Shiruko escrita por Lyubi


Capítulo 3
Para casa




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A carranca de Midorima estava maior que o comum. Era a ressaca adicionada às dores musculares por ter dormido de mau jeito no sofá e mais o fato de Takao ter quebrado seus óculos. 

Kuroko questionou como ele tinha certeza de que Takao foi o autor do crime e Kazunari poderia ter se safado se não tivesse entrado em choque e se denunciado quase imediatamente. Por sorte, começou a passar mal de novo; tão verde e suando frio que até Midorima se compadeceu e guardou o sermão para outra hora (e não era como se não tivesse outros pares de lentes reserva em casa).

Fizeram um café bem preto e amargo conforme os zumbis iam acordando. Remédio e muita água para todo mundo. Um breve congestionamento no banheiro foi o máximo de burburinho. Ninguém parecia disposto a conversar muito. 

Furihata-kun, como a boa alma que era, e Akashi-san (cuja alma e bondade nunca seriam questionadas em voz alta) voltaram do konbini com bolinhos de arroz e isotônicos. Os zumbis atacaram tudo vorazmente.

Midorima levou dois onigiri e um copo de chá para Takao que nem tinha erguido um dedo para se aproximar das compras. Eles comeram em silêncio e num aceno de cabeça, Midorima o chamou para ir embora. Takao agradeceu como pôde a Furihata e Kuroko e logo se viram fora do prédio.

O sol das dez horas perfurou as retinas dos ressaqueados, mas a cor no rosto de Takao melhorou com a primeira brisa. Sofreram só até chegar ao metrô.

Takao precisou segurar o braço de Shintaro para guiá-lo às vezes já que enxergava mesmo muito mal à pouca distância.

Apesar do mau humor implacável e do silêncio aborrecido de Midorima, Takao estava surpreso com a naturalidade entre os dois. 

Quando o viu reclamando dos óculos achou que iria desmaiar de vez, mas Shin-chan pareceu esquecer a questão depois de vê-lo passando mal e em momento algum mencionou ou demonstrou algo sobre o que aconteceu no banheiro. O que estava sendo um alívio. E um martírio também. 

Sentindo os solavancos constantes do metrô e espiando Midorima sem virar o rosto, apenas com a visão periférica, Takao se perguntava se ele estava fingindo não lembrar ou se ele não lembrava mesmo... Ou se ele lembrava, mas não se importava... Não fazia sentido. Se bem conhecia Shin-chan, o esperado da parte dele seria uma vergonha sem precedentes. Ele devia estar super constrangido. Mas ele parecia só... normal.

— Está fazendo uma cara estranha – Midorima acusou.

Takao ergueu a cabeça para olhá-lo ao seu lado, mas ele nem se virou. Então percebeu que era observado através do reflexo da janela à frente de onde estavam sentados. Sentiu as bochechas aquecerem e torceu para que o reflexo não o denunciasse.

— Ah... Eu só... Acho que dei trabalho.

— Todo mundo deu.

— É, mas eu ainda passei mal de manhã... Ei, a gente devia ter ficado para ajudar a limpar, né?

A ideia pareceu indigná-lo. 

— Eu nem queria ir!

Takao riu.

— Shin-chan, não seja assim. Foi divertido. Pobre Kagami... Vamos retribuir em dinheiro, está bem?

— Hum.


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