logo, seu amigo não sai vivo daqui. Que... Estranho.

—O que foi? – perguntou Aiden, com um suspiro impaciente. Odiava trabalhar com novatos, que se impressionavam com qualquer coisa.

—Tinha um guarda naquele canto e... De repente, não tem mais. O cara simplesmente sumiu.

Só pode ser trabalho de Darcy, pensou Aiden. Trabalhar nas sombras, com furtividade. Tal como Jordi havia comentado. Essa organização estranha realmente não estava para brincadeiras. E nem mesmo um verdadeiro bunker abarrotado de gente parecia ser o suficiente para detê-la de resgatar seu irmão. Aiden não poderia julgá-la, afinal fez o mesmo por Nicki, anos atrás. Odiava ter que se lembrar daquela época.

—Vamos ter que sacudir essa colmeia de abelhas.

Sacando o celular, Aiden provocou um grande apagão no quarteirão do lugar. Já sabia bem como aproveitar a escuridão para se infiltrar. Pelas câmeras, havia avistado um ponto desprotegido, onde poderia se esconder e ir neutralizando os guardas até chegar a cela de Lucas. Só o que precisava fazer era avançar agora.

—Que louco, eu adoro quando você faz isso! – ouvia do outro lado da linha um exultante Volker, que pela voz parecia tão animado quanto um torcedor de futebol diante de um golaço.

—Deveria estar no hospital dando algum suporte à sua irmã.

—E você, por que não vai para lá? Não, peraí. Eu já sei. Porque é um foragido da polícia. Você e meu tio precisam realmente dar as mãos. Tal pai, tal filho.

Aiden inalou. Odiava se sentir desconfortável com relação a seus assuntos pessoais.

—Quando você soube disso?

—Maddie me contou quando chegou do hospital. Olha, eu sabia de todo o passado dele no IRA, é verdade. Mas não sabia que você era filho dele, sério. Para mim, o sobrenome Pearce era apenas uma coincidência. Meu tio nunca disse que tinha tido filhos. Até nisso ele foi sujo, impressionante.

—Eu não sei se você percebeu, mas estou invadindo um prédio fortemente protegido por mercenários e tudo que não posso fazer agora é discutir problemas familiares.

—Saquei. Vou te dar um suporte com o meu drone.

Passaram-se alguns segundos e uma forte explosão de gás foi escutada por Aiden. Olhando por cima da cobertura, notou os guardas agitados. Começaram a se comunicar por rádio a respeito de um suposto intruso. Quando um deles passou perto o suficiente de Aiden, o vigilante o agarrou pelo pescoço, segurando até sufoca-lo. Jogou-o no chão, inconsciente. Decidiu que era hora de avançar. Caminhou mais um pouco, sempre buscando cobertura. Um deles parecia vigiar uma porta, justamente a que precisava passar. Como não havia a menor forma de sair sem passar pelo campo de visão daquele guarda, restou o velho truque da distração. Com um número mascarado, mandou para o sujeito um SMS falso, avisando-o sobre uma cobrança absurda em seu cartão de crédito.

—Ah, mas a minha esposa só pode estar de brincadeira! Outra vez detonando o meu cartão! Mas que... Urgh! – foram suas últimas palavras, antes de tomar uma pancada forte na cabeça e apagar. Aiden avançou mais um pouco. Agora estava perto da escada que dava acesso ao porão. Mas faltava um detalhe: uma chave de segurança.

—Volker, procura entre os seguranças quem está com a chave de acesso. – cochichou Aiden, e em seguida observou o drone do Dedsec percorrendo o lugar, até parar diante de uma sala de vidro.

—Deixa eu ver... Ah, está com um segurança aqui. Do outro lado.

—Consegue hackear?

—Pode deixar comigo. Fica aí quietinho que eu cuido do resto.

Minutos depois, chegou no celular de Aiden a chave de acesso.

—Se você não andasse como uma verdadeira tartaruga manca, até que seria um bom hacker.

—Tartaruga manca?! De onde você tirou isso? – questionou Volker, irritado pela comparação, enquanto Aiden abria a porta. Caminhando ainda agachado, Aiden notou no chão uma sombra. Não uma sombra qualquer, mas uma sombra bem grande. Escondeu-se atrás de um bebedouro.

—Que grandalhão, hein! Consegue dar conta?

—Ele tem armamento pesado e usa um colete pesado que é quase uma armadura. – comentou Aiden, olhando pela câmera. O homem parecia em alerta, provavelmente por ter escutado a explosão. Seria difícil apanhá-lo de surpresa, e impossível inclusive de partir para um confronto direito quando estava usando nada mais que uma pistola.

—Não à toa vigia a parte mais restrita. E agora, Aiden?

—Preciso que o atraia para cá, Volker. Use seu drone para alertá-lo.

—Mas se ele me ver, vai me dar um tiro!

—Pelo amor de Deus, fedelho, seja criativo! Ou melhor, seja simplesmente o imbecil irritante que é. O que está fazendo?

