A escuridão escrita por Lola


Capítulo 4
Ingratidão de Elisa


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Iuri Narrando

Como sempre eu com a minha mania de tentar ajudar as pessoas e me fodendo em seguida. A garota, que se chamava Elisa, mostrou tremenda ingratidão após a minha atitude de tirá-la da claridade.

— Qual é a sua gibi? – Pedro, o pior dos três, perguntou assim que me sentei em meu lugar. – Por que tá defendendo essa estranha? – ignorei o lançando um olhar mortal.

A aula começou e eu tive um pouco de paz. Acontecia que não era ela que era especial e sim eu que não conseguia ver uma situação injusta e ficar quieto. Minha mãe sempre dizia que esse era meu maior defeito.

No intervalo pensei que teria que aguentar os três me enchendo, porém o assunto morreu e eu agradecia por isso. Quando cheguei em casa tive uma bela surpresa.

— Meu gostoso, estou te esperando há horas. – Gabis disse e eu sorri. Gabriela Oliveira era quem tinha, além de uma cópia de chave da minha casa, toda a minha atenção. – Sua mãe ainda não chegou. Que tal aproveitarmos?

— Não dá, estou morto. – Não que fosse um costume recusar sexo com a garota que eu amava transar, mas depois de um dia cheio de trabalho era a minha única opção.

— Então me conta, o que tem de novo? Vejo por esse cenho quase franzido que algo não está normal. – Esse era outro fato sobre Gabi. Ela me conhecia melhor que ninguém nesse mundo, até mesmo mais que a minha mãe.

Contei tudo a ela, sobre Elisa e minha tentativa de ajuda-la. Sobre a implicância dos meninos e do quanto ela havia sido ingrata comigo, me incomodando imensamente.

— Por que se incomodar tanto com isso?

Foi então que abri a boca para contar sobre a doença da garota. O motivo pelo qual eu havia me solidarizado tanto com ela. E nesse momento eu lembrei que não tinha esse direito. Eu não podia sair espalhando algo que pertencia apenas a ela.

— Não está afim dessa garota, né? – sua testa enrugou-se e ela me olhava parecendo confusa.

— Não seja idiota Gabriela. – Eu me levantei. – Vou tomar um banho. – Avisei pegando a minha toalha. E dessa vez não teve jeito, ela veio atrás de mim e eu acabei não resistindo. Não havia cansaço no mundo que fosse maior que a minha vontade de ter aquela mulher. Gabi era mais velha que eu, já havia se formado e mesmo podendo ter qualquer homem que ela quisesse, ela preferia a mim e isso era excitante pra caralho.

No outro dia percebi que a tal Elisa não havia ido a aula, eu tinha que admitir que fiquei preocupado. Entretanto, minha preocupação não durou muito tempo. Quando cheguei ao trabalho, o primeiro serviço que tínhamos que fazer era em uma casa luxuosa, fui surpreendido ao saber que era dos pais de Elisa.

Não sabia que ela era tão rica assim e que a casa dela tinha tanta proteção contra luz, até mesmo a luz elétrica. Eu só a vi quando cheguei e logo ela sumiu para algum cômodo ainda mais protegido.  

Como será que é viver desse jeito? Era a pergunta que mais me intrigava. De que forma Elisa sobrevivia a todas regras que ela tinha que seguir para não se ferir. Era intrigante demais.

O fato era que eu estava atormentado, não parava de pensar nela e nessa história toda.

— O que foi filho? A última vez que te vi com o olhar perdido assim não era coisa boa... – Olhei minha mãe após sua fala.

— Estou pensando em Elisa e na forma como ela vive. – Ela veio e se sentou à mesa.

— Deve ser difícil não é mesmo? – Concordei. – Não posso imaginar o sofrimento que ela passa.

— Será que quase se iguala a ser filho de uma mãe solteira e passar por discriminações ridículas por ser todo tatuado?

— Ser filho de mãe solo não é sofrimento!

— O que eu quis dizer é que de alguma forma que não sei qual, eu me identifico com ela. Parece que sei o que ela sente.

— Isso foi profundo. – Suspirei.

— Vou dar uma volta. – Avisei me levantando.

Mesmo que fosse longe, eu me vi fazendo o caminho que ia até a casa dela. Fiquei um tempo do lado de fora observando as luzes acesas e o quanto era uma luz incomum... Tentei adivinhar qual janela era do seu quarto... Fiquei por horas ali, apenas admirando cada parte daquela construção.

Quando voltei pra casa cheguei e encontrei Gabi dormindo em minha cama. Segundo minha mãe ela devia ter se cansado de me esperar. Eu me deitei ao seu lado, trazendo seu corpo para junto do meu e fazendo carinho em seu cabelo que cheirava a shampoo de algum tipo de frutas vermelhas. Ali eu não estava tão atormentado e meu pensamento se voltava apenas para esse corpo entre meus braços.

Depois dessa noite tranquila e apaixonada, não imaginei que eu iria ter um dia tão atribulado, nem por um segundo eu podia prever que faria o mesmo caminho do dia anterior e que algo pior viria disso.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo. ♥



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