Aiden questionou-se, ao ver o drone pousado quase que por sua cabeça. Estava tão perto que, mais um pouco, suas turbinas poderiam despentear seu cabelo, se não fosse pelo fato de estar usando boné. O justiceiro suspirou, ao ver o drone acionando as caixas de som.

Uma música começou a tocar. Era nada mais que “My Heart Will Go On”, de Celine Dion.

—Fala sério... – balbuciou Aiden, quando a flauta introdutória da música começou a tocar. Tão alta que era quase impossível o grandalhão não escutar. Apesar da música soar estúpida, foi suficiente para o guarda ir até a direção de Aiden, sendo guiado pelo som.

—Que porra é essa? – resmungou o guarda, a passos pesados. Já se ouvia a voz de Celine Dion a cantar “Every night in my dreams / I see you, I feel you” quando Aiden o surpreendeu. Subiu sobre suas costas. Tentou aplicar um mata-leão, mas o guarda era resiliente. Caminhou para perto da parede e começou a esmagar Aiden contra ela, empurrando as costas do vigilante contra ela, inúmeras vezes. Mesmo sentindo muita dor, Aiden não desistiu, reunindo todas as suas forças em seu bastão. Ainda assim, não parecia ser o suficiente. O guarda pegou os braços de Aiden e o jogou em um violento golpe de judô contra o chão. Seu bastão acabou por rolar do chão. Antes que pudesse alcança-lo, Aiden tomou um chute no rosto. Por pouco a botina do guarda não lhe acertou a boca, o que certamente causaria perda de algum dente. Mas o estalo que ouviu não lhe deu dúvidas quanto à falta de sorte de seu nariz. Um drone tentou acertar o guarda, como se estivesse tentando proteger Aiden, mas o guarda o pegou pelas mãos e, tamanha a força aplicada, repartiu-o em dois pedaços. Ainda atordoado pelo golpe, o vigilante tentou se colocar de pé, mas logo foi erguido do chão pelo guarda, que o segurava pelo pescoço. A Albion realmente estava contratando uns tipos bem perigosos, pensou o vigilante. Face a face com o guarda e seus olhos verdes esbugalhados de ódio e satisfação por sufoca-lo, Aiden tentava sacudir as pernas. Mas a falta de ar o deixava sem forças.

De repente, caiu no chão como um saco de batatas. Atordoado, ainda sem compreender o que havia acontecido, buscava recompor a respiração. Só então notou que o grandalhão que por pouco quase o matou estava agora caído ao chão, ao lado de uma poça de sangue que só aumentava.

Ergueu o rosto, deparando-se com uma mão feminina estendida bastante familiar.

—Parece que alguém estava precisando de uma ajudinha...

—Estava tudo sob controle. – disse, enquanto erguia-se do chão. Arfando.

—É, deu para perceber... – debochou a Assassina, voltando seus olhos para o cadáver do guarda que acabou de matar com sua lâmina. – Bom, já que esse brutamontes não é mais um problema, melhor irmos atrás do meu irmão.

Começaram a olhar cela por cela, cada um indo a um lado do corredor. Aiden já estava na metade dele quando ouviu um grito feminino. Apesar de não conhecer Darcy muito bem, foi capaz de reconhecer a voz dela. Isso o fez correr em sua direção, já esperando pelo pior.

—O que foi? – perguntou Aiden, mas não era necessário. Havia muito, muito sangue espalhado por todo lado. Darcy parecia sacudir o corpo inerte de Lucas. Mal dava para reconhece-lo, pois seu rosto estava coberto de sangue. Havia furos em sua cabeça, um sinal bem claro de tortura.

—O que fizeram com você, Lucas? – perguntava Darcy, embora jamais esperasse ouvir qualquer resposta. Ao vê-la daquela forma, nervosa, Aiden aproximou-se. Colocou suas mãos em seus ombros em uma tentativa de consolá-la, mas logo ela se afastou, como se tivesse uma enorme repulsa a ele.

—Eu vou mata-los. Um por um.

—Pois você pode matar cada soldado da Albion, cada um deles, e nada mudará. Para cada mercenário que mata, haverá mais dois para ocupar o lugar.

—Tem razão. Para matar a serpente, preciso arrancar a cabeça. E é o que vou fazer. Por Lucas.

Aiden negativou com a cabeça.

—Derrubar a Albion não vai mudar o mundo.

Apesar de mal ver seu rosto, Aiden era capaz de jurar que, por trás de seu capuz branco, Darcy estava sorrindo.

—Jamais subestime os Assassinos, Aiden Pearce.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AGORA A PARADA VAI FICAR SÉRIA!!

Quem jogou WD:Legion e as side quests da Darcy a essa altura deve saber que ela tem por ancestrais os irmãos Frye - embora não tenha ficado muito claro qual deles. Creio que seja o Jacob. Enfim. Apesar de não termos visto muito do Lucas, só alguns áudios dela, imagino que os dois irmãos tinham o mesmo estilo que seus ancestrais, com o Lucas sendo o mais esquentadinho e Darcy mais calculista. Pena que a gente não pôde ver os dois irmãos em ação.

Espero que tenham gostado e até o próximo cap!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Watch Dogs: Ghosts of London" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.